NESTA GUERRA, COMO NAS OUTRAS, A VERDADE É PARTIDA E REPARIDA

Voltaire dizia: “A história é uma mentira com a qual as pessoas concordaram”

Se não fosse a mentira não haveria soldados em combate! O problema é que a mentira de um lado se torna na verdade do outro lado e vice-versa. E a acrescentar a esse mal, ainda se torna mais fatal o facto de o povo querer certezas!

A grande mentira ocidental é querer fazer crer ao povo que a guerra na Ucrânia não é uma guerra entre a Rússia e os EUA/NATO na defesa de meros interesses económicos e estratégicos das duas potências. Ao declararem a invasão russa como uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia estão a fazer do seu público pessoas ingénuas que importa alinhar no sentido das suas fileiras! O mesmo faz a Rússia do seu lado.

A falta de critério encontra-se numa União Europeia que se depara entre a Rússia e os EUA e não se dá conta nem do que é, do que quer, nem da sua posição. Em vez disso tem servido os interesses americanos não interessados em findar a guerra. A UE perdeu a sua ocasião histórica de, numa fase intermédia, fomentar uma política no sentido de uma Ucrânia neutra e independente! Entretanto, devido ao acirrar guerreiro, Putin já se encontra no direito de integrar parte do território da Ucrânia na Rússia, o que irá acontecer.

Putin manifestou sempre a exigência do cumprimento do compromisso assumido pela NATO de não ampliar o seu território em direcção à Rússia. Quando Gorbatchov em 1990 permitiu que a RDA (Alemanha de Leste) se unisse à Alemanha ocidental (RFA) foi dada garantia nos protocolos de 1990 de que a OTAN não se expandiria para Leste.

Há um ditado atribuído a Gorbatchov que admoesta: “Aquele que se atrasa é punido pela vida”.

E a Europa distraiu-se, esquecendo-se de ela mesma, para andar a fazer o jogo dos outros!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

OUSA PENSAR!

Selenskyj tem assumido neste conflito (entre Rússia e OTAN) o papel que Fidel Castro assumiu na crise cubana entre USA e União Soviética. Fidel Castro quis convencer Khrushchev a fazer um ataque nuclear surpresa.

Afortunadamente prevaleceu a razão entre Khrushchev e John F. Kennedy, que concordaram num compromisso que evitou uma guerra mundial e uma guerra atómica!

Na crise dos mísseis cubanos, a Rússia e os EUA acordaram secretamente que os navios da URSS seriam recuperados, e após meio ano os EUA removeram os seus mísseis da Turquia, aparentemente argumentando que estavam “tecnicamente obsoletos”.

Felizmente a OTAN ,  Alemanha e França têm manifestado uma certa contenção neste conflito, o que tem impedido uma tragédia para toda a Europa.

O presidente Francês Macron e em parte a Alemanha têm tido uma política razoável em favor da paz preferindo dialogar com Putin do que recorrer a uma intervenção ou maior armamento da Ucrânia, o que Selenskyj tem pretendido, sem consideração por perdas nem se importando com um consequente incêndio atomar em toda a Europa. Macron considera que o envio de mais armas para a Ucrânia tornaria um cessar-fogo ainda mais difícil e só criaria mais alvos para o exército russo.

Os latinos diziam: “Sapere aude”, atreve-te a pensar!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

INSULTOS PESSOAIS DE BIDEN A PUTIN SÃO GOLO NA PRÓRIA BALIZA

Já não parece SER SUFICIENTE a guerra económico-militar!

Joe Biden, no encontro de refugidos na Polónia, disse: “Por amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder”; além disso classificou Putin de “carniceiro”! Esta frase só poderia alegrar militares e serviços secretos.

O Presidente Biden meteu o pé na poça e indirectamente fez propaganda por Putin na Rússia. O Kremlin esclareceu cinicamente que Biden não é o dono da Rússia, declarando: “Isto não é decidido por Biden, o presidente da Rússia é eleito pelo povo russo”. Nisto até os russos da oposição a Putin são obrigados a estar de acordo com o Kremlin.

Com a frase, Biden provocou grandes estragos porque além de despertar velhos sentimentos transmitiu indirectamente a mensagem de que o Ocidente não está interessado em negociações. Pode dar a ideia que a estratégia dos EUA é uma mudança de regime na Rússia e não o fim da guerra.

De facto, a frase traz à memória a política de “mudança de regime” seguida na Líbia e no Iraque e que teve desastrosas consequência ainda hoje internacionalmente presentes.

Independentemente das razões para repudiar esta guerra brutal, Biden cometeu um grande erro.

Biden não é uma pessoa privada e embora tenha expressado o que a maioria do povo pensa, como não nos encontramos em época de eleições, expressá-lo torna-se num erro perigoso.

Num tempo em que os lobos com pele de ovelha da Rússia e do Ocidente andam à solta, há que estar mais atento ao que se diz porque o apoio esperado de um lado corresponderá à repulsa do outro.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

REFERENDO EM LUGANSK UCRÂNIA?

Os separatistas estão a planear um referendo na região disputada de Lugansk na Ucrânia. O líder separatista quer que a população vote sobre se a região deve aderir à Rússia, noticiou hoje a imprensa.

 

RÚSSIA E CHINA – O EIXO DA POLÍTICA DO SÉC. XXI?

ARTIGO ESCRITO EM 2014 ONDE DESCREVO A EXPLICAÇÃO E PREPARAÇÃO DO CONFLITO ARMADO DE HOJE ERRONEAMENTE DESCRITO COMO GUERRA ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA

Ucrânia entre Imperialismo russo e ocidental

 

A Ucrânia, tal comos a região das Balcãs, na primeira grande guerra mundial, dá ocasião ao surgir de uma nova configuração política das potências determinadoras do futuro no séc. XXI.

A Rússia, ao ser contrariada pelos interesses da EU/NATO na Ucrânia, demostra ostensivamente a sua reivindicação ao direito de ser reconhecida como potência mundial; para tal vira-se para a China e para a América Latina em oposição à política dos países da NATO. Utiliza uma estratégia própria na combinação oportuna de “vendas de armas, instalações militares e grandes projetos econômicos, de infraestrutura e de energia”. A nova estratégia de parceria com a China pode mudar o eixo axial da política no séc. XXI. O negócio entre a Rússia e a China da construção da conduta para fornecimento de gás à China e a construção de um canal transoceânico da Nicarágua como alternativa ao canal do Panamá, são passos que indicam determinação no sentido de as duas potências se unirem num projecto comum.

Ao avanço da presença do Ocidente ao longo das fronteiras da Rússia e na Ucrânia, a Rússia contrapõe a sua presença, como potência mundial, na América Latina.

A presença política arrasta consigo o negócio. Então, países como a Alemanha aceitarão o desenrolar natural dos acontecimentos e orientar-se-ão pelo brilho do negócio. Esta ofensiva económico-estratégica revela-se tão desesperada que pode determinar a divisão da Ucrânia.

Piora o clima entre as potências mundiais logo surgem centros ciclónicos devastadores das mais belas paisagens e dos mais belos biótopos culturais. Por trás das ventanias que arrasam florestas e destroem a bonomia do clima entre amigos e familiares, encontram-se interesses políticos, económicos e estratégicos. Quem aspira a mais, organiza-se em grupos de interesse porque sabe que no governo ou na oposição sempre se recebe mais do que no seio do povo.

Os grupos da Ucrânia, agora divididos e guiados pelas forças de ventos invisíveis, a modo das árvores no vendaval, batem-se uns contra os outros à mercê dos centros ciclónicos do poder. Os que se querem orientar pela Europa e os que preferem seguir a Rússia. Em nome da soberania popular dá-se a redistribuição de poderes e influências.

A Ucrânia, o maior país da Europa, tem 44,6 milhões de habitantes sendo 77,8% de etnia ucraniana e 17%, de russos e romenos está em perigo de ser dividida. O povo ucraniano já foi vítima do genocídio provocado por Estaline que vitimou milhões de ucranianos e da ocupação nazi que matou muitos milhões de pessoas, sofre as consequências de se encontrar como fronteira de dois imperialismos: o russo e o ocidental.

Quem pensa em termos humanos e de povo é contra a intromissão estrangeira; quem pensa em termos estratégicos e de poder compreende a luta das potências: uns a favor dos russos, outros a favor do ocidente.

Um país sobrano deveria ter a possibilidade à autodeterminação.

Uma Alemanha interessada em acordos de comércio com o leste, uma EU interessada num acordo de associação, e uma federação russa amedrontada, não são indícios de bons resultados para a Ucrânia; a Rússia sente-se ameaçada economicamente pela EU, militarmente pela Nato e socialmente pelos valores ocidentais de liberdade e democracia. A UE defende os seus interesses económicos e estratégicos na Ucrânia argumentado hipocritamente de pretender a salvaguarda dos direitos humanos e de um Estado de Direito. Infelizmente não usou da diplomacia para saber antepor-se aos combates armados entre a população ucraniana nem teve em conta uma Rússia traumatizada pela queda da União Soviética.  A Rússia tem os mesmos interesses na Crimeia e nas zonas orientais da Ucrânia como os ingleses no Gibraltar e nas ilhas Malvinas…

Uma Ucrânia endividada até à garganta com a dívida do gás e quase na bancarrota. Deve à Rússia 2,6 mil milhões de Euros pelo que Putin tenciona, a partir de Junho, só fornecer gás à Ucrânia a pronto pagamento. Até à ocupação da Crimeia vendia o gás à Ucrânia 30% mais barato, devido à Ucrânia permitir lá a base russa.

A Ucrânia, depois das eleições de 25 de Maio, irá ter de compreender amargamente a frase de Bismark: “Estados não têm amigos, apenas têm interesses”.

As missões de observação eleitoral da OSZE julgarão sobre o decorrer das eleições. Depois delas surgirá a discussão sobre quem as reconhece e quem não. As eleições não conseguirão o problema da Ucrânia que nela resume o conflito entre a Rússia e o Ocidente e entre população pro-Rússia e pró-EU.

A Rússia é o maior país do mundo, mas nas suas infraestruturas, é de facto, em grande parte, um país de terceiro mundo.

O futuro irá aproximar ainda mais a Rússia e a China até por razões de afinidade na defesa da integridade territorial e devido à sua extensão e aos povos separatistas.

No séc. XIX combatiam-se os estados, no séc. XX as ideologias e no século XXI combater-se-ão as culturas. Com a queda da União Soviética (1998) acaba-se o mundo bipolar para se iniciar a multipolaridade. Das guerras passar-se-á às guerrilhas; na formação de novas constelações, a guerrilha muçulmana tem-se mostrado a única arma estratégica eficiente contra a prepotência da guerra económica. Livre-nos Deus desta perspectiva real para o futuro.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, 23.05.2014

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https://www.triplov.com/letras/Antonio-Justo/index.htm

https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/russia-e-china-o-eixo-da-politica-do-1206136  e https://poramaisb.blogspot.com/2014/05/

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2022/03/presidente-selensky-s%C3%B3-sem-otan-com-a-ucr%C3%A2nia-destru%C3%ADda-e-com-o-povo-ucraniano-dividido.html

 

DIA MUNDIAL DO SONO

Hoje (18.03) é comemorado o Dia Mundial do Sono pela importância que tem na saúde e na qualidade de vida!

Quanto a mim, também penso que é importante dormir bem, mas sem esquecer que a noite não é só para dormir!

Os tempos que correm não são propícios para o bom dormir, por isso temos de arranjar modo de resolver a situação!

A melhor receita que até hoje encontrei para logo adormecer foi a de Abraham Lincoln:  pensar nos próprios defeitos!

Outra maneira que vem mesmo a matar será: não pensar em si e em vez disso fazer alguém feliz!

Costuma dizer-se que para dormir bem será melhor não ter vontade de adormecer! Excepção feita quando se espera por alguém!!!

Às vezes noto que aproveito o sono para sonhar o que o dia não possibilitou.

Também os há que se aproveitam da noite para pensar na “morte da bezerra”! Depois não se queixem!

Uma recomendação: sonhe com os diabinhos para melhor recuperar dos “anjinhos” que encontrou durante o dia!

E quanto ao levantar-se acho que é melhor não se apressar! E ter a gentileza de deixar o Sol levantar-se primeiro!

Quanto à minha parte prática para melhor adormecer, deito-me simplesmente na cama sem pensar em nada! Quando tenho a cabeça demasiado cheia ou o coração a abarrotar, costumo fazer o seguinte exercício geralmente recomendado: 1°  Inspirar durante quatro segundos. 2° Suspender a respiração durante sete segundos. 3° Expirar durante oito segundos. 4° Repetir o exercício até perder as contas!

Para algumas pessoas, também costuma ser solução ler um livro ou rezar o terço!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo