COM A ESCUSA DA UCRÂNIA OS EUA GANHARAM A GUERRA DO GÁS E CONSEGUIRAM DESNORTEAR A EUROPA

A maior victória dos EUA foi criar a separação entre a Alemanha /Europa e a Rússia

Os USA fizeram tudo por tudo por bloqueara o projecto Nord Stream 2 (o grande negócio do gás entre a Alemanha e a Rússia), um dos maiores investimentos privados em infraestruturas europeias. Os EUA já tinham imposto sanções às empresas envolvidas na construção do gasoduto Nord Stream2 que passando através do Mar Báltico liga directamente a Rússia à Alemanha! Finalmente a guerra veio pôr fim ao projecto que já se encontra concluído desde 10 de setembro de 2021 (1). Por razões políticas, não chegou a ser posto em funcionamento, embora tenha custado 11 mil milhões de euros!

Os EUA defendiam, dessa maneira, a exportação do seu gás líquido de xisto para a Europa (esse gás polui imensamente o ambiente na sua aquisição) a um preço muito mais elevado que o gás natural da Rússia! A construção do gasoduto Nord Stream 2 projecto teve sempre os EUA contra ele por razões políticas e económicas! Agora, com a invasão russa na Ucrânia os EUA ganharam mais esta guerra para eles. A Alemanha recebe 55 por cento do seu gás da Rússia! O gás natural forneceu quase 26,7% da energia consumida na Alemanha em 2021 (2). Em janeiro de 2022, foi vendido na Alemanha gás natural no valor de cerca de 6,7 mil milhões de euros.

O gasoduto em funcionamento é o Nord Stream 1 inaugurado em 2011; ele passa pela Ucrânia que recebe também contrapartidas económicas da Rússia pelo facto da conduta de gás passar por lá.

Os EUA estão já a colher os frutos da sua guerra com a Rússia na Ucrânia.

A irracionalidade desta guerra e dos políticos europeus (3) estão à vista na tragédia ucraniana e manifesta-se também nos acordos imensamente desfavoráveis para a Europa e no facto de agora os europeus já iniciarem negociações de compra de gás com os Emirados Árabes Unidos (Qatar), que anda envolvido com a Arábia Saudita numa guerra de agressão contra o Iémen. Enfim, um país que faz o mesmo que a Rússia faz na Ucrânia!… E o povo, de cabeça perdida bate palmas engolindo cobras e lagartos! No Qatar, uma mulher que é violada chega a ir para a prisão por ter sexo extraconjugal. O Ocidente tornou-se mais liberal indo agora para a cama com todos depois de cortar relações com a prostituta Rússia!

Nada serve a paz na Ucrânia se as causas da invasão russa da Ucrânia não puderem ser nomeadas; sem as ter em conta, é difícil encontrar uma solução e, portanto, um fim para a guerra. A principal causa da guerra foi o conflito de segurança geoestratégica e de interesses político-económicos de poder entre a NATO e a Rússia. O conflito só pode ser terminado entre estes dois parceiros, muito embora Selenskyj que deixaria de fazer má figura e o sangue deixaria de correr na Ucrânia.  A Ucrânia, transformada em cavalo de Troia de interesses de terceiros, será a que perderá tudo.

A grande vantagem económica e militar para os EUA foi criar a separação entre a Alemanha /Europa e a Rússia e disciplinar a Europa de maneira a submete-la totalmente aos interesses da NATO, sua ponta de lança.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7277

(1) Tem um comprimento total de 2460 quilómetros (duas cordas de 1230 quilómetros cada).  No entanto, metade do projecto de onze mil milhões de dólares foi financiado pelos gigantes da energia e do petróleo Shell, OMV, Engie, Uniper e Wintershall DEA.

(2) O consumo de energia na Alemanha: https://gas.info/energie-gas/erdgas/entstehung-erdgas/import-und-herkunft-erdgas

(3) Precedentes da Guerra: https://www.triplov.com/letras/Antonio-Justo/2014/ucrania.htm

 

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

36 comentários em “COM A ESCUSA DA UCRÂNIA OS EUA GANHARAM A GUERRA DO GÁS E CONSEGUIRAM DESNORTEAR A EUROPA”

  1. Meu caro,
    Visto o que publicou daqui (Acorda Portugal) a nada vai ter aqui os empenados do cérebro à trata-lo de todos os nomes possíveis e imaginários. Bem haja pelo que publicou.

