Uma pesquisa mostra que a maioria dos jovens na Alemanha não confia nos media. 75,8% dos jovens não confia nos jornais! 71,6% não confia nos jornalistas. Um terço dos jovens acredita que os media retém deliberadamente informações importantes. 32,8% acha que os representantes dos media apenas divulgam sua opinião. A confiança nas organizações públicas e políticas encontra-se em queda. Os cientistas e a polícia gozam de maior confiança: 79,9% (Cf. ACP).
Quase um terço dos cidadãos alemães questiona o sistema político.
Em uma pesquisa representativa realizada pelo Instituto Allensbach em nome do SWR, 31% dos participantes expressou sua opinião dizendo viver em uma “democracia simulada” e “na qual os cidadãos não têm nada a dizer”.
De acordo com a pesquisa, 28% de todos os alemães acredita que o sistema democrático na Alemanha deve ter uma “mudança fundamental”.
Há muito trabalho a fazer principalmente pelos políticos e governantes para que a democracia perca o seu carácter de democracia aparente pensada por muitos ao serviço de interesses de que o povo se sente afastado!
António CD Justo
Pegadas do Tempo
Caro António,
Partilho as tuas considerações, embora certos assuntos não sejam a minha praia, como te disse da outra vez.
Veio-me às mãos um artigo da Clara Ferreira Alves no último Expresso. Gostava de partilhar uma passagem com o grupo, a propósito das ideias sobre o capitalismo que desenvolves.
Sob o título “Ultrarricos e ultrapobres”, escreve a dado passo:
” O dinheiro obtido por meios ilícitos é o mais exuberante, desde os oligarcas russos sancionados que continuam a viver como nababos enquanto a classe média da Europa definha, aos autocratas africanos com destaque para a Nigéria e Angola, países produtores de petróleo, e aos emires do Golfo Pérsico. (…) Os ultrarricos recusam a consciência moral. Não se podem dar a esse luxo. As fortunas que estão a ser amassadas com a recuperação do fabrico e tráfico de armas como uma indústria mais rentável do que o tráfico de droga e a pornografia, com a vantagem de ser legitimada pela guerra, gerarão nova categoria de ultrarricos. (…)
Quem é pobre continuará pobre por várias gerações. E a protecção social começa a ser cara demais (…).
Até em Portugal isto acontece. Os cegos que pedem nas ruas e no metro, abanando o copo das moedas, reapareceram. E os adolescentes sentados nas ruas, sem abrigo. Ordens mendicantes quase extintas que a pandemia e a inflação trazem de volta”.
Subscrevo.
Caro Genciano,
achei muito precisas e oportunas as ideias que citas do Expresso.
Apesar do reprovável em Salazar foi pena o novo regime não ter pegado numa sua serôdia ideia de uma “democracia orgânica” (uma espécie de regionalismo democrático) que, naturalmente, teria de ser bem aferida ao cidadão; ao seu monolitismo de ideário seguiu-se uma democracia politeísta de cunho partidário sujeita a famílias internacionais partidárias que conduzem a um democracia plutocrata que fabrica agora não só os próprios Boys e investe ao mesmo tempo na fabricação de oligarcas (russos, ucranianos, árabes, americanos, etc.) Por outro lado os partidos repartiram a democracia entre si… Mas, esquece isto, desculpa ter entrado, de forma pessoal, nas zonas gélidas da atmosfera.
Obrigado