TRIBUNAL BRITÂNICO DETERMINOU A EXTRADIÇÃO DE JULIAN ASSANGE

Um tribunal londrino emitiu a ordem de extradição, do fundador do WikiLeaks (1) Assange para os EUA. A decisão ainda tem de ser aprovada pelo Ministro do Interior britânico.

Assange terá que enfrentar uma sentença de prisão talvez perpétua por publicar documentos secretos sobre crimes cometidos nas guerras no Iraque e no Afeganistão. Assange esteve preso durante três anos sem julgamento ou sentença.

Custa a crer que em democracia, alguém que expõe crimes de guerra e violações dos direitos humanos tem que esperar prisão por isso.

De facto, “jornalismo não é crime”! Não foi Assange que cometeu crimes, mas sim os Estados membros da NATO que estiveram envolvidos nos crimes de guerra. O Ocidente perde credibilidade quando condena medidas autoritárias em governos autocratas e em sua casa – a casa da democracia – se comporta de maneira semelhante!

Quem se mete com os poderosos apanha e o mundo aceita!!!

Membro honorário de PEN: https://antonio-justo.eu/?p=6830

Julian Assange: vítima da liberdade de expressão?: https://bomdia.eu/julian-assange-vitima-da-liberdade-de-expressao/

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

 

(1) https://de.wikinews.org/wiki/Hauptseite

MARCHAS E MANIFESTAÇÕES DE PÁSCOA PELA PAZ

Na Alemanha é costume, na véspera da Páscoa, fazerem-se marchas de manifestações pela paz e desarmamento!

Este ano houve grandes manifestações em 120 cidades por soluções diplomáticas e contra o rearmamento.

As guerras pelo mundo parecem criar um espírito de fatalismo que não  toca com os governantes.

Há a tendência de enterrar a cabeça na areia quando há perigo, tal como faz a avestruz; não se quer saber dos porquês, talvez numa reacção de auto-protecção, devido à complexidade do mundo e aos interesses económicos das grandes potências mundiais que determinam a opinião das suas populações e aliados.

Somos todos testemunhas de uma crise do cérebro! Observa-se uma alternância de apontar o dedo. A força das armas enfraquece o carácter!

Quem não chega à conclusão que temos de construir a paz com os adversários poderá permanecer eterno soldado! Torna-se urgente dizer não à militarização e sim à cooperação.

É um escândalo que a indústria de armamento exija ser classificada como força de sustentabilidade nos orçamentos do Estado.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo.

UCRANIANOS E RUSSOS JUNTOS NA VIA SACRA NO COLISEU DE ROMA

A Ucrânia tem 45 milhões de habitantes sendo 77,8% ucranianos e 17,3% russos

O Vaticano quer enviar um sinal de paz na Ucrânia na procissão tradicional na Sexta-feira Santa (às 21h15).

Durante uma parte da Via Sacra, uma família ucraniana e uma russa devem carregar a cruz juntas na penúltima das 14 estações.

A embaixada da Ucrânia na Santa Sede manifestou a sua preocupação pelo facto de uma mulher ucraniana e outra russa carregarem a cruz em comum durante a Vía Crucis, presidida pelo Papa Francisco. A Santa Sé não reagiu!

Com esta  reacção da Embaixada da Ucrânia mostra-se que o governo não está interessado na paz dentro da Ucrânia.

De acordo com o censo oficial de 2001, 77,8% da população é constituída por ucranianos, 17,3% russos e mais de 100 outros grupos étnicos que vivem na Ucrânia. Na Ucrânia 11,36 milhões são russos (cf. Nota1).

Existem grandes minorias russas nas regiões ucranianas de Luhansk (Lugansk russo; 39,0%), Donetsk (38,2%), Kharkiv (25,6%), Zaporizhzhya (24,7%), Odessa (20,7%), Dnipropetrovsk (Dnepropetrovsk 17,6%), Mykolaiv e Kherson (14,1% cada).

Na a Crimeia vivem 2,35 milhões de pessoas: cerca de 60 % são russos, os ucranianos constituem 25 % da população.

Uma tristeza, quando um Estado não reconhece os próprios cidadãos! E pior ainda quando o ocidente age como se não conhecesse a situação na Ucrânia desde 2008.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.goruma.de/laender/europa/ukraine/bevoelkerung-staedte

MACRON E MARINE LE PEN À FRENTE NA PRIMEIRA RONDA PARA AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA FRANÇA

Segundo a TF1, o Presidente Macron continua a ser o favorito com 28,6% dos votos e Le Pen ficou distanciada com 24,4% na primeira volta de 10.04.2022. A extrema esquerda de Jean-Luc Mélenchon obteve 20% e a extrema-direita de Éric Zemnour cerca de 7%; a conservadora Valéri Pécresse 5%, a socialista Anne Hidalgo 2%; os Verdes com Yannik Jarot 4,5%.
Macron está muito comprometido com a UE e tenta com a Alemanha ser o eixo da União Europeia.
Le Pen está distanciada da Alemanha, procura cooperação com Budapeste e Varsóvia, e quer mais segurança, menos islamismo e menos UE (como relata o HNA 11.04).
Com Le Pen, a frente pró-Ucraniana dos EUA e da Europa vacilaria. Le Pen quer voltar a ser parceiro da Rússia depois da guerra.
Com a guerra na Ucrânia, Macron foi capaz de se elevar do baixos prognósticos que tinha apesar de alguns sucessos do seu governo.
O resultado das próximas eleições de 24.04, dependerão muito do talento de Macron e de Le Pen na rectórica e do comportamento da extrema esquerda nas eleições!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

A IDENTIDADE DE GÉNERO NÃO É ASSUNTO PRÓPRIO PARA CRIANÇAS

Primeiro está a Dignidade e a Singularidade de cada Pessoa

A Florida nos EUA proibiu, por lei, o ensino da orientação sexual e da identidade de género nos jardins-de-infância e nas escolas primárias.

A lei pretende proteger as crianças e os direitos parentais. Para os estudantes mais velhos, o currículo deve ser mais restrito.

A legislação adverte que as escolas não devem ser usadas para “sexualizar crianças”. Os pais devem poder processar por danos se suspeitarem violações da lei.

Os direitos da comunidade LGBTQJ (gays, bissexuais, trans, queer e pessoas intersex) são assim restringidos.

O exagero do LGBTQJ, com o seu lóbi influenciador da legislação identitária, em todo o mundo, corre o perigo de contribuir, pelas suas actividades, para estigmatizar os homossexuais em vez de os livrar de preconceitos sociais! Querer confundir a regra da heterossexualidade com a excepção da homossexualidade, não ajuda os homossexuais, pelo contrário, porque a razão do respeito e tolerância (quer pelos da regra quer pelos da excepção a ela) vem da dignidade e singularidade de cada ser humano e não se baseia num princípio de igualitarização; a igualitarização (formatação) social indiferenciada só poderá ter sentido e ser válida perante a lei, que deve tratar democraticamente todos igualmente. A dignidade e singularidade de cada pessoa (independentemente das diferenças individuais) é anterior a cada ideologia ou sistema.

Muitos pais confiam totalmente na Escola, não sabendo sequer, que seus filhos, por vezes, se tornam vítimas de ideologias!

Independentemente da altura em que uma criança experimente a sua primeira paixão, importante é que os sentimentos das crianças sejam respeitados e por isso nem professores, nem os colegas, nem mesmo os pais têm o direito de desrespeitar, os seus sentimentos, a intimidade e desenvolvimento da criança!  A intimidade pressupõe confiança que a criança experimenta e provém da segurança e aceitação sentida na própria casa dos pais. Este ambiente familiar fomenta uma base emocional estável que a criança adquire quando sente que é amada e aceite como é.

Cada criança, cada ser humano é um ser especial independentemente do seu sexo biológico e da sua inclinação psicológica.

Atendendo a uma vida social cada vez mais diferenciada, é tarefa da escola impedir qualquer exclusão ou discriminação que ocorra entre os alunos e ensiná-los a lidar com a diversidade individual e social, sem que ela como escola, se torne em portadora de ideologias sociais que vão surgindo com o tempo ou possivelmente inerentes a cada governo.

Há ministérios da educação e escolas que, muitas vezes, levados pelo espírito da ideologia/tempo, confundem humanismo com expressões modernistas ou educação integral com formatação intencional da personalidade.

A educação escolar tem uma função complementar e não de substituir ou ir contra a educação ministrada pelos pais. Doutra maneira surge a luta rival pelas competências entre o Estado e a família, o que não seria próprio de um Estado livre e isento.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo