ELEIÇÕES NA HUNGRIA – MAIORIA ABSOLUTA PARA VIKTOR ORBAN

Para desilusão da burocracia de Bruxelas, Viktor Orban ganhou uma maioria absoluta nas eleições de 3.04.2022.

Tal como em Portugal, o sistema de votação por maioria húngara fortalece o partido mais forte. Assim, embora tenha obtido 53% nas eleições, obtém dois terços dos assentos no parlamento (135 dos 199 assentos parlamentares).

A sua vitória eleitoral baseia-se na sua política social: reforça maciçamente os reformados e as famílias; famílias com filhos (3) poderão ter isenção de impostos e a subsídios elevados também para a propriedade da casa própria.

Os sistemas de eleição favorecedores dos partidos maioritários é uma discriminação que se aceita, democraticamente, tanto na Hungria como em Portugal, Reino Unido, etc.

A verdade mesmo democrática é sempre mais variada!…

Aos grandes é dado o que aos pequenos é tirado!

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

HOLODOMOR – O HOLOCAUSTO UCRANIANO ESQUECIDO

Publico, de novo, este artigo que difundi a 2 de março de 2019 para recordar o martírio do povo ucraniano. Ontem como hoje os interesses disputados na Ucrânia são de caracter económico e geoestratégico e não uma simples guerra entre Rússia e Ucr´ânia, como se quer fazer crer.

“Os Comunistas comem Criancinhas?”

A expressão “Comunistas comem criancinhas” (1) deve-se ao facto das políticas criminosas comunistas de Lenine e de Estaline terem, (com a sua reforma agrária e fomento da industrialização), provocado em alturas diferentes (1919-1921) e (1932-1933) fomes que originaram muitos milhões de ucranianos mortos e levaram as pessoas a comer carne de cadáveres humanos e em especial carne de crianças. Mussolini usou-se do facto para fazer propaganda contra os comunistas. De facto, não eram os comunistas, mas a política comunista que conduzia à “fome genocida”.

Política no Sentido do Plano

Lenine (2), a partir de 1919, iniciou uma política de confisco de terras, animais e cereais dos camponeses, que gradualmente levaria a uma crise de fome em massa na população. No desespero, famílias para matar a fome, cozinhavam pernas e braços dos cadáveres; chegavam a alimentar-se dos próprios parentes, com frequência, bebés, menos resistentes à fome e às doenças e cuja carne era mais tenra e como tal preferida. O historiador Orlando Figes descreve tais situações no seu livro “A Tragédia de um Povo” onde avalia as consequências da Revolução Russa para o povo da ex-União Soviética.

De facto, também na Ucrânia, o ditador Estaline seguiu a política da reforma agrária do revolucionário Lenine e fez uso do terror para impor a coletivização mediante a qual, o Estado se apropriou das terras e do gado dos camponeses, agrupando-as em latifúndios colectivos. Para impor tal, fez uso de tropas regulares e da polícia secreta. Os comunistas de Moscovo tinham decidido colectivizar a Ucrânia para que a União Soviética pudesse acelerar a sua industrialização à custa dos camponeses expropriados; na Ucrânia, porém, foi proibida a saída dos camponeses para as cidades.

O holocausto da fome (3) de 1932-33 (“Holodomor”) provocado por Estaline também ele obrigou as pessoas na Ucrânia a tornarem-se canibais; a fome era tanta que depois de terem comido cães e gatos muitos passaram a ter de comer carne humana; Devido à fome provocada pelo plano de Estaline, milhões morriam e os cadáveres eram transportados às pilhas em carros (até 7 milhões de mortos). Também na revolução cultural da China entre 1958 e 1961 houve cerca de 30 milhões de mortos à fome e também se relata ter havido canibalismo.

Até hoje o horror do “holocausto da fome” tem sido silenciado, não entrando na consciência do povo europeu. O historiador Kun relata que “o Holodomor (holocausto da fome) tem sido mantido em silêncio, enquanto a perseguição de judeus sob o domínio nazista é conhecida em todo o mundo, muito poucas pessoas sabem disso”.

A História do comunismo (soviético, chinês, etc.) em comparação com o nazismo tem sido branqueada de tal modo que, não sendo embora melhor do que o nazismo nacional-socialista, não são lembradas as suas barbaridades na consciência social recorrendo-se à tática do seu silenciamento. Um marxismo inteligente sabe usar dos seus multiplicadores em posições estratégicas relevantes para uma formação eficiente da mentalidade pública.

