A ALEMANHA DECIDIU RENDER-SE ENTREGANDO ARMAS PESADAS À UCRÂNIA

A Alemanha sujeita-se ao Militarismo anglo-saxónico e entrega a Europa com ela ao Ditado dos EUA

O Parlamento alemão ao dizer sim à entrega de armas pesadas à Ucrânia (28.04.2022: 586 votos a favor, 100 contra e 7 abstenções), passa a fortalecer os interesses americanos contra os próprios. Esta decisão é mais um sinal da subserviência alemã (política e militarmente identificada e ocupada pelos USA) e com ela a subjugação da restante Europa ao sistema de dominação anglo-saxónico!  Este encontra-se estrebuchando nas fronteiras com a Rússia por se continuar a orientar por velhas doutrinas do divide para imperar e da subjugação financeira ligada internacionalmente ao dólar americano! O boicote económico à Rússia iniciou um movimento trágico, mas, por outro lado, libertador da subjugação ao dólar! De desejar seria que esta crise na Ucrânia possa ocasionar uma viragem histórica (nova ordem mundial) em que a Europa possa assumir uma política de paz através de uma Alemanha irmanada com a Rússia!… Paz na Europa só é possível com a Rússia e não contra ela.  É preciso só dar tempo ao tempo, com ele também os USA se tornarão companheiros da Rússia!

A população europeia encontra-se dividida nos que com os USA (maioria) apostam na guerra na Ucrânia e nos que são contra a guerra e defendem uma Europa com identidade própria e contra a hegemonia unipolar americana!

A Alemanha tem sido sobretudo um colosso económico-financeiro com interesses diversificados e como tal habituada a jogar em todo o mundo e de maneira especial na EU. A guerra na Ucrânia revela-se numa catástrofe para a economia da Alemanha que se afirmava em concorrência com a dos EUA.  Os EUA ao levarem a efeito a cartada político-militar concretizada na Ucrânia e ao obterem o apoio incondicional dos novos países da OTAN conseguiram quebrar a força do gigante da economia europeia. O facto de os EUA estarem a ganhar a guerra da informação na Europa deve-se também ao seu direcionado trabalho na Ucrânia e em países como Polónia e outros que, nos últimos anos, se iam afirmando contra certas medidas da EU. Os EUA conseguiram um papel regulador dos acontecimentos na EU e ao mesmo tempo desligar a Europa da Rússia para manterem a supremacia económico-militar no mundo! Enquanto os tecnocratas da EU se perdiam em contendas sobre valores e princípios do estado de direito com os seus novos membros, os EUA apoiavam-nos no sentido de uma política militar anti Rússia e de distanciamento da EU!  Numa palavra: enquanto a EU se perdia em discussões ideológicas a potência anglo-saxónica aproveitava-se das fraquezas da EU no seu sentido de domínio geoestratégico. Enquanto os europeus lutavam por valores os EUA lutavam pelo poder.

Com a precipitação dos acontecimentos na Ucrânia, a Alemanha não teve outro remédio senão ceder à pressão da EU/OTAN, embora o povo alemão se não se encontre convencido, o que se pode antever das hesitações do seu chanceler.  A Alemanha teve que ceder à pressão dos parceiros da OTAN enfraquecendo-se assim substancialmente; uma Alemanha enfraquecida significa também uma Europa mais dependente e com o tempo vencida!  Com as sanções económicas a Alemanha será na EU quem mais perde; este terá sido o maior erro dos USA e da EU que antecipará o fim do domínio anglo-saxónico.  Com a decisão do Bundestag a Alemanha acedeu aos tecnocratas da EU/OTAN e dá sinal de prontidão para ceder a precedência da Europa aos EUA que se afirmam através da política da OTAN.

A Alemanha está na iminência de se tornar numa parte beligerante na guerra ucraniana (advertem os partidos Esquerda e AfD e uma Alemanha para quem o legado cultural europeu ainda conta); provisoriamente será dos países da EU que mais prejudicados serão com o conflito; as dúvidas que a Alemanha apresentava para não ser envolvida definitivamente com a Europa na guerra dos USA contra a Rússia não foram tidas em conta pelo resto da Europa; a opinião pública, desde a invasão russa tem sido preparada no sentido de “legitimarem popularmente” a Nato a entrar directamnte na guerra. Com este gesto, a Alemanha coloca toda a Europa nas mãos dos interesses anglo-saxónicos. A longo prazo, isto significa que a Europa se trai a si mesma e além disso será envolvida nos futuros conflitos dos EUA contra a China.

Enquanto o Parlamento alemão confirmava, com o seu voto, os resultados da propaganda popular levada a efeito pela imprensa ligada aos interesses dos USA, o Chanceler alemão (Olaf Scholz) viajou para o Japão para avisar a China que não se aproveite da situação. Da Rússia a reação aos resultados do parlamento alemão foi, isto „vai acabar de maneira triste”!

As perspectivas são péssimas para a Europa. Com esta guerra os EUA conseguiram alcançar os seus objectivos de enfraquecerem a Rússia, subjugar a Europa, fortalecer o Dólar e garantir imediatamente fabulosas encomendas para a indústria americana!

Em política só valem os interesses dos mais fortes, o resto é apenas música de acompanhamento para os legitimar! Quem não compreendeu isto ainda não acordou para a realidade político-económico-social, ficando destinado a contentar-se com os améns das próprias opiniões frisadas! Quem quer poder alinha-se aos poderosos; isso acontece em política e no mundo do trabalho! Neste mundo, o oportunismo é lei!…

Sabe-se que mais armas criam mais conflitos, mas na guerra, como se pode ver, trata-se apenas de ganhar, as pessoas não interessam.

Agora a Ucrânia irá receber armas que também podem atingir objectivos em terreno russo! Selensky atingiu o que queria como actor dos USA. Selensky é um actor e comediante profissional, lavado com todas as águas, que, como consta na imprensa, no uso da sua profissão até nu tocava guitarra com os seus órgãos sexuais. Os governos na Europa mostram-se agora apenas como actores amadores.

É chocante como os tempos e as opiniões da sociedade mudam. Os verdes, antes pombas da paz transformaram-se em falcões. Os chamados representantes do povo que costumavam dizer “não a armas para zonas de guerra”, “nunca mais guerra” mentiram-nos.

“Eu costumava pensar que todos eram contra a guerra, até descobrir que havia quem fosse a favor. Especialmente aqueles que não têm de ir”, constatava Etrich Maria Remarque

A grande mentira que nos é impingida é espalhar-se a ideia de que os ucranianos combatem por valores ocidentais. Os interesses das grandes potências não se interessam por valores nem por moral; para eles isso é coisa para o povo! Em nome de valores vendem a sua guerra.

O recibo virá mais tarde. Para a classe política um alívio porque assim poderão vender a sua incompetência de uma política baseada em dívidas como consequência da guerra.

A Guerra geoestratégica (imperialismos) entre os USA e a Rússia revela-se uma Catástrofe para a Europa (1). Será criada uma nova ordem mundial, ficando o Ocidente de um lado e a Rússia e China do outro! Dado passarmos a não usufruir tão facilmente dos produtos baratos da China e das matérias primas baratas da Rússia, todo o cidadão terá de começar a viver mais modicamente!

Os EUA ao apostarem com Selensky na intensificação da guerra impediram que a Alemanha e a EU negociassem com a Rússia, numa de compromisso conciliador; deste modo contribuem para que a Ucrânia seja dividida e a Europa enfraquecida!

A Europa corre o perigo de se tornar meramente dominada pelo espírito anglo-saxónico; seria de esperar dela conseguir uma inclusão equilibrado das mentalidades anglo-saxónica, nórdica e latina! O espírito latino tem sido menosprezado, também na EU. É de esperar que depois do conflito na Ucrânia a Europa, após um curto período de horror volte a si para poder iniciar uma era da paz no mundo!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.youtube.com/watch?v=s-SubcsJRtI   ; https://www.thepostil.com/the-military-situation-in-the-ukraine/?s=09

https://www.lewrockwell.com/2022/03/david-stockman/washington-is-delirious-with-war-fever-for-no-reason-of-homeland-security/ 

http://www.european-news-agency.de/politik/biologische_waffen_in_der_ukraine_entwickelt-83427/ 

Ucrânia como Estado federado, com estados autónomos nas regiões da Ucrânia Oriental de Lugansk e Donetsk:   https://antonio-justo.eu/?p=7138 ,

Freitas do Amaral: https://cnnportugal.iol.pt/politica/ucrania/situacao-da-crimeia-foi-criada-por-provocacoes-do-ocidente?utm_source=facebook&fbclid=IwAR2zFO9vnKTOEoEKFHwGrJXcJv1KzzXRdeBjWla42ayCQrPyHd0-NdUJ3r4

Auch: Publikationen von Schriftsteller und Publizist Dr. jur. Wolfgang Bittner lebt in Göttingen. Von ihm erschienen 2014 „Die Eroberung Europas durch die USA“, 2019 „Die Heimat, der Krieg und der Goldene Westen“ sowie „Der neue West-Ost-Konflikt“ und 2021 „Deutschland – verraten und verkauft. Hintergründe und Analysen“.

 

SERÁ A ALEMANHA EUROPEIA OU AMERICANA?

Disponibilizo aqui a tradução de alemão para português  do meu texto publicado no jornal alemão HNA!

Tornou-se também a União (CDU/CSU) num defensor bélico na Alemanha? (a oposição parlamentar CDU/CSU em Berlin, tornou-se agora apoiante da política governamental de entrega de armas pesadas à Ucrânia!) No ar (social) nota-se um odor a vontade de guerra e um cheiro a quartel. Para limpar o ar, o chanceler deveria declarar o seu apoio à paz e estar preparado para negociar em vez de fornecer armas.

A Alemanha dá a impressão de ter um pensar e agir não europeu, mas americano!

Nesta guerra, a Europa é que está em jogo e está a ser abusada para os interesses dos EUA.

As entregas de armas apenas servem os objectivos dos EUA, que estão interessados em prolongar a guerra com a ajuda do presidente ucraniano.

Não é segredo que os EUA há muito que estão interessados em desligar a Europa da Rússia. Este é o seu objectivo a fim de fazer valer interesses estratégicos e de poder económico. Também a culpabilidade da Rússia não pode ser negada, mas culpar apenas a invasão russa pelo que está a acontecer na Ucrânia é, na minha opinião, seguir os acontecimentos exclusivamente sob a perspectiva dos interesses dos EUA/NATO, sem ter em conta as movimentações dos EUA e o papel dos oligarcas na Ucrânia até à invasão russa.

Na imprensa (mais popular), no máximo, a perspectiva alemã é mencionada de um lado e a francesa do outro (no meio de tudo isto falta a perspectiva europeia e a defesa dos seus interesses).

O que mais me entristece é o facto de a Alemanha, que desempenha um papel tão importante na Europa, correr o risco de abandonar os seus próprios valores, tornando-se um mero fantoche dos EUA, a ponto de negligenciar os interesses da sua própria economia para ir ao encontro dos interesses dos grandes magnatas do dinheiro, cuja vítima o povo ucraniano se tornou; a Ucrânia serve há muito tempo de cavalo de Tróia de potências que abusam dela)!

De um ponto de vista lúcido europeu, estar a empurrar o urso russo para a China, em vez de se dedicar à missão de estabelecer negociações e compromissos realistas, é um grande erro que mostra falta de visão. Porque deveríamos renunciar a uma política de independência europeia, o que pressuporia uma aproximação, a longo prazo, da Europa com a Rússia?

O texto encontra-se em alemão no meu blog alemão sob o título: SERÁ ALEMANHA EUROPEIA OU AMERICANA? https://antoniojusto.wordpress.com/

Se a Alemanha se permitir ser arrastada pelos EUA, toda a Europa só seguirá a filosofia anglo-saxónica!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

ALEMANHA QUEBRA TABU SOBRE ENTREGA DE ARMAS PARA ZONAS DE GUERRA

Ninguém fala de paz – Vence a rectórica do inimigo

O governo alemão decidiu fornecer tanques Gepard (armas pesadas) para a Ucrânia, numa reunião dos EUA com 40 Estados, na base da força aérea dos EUA em Ramstein, Alemanha. Em questões de guerra até a Alemanha é hóspede dos Estados Unidos em território alemão! Onde já chegamos!

O importante princípio ” não entregar armas em zonas de guerra” passou a ser violado até de maneira oficial. Pelos vistos, a Alemanha sob pressão dos USA entra de forma incisiva na guerra da Ucrânia; isto apesar de, segundo estatísticas, 49% da população ser contra.

Tem-se a impressão que a Alemanha não aprendeu nada com a História. A Alemanha e com ela a Europa, tornou-se seguidora da hegemonia anglo-saxónica! O maior problema para a Europa é que, para onde a Alemanha for, vai a Europa também! A Europa perde a própria identidade e a oportunidade de se tornar ponte para a paz.

Com a conversão da Alemanha para o objectivo dos EUA que era impedir a Europa de se ligar à Rússia, a guerra mundial está à porta (desta vez a Alemanha não terá desculpas como tinha em relação às duas guerras mundiais!). É verdade que para a EU e a OTAN Pequim é o “rival sistêmico” mas, a OTAN ao entrar directamente na guerra põe a China na ocasião  de se tornar na única potência medianeira de negociação no conflito e no sentido de se criar uma trégua de paz entre a Rússia e a OTAN. A ONU será, certamente, posta de lado, tal como o foi na guerra das sanções económicas à Rússia.

Se observarmos o teor dos jornais surge a impressão que a opinião pública está a ser manejada no sentido de aceitar e até saudar uma guerra mundial. Por onde andam os meios de comunicação responsáveis que alertem para esta loucura? Não veem que deste modo motivam a Rússia a empregar armas atómicas?

Com a cedência de armas pesadas à Ucrânia, a Alemanha mostra cobardia perante o embaixador ucraniano na Alemanha, que tem insultado a Alemanha por causa desta ter recusado, até agora, a entrega de armas pesadas; Celensky e o embaixador conseguiram ver os seus objectivos alcançados: alinhar plenamente a Alemanha e com ela a Europa no sentido dos EUA.

Com este passo da Alemanha/Europa, dá-se oportunidade à guerra mundial. Considerar-se a OTAN também como parceira da guerra na Ucrânia é agora uma questão de interpretação a favor da Rússia.

Lavrov avisou que a entrega de armas por países do Ocidente à Ucrânia significa que a OTAN está “em essência, envolvida em uma guerra contra a Rússia”, e que Moscovo via essas armas como alvos legítimos de ataques.

No final, apenas os propagandistas da guerra se alegrarão enquanto a miséria se moverá sobre os países como nuvem escura, que se encontra no horizonte!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

TAMBÉM TU MARCELO?…

Abuso na Comemoração do 25 de Abril

Portugal já é na OTAN um dos países com a percentagem mais alta do PIB empregue nas despesas das forças armadas!

Marcelo Rebelo de Sousa, na comemoração dos 48 anos do 25 de abril, em vez de apelar para a paz social, para a liberdade, cada vez mais em perigo, revela-se, na sua principal preocupação, como propagandista da militarização.

O presidente quer que o povo português gaste mais nas forças armadas e consequentemente menos em orçamentos destinados a subir o nível de vida dos portugueses!

Oportunisticamente serve-se da onda militarista que domina a opinião pública europeia, para se alinhar ao lado de Zelensky numa política de militarização da sociedade!

Já vai sendo tempo dos nossos governos se preocuparem menos com o brilho dos seus representantes que passeiam as suas personalidades-papéis na companhia dos pares nos corredores das instituições internacionais e inverter caminho no sentido de começarem a empenhar-se sobretudo pelo bem-estar do seu povo!

A situação que atravessamos não é própria para um mero companheirismo de elites que manifestam já terem perdido o senso do equilíbrio e das proporções. O orgulho das elites já parece ser tanto que nem notam a figura que fazem como meros acólitos dos EUA ou de interesses internacionais sombrios.

O 25 de Abril deveria ser comemorado como a hora do povo e da liberdade e não como a oportunidade das casernas! Vivemos numa época em que o abuso da liberdade, do povo e dos contribuintes é já insuportável! As democracias encontram-se nos trilhos das autocracias. O povo é manipulado e para iludir a própria manipulação fala-se da reprovável manipulação que domina povos adversários!

“Também tu, Bruto?” é a pergunta que o imperador Júlio César fez ao seu amigo Marcus Junius Brutus, no momento em que este estava a esfaqueá-lo! Bruto é aqui o símbolo da traição e do oportunismo político independentemente da sua forma!

Porque precisa um país pequeno ter de se pôr em bicos de pés para se sentir bem ao pé dos grandes, que se deixam servir por ele? Não notam o ridículo que as potências notam por verem os eleitos de Portugal a tornarem-se seus serviçais à custa do povo português! O companheirismo das elites a nível internacional pode ajudar a serem conseguidas mais dívidas para os pobres que as terão de pagar!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

O 25 DE ABRIL CONTINUA A SER UMA HISTÓRIA MAL CONTADA – PAPEL DA OTAN E DOS BILDERBERGERS

Tudo indica que Revoluções e Golpes de Estado obedecem a Ordens superiores e os Media compõem o resto

Segundo o livro que abaixo cito e me surpreende, o 25 de Abril foi bem preparado num Portugal subsidiado e subornado pelo estrangeiro! O projecto do general Spínola foi internacionalmente aprovado pelo grupo dos “Bilderbergers” (1) e pela OTAN. Guerras e revoluções precisam de alguns “revolucionários”, mas são preparadas por grandes grupos internacionais que têm interesses e planos a longo prazo sobre o desenvolvimento da História nas diferentes regiões. O golpe de estado do 25 de Abril de 1974 não terá fugido a este destino, tal como se deu com a instituição da República Portuguesa  em 1910 que se ficou a dever à acção e colaboração dos irmãos internacionais maçónicos e ao facto de Portugal constituir uma ameaça para o comércio da Inglaterra (2).

A  revolução do 25 de Abril  teve a intervenção estrangeira tal como as revoltas nas possessões ultramarinas onde se encontravam os militares de Cuba ao lado dos insurgentes em Angola e a União Soviética com a distribuição de armas aos revolucionários em Angola, Guiné e Moçambique;  os revolucionários e grupos de apoio foram apoiadas pela ONU que estabeleceu sanções contra Portugal; além disso a Grande Loja maçónica de França, mostrava-se satisfeita com o que estava a acontecer em Portugal, no seu dizer,  “terra de profunda tradição maçónica”.

No livro “Irmãos da Sombra” – Tentativa de uma análise de fundo da política mundial, Heinz Pfeifer, mostra alguns lados um pouco escondidos do 25 de Abril! Passo a fazer algumas citações:

A intervenção dos “Bilderbergers” na política europeia foi demonstrada na reestruturação democrática de Portugal em 1974… Spínola conduziu o seu golpe como se estivesse a planear uma operação militar. Foi um golpe de Estado educado. Um dos primeiros homens a quem contou em confidência foi Joseph M. A. Luns, Secretário-geral da OTAN. O Luns examinou os seus planos, e o comando naval da OTAN foi, a partir daí, mantido informado. Luns, por sua vez, informou o Príncipe Bernhard, e foi convocada uma reunião Bilderberg em Mégève, França, para 19-21 de abril para preparar a nova situação que iria criar uma mudança de governo em Lisboa. Com o apoio de Luns e Bilderbergers, Spinola deu então os seus próximos passos. Embora já não estivesse ele próprio ao serviço, tinha tomado a precaução de manter as suas ligações com os generais. A 29 de Março de 1974, uma quinzena depois de ter sido dispensado do seu comando por causa do seu livro, pôs os seus apalpões a amigos em Madrid, Bruxelas, Brasil, Cidade do Cabo e Haia. “Que pensa de uma solução como a que esbocei no meu livro?” pergunta ele. (Uma Comunidade Lusitana de Territórios Portugueses.) Na terça-feira 24 de Abril de 1974, unidades navais alemãs, americanas, francesas e britânicas ancoram perto de Lisboa, à vista da costa portuguesa. Os navios de guerra portugueses aguardavam ali as manobras conjuntas da NATO planeadas, cujo início tinha sido marcado para as horas da manhã do dia 26. O país estava assim protegido contra visitantes indesejáveis do Oriente, enquanto Spínola tinha recebido luz verde para o seu projecto. Ao mesmo tempo, o governo de Caetano estava sob pressão devido a esta acumulação naval. Outra questão é se o comandante da OTAN para a Europa, General Andrew J. Goodpaster, sabia do enredo quando participou na reunião de Bilderberg quatro. Goodpaster soube do enredo quando participou na reunião de Bilderberg em Mégève quatro dias antes. Foi oficialmente inscrito na lista de visitantes, não como „americano “, mas como “internacional”. Quanto foi Nelson Rockefeller e Helmut Sonnenfeld, o notório conselheiro pró-Rússia do Departamento de Estado, informados por Luns e pelo Príncipe Bernhard sobre a reviravolta iminente? (3)”

Para se ter uma ideia do envolvimento internacional em momentos críticos nas nações será de recordar os planos de elites que transcendem as nações e as ajudas prestadas às forças que implementam as mudanças de regime!  Em julho de 1975 os chefes de governo dos Estados da CE em Bruxelas, determinaram uma ajuda económica de 840 milhões de dólares para Portugal na “condição” de que fosse instituída uma “democracia pluralista” (4). Mário Soares recebeu milhões de dólares do SPD. A 25 de Setembro de 1975 a CIA tinha transferido vários milhões de dólares para o Partido Socialista Português e outras organizações políticas nos meses que antecederam este apoio financeiro; “por seu lado os sindicatos da Europa Ocidental serviram de ligação com a CIA para os subornos em Portugal”. O Partido Comunista Português – segundo a CIA, recebia dez milhões de dólares por mês da União Soviética (4).

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) A Conferência Transatlântica de Bilderberg (A maioria dos participantes vem de países da OTAN). Esta plataforma visa reunir os principais políticos, funcionários, banqueiros e industriais de ambos os lados do Atlântico para uma troca de pontos de vista informal e discreta. Des Griffin afirma em seu livro The Rulers – Lucifer’s Fifth Column (título original em inglês: The Fourth Reich of the Rich – traduzido: “O Quarto Reich dos Ricos”), os Bilderbergers lutaram por uma “ditadura mundial” no sentido de uma Nova Ordem Mundial e seus planos relacionados “se desenvolveriam impiedosamente” .Também O Fórum Económico Mundial em Davos, a Ponte Atlântica, a Conferência de Segurança de Munique ou as reuniões da Comissão Trilateral são as chamadas reuniões organizadas “privadamente”. Cf: https://de.wikipedia.org/wiki/Bilderberg-Konferenz.  https://www.dailymotion.com/video/x2u6gcq

(2)Tradução do alemão pelo Google do texto https://epdf.tips/brder-des-schattens.html : PORTUGAL: O Dr. Hans Heidrich escreveu em 1909 que Protugal estava na vanguarda dos estados que tinham caído na influência inglesa. Karl Heise citou Bismarck no mesmo contexto, “que sabia que os Estados estrangeiros têm vindo a ameaçar o comércio da Inglaterra há bastantes anos”. O inglês Burnay tinha adquirido a cidadania portuguesa e, por volta de 1900, juntamente com o banqueiro de Valbranca (S. Weiss), que tinha sido elevado ao par pelo rei e cuja filha pôde então casar com o príncipe italiano Luís Alfonso, conspirou contra o rei Carlos Bragança e o príncipe herdeiro Manuel. Isto levou ao regicídio em 1908 e à abdicação do seu sucessor Manuel em 1910. O Grão Mestre da “Grande Mestra da União dos Lusitanos do Oriente” e mais alto dignitário do “Alto Conselho Português dos 33. “Dr. Sebastiano de Magalhäes Lima”. Os irmãos maçónicos Francisco Gomes da Silva, Dr. Gregorio Raphael Silva e Almeida, Dr. Antoni Barroso Pereira-Victorino, os Texeiras, Castros e outros, que também estavam ligados à “Aliança israélite universal” através de uma vasta rede e tinham ligações familiares e maçónicas influentes em muitos países, também estavam envolvidos. Um Castro foi presidente da Venezuela-241-…

Foram forjadas ligações políticas através de afiliações de alojamentos comuns com a Itália, Inglaterra, Holanda, Espanha e as duas Américas. O Ministro das Finanças, Barão Texeira de Souca, ajudou a provocar a abdicação do Rei Manuel através do seu comportamento de traição. Em reconhecimento da revolução portuguesa, o Irmão Furnémont fez um discurso na reunião comemorativa do Grande Oriente belga em 12 de Dezembro de 1911: “Recordem o profundo sentimento de orgulho que todos nós tivemos quando recebemos a notícia da revolução em Portugal…. Foi como um relâmpago para o público desinformado. Mas nós, meus irmãos maçons, nós …. conhecíamos a admirável organização dos nossos irmãos lusitanos…, conhecíamos o segredo deste glorioso acontecimento…” A “SOUTH GERMAN CONSERVATIVE CORRESPONDENCE” escreveu sobre os acontecimentos da revolução de 1910 na sua edição de 1 de junho de 1915. Junho de 1915: “Magalhães Lima é o organizador do regicídio de 1908, o comissário voyageur da revolução portuguesa, que anunciou a iminente convulsão em Londres e Paris e já tinha o reconhecimento da república portuguesa pela Inglaterra e França no seu bolso quando o rei Carlos e o “ditador” Joa Franco se comprometeram a limpar os estábulos parlamentares de Augean”. Karl Heise refere-se também ao Cardeal Salomon Netto, Arcebispo de Lisboa, que foi mais tarde expulso de Portugal. Deve ter sido parente do membro do comité central da “Alliance isrélite” em Paris e, portanto, provavelmente teve relações íntimas com esta sociedade. Netto foi o primeiro dignitário eclesiástico a aderir ao campo republicano, foi membro das Lojas, filho de pais judeus (Netter) e pertenceu à Ordem Franciscana. O Presidente da República tornou-se o Br .-. Theophil Braga. Quando se realizaram novas eleições em 1915, as probabilidades de sucesso eram grandes com o General Pimento Castro. Ele estava em oposição à Inglaterra e ao Lodge. Em Maio de 1915, com a ajuda da Inglaterra, a sociedade dependente da Maçonaria “Formica bianca” organizou uma “revolta popular” e impediu a presidência de Castro a favor de Braga. Sob tais -242- A entrada de Portugal na Segunda Guerra Mundial, preparada pela Inglaterra para o longo prazo, foi lógica. O discurso de Malgalhäes Lima na Conferência Maçónica realizada em Lisboa a 13 de Maio de 1917 revelou os motivos. Ele disse: “A vitória dos Aliados deve tornar-se o triunfo dos princípios maçónicos”. Depois, em 1919, a presidência do Br .-. Antonio Almeida, membro da “Grand Orient Lusitania Uni du Portugal”. Em 1926, houve uma ditadura militar sob o General Carmona. Ele era um adversário da Maçonaria. Depois de uma sangrenta revolta lançada no Porto a 3 de Fevereiro de 1927, da qual se dizia que a Maçonaria era a autora, Carmona dissolveu todos os clubes políticos, sociedades secretas e alojamentos portugueses. Foi sucedido como Primeiro-Ministro em 1932 pelo seu Ministro das Finanças e Economia António de Oliveira Salazar. Conseguiu pôr em ordem as finanças do Estado destroçadas e conduzir um curso hábil de neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial. Estabeleceu um governo autoritário em 1945 e derrotou uma tentativa de golpe de Estado em 1947. Salazar demitiu-se do cargo em Outubro de 1968 por razões de saúde; foi sucedido por Caetano. Após a morte de Salazar, as forças que procuravam continuar a obra Magalhäes de Lima tinham começado de novo a aparecer. A imprensa internacional saudou a morte de Salazar como o fim do seu regime “fascista”. Em Maio de 1969, um “Congresso Republicano” reuniu-se em Aveiro, norte de Portugal. Caetano readmitiu os partidos da oposição e levantou a proibição da Maçonaria. O seu partido no poder obteve uma vitória esmagadora nas eleições de 26 de Outubro de 1969. Caetano reordenou o governo. As revoltas que irromperam nas possessões ultramarinas, apoiadas pela ONU através de um embargo de armas contra Portugal, levaram à perda das possessões extra-portuguesas e à sua auto-governação e independência a partir de Setembro de 1974. A intervenção militar de Cuba do lado dos insurgentes em Angola e as extensas entregas de armas pelos soviéticos aos revolucionários em Angola, Guiné e Moçambique contribuíram significativamente para isso. No decurso destes conflitos, 15.000 colonos brancos fugiram para a pátria em 1971.E m Junho de 1974, em Lisboa, “o meio liberal…“o meio liberal… sobre o recente anúncio da Grande Loja de França, que está muito satisfeita com o que está a acontecer em Portugal, “terra de profunda tradição maçónica”. A nossa Ordem, após severa repressão pela ditadura e condenação ao segredo, pode finalmente recuperar forças e vida em Portugal, que recuperará assim o seu lugar no concerto universal mouro”. O Partido Comunista Português – que, segundo a CIA, recebia dez milhões de dólares por mês da União Soviética pelas suas actividades subversivas (o Director-Geral Adjunto da CIA Vernon Walters visitou Portugal em Agosto de 1974 e confirmou esta comunicação) – ocupou os principais centros de transporte e Spinola demitiu-se em 30 de Setembro de 1974 com a declaração. Kissinger sublinhou:

(3) Esta citação foi compilada de publicações no “H du B Report, A foreign affair letter”, Paris, Volume 12, Carta 7, “Liberty Lobby”, “Spotlight an The Bilderbergers – Irresponsible Power” e um artigo na revista “Der Handwerker”, Joanesburgo / África do Sul.

(4) Tradução do alemão pelo Google do texto https://epdf.tips/brder-des-schattens.html : “Durante o Verão de 1975, os europeus ocidentais ficaram sob a compulsão que reconhecemos anteriormente, nomeadamente que o pluralismo deve ser activamente encorajado”. Foi decidido que os países da Europa Ocidental implementariam uma política económica colectiva em Portugal a fim de estabelecer um governo com a participação do Partido Socialista de Mário Soares e dos moderados das forças armadas, conhecido como o “Grupo dos Nove”, tocado por Melo Antunes. Para aqueles que estão conscientes de tudo isto, torna-se claro o contexto da reunião de Julho de 1975 dos chefes de governo dos Estados da CE em Bruxelas, na qual o programa de ajuda económica de 840 milhões de dólares para Portugal foi decidido com a “condição” de que uma “democracia pluralista” fosse instituída. Os chefes de governo apoiaram a opinião de Kissinger de que o seu “Governo Pluralista Português” deveria ser entendido como alguém sem a influência da AFM e do Partido Comunista Português. Após todas as bem conhecidas instabilidades, crises e violência causadas pela CIA e pelos serviços secretos ocidentais nos meses anteriores, o governo pluralista planeado foi então estabelecido em setembro de 1975. Entretanto, os partidos social-democratas da Europa Ocidental tinham estado activos. A 2 de Agosto, quando a crise portuguesa estava a chegar ao fim, os líderes do Partido Social Democrata formaram em Estocolmo uma comissão de amizade e solidariedade com a democracia e o “socialismo” em Portugal. Esta reunião, que teve lugar imediatamente após a Conferência de Helsínquia, envolveu: Harold Wilson (então Primeiro-Ministro britânico), Helmut Schmidt (Chanceler da República Federal), Willy Brandt, Olaf Palme (então Primeiro-Ministro sueco), Bruno Kreisky (Chanceler austríaco), François Mitterand (Francês -245-partido socialista) e Mário Soares (partido socialista português). Após uma reunião posterior em Londres, no início de Setembro, os partidos social-democratas europeus decidiram dar apoio financeiro e moral aos socialistas portugueses. Segundo um relatório da TIME, Robert Semple do SPD já tinha dado equipamento de escritório, impressoras, maquinaria e dinheiro ao partido de Mário Soares por milhões de dólares. Se os sociais-democratas europeus também tivessem fundos próprios suficientes para intervir em Portugal, pode assumir-se, com base na conta do antigo agente da CIA Philip Agees, que estes partidos serviram apenas como intermediários dos fundos da CIA para Portugal, em conformidade com os planos de Kissinger de utilizar os europeus para fazer valer a influência da CIA sobre Portugal. Leslie Gelb relatou no NEW YORK TIMES em 25 de Setembro de 1975 que a CIA tinha transferido vários milhões de dólares para o Partido Socialista Português e outras organizações políticas nos meses que antecederam este apoio financeiro. O relatório refere-se a quatro fontes oficiais em Washington e acrescenta que os sindicatos da Europa Ocidental serviram de ligação com a CIA para os subornos em Portugal. Depois da ala direita dos militares ter conseguido expulsar as unidades do exército radical de esquerda em Novembro de 1975, os partidos social-democratas europeus continuaram a apoiá-los, como a CIA tinha planeado. Durante a campanha eleitoral para o novo parlamento português, Brandt, Palme e Kreisky reuniram-se com os líderes dos sociais-democratas portugueses no Porto, em 13-14 de Março de 1975. Otto Kersten, o líder de longa data da Confederação Internacional dos Sindicatos Livres, foi também um participante nesta conferência. Embora os sociais-democratas europeus também dispusessem de fundos próprios suficientes para intervir em PortugalApós as eleições de 25 de abril de 1975, um governo minoritário foi instalado pelos socialistas portugueses. A mudança para a política anglo-americana e da OTAN levou à expulsão de dois diplomatas soviéticos em 21 de janeiro de 1982, que “lidam com coisas incompatíveis com seu status diplomático”. Os russos responderam com o —246— Declaração de que a “tensão internacional” seria “exacerbada” pela expulsão. O governo português recusou a entrada de uma delegação comunista russa para uma visita do partido comunista português, que é leal a Moscovo.