LIBERDADE A SER SUBORNADA NAS DEMOCRACIAS LIBERAIS

A Sociedade europeia aberta autossacrifica-se por negar os Padrões éticos que causaram a sua Evolução e Abertura

A democracia liberal deixa de oferecer garantias de humanidade e de sustentabilidade ao produzir uma crescente atitude político-social autoritária e uma postura de autodefesa autocrata que se serve de medidas legislativas e burocráticas limitadas a corrigir as desfigurações do sistema. Uma sociedade vital não pode limitar-se a ser aberta para o exterior e, ao mesmo tempo, destruir os padrões que a definem e lhe dão coerência a nível interior.  

No início da era digital reconhecíamos nas novas tecnologias de comunicação e informação uma grande potencialidade para democratizar a sociedade e víamos nela a possibilidade de dar também voz aos que não têm voz e, ao mesmo tempo, a possibilidade de moderar e contrabalançar a demasiada influência de elites politico-económicas, regimes políticos, hierarquias estatais e privadas na formação da opinião pública e no desenvolvimento da consciência dos povos. As instituições, porém, conseguiram ganhar a dianteira domando essas potencialidades, na consciência de que quem domina a informação tem o cidadão na mão e naturalmente o poder sobre a ordem estabelecida!

Em particular, não há proteção suficiente contra máquinas de filtragem e de censura arbitrária de plataformas de monopólio como Google, Facebook, etc. Além disso, os direitos civis digitais são relegados para segundo plano no que diz respeito aos interesses da indústria e do governo.

A liberdade de expressão e a liberdade de receber e transmitir informações e ideias sem interferência da autoridade pública e privada é cada vez mais condicionada a interesses de instituições. Mesmo a posição parlamentar sobre o #DigitalServicesAct (DAS) da EU não satisfaz os direitos fundamentais na rede e transmite parte da decisão sobre a liberdade de imprensa e de opinião à direcção do Facebook & Co. A liberdade de expressão como direito fundamental de importância elementar só poderia ser restringida pelo legislador e não deixada aos critérios de uma empresa.

A esperança de que, com a queda da União Soviética, a democracia liberal seria o sistema para o futuro, como anunciava o cientista político Francis Fukuyaman, não se confirma e cada vez deixa mais a desejar.

Entretanto observa-se um maior controlo do Estado com medidas de intervenção na rede a pretexto da defesa de moral pública. Naturalmente terá de haver regulação para se impedir a criminalidade, mas sem que o Estado se promiscue, doutro modo aumenta o processo de entropia da nossa civilização e  amplia a desconfiança num regime que, cada vez mais, põe em perigo a liberdade social e a democracia ao pretender construir um monstro com pés de barro.

Liberdade é o âmago do desenvolvimento humano e da democracia liberal, mas, numa sociedade aberta de valores meramente abstratos, a elite política reconhece-se incapaz de manter socialmente a sua liberalidade e por isso já procura comprometer empresas privadas globais na tarefa política de controlar a sociedade. Bruxelas tem trabalhado em textos tendentes não só a desconstruir a cultura europeia, mas também a permitir uma maior promiscuidade entre estado e privado no intento de diminuir a liberdade do cidadão para mais facilmente mecanizar e burocratizar a sociedade (a burocratização e a administração devem, ao mesmo tempo, substituir a espiritualidade da sociedade) a sociedade. Os nossos tecnocratas decretam já hoje medidas controladoras da personalidade humana que, pouco a pouco, legitimam instalar entre nós o modelo chinês que concebe o cidadão apenas em termos de funcionalidade dentro da máquina estatal! Nesse sentido a máquina de Bruxelas serve-se de agendas devotadas à desestabilização e desconstrução dos fundamentos da cultura europeia minando assim os princípios mais elementares da dita democracia (valores vitais como o da vida e da liberdade começam a ser subjugados aos princípios da funcionalidade, dado o sistema pretender ser a premissa ordenadora dos valores).

A política ao ver-se confrontada com grandes problemas sociais criados pela própria sociedade liberal, reconhece a própria incapacidade de regular uma sociedade humana orgânica, e, para se desviar do problema, aposta no centralismo total implementando para tal o controlo digital da população não tendo sequer escrúpulos em delegar competências de controlo de caracter público às grandes empresas privadas de comunicação social, como Facebook, Google, etc ….

Atualmente o baralho (de realidade, opinião e ilusão) é tal que a liberdade social parece oscilar, como o pêndulo de um velho relógio de sala, movido por forças sociais já indetermináveis porque a rosa dos ventos perdeu a orientação …

Embora todos nós tenhamos direito às nossas opiniões e a decidir do que é importante na nossa vida e do que é nosso, não estamos isentos do enquadramento limitativo do direito do Estado e da sociedade em que se vive. A lógica não tem a última palavra a dizer numa sociedade plural e multifacetada, (porque exige muitas diferenciações), tendo, por isso de ser supervisionada pela Razão de caracter mais abrangente do que a ordenação de factos ou ideias numa linha lógica linear de conclusões inequívocas. O facto de uma democracia liberal – como a sociedade europeia aberta – ter vantagens, por tentar dar resposta à questão da diversidade, a liberalidade não a iliba dos problemas sociais internos que ela mesmo cria e em muitos casos a deslegitimam (imigração desregrada consequência do poder político-económico imperialista transforma-se em cavalo troiano dentro da cultura europeia).

Observa-se na sociedade ocidental a tendência para se insistir na liberdade da heteronomia e por outro lado numa intervenção cada vez mais directa do Estado contra a autonomia e contra a liberdade do cidadão assumir responsabilidade pessoal. Muitos deixaram-se levar na onda contra o presidente dos EUA Trump, o que veio a possibilitar aos administradores das redes sociais expulsá-lo; aqui o que é grave é o facto de se constituir um precedente perigoso e o transfer de poderes do Estado para empresas particulares (este reconhece assim a sua incompetência própria de regulador isento da sociedade) pondo em perigo o cidadão e o sistema democrático.

Assim se cria o pretexto de se poder proibir informação enganosa sem a necessidade de definir o que é enganoso e que parâmetros são usados para chegar a tal. De facto, a pergunta a ser primeiramente resolvida seria: assunto enganoso porquê; enganoso de quem e para quem? Considera-se como factual a informação mais conforme no sentido do regime ou da população e como fack o que as questione ou que seja realmente notícia falsa com objectivos escuros? E quem deve decidir sobre o caminho pré-determinado a seguir? O problema reside na circunstância de muitos factos serem susceptíveis de diferentes interpretações e de serem ordenados para determinados fins que alguns poderão querer que o povo siga. Naturalmente também há notícias construídas, fotos manipuladas, etc. e tudo isso vem complicar a situação, mas há que estar atento a uma paulatina chinesação dos aparelhos do Estado.

Muitos acusam a liberdade de ser  o princípio de muitos problemas (ou de parte dos problemas) mas aí reside um equívoco porque só a liberdade pode dar resposta aos problemas que a sociedade vai apresentando: só a liberdade humana aliada à identidade comunitária chamada a realizar-se e a servir toda a humanidade no respeito mútuo de cada um pode dar resposta aos problemas do nosso tempo e não o erro globalizado do liberalismo arbitrário avassalador deixado às leis do mais fortes numa sociedade considerada mercado de grupos e instituições que tem criado problemas incalculáveis à construção de um futuro mais humano.  veja-se o poder que empresas digitais e empresas globais já têm de determinar disposições e preços sem que os atingidos tenham possibilidade de intervir porque o estado que os devia defender também é sócio na defesa de interesses e na sua especulação porque vê alguns dos problemas resolvidos e também recebe os seus dividendos através dos impostos (quanto maior o custo do produto mais o Estado ganha).