Um fenómeno que observo (e para que não encontro explicação suficiente) é o facto de constatar um trato semelhante usado em relação ao islamismo onde o pensar politicamente correcto procura ignorar as suas obras para assim compreendê-lo e deste modo aceitá-lo. Os meios de comunicação social deveriam, por honestidade e amor à causa, tratar os factos com os mesmos critérios, não os deixando apenas ao sabor de maiores ou menores boas vontades, interesses ou influências.

Quanto ao nazismo e ao marxismo é óbvio lembrar-se na opinião pública o terror nazi, mas constitui hipocrisia e silenciamento da História não se tratar de igual modo o terror comunista marxista como se trata o nazista. Os holocaustos aos judeus, aos ucranianos e aos arménios são genocídios contra a humanidade independentemente da nação, raça ou ideologia. Tudo isto mostra a fragilidade humana independentemente dos sistemas; a praga maior será a de uma ideologia materialista que não conceda ao Homem o estatuto da sua dignidade humana soberana. É indigno e desumano um Estado, uma ideologia ou um sistema que usurpe ou abuse da soberania da dignidade humana de uma pessoa.

A influência da esquerda na formação da consciência social tem impedido até hoje uma apresentação objectiva dos factos para não mostrar as barbaridades do comunismo. A violência venha ela de esquerda ou da direita é violência e como tal a condenar-se independentemente da sua proveniência.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

https://www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/sera-que-comunistas-comem-criancinhas

(1)   Muitas vezes ouvi a acusação da razão do medo dos comunistas vir da ideia de que eles comiam criancinhas e não sabia explicar tal dito. Finalmente encontrei uma explicação para o uso da expressão. Responsável pelo canibalismo foi a política criminosa de Lenine e de Estaline na URSS. De resto, comunistas como capitalistas e outros istas, todos são seres humanos e como tais em situações extremas capazes de usar recursos extremos. Mais que olharmos para o próximo como rival ou adversário será preciso criar uma cultura da humanidade e da boa vizinhança na amizade.

(2) Lenine fundou a sua própria facção no Partido Social Democrata dos Trabalhadores da Rússia em 1903, os bolcheviques, mais tarde o Partido Comunista Russo. Após a morte de Lenine, a 21 de Janeiro de 1924, Josef Stalin sucedeu-lhe. Ele forçou a colectivização e industrialização do país e garantiu o seu poder através do terror dirigido contra os adversários. Uma das várias fases de pico do terror durou desde o Outono de 1936 até ao final de 1938.

(3)    Michael Ellman da Universidade de Amsterdão diz que barbaridade de 1932-1933 pode ser considerada genocídio dado Estaline ter permitido a exportação de 1.8 milhões de toneladas de grão no tempo da fome e proibido a emigração das zonas mais afectadas e não organizar a chegada de grão de fora também porque o regime estalinista os considerava como “contrarrevolucionários” e “ladrões”. Tratava-se também de um ataque contra a cultura nacional ucraniana

DIÁLOGO ENTRE A MENTIRA E A VERDADE

Diz uma parábola judaica que certo dia a mentira e a verdade se encontraram.
A mentira disse para a verdade:
– Bom dia, dona Verdade.
E a verdade foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a mentira:
– Bom dia, dona mentira.
– Está muito calor hoje, disse a mentira.
E a verdade vendo que a mentira falava a verdade, relaxou.
A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio. Despiu-se de suas vestes, pulou na água e disse:
-Venha dona Verdade, a água está uma delícia.
E assim que a verdade sem duvidar da mentira tirou suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da verdade e foi embora.
A verdade por sua vez recusou-se a vestir-se com as vestes da mentira e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua.
E aos olhos de outras pessoas era mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade nua e crua.
in Forum Elos

A ALEMANHA PARECE RENUNCIAR A UM PAPEL ACTIVO NUMA POLÍTICA VERDADEIRAMENTE EUROPEIA

Falhanço da Política alemã ou Precipitação do Momento?

Steinmeier, Presidente alemão, confessou em Berlim a 4 de abril de 2022: “A minha aderência ao Nord Stream 2 (1) foi claramente um erro. Mantivemos pontes em que a Rússia já não acreditava e que os nossos parceiros nos advertiam contra”… falhámos ao querermos criar uma casa europeia na qual a Rússia estivesse incluída. Falhámos com a abordagem de integrar a Rússia numa arquitectura de segurança comum”.
Pensando em termos geoestratégicos sou do parecer que, Steinmeier é um exemplo de uma apressada política europeia que conduza a um distanciamento definitivo da Rússia da Europa e, além de impedir a construção de uma verdadeira casa europeia condiciona a Europa a estar sempre envolvida nos interesses dos EUA.
O facto de ainda hoje a Alemanha se encontrar condicionada ao estacionamento, em seu território, de armamento nuclear e soldados americanos não a deveria impedir de com a França apostar numa política de paz europeia. Os políticos deveria ser movidos menos por pressões do que por objetivos a longo prazo; numa era, em que se preanuncia uma China como a próxima grande Senhora Dama no mundo, seria um erro europeu se a Rússia se unisse a ela e não à Europa. A Europa tem de se consciencializar que mais que uma província da América do Norte poderá vir a ser uma província da Ásia se não actuar agora no sentido europeu!
Precisamos de políticos corajosos e inteligentes como Mikhail Gorbachev que pensava em termos históricos e por isso pedia compreensão aos europeus para não quererem tudo rapidamente e só à sua maneira!
Gorbatschof foi o grande homem da paz que possibilitou iniciar-se a união na Europa; sem ele não haveria a união alemã. É pena não termos políticos à sua altura para seguirmos nas suas pegadas!

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://antonio-justo.eu/?p=7277

OS NOSSOS DESCENDENTES IRÃO RIR-SE DE NÓS!

O negócio vai bem e as pessoas vão morrendo

A guerra na Ucrânia não é uma guerra como qualquer outra; nela estão também directamente envolvidos civis na qualidade de combatentes de rua.

A guerra começou por causa de negócios e de influências e continua por causa do comércio e de interesses de domínio.

O armamento é um negócio lucrativo; os países fortes investem nele para manterem o seu domínio; no final da guerra, a Ucrânia e nós é que recebemos a factura.

A Alemanha já entregou 500 mísseis antitanques, 500 mísseis antiaéreos Stinger e 2.000 mísseis Strela e outro equipamento a Kiev (HNA 05.04.2020). É assim que o conflito vai continuar a escalar! A Alemanha tornou-se assim também uma parceira da guerra. A Alemanha não aprendeu com o seu envolvimento na Sérvia, Afeganistão, Mali, etc. Quando começará o ponto de viragem para uma política da paz?

A imprensa alemã relatou que foram entregues aos civis ucranianos em Kiev Kalashnikovs e outras armas. Isto mostra que esta não é uma guerra como as outras; além dos interesses nacionais em defesa joga-se também com o fanatismo, o que torna tudo mais complicado. E depois o que podemos espera de um soldado russo quando é alvejado por civis?

Não se trata aqui apenas de tomar uma posição numa guerra supérflua, mas também de perceber o que está realmente a acontecer.   Ainda é muito cedo para se interpretar o que aconteceu em Butsha de forma precipitada e unilateral. Na guerra a verdade é a que mais sofre e a imprensa está geralmente do lado do seu próprio sistema.

Tentar convencer a Rússia a deixar a guerra como nação derrotada e com sanções é uma ilusão. O facto de só o caracter narcisista de Putin ser atacado nos meios de comunicação social esconde que existem os interesses de uma nação por detrás do presidente!

Como as coisas se estão a desenvolver, Putin fica com Donbass (território pró-russo), verá confirmada a aquisição da Crimeia e poderá jogar com o trunfo de Mariupol. Como compromisso, a nova Ucrânia poderia entrar na UE, mas não na NATO. Assim, a Ucrânia que hoje se tornou num obstáculo ao diálogo tornar-se-ia numa ponte entre a União Europeia e a Rússia. Doutro modo, a Europa renunciará por muito tempo a um baldado sonho de voltar a ser ela mesma e os que apostam em repartir o mundo é que ganharão, também apenas por algum tempo. Esperemos pelo dia em que a Europa e a Rússia se comportem como irmãos!

Assiste-se a uma emocionalização geral da nossa interacção social e isto empurra a argumentação para segundo plano. O interesse por uma política da paz  parece diminui também nas populações!

Tudo leva a crer que como resultado deste imbróglio irão surgir duas ordens mundiais: uma de caracter mais autoritário de economia socialista (asiática) e outra de caracter mais liberal a economia capitalista (ocidental)!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo