FRANÇA OSCILA ENTRE “EXTREMA” DIREITA E “EXTREMA” ESQUERDA

Le Pen e Mélenchon preparam dores de cabeça ao arco do poder da União Europeia

De acordo com as votações de 7.07 em França, o RN (Le Pen) obteve 37 %, o NFP de esquerda 28% e o partido Ensemble de Macron obteve 20 %. Devido ao sistema maioritário em França, o partido RN de Le Pen, embora tenha alcançado três milhões mais de votantes, do que a coligação de esquerda e o partido do Presidente Macron, não vê isso refletido na distribuição de assentos na Assembleia Nacional. Reagrupamento Nacional (o RN de Le Pen) recebe 143 assentos, Nova Frente Popular (NFP) 182 assentos; partido Ensemble de Mácron (centro) 168 assentos (1).

Não se trata de uma luta pela democracia, mas de uma luta das falanges que têm o poder e das falanges em formação que querem também elas determinar os destinos da Europa. Não é uma luta democrática, como afirmam os partidos do arco do poder, mas sim uma luta de esquerda contra direita e de direita contra esquerda em nome e à custa da democracia, quando na realidade o que está em jogo é o poder e interesses ligados a uma falange e a outra, e o povo tem que engolir tudo o transmitido como moeda verdadeira.

 As potências europeias na EU encontram-se em estado de alarme porque receiam ver aproximar-se o momento em que o povo coloque um travão às ideias globalistas que até agora têm sido conseguidas através de coligações que têm favorecido o poder da esquerda ao ser-lhe concedido, como área de acção o campo de batalha cultural na Europa.

Numa situação em que conservadores (nacionalistas) e progressistas (globalistas) se combatem de maneira categórica e absoluta com a mesma radicalidade que se observa no discurso  sobre luta militar que domina a Europa,  a política francesa parece vir a esgotar-se em lutas partidárias porque incapazes de fazer compromissos e coligações entre si.

Assim os partidos do arco do poder que se encontram bem instalados em centrais de informação e com os seus membros nas administrações do Estado empreendem uma luta cerrada contra potenciais partidos que furem o arco do poder e das instituições cedendo lugares a nível institucional de Estado  para novos quadros, o que lhe daria grande sustentabilidade futura.

Jornais alemães manifestam grande preocupação porque também a amizade-franco-alemã teriam muito que sofrer.

A esquerda usou todos os meios ao dispor para evitar que a Europa abdique do seu rumo à esquerda. Sintomático do fraco da informação é o frequente uso “de extrema direita “e não se usar a com a mesma convicção a designação de extrema esquerda nos Media em geral.

Na falta de uma coligação de maioria absoluta a França, fica entregue a lutas interpartidárias e em termos de governação, vai ter tempos muito mais turbulentos dado os três grupos concorrentes não terem maioria.

Jean-Luc Mélenchon da coligação NFP, que conta com 71 assentos no grupo em posição maioritária, é contra a ajuda da França à Ucrânia e em questões da NATO é também contrário a muitas das políticas aplicadas na União Europeia. O secretário do Partido socialista francês, Olivier Faure, é contra que o parceiro de coligação Mélenchon seja primeiro ministro.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) Reagrupamento Nacional (o RN de Le Pen): 37,05% dos votos (143 assentos); Nova Frente Popular (NFP = 4 partidos,): 25,81% dos votos (182 assentos); Conjunto (coligação centro): 24,53% dos votos (168 assentos); os republicanos: 5,41% dos votos (66), etc.  A https://vorwaerts.de/meinung/was-das-ergebnis-der-frankreich-wahl-fuer-deutschland-bedeutet

 

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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