Responsabilidade anónima compromete os países de forma individual
O primeiro ministro António Costa comprometeu Portugal na guerra com o envio de blindados Leopardo para a Ucrânia como revelou à imprensa, não ele, mas o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky e isto à margem do Parlamento e de uma opinião pública descomprometida. Depois ainda vem o nosso Costa com a indústria de guerra às costas, desculpar-se da carestia da vida e tudo por causa dos outros, por causa da guerra. Temos em plena acção os lobistas da morte!
Não tem dinheiro para impedir a pobreza galopante, nem para a saúde e professores, mas tem dinheiro para quem de fora aposta apenas nas elites comprometidas do sistema português. Colaboramos na destruição da Ucrânia para depois termos de pagar reparações.
Como refere Miguel Sousa Tavares no Expresso: “O envio dos tanques Leopard para a Ucrânia representa uma mudança essencial e a dois níveis no papel dos países neutros, embora amigos ou aliados da Ucrânia… não se trata mais de enviar armas para ajudar Kiev a defender-se da invasão russa e a evitar que, como nos contam para adormecermos, depois da Ucrânia, Moscovo venha por aí fora até à foz do Tejo, mas sim de armas ofensivas que permitam a Kiev assegurar a tal vitória que, segundo o secretário da Defesa norte-americano, é o objectivo final da guerra e garantirá que nunca mais a Rússia se atreva a aventuras semelhantes, ainda que provocada. E, por outro lado, não sendo uma decisão colectiva, tomada no âmbito da NATO (o que implicaria o desencadear da Terceira Guerra Mundial), significa apenas uma decisão unilateral de cada país, tomada por vontade própria.”
Também Portugal não está interessado na paz mantendo-se na ilusão de vir a ganhar a guerra e também por isso não alinha com o Brasil na sua iniciativa de paz. Com a participação dos quatro tanques Portugal envolve-se de forma leviana numa guerra que não é sua, mas que faz para melhor justificar o pedido de ajudas à EU. É o tributo a pagar à EU e aos Estados Unidos. Que a Alemanha ainda o faça é mais compreensível por estar condicionada pelas bases nucleares que os EUA têm dentro do seu território.
Também Von der Leyen, ao mostrar uma certa paixão por Zelensky, atraiçoa genuínos interesses europeus nesta guerra geoestratégica além de isto ficar muito mal numa alemã!
Pena que uma Alemanha que já havia invadido a Rússia possa agora continuar com seus tanques de guerra na mesma linha. Os verdes expuseram-se como belicistas e todos estão agindo sem levar em conta o tratado 2+4! Os EUA, com Zelenskyj como seu representante, estão tentando estender a guerra para a Europa de modo a que cada país fique responsabilizado de forma individual e deste modo querer fazer ver às populações que a guerra não é com a Nato, mas com os seus países individualmente. Os Estados Unidos estão tentando, de forma inteligente e bem-sucedida, envolver a Europa na guerra para que possam depois embolsar o restante de seus lucros. A paz na Europa depende da Alemanha. A Grã-Bretanha está jogando o jogo dos EUA contra a Europa. Na Alemanha, os Verdes estão agora mostrando sua face agressiva e oportunista. “Sem armas e sem armamentos em zonas de guerra” era o lema da paz!
António CD Justo
Pegadas do Tempo