Embora condicionados à morte somos chamados à liberdade! Querer reduzir a liberdade à mera materialidade ou a um mecanicismo de caracter funcional e pragmatista corresponde a uma atitude desumana porque faria da pessoa uma peça; a liberdade e o espírito são o sol que tudo vivifica e estes pertencem à pessoa e não às instituições; estas só têm relevância pelo serviço que prestam e pela memória que possibilitam no andar da história.

Nos últimos anos, a liberdade de expressão tem sido cada vez mais ameaçada, não só por um Estado faminto de impostos e cada vez mais controlador e colecionador de dados, mas também por actores privados, como bancos e corporações tecnológicas ao serviço dos gigantes da economia; por este andar chegaremos a um tempo em que o cartão do banco inutilizará o cartão do cidadão. O controlo generalizado em via e a censura são males, venham eles donde vierem.

Não é de confiar num Estado zeloso que determine a medida do discurso político a ser admissível. As grandes plataformas tecnológicas Google, Face Book, etc., não têm legitimidade para controlar o cidadão e o Estado, ao conceder-lhe competência para tal, está a demonstrar a sua incompetência para governar a sociedade que criou e parece estar a tornar-se ingovernável com meios democráticos; as empresas têm a sua lealdade para com os seus accionistas porque foram criadas com a finalidade  de ganharem dinheiro para eles.

 

Uma limitação de liberdade pelo governo só seria justificável se ocasionalmente limitada no tempo, mas tem de estar sempre sob a pressão crítica de ter de se justificar perante o cidadão. O cidadão crítico desempenha uma função importante na defesa das massas de uma censura indiretamente institucionalizada para reduzir a liberdade de expressão e de opinião. Mas também é de compreender a atitude de muito cidadão que, resignado, cada vez se refugia mais na sua vida privada, como já é de observar em camadas da juventude. A gravidade da situação em que nos encontramos (medidas Corona e propaganda em relação à Rússia-Ucrânia, etc.) conduz a posições extremistas e motiva conservadores a defenderem medidas estatais drásticas e move também os progressistas a defenderem a limitação da liberdade individual e civil como preço a ser pago para se conseguir progresso ou uma reconstrução social no sentido socialista.

Na fase do regimento Corona, a liberdade foi simplesmente subordinada ao valor da saúde e agora que temos o regimento da guerra na Europa tudo passou a ser condicionado à segurança (o comportamento assumido por governantes e média e a maneira indiferenciada como é acatado pela generalidade do povo faz duvidar da capacidade social para defender a liberdade). Isto é também sinal da falta de critério e de maturidade da classe dirigente que se comporta de maneira cínica como dominadora da consciência social e olha só para o momento sem considerar o futuro. A política ao valorizar apenas valias individualizadas falha contra o critério que pressupõe o equilíbrio e a referência integral de todos os valores humanos e sociais a preservar.

Não é suficiente ir-se vivendo nem chegam as ondas sucessivas criadas na sociedade para dar sustentabilidade a um povo e menos ainda a consequente atitude relativista de uma democracia liberal limitada a fazer caminho sem missão nem metas; embora se tenha a impressão que a democracia  liberal seria o sistema político capaz de dar resposta à questão da diversidade nas sociedades europeias, a EU na sua ideologia de sociedade liberalista está a conduzir-nos a grandes problemas porque não chegam o valores abstratos liberais que os nossos tecnocratas nos querem impor como mundivisão  aberta (valores europeus); estes revelam-se incapazes, de darem resposta a uma vida orgânica existencial de cidadãos e de sociedade já despojados num globalismo impulsionador de (e servido por) sociedades anónimas e secretas que, para se afirmarem no Ocidente, se tornam demolidoras da família, da pátria e de um tecto espiritual comum.  O seu radicalismo contra o regionalismo e contra a província desqualificam as suas pretensas boas intenções de criarem uma humanidade sob um só tecto universal materialista e sem metafísica.

A liberdade pela liberdade torna-se insustentável porque levaria a um estado caótico da existência de indivíduos sem instituições nem órgãos ordenadores. A liberdade manifesta-se como factor dinâmico competidor entre o indivíduo e as suas organizações institucionais; esta tensão tem de ser mantida em equilíbrio muito embora pendular.

Creio que o liberalismo democrático, que na qualidade de ocidentais tanto afirmamos, poderá ter a sua lógica linear como método de resposta à diversidade de problemas e exigências criadas depois da segunda guerra mundial, mas, numa ordem globalizante, não resolve os próprios problemas sociais por ele criados e menos ainda outros problemas existenciais e de sentido que este liberalismo mercantilista aberto e sem fronteiras cria. Creio que o problema da razão, nas suas tentativas de alinhamentos lógicos se torna num pau de dois bicos ao apostar numa narrativa de perspectiva unilateral que subordina a vida do cidadão ao aspecto utilitário sociológico-político. Sem abandonarmos a polis teremos de reconhecer a natureza (família, aldeia e regionalismo), como lugar de vida autêntica e de orientação, doutro modo o globalismo servido por democracias liberais terá como consequência lógica a criação de governos autoritários servidos por oligarcas.

©  António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

 

PARABÉNS PORTUGUESES PELO DIA DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES

DIA DE PORTUGAL

A Festa repete-se e Portugal também

…. Em “Viagens na minha Terra”, Garrett faz uma descrição modelo da situação e dos problemas do Portugal de sempre. Nos protagonistas da narrativa, Carlos, símbolo dos progressistas e Joaninha, símbolo dos tradicionalistas, temos uma boa diagnose aplicável à actualidade sobre a situação dos partidos e da cultura portuguesa num Portugal que teima ser irreconciliável.

O romantismo liberal inicial de Garrett e Herculano, tal como, depois, o de Antero de Quental procuram aportuguesar o liberalismo (masculino) e o socialismo político importado (inicialmente bravio depois oportunamente acomodado) e dar-lhe uma perspectiva lusitana (feminina). Constatam o falhanço do projecto de liberalizar e democratizar Portugal. Portugal falha pelas mesmas razões que Carlos e Joaninha falharam…

O desenrolar da democracia do 25 de Abril parece seguir os mesmos passos encontrando-se já na fase da “desistência cívica” …

… O protagonista Carlos, de “Viagens na minha Terra”, símbolo de Portugal do progresso abandona a província (Santarém) e assim enjeita Joaninha (cultura tipicamente portuguesa) incompatibilizado, ao mesmo tempo, com Frei Dinis (antigo regime) e vai à procura de novos ideais para a cidade (liberalismo) envolvendo-se nas lutas liberais (conflitos entre socialistas e conservadores). Neste novo espaço transforma-se e conhece, entre outros bens, a cor da luz dos olhos da Georgina e da Soledade (os belos corpos duma modernidade que permanece alheia). Depois de desenganos e frustrações volta a Santarém (cultura tradicional nacional) mas aí sente-se já estranho; tinha-se mudado e a mudança tinha sido tão radical que já não comportava a integração da memória no seu ser. Entretanto foi-lhe revelado que era filho do padre Dinis (um sinal talvez de que deveria reconciliar a tradição com o progresso ideológico, o pólo masculino com o pólo feminino da nação). Pelo contrário, desiludido da ideologia e da terra, que já na pode amar porque a ideologia e os bens o tinham desnaturado, volta à cidade e faz-se barão. Declara-se perdido. Joaninha enlouquece e falece…

Esta tem sido a perspectiva dum Portugal insatisfeito fatalmente irreconciliável consigo mesmo. Em Carlos podemos ver a masculinidade portuguesa infiel e homossexual que vive dos bordéis estrangeiros e em Joaninha a feminidade portuguesa fiel mas fechada em si mesma quase lésbica. Este é o problema de Portugal. A sua masculinidade e feminidade não se integram num todo. A luta do saber cínico (Carlos) contra a crença ingénua (Joaninha) conduz, segundo a experiência histórica, a uma portugalidade amorfa e indiferente. Isto conduz àquela “apagada e vil tristeza” dum Portugal não vivido mas com a ilusão de viver que lhe vem da sua divisão num Portugal de alguns tantos eremitas e poetas refugiados, de alguns barões da ceita e dum resto lamuriento…

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=1335

 

https://www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/dia-de-portugal-dia-de-camoes-e-das-comunidades-portuguesas-no-purgatorio-com-o-covid-19-dados-sobre-a-igreja-carolica

 

https://www.triplov.com/letras/Antonio-Justo/index.htm

 

 

VIVER COM OU CONTRA A RÚSSIA DEPENDENTES DOS USA OU CONVIVER COM TODOS?

Europa por fazer entre Imperialismo americano e russo

A Ucrânia e a Rússia fazem parte da cultura europeia e da Europa. Independentemente do que tem acontecido na Ucrânia, sobretudo desde 2013 e apesar do acto brutal russo de 24 de fevereiro de 2022, nada justifica as campanhas de ódio encenadas pelos Media contra a Rússia. Por um lado, os Media não falam dos antecedentes dos acontecimentos na Ucrânia e nem sequer mencionam as promessas feitas em 1990 à Rússia e nem sequer alinhavam a forma de sujeição da Europa à “potência protectora” América. E a Europa deixa-se instrumentalizar pela ordem política global da América, que se preocupa apenas com a expansão dos próprios interesses políticos e de poder. Quando irá a UE finalmente acordar e desenvolver uma política independente centrada na liberdade, na paz e na compreensão internacional? Que fazemos para superar o ódio e a desconfiança? Esquecemos que uma boa medida de desconfiança em relação às instituições estatais e suas ajudantes é a característica necessária que impulsiona a responsabilidade necessária para o bem comum e para uma sociedade criteriosa e equilibrada!

Quem assiste à demonização de Putin e à divinização de  Zelenskyj e seguiu o desenrolar da política interna ucraniana, encontra uma semelhança crassa de modelos de propaganda usados na Europa e na Ucrânia que fazem lembrar a Série “Servidor do Povo” que fez de Zelenskyj presidente da Ucrânia (1); este candidatou-se depois à presidência, à frente do partido com o mesmo nome: “Servidor do Povo”; nessa série que vi, Zelenskyj é apresentado como presidente inigualável e salvador da Ucrânia. O efeito viral e manipulador que os estrategas de Zelenskyj conseguiram com a elaboração da série televisiva “Servidor do Povo” para ser eleito presidente da Ucrânia, conseguem-no também agora teatralmente na cena política internacional.

 “A quem interessa dividir a Europa?” (2), é a pergunta que se põe desde a guerra militar russa na Ucrânia e desde a guerra política e económica do Ocidente contra a Rússia e que levam ao empobrecimento do povo em geral…. A responsabilidade pode considerar-se dividida devido à luta entre os dois imperialismos que sacrificam a Europa, mas o fulcro da resposta será de encontrar na luta do imperialismo dos USA institucionalizado militarmente depois da segunda grande guerra com a criação da OTAN e na declarada intenção dos USA não permitirem que a Europa se irmanasse com a Rússia. Em 1949 a criação da união militar (OTAN) era óbvia, atendendo à existência simultânea do imperialismo soviético (Pacto de Varsóvia) e à incapacidade da Europa para se defender, tendo, por isso mesmo, de recorrer ao patrocínio dos EUA. O imperialismo soviético (socialismo) e o imperialismo americano (capitalismo) tinham grande parte do mundo sob a sua alçada.

Uma vez desfeita a organização imperialista do Pacto de Varsóvia seria natural, numa perspectiva europeia e de paz, que se desfizesse também o pacto da OTAN. Isso não se deu devido à estratégia americana de se afirmar como imperialismo mundial ímpar, unipolar e, nesse sentido, impedir que a Europa ocidental se unisse à Europa oriental! Numa perspectiva europeia, a Europa está a errar na medida que em vez de se tornar parte da solução tornou-se parte do problema! A argumentação de que a Europa foi ingénua em relação à Rússia é muito relativizada com a correspondente ingenuidade da Europa perante os USA, também eles com interesses próprios, em rivalidade  com os interesses europeus que implicavam maior inter-relacionamento económico, cultural e político com a Rússia e tendo em conta que o Ocidente se comportava mais contra a Rússia, o que a ajudou a tornar-se ainda mais autoritária.

Por outro lado, o imperialismo socialista da União Soviética e o imperialismo capitalista dos USA continuaram activos principalmente em países de África e da América latina através do apoio directo ou indirecto das correspondentes forças rivais dentro desses países: assim dá-se continuidade à guerra fria com medidas de suborno e de desestabilização de grupos rivais dentro de países insuficientemente estáveis (como aconteceu também no caso da Ucrânia); se o imperialismo socialista se afirma nos países usando uma estratégia ideológica divisionista e anti cultura, o imperialismo ocidental afirmava-se numa luta de manipulação económica de subjugação  e com o pretexto da defesa dos valores da democracia liberal.

A campanha generalizada nos meios da comunicação ocidentais contra o Patriarca Cirilo (salvaguarde-se aqui o erro a ele inerentes) é hipócrita porque tende a destruir a identidade cultural russa exigindo-se uma separação entre valores de Estado e valores religiosos numa sociedade em que escasseiam os grandes centros urbanos e simplesmente pelo facto de no ocidente só quererem valer em política os valores sob a perspectiva secular.(https://antonio-justo.eu/?p=7509).

Aquela disputa que se prolongava e prossegue na América latina e em África concretizou-se de forma mais exacerbada na Ucrânia, dado esta ser um estado considerado fronteira de interesses ideológicos, militares e económicos entre o Ocidente e o Oriente. A sociedade ucraniana, atendendo à sua composição populacional e à sua posição geográfica, que poderia ser um estado-federal-ponte privilegiado entre os dois blocos rivais, tornou-se em lugar de confronto entre os dois imperialismos, sendo ao mesmo tempo vítima e cúmplice de imperialismos antagónicos.

Se o apaziguamento (uma política de concessões recíprocas) não tem sido desejado e as duas partes não se respeitarem mutuamente, torna-se impossível a realização de negociações e na consequência dar-se-á o prolongamento indefinido da crueldade. Após a queda do presidente eleito Yanukovych, as regiões do sul e leste da Ucrânia não quiseram alinhar-se com o derrube do governo (derrube apoiado pelos USA) e acentuaram a vontade de conquistar a sua independência com o apoio da Rússia (3).  O regime de Kiev enviou os militares, e como estes não disparavam contra os seus próprios cidadãos, Kiev enviou então unidades voluntárias (4). Durante 8 anos, a Ucrânia ocidental disparou, à sombra do mundo informativo, contra os seus próprios cidadãos no Leste onde 17.000 pessoas foram mortas. Durante 8 anos, o governo de Kiev não implementou o acordo de Minsk (com a tolerância da França e da Alemanha), por interesses óbvios também nos grandes latifúndios ucranianos. Antes, a guerra civil era apoiada pela Rússia e USA e agora os ucranianos orientais estão a disparar contra a Ucrânia ocidental com o apoio directo dos russos.

