“Muitos queixam-se que os tempos são maus. Mas lembrai-vos que os tempos sois vós: mudai e os tempos serão bons”, lembrava Santo Agostinho no século IV e V!
O pensar politicamente correcto instiga-nos a adaptar-nos aos tempos no sentido do progresso exterior; para progresso se tornar verdadeiro desenvolvimento teria de ter em conta a vertente interior e exterior da pessoa; tratar-se-ia de ir mudando os tempos mudando-nos doutro modo resta-nos o papel de carpideiras. O progresso tecnológico e económico é bom, mas sozinho amarra-nos ao jacto do tempo dificultando-nos a capacidade de nos tornarmos nós mesmos, de maneira a termos a supervisão sobre nós e sobre o que à volta nos determina. O espírito do tempo, fruto de circunstâncias determinantes, quer-nos escravos, quer reduzir-nos a meros produtos do tempo (modernos!) para sermos mais fáceis de gerir e governar! Importante é tentar ver não só através dos outros nem só através de nós mesmos.
António CD Justo
Pegadas do Tempo