Os Países que mais contribuem para a Guerra no Mundo com Armas

António Justo

Segundo um relatório do Instituto de Investigação da Paz Sipri, os países que mais contribuem para as guerras com o comércio de armas são: USA (com 34% do comércio mundial), Rússia (22%), França (6%), Alemanha 5,8%), China (5,7%)

Os maiores importadores de armas são a Índia (12% do comércio mundial), Arábia Saudita (10%), Egipto (4,5%), Emirados Árabes Unidos (4,4%) e China (4%).

A Alemanha, com o exporte de armas para a Arábia Saudita apoia a guerra na Síria e no Iémen.

Com o exporte para a Turquia apoia a sua invasão na Síria contra os curdos.

Desde há milhares de anos não se conseguiu a paz com armas. Com elas só se conseguiu uma guerra atrás da outra.

Isto promete continuidade eterna porque as elites ganham com a guerra e o povo que sofre com ela interessa-se mais pelo jardim à frente de sua casa do que com a informação/formação que os que vivem melhor na sociedade lhes transmitem.

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

 

EM QUE MENTIRA ACREDITAR?

Por uma Paz de Terceira classe para a Síria já que outra é impossível

Por António Justo

No jogo de interesses de conflitos internacionais e nacionais e na consequente expressão mediática, a formação de uma opinião pública objectiva em questões complexas, torna-se irrelevante. Mais que a realidade factual ou apresentada como tal, interessa a discussão opiniosa coxa do “a favor” ou do “contra”, dando-se prevalência à emoção, sem interesse pela fundamentação do discutido. Assim passa-se a ter a verdade/mentira de Washington, a verdade/mentira de Moscovo, a verdade/mentira de Londres Paris, a verdade mentirosa da esquerda e da direita.  Passamos a ter perspectivas dos factos sem chegarmos ao conhecimento de uma realidade factual; mas, o que se torna estranho é que cada parte se satisfaz e vive da convicção emocional de possuir a verdade toda. Poderíamos chamar a este fenómeno, a realidade da opinião certa num Estado de verdade democrática. Este tipo de opinião é fraco, porque prescinde de argumentação e provas para se satisfazer com imagens, que pelo seu caracter visual real, dão a impressão de serem verdade, porque ordenadas num certo contexto.

No caso da Síria, terão sido usados gases venenosos: pelos rebeldes ou pelos do regime de Assad? A força da verdade-mentira dependerá dos interesses mais fortes e do lado geográfico em que se encontra o opinante, até que de indícios de culpabilidade se tornem provas. Neste caso será conveniente para as partes nunca se vir a ter a certeza; a dúvida ajuda os mais espertos.

Um acusado, num estado de direito, deve ser considerado inocente até que seja provada a acusação feita. Só depois vem o castigo. O Ministério Público (o queixoso) tem de provar a culpa do acusado. No caso da Síria optou-se pelo ataque e só depois deve vir a hora da diplomacia!

Na Síria não se esperou pelo resultado dos inspectores das NU. Primeiro veio o bombardeio e depois segue-se a inspecção. Torna-se enganador o facto de os acusadores exigirem da Síria que contribua para o esclarecimento.

A imprensa mais séria não fala do ataque de gás venenoso, fala sim do “suposto ataque de gás venenoso”.

A paz mundial é posta em causa com base em suposições, em vez de se investigarem os casos cabalmente; em guerra, os partidos conflituosos estão interessados em criar impressões que os beneficiem. O ministro de defesa dos USA dizia, há pouco, que crê num ataque de gás venenoso, mas não há nenhuma prova. O povo deixa-se levar por conjecturas e a política não tem sentido de responsabilidade política para com os cidadãos.

Duma é uma fortaleza do fundamentalismo islâmico que é confundido com rebeldes; a reconquista do Leste de Ghuta, tal como de Monsul e Alepo foram festejadas pela população como libertação.

Uma política bem-intencionada e realista pressuporia uma solução conjunta em que a EU, os EUA, a Rússia e Assad colaborassem à mesma mesa para se possibilitar uma paz que não seria possível no apoio aos rebeldes. Nesse sentido seria preciso mais política real e menos ideologia. A paz total é impossível devido aos interesses rivais também dos grupos muçulmanos no país e da luta dos sunitas e dos xiitas pela hegemonia na região.

Será preciso apostar numa paz de terceira classe já que o óptimo é inimigo do bom. Porque não deixar Assad no poder com o povo que o apoia e possibilitar mais bem-estar para a Síria, embora com alguns sobressaltos para os rebeldes em vez de fomentar a guerra civil, de fora.

Doutro modo só nos resta continuar a dançar entre a verdade da mentira e a mentira da verdade!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

ATAQUES DOS USA, FRANÇA E REINO UNIDO CONTRA A SÍRIA SEM MANDATO DA ONU

Engano e Propaganda é uma Tática eficaz

António Justo

No teatro das máscaras do mundo político quem pensa em justiça, parece não ver bem!

A encenação dos Média e da Política como preparação do povo para legitimar o ataque feito, a noite passada, à Síria foram vergonhosas e humilhantes para cidadãos adultos e para uma política acreditável.

Isto é indigno de um continente que se quer apresentar como o cavaleiro dos valores e do Direito. A “Europa dos Valores” agride hoje, sem provas do emprego de gás pelo Regime de Assad, tal como fez em 2003 para atacar o Iraque.

Os EUA com a França e o Reino Unido bombardearam vários alvos na Síria, com base numa suspeita de o Regime de Assad ter usado contra os rebeldes, gás venenoso no fim de semana passada. Ao atacarem um aliado da Rússia complica-se a questão. Mas não matando soldados russos nem centros operacionais russos, o problema passa, como é comum nestas questões a não o ser!

O presidente francês Macron disse que havia evidências do emprego de gás venenoso, (por quem?) mas não as apresenta. Embaraçoso é o facto de horas antes, especialistas da Organização das Nações Unidas para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) terem pretendido visitar Duma (arrabalde de Damasco), no sábado, para verificar se tinham sido usadas armas químicas.

Segundo a imprensa alemã, Merkel, que se tinha negado a participar numa intervenção na Síria, defendeu a ação militar, classificando-a de “necessária e apropriada”, apesar de ter sido feita sem mandato da ONU; os partidos AFD, Verdes e Esquerda criticaram-na como prematura e, além disso, torna-se destruidora de provas.

Assim a discussão perde-se numa questão de opinião. O estratega Putin está a sair-se bem desta tristeza.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, eles conseguiram interceptar 71 dos 103 mísseis.

Os interesses inatos para uma paz sustentável na Europa constarão em fomentar e manter boas relações com a Rússia! A longo prazo, o destino europeu dependerá em grande parte da Rússia que é um país “intercontinental”.

Com esta intervenção militar, Trump desvia as atenções da sua pessoa na América e prepara o caminho para melhores relações entre as nações aliadas.

Engano e propaganda é uma tática que sempre funciona. Os motivos para a guerra do Iraque e da Líbia foram mentiras e agora para atacar a Síria baseiam-se em suspeitas.

Se a guerra continuar, mais refugiados haverá a quererem entrar na Europa e, muito do povo europeu, em vez de chamar os seus políticos à razão, encontra o seu alibi na crítica aos refugiados.

A razão dos potentados não conhece limites!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

O AUMENTO DAS REFORMAS NA ALEMANHA SUPERA OS 3%

António Justo

A partir de Julho, nos antigos estados federais, as reformas são aumentadas de 3,22% e de 3,37 nos novos estados federais.

Em mil euros dá-se um aumento de 32,2 euros no oeste alemão e 33,7 euros no leste da Alemanha.

Como base de orientação para o aumento das reformas foi tido em conta o aumento salarial de 2,93% no Oeste e de 3,06 % no Leste.

Prevê-se para 2018 uma inflacção de1,7%.

O valor da pensão (Rentenwert) ou seja, o valor dos pontos de pensão (Entgeltepunkte) também são aumentados a partir de julho. O aumento na zona ocidental passa de 31,03 euros para 32,03€ e no Leste de 29,69€ para 30,69€.

Desde 2014 a reforma teve um aumento de 12% na parte ocidental da Alemanha e de 16% na oriental.

A reforma na antiga Alemanha socialista atinge assim os 95,6% do nível ocidental

Em 2017 a caixa de pensões teve um superávit de 300 milhões de euros.A receita foi de 293,5 bilhões e as despesas 293,2 bilhões de euros.

Aposentados ficam sujeitos a impostos a partir de uma reforma de 9.000 euros (esposo e esposa 18.000). Como refere Focus online, se o rendimento tributável mensal dos aposentados exceder 750 euros (900 euros divididos por 12 meses), eles devem pagar impostos sobre o excedente. Além da renda de pensão, outros rendimentos, tais como rendimentos de investimentos, renda ou pensões profissionais também incluem renda tributável.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

DINAMARCA CONTRA SOCIEDADES PARALELAS!

Integração forçada?

António Justo

O Governo dinamarquês apresentou um projecto para “uma Dinamarca sem sociedades paralelas: nenhum gueto até 2030.” O presidente Rasmussen argumenta: “ainda temos tempo para mudar a tendência, mas, para isso, temos que reagir agora”.

O governo quer transformar em bairros dinamarqueses normais as 22 áreas sociais problemáticas (guetos), identificadas como tal na Dinamarca, segundo o governo, para evitar vandalismo, criminalidade em torno da droga, roubo e ameaças de outros moradores dos guetos.

Senhorios poderão terminar o contrato a moradores que tenham antecedentes criminais; pessoas anteriormente condenadas não poderão estabelecer-se em guetos e moradias problemáticas que devem ser demolidas até 2026” (HNA 19/03); moradores recebem novas habitações com melhor ambiente de integração; para isso são previstos 1,6 bilhão de euros.

Os pais, nos Guetos, serão obrigados a mandar os filhos (a paritur do primeiro ano) para os jardins infantis gratuitos do estado, doutro modo é-lhes cortado o abono de família. O abono de família também será diminuído a alunos que tenham uma quota de falta à escola de 15% do trimestre. No ano pré-escolar as crianças farão um teste de língua e se o resultado for insuficiente terão de frequentar cursos nas férias de verão. (O Abono de família na Dinamarca é de 145 Euro – criança 0-3 anos)

O programa tem também a aprovação dos social-democratas embora se encontrem reticentes no que toca a alguns aspectos radicais.

O Governo quer que todas as pessoas tenham na Dinamarca o direito a afirmar-se e a serem livres e iguais segundo o Direito Fundamental.

O problema surge se se considerar que os muçulmanos imigrantes e que seguem outros sistemas de valores.

Numa população de 5,6 milhões a Dinamarca tem 490.000 imigrantes.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,