  2. Muito obrigado! Boa essa, dos “empenados do cérebro”! Muitos não se dão contam que se tornaram uns penteados mentais por não porem o fósforo cerebral a funcionar de maneira a ter ideias próprias e seguem a opinião da enxurrada, ou da Maria vai com as outras!

  3. Os EUA estiveram na origem deste conflicto …
    a falta de Estadistas nesta UE de politicos de pacotilha, fez dela refém dos interesses económicos americanos no fornecimento de gaz e de rearmamento

  4. Foi um erro em termos energéticos a Europa ficar dependente de um único fornecedor ou seja tal como nos investimentos, não se devem por os “ovos todos no mesmo cesto”. Felizmente até na Europa temos quem nos possa ajudar a não depender de ninguém em particular. FB

  5. Joaquim Rosa, o problema é que a Europa não é independente em termos energéticos e a falta de concorrência com os países do bloco concorrente favorecerá o abuso dos fornecedores! O gás que vem dos EUA será muito mais caro e além disso, como digo no artigo, a Europa já está a negociar com estados árabes…

  6. Haja quem tenha os olhos abertos e não se deixe levar pelas cabeças louras alheias que nada veem.FB

  7. ✔️nem sempre estou de acordo com as opiniões do António Justo, mas desta vez acertou em cheio!

  8. Alfredo Stoffel, não escrevo para que as pessoas estejam de acordo ou em desacordo com o que penso e escrevo nem escrevo para públicos alvo! O pensamento não deveria ter partido embora a lógica esteja sempre condicionada à área cerebral de quem o produz e de quem o segue; se todos reconhecessem isto haveria menos guerras! Quanto a mim sigo apenas o que me é dado pensar e publico-o apenas num sentido de serviço. Mal seria do mundo se todos estivéssem de acordo com tantas coisas que se ouvem e dizem!

  9. Essa história do gás de xisto está mesmo muito mal contada e os gringos são muito dissimulados até então quem está perdendo são os ucranianos e quem vai pagar essa conta são os alemães.
    in Forum Elos

  10. António Cunha Duarte Justo não sou perito mas há muito gás e petróleo no Reino Unido e na Noruega. Talvez não chegue, mas é uma ajuda. O que fundamental é não estar dependente de um fornecedor , que nos pode chantagear. Felizmente Portugal é pouco dependente do petróleo russo, segundo as notícias.

  11. Joaquim Rosa, sim será uma pequena ajuda mas muito reduzida para satisfazer as necessidades do mercado e impedir uma subida ainda maior de preços. Não podemos continuar a apoiar uma política desastrosa europeia que nos irá colocar numa catástrofe também em relação à moeda e num mundo em que a política passa a não estar ao serviço do bem comum para passar a estar ao serviço dos interesses só de alguns! Na crise que se assiste na Ucraina há mais de 20 anos não podemos continuar a ser cegos ao que realmente se passou e se está a passar! Estamos todos a apoiar a guerra entre os USA e a Rússia (NATO)!

  12. António Cunha Duarte Justo os preços vão subir e já estavam a subir antes da guerra. Vamos ver o que isto dá…

  13. Não foi à toa que esses países recusaram a UE, um nunca lá entrou por referendo, e o outro referendou enquanto membro. Ambos não fazem parte. Aqui fica a lista dos países produtores de petróleo. Obviamente, a Europa fica imensamente a perder com a táctica das sanções sobre uma Rússia em Guerra com outro Estado soberano. Um pouco como acontece por todo o globo com as grandes potências económicas, tais como os EUA, que garantiram, com esta guerra, hajam coincidências, um negócio hiper-lucrativo, 4 vezes mais caro do que o enviado através da Rússia. Fica caro à Europa dizer não à guerra na Ucrânia, mesmo quando se manteve impávida perante outras guerras, na mesma Europa, e um pouco por todo o globo https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_pela_produ%C3%A7%C3%A3o_de_g%C3%A1s_natural?fbclid=IwAR1aUFYnOJWyaZT3wYu50wNZCnGyU2-su4EIIP4nEVc3pI5h4WHNwRAhLh0
    FB

  14. Amigo Justo e preclaro amigo ,

    1 ) Antes de mais , ficou provado à saciedade que a chanceler MERKEL foi a causadora imediata da situação de quase completa dependência da UE da energia, petróleo e gás natural da FEDERAÇÃO RUSSA ! Foi também responsável por a UE ter descurado a sua defesa …
    Não fora a NATO Putin não pararia pela Ucrânia…
    2 ) A tua comparação do Presidente Zelensky da Ucrânia ao ditador Fidel Castro é inaceitável, porque este era um serventuário do PC SOVIÉTICO !!! Zelensky é um presidente eleito, democrático, corajoso que defende o seu País, invadido, com sacrifício da própria vida !
    3 ) Não foram os EUA os causadores da invasão dum país livre, mas um DITADOR, “dono” dum regime cleptocrático que, como é sabido, não se conforma com o fim da UNIÃO SOVIÉTICA e pretende ser um NOVO CZAR …
    Não leves a mal a minha completa discordância com o teu texto !
    Um abraço

  15. Caro amigo JCM
    Obrigado pela tua argumentação! Quanto a “levar a mal”, penso que entre homens já feitos e com o cérebro no lugar dele e a funcionar, é coisa que não é de acontecer mesmo tendo em conta a inteligência emocional!!
    Quanto ao primeiro ponto, estou de acordo contigo se se ressalvar que a política da Europa deve continuar a ser mais que própria, uma política que reconheça os USA como o “irmão mais velho”!…
    Quanto ao ponto 2, a acentuação que pretendia fazer era a comparação da situação dos anos oitenta entre os EUA e a União Soviética e a possível situação actual a criar-se resultante do conflito a decorrer na Ucrânia (Conflito entre Rússia e USA/NATO em terreno ucraniano). Na crise dos mísseis cubanos, a Rússia e os EUA acordaram secretamente que os navios da URSS seriam recuperados, e após meio ano os EUA removeram os seus mísseis da Turquia, aparentemente argumentando que estavam “tecnicamente obsoletos”. Quanto à estilização ocidental de Zelensky como se fosse um tipo Nuno Álvares Pereira, tenho lido também muito sobre a sua personalidade política para o poder julgar como político oportuno para o democrático cargo que ocupa! De facto ele queria que a NATO interferisse e permitiu-se na Alemanha, ele e o seu embaixador, abusar da paciência dos alemães, que como cordeiros complexados aguentaram tais abusos!
    Quanto ao ponto 3 aceito os predicados que dizes sobre Putin mas os seus erros não irradiam do pensamento e da realidade os erros dos seus rivais EUA/NATO que desde 2007 têm sido cometidos na Ucrânia. De lembrar que na guerra civil ucraniana morreram 13.000 civis e 4.000 soldados sem que nós nos preocupássemos para o que estava a acontecer e cujo resultado se vê agora. Quanto à acção dos USA na Ucrânia limito-me a apresentar um relatório da RAND Corporation de 2019 ao Chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA intitulado “Extending Russia” (Alargamento da Rússia) onde se explica a estratégia a seguir para se desestabilizar a Rússia. O artigo pode ser acessado em https://www.rand.org/pubs/research_reports/RR3063.html .
    De resto sou de opinião que os políticos europeus, atraiçoaram os nossos interesses mais genuínos para servirem os velhos interesses dos EUA que pretendiam impedir que a Alemanha se irmanasse com a Rússia e na consequência a Rússia se irmanasse com a Europa! Na minha opinião, geográfica e geopoliticamente, logo depois da queda do real socialismo, a Europa deveria ter iniciado uma política de cooperação com a Rússia (a que na altura a Rússia estava aberta), certamente também pelo facto da EU não se encontrar ainda estabilizada e a europa do centro-sul não ver com bons olhos uma Alemanha demasiadamente ligada ao Leste! Creio que, pelo que pela inactividade política europeia nos restará ficarmos reduzidos, com o andar da História, a uma província asiática sob protecção dos USA.
    A Europa vai pagar bem cara a falta de visão e de interesse dos nossos políticos pela Europa!
    Veja-se o que estava em jogo já em 2014 na Ucrânia: https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/russia-e-china-o-eixo-da-politica-do-1206136?fbclid=IwAR3ht7MCb8qvqRKfdnxFY2mR328iAtKWDJ4-nEa_P56_tKyIVzJUja-cOxc
    De resto, amigos, amigos e negócios à parte!
    Um bnom fim de semana a toda a comunidade!
    Um forte e justo abraço, caro amigo
    António Justo

  16. Olá, Justo.
    Espero, nesta questão, não me ser aplicado o provérbio “ne sutor ultra crepidam”…
    Tal como o Quim Martins, não consigo acompanhar-te.
    De leste, nem bom vento nem bom casamento….
    Concedo que os USA quisessem abanar a Europa. E até era preciso. Não podem andar eternamente com esta ao colo.
    Já nos salvaram duas vezes….
    É fácil a Europa fazer de rica, gastando demais em lazer e bem estar (e é bom), descurando em absoluto a sua defesa…
    Sim, a Sra. Merkel, foi uma grande estadista, mas com os pipelines da energia andou a engordar o porquinho…
    Toda a gente deve poder escolher os seus parceiros e amigos…
    Convenhamos que a Ucrânia deve poder optar por um modo de vida europeu ocidental…mas, conceda-se, a oportunidade não foi a melhor…
    Numa Europa meio esquecida pelos Usa (cheios de vergonha com a passado no Afeganistão), em que até a Inglaterra foi de malas aviadas para Ásia/Pacífico, com o Putin cheio de gás, petróleo, dólares e euros e, sabendo da dependência que dele tem o ocidente, era preciso muita sorte para tal atitude não acirrar o imperador KGB/Putin.
    Vá lá que, ao menos desta vez, os europeus souberam unir-se e, uma vez mais com a ajuda dos USA, enfrentar o urso assanhado….
    Espero que, agora, a Europa, mesmo em detrimento de algum do seu bem-estar, invista em defesa por forma a poder impor algum respeito ao Putin ou aos seus sucedâneos…
    Uma vez, Stalin (se a memória não me atraiçoa) retorquiu perguntando a alguém, que lhe chamava a atenção para a influência diplomática do Papa, “quantos carros de combate possui?”.
    Um grande abraço.

  17. Meu caro amigo GRSantos,

    obrigado pela tua tomada de posição!

    É verdade que, o ser humano é obrigado a viver e a moldar livremente a sua própria vida de acordo com a moral, mas também tem de assumir responsabilidade para se poder comportar livremente. Isto, porém, significa que ele deve manter-se continuamente em processo de libertação e nesse sentido procurar manter-se livre de todas as influências que o impedem de fazê-lo. Temos todos de procurar manter-nos livres de todas as distorções do conhecimento e de todas as tendências erradas. Desculpa-me se estou a ensinar o pai nosso ao vigário, mas para isso temos de pôr peso especial na aquisição de conhecimentos para possibilitarmos maior responsabilidade no julgamento e nos actos da nossa vontade: penso que a pergunta legítima e adulta que se pode colocar a cada notícia ou fonte de informação (TVs, a minha ou outra) será, porque dá esta informação e não outra, o que se quer formatar em mim com esta informação, porque usa estas imagens e não outras, que sentimentos quer fazer suscitar no ouvinte, que interesses estão por trás desta notícia e não de outra, etc. isto para que a informação não produza apenas os efeitos que o emissor deseja provocar no receptor. Trata-se de potencializar a autoformação (sobretudo o pleno conhecimento do próprio dever e o fortalecimento das boas tendências). A procura da verdade é uma parte importante da tarefa moral de cada ser humano e de cada tarefa educativa para os outros.
    A minha intenção não era posicionar-me mas reflectir para me ajudar a mim mesmo a pensar e ajudar outros a pensar no sentido de cada um assumir responsabilidade e não se deixar levar pelo que os media querem que nós digamos e pensemos!
    É verdade que posso dar a impressão de tomar partido por Putin, mas não tomo, nem tão-pouco é minha a intenção prestar contrainformação mas sim tentar tematizar o que geralmente os nossos media não tematizam e, deste modo, contribuir para criar dúvidas pois parto do princípio que a dúvida é o melhor crivo da realidade pensada e aquela que possibilita em cada um de nós o seu jeito próprio. Como cristãos, embora marcados pelo pecado original, temos a vantagem de lutar com os nossos instintos mas também na certeza de nos encontrarmos remidos! Por isso não nos deixamos subjugar aos poderes deste mundo ou de quem tem a informação nas mãos (muito embora sob o pretexto de liberdade). A atitude de Jesus que caminhava sobre as águas do lago e viu que algum dos seus discípulos se afundava e apontava esse facto como falta de fé; penso que isto é muito válido hoje em que Jesus no pede para não andarmos sobre terreno firme como andam os deste mundo mas para aprendermos a movermo-nos sobre as águas sem perecermos. Esta é uma advertência que vale para mim e para cada um de nós porque de facto somos seres em processo como também já Moisés no dizia sobre Deus, sobre a Verdade : “eu sou o que sou, eu sou o tornar-se”! (Desculpa se repiti aqui o que costumo dizer porque é uma realidade que me move profundamente e me ajuda a dar “forma” ao meus ser!).

    Tenho insistido no que se passou antes da invasão russa (24.02.2022) porque observo uma intenção oportunista dos Media em geral ao querem fazer crer que o enredo em torno da Ucrânia se reduz à invasão russa. Para se perceber tudo isto implica ocupar-se um pouco com o estudo do imperialismo russo e do imperialismo dos USA (Uma história horripilante que nos obrigaria a distanciar-nos de um e de outro militarismo!).
    O facto de procurar distinguir os interesses de um polo e do outro e de apelar para a análise como esta guerra foi preparada (RÚSSIA/USA/NATO/EU e UCRÂNIA – esta como cavalo troiano) e os interesses subjacentes em jogo, não quer dizer que defenda os interesses de algum jogador! Estamos perante decisões e actos que são trágicos e criminosos dos dois lados (invasor russo com a sua maquinaria guerreira ataca o povo indefeso e o material do ocidente em que russos ucranianos e os soldados russos são atacados também pelos drones fornecidos pela Nato, tudo motivado por uma guerra económico-militar de meras hegemonias geoestratégicas que maquiavelicamente sacrificam um povo! O insistir no tema da Ucrânia no sentido de se ver também a perspectiva Russa e pretender trazer à memória o que aconteceu na guerra civil iniciada em 2014 depois de deposição do governo ucraniano preparada por forças ocidentais não quer dizer que esteja da parte de Putin.
    Pelo que me tem sido observar desde 2013, altura em que pensava que a Ucrânia integral se deveria tornar num Estado Federal Neutro, atendendo ao desenrolar posterior da situação, parto agora do princípio que se não nos quisermos envolver numa guerra mundial teremos de nos confirmar com a divisão da Ucrânia. Putin certamente quererá ficar com Donbass (um território pró-russo e com administração independente de Kiev), por outro lado quererá confirmar a aquisição da Crimeia; a grande dúvida ainda será se cederá, ou não, Mariupol. Como compromisso a nova Ucrânia poderia entrar na UE, mas nunca na Nato. Quanto ao respeito pelas opiniões, no que diz respeito à parte ocidental do discurso, a avaliação dependerá do ponto de partida: o dos que se alinham pela afirmação militar da Nato e o daqueles que defendem a formação e afirmação de uma Europa a reorganizar-se de maneira independente à política dos blocos existentes (eu mantenho-me na ideia de um projecto específico europeu!).
    Caríssimo amigo, desculpa o alongado conversar; importante é que continuemos soberanos, independentemente da possível visão individual e no respeito mútuo, sem nos deixemos determinar demasiado pelo que acontece.

    Grande abraço

  18. Bucha. Mariupol . Todo lo demás es literatura barata y de muy mal gusto para justificar al genocida Putin.

  19. Sendo eu uma simples cidadã e compreendi de imediato o objectivo dos EUA, como é possível os membros da UE não perceberem que estavam a ser usados como meninos ingénuos, como é possível serem tão irresponsáveis, como a situação da Ucrânia e da Europa

  20. Germana Pinto, a inteligência deles não chega à sua porque para eles quem manda são os interesses próprios e não os interesses do povo ou de uma civilização, a longo prazo! A Alemanha que tem uma grande influência na EU está imensamente dependente dos EUA, até devido às bases nucleares e aos milhares de soldados americanos em seu território! Também tenho a impressão que a Europa está dividida entre o norte (de espírito protestante) e do sul (de espírito romano-católico) sendo duas mundivisões que em vez de se integrarem se suportam. Assim a Alemanha, mais fiel à sua tradição adopta a mundivisão anglo-saxónica que é muito diferente da latina! Daí também a diferença entre uma política de caracter mais francesa/latina e uma política alemã. Em política trata-se da salvaguarda de interesses de elites e de Governos e não da salvaguarda dos interesses do povo ou de sua cultura!

  21. Em vários artigos mencionei alternativas. Pelo que me tem sido observar desde 2013, altura em que pensava que a Ucrânia integral se deveria tornar num Estado Federal Neutro, atendendo ao desenrolar posterior da situação, parto agora do princípio que se não nos quisermos envolver numa guerra mundial teremos de nos confirmar com a divisão da Ucrânia. Putin certamente quererá ficar com Donbass (um território pró-russo e com administração independente de Kiev), por outro lado quererá confirmar a aquisição da Crimeia; a grande dúvida ainda será se cederá, ou não, Mariupol. Como compromisso a nova Ucrânia poderia entrar na UE, mas nunca na Nato. Quanto ao respeito pelas opiniões, no que diz respeito à parte ocidental do discurso, a avaliação dependerá do ponto de partida: o dos que se alinham pela afirmação militar da Nato e o daqueles que defendem a formação e afirmação de uma Europa a reorganizar-se de maneira independente à política dos blocos existentes (eu mantenho-me na ideia de um projecto específico europeu!). Entre muitos outros artigos: Ucrânia Cavalo Troiano: https://antonio-justo.eu/?p=7116 Chegou a hora de Putin: https://antonio-justo.eu/?p=7129 ; Guerra da Informação: https://antonio-justo.eu/?p=7156 , Acirrar o Urso: https://antonio-justo.eu/?p=7149 , Contexto: https://antonio-justo.eu/?p=7191 ,
    Ucrânia entre imperialismo russo e ocidental: https://www.triplov.com/…/Antonio-Justo/2014/ucrania.htm DA GUERRA CIVIL UCRANIANA PARA A GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA À GUERRA EM TODA A EUROPA?: https://jornalpovodeportugal.eu/…/da-guerra-civil…/

  22. Carismático Alegria Piaget, as exportações dos EUA para a Europa (mais caras e poluidoras) aumentarão; os USA ganham com o alinhamento dos parceiros europeus no sentido da NATO aimentando imensamente os gastos militares; a União Europeia renuncia a fazer uma política própria que a beneficiarias a longo prazo para se subordinar aos interesses americanos de que a NATO é a sua ponta de lança.

  23. O Nord stream 1 passa pela Ucrânia desde 2011. A Rússia ainda hoje paga à Ucrânia pela passagem dele por lá! Por isso o filho de Biden quando se encontrava na Ucrânia como um dos chefes da companhia de gás se insurgiu tanto contra a construção do Nord Stream 2 que une directamente a Alemanha à Rússia.

  24. António Cunha Duarte Justo a Alemanha estendeu a mão à Rússia contra a opinião da UE comprando gás e petróleo. Mas Putin mordeu a mão a quem o ajudou .MERKEL .

  25. Luís Moreira, esse é um outro assunto bastante complicado até porque a União Europeia se viu pressionada não só por Trump mas pela política dos EUA que queriam ver cortada qualquer relação de cooperação com a Rússia para poder manter a Europa na sua dependência!

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