A ESQUERDA DA GRÉCIA DECRETA MEDIDAS DE AUSTERIDADE E A ZONA EURO PREMEIA

 OBEDIÊNCIA DESESPERADA

Na Grécia o governo de Tsipras aumentou o IVA de 23% para 24 % a partir de 1 de Julho. A Gasolina é aumentada em 3,7 Centimos por litro, o gasóleo 10 Cent., gás 12,4% e combustível para aquecimento 6,2 Cent., por litro. Internet e telefone fixo e ligaçães  à Internet sofrem um imposto especial de 5%. É também criado um imposto especial para imóveis a partir de 200.000€; o alojamento em hotel passa a pagar uma taxa por noite entre 25 Cêntimos e 4 euros, conforme a categoria do hotel.

Bruxelas respirou fundo depois da maratona de 11 horas para aprovar o apoio à Grécia! O Governo grego vai receber 10,3 mil milhões de euros, do resgate dos parceiros do euro, em troca do seu pacote de austeridade e da reforma que aprovou. Antes, a decisão terá de ser aprovada por parlamentos nacionais europeus e Atenas ainda tem de satisfazer algumas condições. Além do pacote vai ser-lhe concedido o alívio da dívida.

O Governo grego aprovou novas medidas de austeridade e Alexis Tsipras na Grécia (homólogo do PCP e do Bloco de Esquerda e em parte do governo Geringonça)   consegue na Grécia o que a geringonça ainda não entendeu: um país para não ficar dependente em vez de continuar a fazer dívidas tem de começar a tomar mediadas que fomentem a producao. Na realidade, se observamos os dados económicos dos dois países a situação não terá solução através do poupar. Assistir-se-á a uma obediência desesperada e a uma contínua conversa queixosa e fiada mais interessada em Bruxelas que em Lisboa.

O capital,  DAX reagiu às medidas gregas em grande alta, o que também não é bom sinal porque quem se alegra é o capital internacional e não a bolsa grega, além disso a euforia do DAX deve-se ao facto de os gregos terem de apertar o sinto; o empréstimo é uma medida importante para os gregos mas dado não serem eles os produtores do capital apertará o cinto sem grandes perspectivas. Os juros que a Grécia ou Portugal pagam aos credores internacionais deveriam ser condicionados ao investimento deles na Grécia e em Portugal. Doutro modo quem paga a conta e a falta de desenvolvimento serão os nossos filhos e netos.

António da Cunha Duarte Justo

ORDENADO SEM TRABALHAR + QUOTA DE TV e RÁDIO + CASAMENTOS FORÇADOS + ESTADO CADEIRA DE ENCOSTO

ORDENADO SEM TRABALHAR – INICIATIVA SUÍÇA

Por António Justo

A 5 de Julho próximo, os suíços vão a voto em plebiscito sobre a criação de um rendimento básico incondicional.

Segundo a iniciativa, cada cidadão deve receber uma renda mensal básica sem qualquer condição; não seria adequado ter de pagar-se a própria existência, nem ter de ser obrigado a trabalhar por dinheiro.

Os iniciadores do modelo suíço partem do princípio de que mesmo assim a maioria dos suíços não deixaria de trabalhar. Prevêem haver mais empregos no sector de baixos salários e ser racionalizada a gestão social do Estado com menos burocracia social.

O valor da renda é questão para resolver depois. Alguns falam de um “salário” mensal base de 2.257 € independentemente de outros salários.

Na Finlândia encontra-se em consideração um modelo neoliberal pensado em termos semelhantes na base de 800 € por mês e pessoa, o que corresponde a um poder de compra na Alemanha de 664€ (segundo as contas da HNA, 19.05). Em contrapartida deixaria de haver os benefícios sociais vigentes. Pretendem em 2017 fazer uma experiência por dois anos em que 10 000 famílias devem participar; a experiência custará vinte mil milhões de euros.

Isto é certamente uma utopia que começará por tropeçar nas contas para financiar tal medida; neste caso, segundo o Prof. Domini H.Enste, o imposto de consumo teria de passar dos 19% para 50%, somar-se-iam os direitos já adquiridos em relação à reforma, tiraria a motivação para trabalhar e modificaria a atitude em relação ao trabalho.

Uma das consequências poderia ser acabar com as notas na escola; seria de prever o risco de uma dessolidarização da sociedade e o aumento de problemas psíquicos para muitos.

António da Cunha Duarte Justo

 

QUOTA MENSAL PARA AS EMISSORAS PÚBLICAS (TV e RÁDIO) NA ALEMANHA 17,50 €

As emissoras públicas (TV: ARD e ZDF e Radio com os seus terceiros programas parceiros) surgiram em 1945 sob a influência das nações ocupantes. Sem fins comerciais, as emissoras são independentes do Estado, por isso são financiadas através de uma quota que os espectadores e ouvintes pagam. Actualmente a quota é de 17,50 euros mensais, a pagar por cada lar. Em 2014 as quotas somaram a quantia de 8,3 mil milhões de euros. As contribuições de radiodifusão cobrem 87% das necessidades financeiras; rendimentos adquiridos através de publicidade ou patrocínio atingem mil milhões de euros. As remunerações dos administradores e dos directores têm de ser dadas ao conhecimento público. Em 2015 o administrador da ZDF recebeu 321.860 €, talvez seja o administrador mais bem pago.

A independência pretende-se assegurada por um Conselho da radiodifusão (representantes da sociedade têm a função de controlo), pelos Administradores e pelo Conselho de administração.

Em 1982 surgiu a concorrência com as emissoras privadas. Estas concorrem com as públicas com uma fatia de mercado de 20,4%.

AJ

 

CASAMENTOS FORÇADOS

A organização “Aldeias de Crianças SOS” chama a atenção para o grande aumento de casamentos forçados nos centros de refugiados. As mais atingidas são as meninas da Síria. Antes da guerra da Síria registavam-se 13% dos casamentos em que um ou os dois nubentes tinham idade inferior a 18 anos. Agora já são 51%.

AJ

 

UMA RECEITA AMOROSA – GARANTIA DE SUSTENTABILIDADE

Se és casado, para que “o amor” não envelheça, dá frequentemente um beijo à tua parceira. Se és jovem, ou não casado, dá-lhe beijos também; neste caso além de conservarem o amor fazem-te crescer, mesmo sem te pores em bicos de pé! No caso de problemas, o beijo é como a banha da cobra, sara tudo! Não te rias! Experimenta! O que digo é saber de experiência feita!

AJ

 

O ESTADO É A CADEIRA DE ENCOSTO POR ISSO NÃO INVESTEM NA PRODUÇÃO

A SÁBADO n° 628 contou a história da família do líder parlamentar Carlos César que tem quatro familiares “Césares” na “administração pública e em cargos públicos: a mulher, o filho, a nora, o irmão. Que os “Césares” se sintam chamados ao frequentar os jardins da corte não admira, num país pequeno e não dado a fomentar a produção industrial. (Quando muito aposta nas PPPs para sustentar também sobrinhos e compadres dos encostados!).

Como os governos portugueses não costumam apostar no fomento das firmas de produção de riqueza, quem tem olho vivo encosta-se ao Estado; ele é o melhor patrão. Neste país, quem tem um tacho, não passa fome!

Daí talvez o motivo de Portugal ter uma aversão felina contra patrões e ao que cheire a trabalho manual. O suor do poder é perfumado embora com um cheirinho a a poltronas velhas só arejadas pela abertura de alguma revolução acidental a abortar logo no tempo de incubação. Enfim, as revoluções não conhecem mãe!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

www.antonio-justo.eu

O PANAMÁ NA ALEMANHA E PORTUGAL NO PANAMÁ

Panama Papers é Riqueza que não produz é Roubo ao País

Por António Justo

Segundo a VISAO 12.05 “37,1% da riqueza de Portugal está em offshores; é o valor mais elevado da Europa, seguido da Grécia com 25,8%. Os números são de Gabriel Zucman, um dos mais reputados economistas franceses e especialista de referência em evasão fiscal.

As “empresas caixa de correio” (fictícias), como revelam as indiscrições em torno dos Documentos do Panamá, servem a corrupção e as evasões fiscais de grande estilo.

Nos Panama Papers juntam-se dinheiros de fugas ao fisco, dinheiros de armas, de drogas, da prostituição e de outras corrupções. O Panamá pertence ao Ducado da Normandia (Inglaterra).

Neste contexto fala-se dos “John Doe” – cadáver americano não identificado – para designar pessoas não identificadas metidas em negócios menos limpos. Não se contentam com o mamar; levam logo a vaca inteira.

O dinheiro, em vez de fluir através das engrenagens do Estado e ser empregue para favorecer o investimento público e a redução de impostos, fica fechado nos depósitos das firmas.

O Panamá alemão

O ministro alemão das finanças já anunciou um projecto de lei com dez pontos que tenciona proibir “empresas caixa de correio”; certamente uma iniciativa isolada, dado a Inglaterra e os USA não alinharem na iniciativa dado viverem bem de tais firmas que ajudam a fugir aos impostos estrangeiros mas, por outro lado, regulam e protegem as suas finanças no Estrangeiro. Por outro lado é uma hipocrisia política atendendo ao facto de o Panamá ocupar o 13° lugar na lavagem de dinheiros à margem da legalidade quando a Alemanha ocupa o 8° lugar em termos de dar cobertura à fuga ao fisco de capital estrangeiro.

Segundo a imprensa alemã, alemães fogem ao fisco alemão em centenas de bilhões (milhares de milhões) de euros mas por outro lado a Alemanha abriga, do estrangeiro, cerca de três trilhões (triliões) de euros não tributados.

A repartição alemã de controlo financeiro Bafin intensifica as suas investigações contra bancos com firmas postais no Panamá, exigindo-lhes os documentos originais das respectivas operações bancárias. Bafin investiga nove bancos que terão mediado firmas postais onde seus clientes estacionaram parte da sua riqueza.

No reino da internet basta o clicar numa tecla para se darem fugas de documentos comprometedoras, que não poupam até os deuses do Olimpo e seus sequazes da política. Não tivessem eles os seus diabos que os branqueiam.

A vaca leiteira que alimenta, gratuitamente elefantes da economia e da política é uma entre outras que se escondem sob o manto da legalidade.

Por outro lado, empresas multinacionais não precisam de empresas caixa de correio (fictícias) para fugirem ao fisco; têm ao seu dispor diferentes sistemas de impostos nacionais que mesmo numa EU se encontram em concorrência desleal (A Bélgica, o Luxemburgo, etc. batem a pala!).

Também em Portugal se encontram muitos envolvidos na fraude organizada. Também os fundadores de offshores, deveriam ser chamados à responsabilidade pela justiça. A nossa justiça parece, além de cega e surda-muda também ser coxa, no que respeita aos habitantes do Olimpo.

 

António da Cunha Duarte Justo

Interesses marxistas comunistas contra Interesses liberais conservadores na Arena da Educação

O Aluno é a Vítima da Farsa entre o Ensino privado e o público

Por António Justo

O Facto e a Premissa

O marxismo que se servia da politização da economia para se autoafirmar, ao perder a guerra contra o capitalismo, mudou de estratégia, optando por um neo-marxismo de luta anti-cultural; o estratagema é mudar a cultua, a moral popular e a tradição, acabar com a influência da família e da religião. Por isso o neo-marxismo declara guerra à cultura e às aquisições culturais da colectividade (no sentido da sua ideologia revela-se anticristão e pró islão).

A Luta e suas Contrapartes

Estamos a assistir, na sociedade portuguesa, às consequências de uma luta de forças entre duas visões de sociedade de interesses antagónicos – marxismo e capitalismo – que se debatem de maneira vingativa e irreparável sem consciência de Estado nem de Povo. Isto acontece numa sociedade depauperada que precisaria de uns e de outros e, como tal, em vez de se obstinar em soluções exclusivas, precisaria de se entender num compromisso de deliberações inclusivas. O resto é conversa fiada que faz lembrar os leões e as hienas em torno do cadáver do cordeiro (o aluno) e ao largo um público que assiste e se contenta com o cheiro a sangue e a satisfação de ter uma opinião.

Por trás da iniciativa contra o ensino privado encontra-se a luta ferrenha da esquerda radical e da maçonaria pela aplicação da soberania do dirigismo ideológico marxista a nível de Estado e povo; a esquerda radical e a maçonaria sentem-se donos da república e os guardiões dos interesses só de alguns. A esquerda radical é contra o princípio civilizacional da cultura cristã segundo o qual o soberano não é a instituição, o Estado ou a ideologia mas sim a pessoa, a pessoa em comunidade; a pessoa é o outorgante!

O professor Vital Moreira afirma no “Público” que “o direito público ao ensino é realizado por meio da escola pública” e conclui que “o Estado só pode recorrer a escolas privadas em caso de falha da rede pública”. O professor confunde “alhos com bugalhos” ao pretender condicionar o direito do aluno ao ensino gratuito a uma só via de concretização. Naturalmente tem todo o direito de defender o projecto político de esquerda radical a que é inerente uma filosofia de vida de caracter socioeconómico marxista. De notar que esta posição marxista não é partilhada pela parte da esquerda portuguesa não radical. O que o senhor professor diz é lógico mas a Razão não se reduz à lógica. A lógica socialista marxista tal como a lógica liberal capitalista são duas pistas no terreno mas não devem ter a pretensão de serem o terreno; este pressupõe a superintendência da razão e não o seguimento de uma só lógica.De facto a natureza consta de terra e céu e não só de terra como pretende o materialismo ateu marxista nem só de céu como pretendem os crentes idealistas.

A posição, referida pelo professor universitário, refugia-se numa ideologia reducionista que confunde o ensino público (do particular e do Estado) com a escola pública. Ao condicionar a acção do Estado à ideologia marxista desrespeita a liberdade e a dignidade da pessoa, além de discriminar o contribuinte que, no caso de optar pelo ensino público particular não subsidiado, teria de subsidiar duplamente o ensino, o que contraria o espírito democrático plural de uma sociedade civil aberta e adulta numa sociedade moderna justa. O ensino é pago pelo contribuinte independentemente de se realizar no “Privado” ou no “Público”. O subsídio é devido e dado com base nos alunos e não nas instituições de ensino. O critério de avaliação e de apoio deveria basear-se no serviço prestado.

A identidade e a vontade da nação não são identificáveis nem reduzíveis a  uma ideologia monocolor de ditadura. A política e o MEC, em vez de tentarem impedir a fuga de alunos do ensino estatal para os colégios, deveriam preocupar-se com a qualidade de ensino e oferta de actividades paraescolares nas escolas estatais para que os pais não se sintam tanto obrigados a colocar os filhos no ensino particular. A qualidade do ensino e a pluralidade de ofertas é que deveriam determinar a escolha e a discussão. O Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de 2013 poupa gastos ao Estado (contribuinte).

O Artigo 75° CRP, ao determinar a obrigação de criação de uma “rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubram as necessidades de toda a população”, vem dar resposta ao direito constitucional de todo o aluno ao ensino gratuito. Público é todo o ensino, seja ele efectuado em escolas particulares ou em escolas estatais. (Há sociedades que concedem o direito ao ensino privado também na família!)

A referida frase constitucional pode ser interpretada no sentido de o Estado ter de cobrir as necessidades de toda a população e que não haja nenhum vácuo nesse assunto. Grupos com uma visão de estado marxista pretendem o monopólio do Estado especialmente no controlo da ideologia educacional e dos órgãos estatais que lhe dão continuidade. Se bem que a ideologia que produziu o Artigo 75° CRP fosse marxista, a sua leitura é passível de outras interpretações como mostram outras leis em vigor, até ao ponto de não serem cobertas pela constituição (por ex. a lei do aborto é um exemplo de inconstitucionalidade!). Já agora porque não se atreve a argumentar também com o direito do cidadão a abrigo (direito a casa) quando o Estado deixa isso a cargo do privado?

À liberdade individual de escolha do ensino não deve implicar a cobrança de um imposto ou contribuição de forma dupla: o contribuinte deverá pagar o imposto ou contribuição para o mesmo serviço uma só vez e não duplamente, efectue-se ele no ensino privado ou no estatal (1).

A liberdade de ensino (educação) e de escolha de escolas não implica o alegado “propósito de liquidar o direito ao ensino público”, as escolas privadas possibilitam apenas mais qualidade, mais liberdade, mais competição e comparação em termos de avaliação escolar entre os estabelecimentos de ensino sejam eles particulares ou estatais.

A história constitucional portuguesa reflecte o projecto político marxista que esteve na base da sua criação ainda orientada para a ditadura do proletariado, que via na democracia apenas uma oportunidade para, depois de uma educação ideológica consequente e de que enferma ainda hoje o MEC, atingir os seus objectivos: impor, através da lavagem ao cérebro, o comunismo materialista e ateu.

O actual Governo dependente do PCP e do Bloco de Esquerda fomenta legislações no sentido de servir os radicais da revolução de Abril. Sabem que através do Ensino oficial também conseguem promover os seus multiplicadores ideológicos de sindicatos num valor de 9 milhões de euros por ano e perpetuar na mentalidade do povo os interesses da extrema-esquerda e da maçonaria (2).

Iniciativas de mudanças da constituição não são “tentativa de subversão constitucional” como pretende o professor e alguns dos seus pretensos donos e radicais abrilistas que, entre outros, fizeram da revolução dos cravos a revolução dos cravas, que nos levou ao ponto de abdicação em que nos encontramos! As iniciativas de revisão revelam a expressão de interesses e de vontades livres e a subjacente intenção de não encostar a Constituição à vontade de uma só ideologia ou de um só grupo de interesses, seja ele de esquerda ou de direita. A Constituição portuguesa tem, em vários sectores, uma conotação marcadamente marxista que carece de modernização e adaptação ao desenvolvimento do povo e dos novos tempos.

Das Ovelhas ranhosas do Ensino estatal e particular

Tanto no particular como no estatal há escolas melhores e piores. Diria ainda que também há colégios com contratos de associação que terão como objectivo principal o lucro e não o bem dos alunos e da comunidade escolar. Dizia-me um director de uma escola: “Nesse grupo estará, por exemplo, o grupo GPS. Parece que conseguem sempre trabalhar com professores no início de carreira. Não sei como conseguem controlar as leis do trabalho e ter sempre professores “baratos”. Foi coisa que nunca investiguei. Haverá colégios subsidiados, que não terão qualidade educativa. Mas, para eliminar a não-qualidade, o Ministério tem à sua disposição a IGE (Inspecção geral do Ensino). Esse deveria ser o seu trabalho: enviar a IGE às escolas estatais e às escolas privadas e inspeccionar; uma medida importante seria também submeter os professores à avaliação de desempenho para poderem obter resultados semelhantes ao do privado. Quem persistisse em prevaricar sofreria as consequências até de fechar portas, desde que esta medida fosse válida para o ensino estatal e privado. Agora, fechar, sem mais, os privados simplesmente porque são privados para encherem as escolas estatais que estão vazias, independentemente de serem boas ou más escolas, isso é que é ser ladrão da liberdade que é constitutiva do ser humano e, no caso português também consagrada na Constituição”. O Estado deveria ser ideologicamente neutro no seu agir, para respeitar a diversidade de interesses dos diferentes grupos e corresponder à democracia e poder orientar-se pelo bem comum. Um estado democrático deve dar resposta à diversidade e à multiplicidade.

Ataque marxista também ao Ensino das Escolas da Igreja

Há ensino privado e ensino privado; o ensino administrado nas instituições da Igreja é geralmente de alta qualidade. Parte do princípio superior da dignidade humana e da soberania da pessoa em relação a ideologias e instituições. As escolas privadas da Igreja são altamente apreciadas, em todo o mundo civilizado, entre outras escolas  temos o exemplo, dos alunos formados nas escolas dos jesuítas e das doroteias. O ensino privado nas instituições da Igreja é social e solidário e de alta competência e integra nele também muitos alunos das camadas desfavorecidas que, de outro modo, não teriam a possibilidade de subir às elites (https://antonio-justo.eu/?p=1305).

O ensino nas escolas da Igreja envolve uma formação integral orientada para os talentos pessoais com valores comportamentais positivos morais e intelectuais, pressupostos para o crescimento pessoal de maturação humana para melhor servir o outro (mais em https://antonio-justo.eu/?p=3336).

Um Estado com instituições produtoras de boa formação e de boas elites é como um carro puxado a motores de alta cilindrada; naturalmente muitos peões inocentes consideram a bicicleta como suficiente para andar, só que depois passam o tempo a queixar-se do vento dos carros que os ultrapassam (destes inocentes e dos descontentes se aproveitam as ideologias)! Também esta seria uma razão muito oportuna para o Estado subsidiar o ensino e a qualidade no ensino privado também porque grande parte deste é cooperativo e solidário e, de uma maneira geral, produz melhores motores para puxar o carro. A maior parte da conversa com que se ocupa a nação é gasolina para encher os depósitos de oportunistas e do partido (3). Muito boa gente socialista tem as suas boas razões para colocar os seus meninos em colégios privados. A esquerda radical do actual governo geringonça faz tudo por tudo por defraudar o ensino da Igreja.

Solução: não ideologizar integrar e descentralizar

A democracia precisa das posições da direita e da esquerda a actuar em compromisso com um ideário base de consciência integral e de subsidiariedade recíproca numa sociedade plural.

Uma e outra, para estarem à altura de um Estado democrático humano e plural, deveriam tornar-se complementares e não contraditórias nem exclusivas. Os pais deveriam ter a possibilidade de escolha entre o ensino estatal e o ensino particular (ambos gratuitos, em princípio). A escolha da escola deveria basear-se no que ela oferece, comunidade escolar, conceito pedagógico, qualidade, empenho, formação complementar, música, teatro, arte, actividades paraescolares, cursos inovadores, etc.

As escolas estatais deveriam deixar o dirigismo centralista de Lisboa e fomentar mais a criatividade e a qualidade de ensino, a autonomia, a inserção e promoção regional; o sistema centralista de colocação dos professores deveria ser abolido para ser descentralizado e humano; contradiz o espírito democrático tratar os professores como soldados, obrigados a viver longe da terra, devido a uma política do MEC anti-familiar e desrespeitadora das necessidades elementares dos seus funcionários. Deputados e servidores do Estado, que baseiam o seu poder para desestabilizar o cidadão e as instituições orgânicas de base, não são factualmente sérios, porque usam e abusam demagogicamente do pouco saber que têm de avanço em relação a um povo que propositadamente tornaram espectador e especialista do aplauso.

O que está em jogo e em perigo?

O povo deve ser induzido em erro! Na legítima discussão estão em jogo duas filosofias de vida: a visão do mundo socialista marxista contra a visão liberal conservadora. A esquerda radical procura impor-se à nação em nome de uma revolução apresentada à sua imagem e semelhança e não criticamente discutida como seria natural numa sociedade com uma direita e uma esquerda responsáveis e sérias!

A concepção socialista marxista aposta no valor do Estado e na manipulação cultural do indivíduo, concebe o Estado como patrão monopolista com direito a cimentar a sua máquina do poder e decidir sobre os conteúdos, os métodos, o pensar, a moral e os costumes, e até a religião; considera o Estado como um absoluto e a pessoa como meio para atingir os seus fins, vendo a pessoa e a educação como tarefa do estado; esta mundividência é a razão pela qual a esquerda procura, como estratégia inteligente, ocupar os lugares do Estado e da administração pública e de maneira especial o sector do ensino e da cultura; deste modo influencia com sustentabilidade as gerações novas e estudantis: Pretende, a longo prazo, uma escola de pensar único à maneira do dirigismo da troica soviética; consequentemente é contra a liberdade de ensinar e contra a liberdade de escolha dos pais; considera-se dona do orçamento do Estado (contribuintes) penalizando os pais que optem pelo ensino particular. Encontramos esta filosofia já plenamente aplicada e concretizada na antiga União Soviética, na China e na Coreia do Norte.

A concepção liberal conservadora aposta no valor da pessoa, na liberdade de escolha, na personalidade e nas capacidades do indivíduo, defendendo a multiplicidade de visões, a concorrência das instituições no sentido de optimação do nível do ensino (considera o Estado em função da pessoa); esta visão é liberal e vê na iniciativa privada o factor impulsionador da sociedade e na família o direito de determinar a instrução e educação e não o Estado; este apenas deve manter uma função de regulador e controlador do cumprimento da Constituição e dos programas de ensino. Encontramos esta filosofia aplicada nos USA, na Alemanha e muitos outros países democráticos.

Cada qual tem o direito de puxar a brasa à sua sardinha na grelha do estado democrático que é subsidiado pelos impostos e pelas vontades de todos os cidadãos (4). A irresponsabilidade governativa torna-se culturalmente prejudicial para a sociedade, significando a um empobrecimento educacional e cultural nacional, além de esbanjar os recursos do Estado. A AEEP (Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular) refere que os cortes previstos pelo governo originam o “desemprego de mais de mil professores” e, de imediato, 9811 alunos que serão arrancados à comunidade educativa a que pertenciam. A medida governativa provocará “31 milhões de euros em indemnizações” e professores com “20, 25 anos de casa, que, se nada for feito, vão para o desemprego”.

A ideia original cristã da soberania da pessoa humana, sobre as instituições e as ideologias, poderia ser o princípio de uma discussão equilibrada baseada nas relações livres e complementares, como a política nórdica tentou com a economia social de mercado (ao tentar tornar compatíveis as leis da economia com a doutrina social da igreja), uma economia mista que responda de maneira inclusiva aos direitos e interesses do indivíduo e do grupo. 

De resto a nação é mais rica com o ensino público privado e com o ensino público estatal numa aposta de cada um tentar servir melhor os alunos, as famílias e a nação. Vamos todos colocar o poder dos factos sobre o poder das ideologias! O cinismo do poder não teme conduzir e fortificar a ideologia até à destruição do país. Ousemos colocar o futuro ao serviço de Portugal e dos portugueses numa inter-relação de grupos e interesses orientados pela inclusão e pelo bem da pessoa, a única soberana!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

  • 1 A propósito: a ADSE é segurança social privada ou pública? Não chegaria também um SNS comum? Porque não assume o estado português também a incumbência de construir casernas para toda a população em vez de delegar isso no privado?
  • 2 https://antonio-justo.eu/?p=3569) e https://antonio-justo.eu/?p=3444
  • 3 Como produto que sou do ensino particular dos salesianos e com os exames feitos no estatal, ensinei 7 anos no ensino particular e mais de 30 no ensino estatal; como andei sempre empenhado em representações de professores e sindicais, sei bem do que falo. Muitas vezes tive a impressão de que aqueles que mais se expõem em nome do proletariado são os que mais abusam dele, servindo ele apenas de escada para eles, do alto das suas posições, se servirem e deitarem as suas sentenças em nome de quem se distanciam.
  • 4 Em termos muito simplificados temos a lóbi marxista comunista beneficiada pelas infraestruturas criadas pela ideologia de Abril que pretende tornar-se na razão do Estado e temos a lóbi liberal capitalista que aposta no privado (no indivíduo e nas empresas, no mercado livre e nos contratos livres com o Estado a regulá-los) e nas relações livres. O capitalismo liberal explora a pessoa como força de trabalho reduzindo a pessoa a um instrumento ou mercadoria; o socialismo marxista explora a pessoa como mera força proletária reduzindo a pessoa a um instrumento em função do Estado.