Exemplo da escalação:  A Rússia intervém militarmente na Ucrânia e a OTAN apoia militarmente a Ucrânia. A EU/OTAN inicia a guerra económica contra a Rússia embora as exportações russas de carvão, petróleo e gás sejam os lubrificantes da economia europeia e deste modo o Ocidente assiste a um encarecimento de vida de que já não há memória; o Ocidente bloqueia as transações bancárias com a banca russa e a Rússia impõe o pagamento das suas matérias primas em rublos, o que originará novos fluxos de dinheiros; a Alemanha interditou a emissora russa em Berlim e a Rússia reagiu interditando a Voz da Alemanha na Rússia; o Ocidente declara políticos russos como pessoas non gratas e a Rússia reage do mesmo modo em reação aos países considerados inimigos!

Na guerra económica a Rússia usa agora os alimentos e os fertilizantes como armas de fundo. A Ucrânia e a Rússia, em conjunto, abasteciam um terço mundial com cereais (trigo, milho, cevada e soja). Agora a Rússia está a responder bloqueando a rota de exportação de cereais e fertilizantes para o norte de África e para o Próximo Oriente, bloqueando os portos no mar negro; nestes países não se farão esperar grandes fomes. Bloqueios económicos, usados como armas de guerra, são abusos ilícitos porque próprios das grandes potências e atingem os fracos e a população e não impedem as guerras.

A natureza é inteligente e por isso mostra-nos que a verdadeira evolução se realiza no viver com. A Rússia faz parte da casa comum Europa como já afirmava Gorbatchov e no princípio também era aspiração de Putin. Querer construir a casa comum sem a Rússia revela-se em miopia política e fanatismo do momento de parte a parte. Um desejo de unidade europeia é hoje também contrariado pela União Europeia que prefere a posição cómoda de se encostar à OTAN; a União Europeia prefere assim ser reduzida ao estilo e interesses anglo-saxónicos.

A derrota   político-económica da União soviética, em termos de guerra fria não justifica a atitude dos EUA, da EU nem da Nato contra a Rússia e contra a inicial boa vontade de Putin. É de constatar que, perante a afirmação do imperialismo ocidental às portas da Rússia, o nacionalismo exacerbado de Putin tenha fomentado nele a velha nostalgia imperial. O comportamento do Ocidente revela querer uma guerra total. Em nome da defesa dos valores ocidentais a Nato assume a estratégia das guerras da religião, próprias da guerra dos 30 anos (1618-1648) entre católicos e protestantes, servindo-se também ela agora, em termos de ideologias, contra a posição do Patriarca Cirilo I (5). Procura-se mover na política e na opinião pública tudo o que possa favorecer uma guerra total .

Os dois blocos em conflito perderam a razão e os políticos desqualificaram-se na qualidade de servidores do bem do povo. Legitimar a guerra ou medidas bélicas com a razão de defesa de valores europeus ou de próprios interesses a defender num país terceiro é tão válido como o argumento da Rússia de lutar contra o nazismo na Ucrânia.

A Europa, se acordar do grande sonambulismo em que entrou depois da segunda guerra mundial, terá de arredar caminho na descoberta dela própria e como tal viver com a Rússia sem viver contra os USA. Um dia, o desenvolvimento histórico levará, um dia, as potências de cunho cristão a unirem-se para melhor subsistirem no concerto de um mundo multipolar (6)!

Num conflito em que nos encontramos todos implicados (Rússia, EUA, EU, Ucrânia e OTAN) não é suficiente limitar-se a andar à caça de um culpado e, ao mesmo tempo, pretender-se ignorar os erros de todos no passado e o facto de nos encontrarmos enredados neles. Também sinal de esperteza, mas não de inteligência, é reduzir todas as falhas de um lado a um só acontecimento (24 de fevereiro) para que ele seja retratado como o único culpado e assim esconder os próprios malefícios…. Encontramo-nos numa situação em que todas as partes se comportam mal pelo que seria irracional que uma das partes determinasse, só ela e por ela sobre a rectidão e verdade da sua posição. Precisam-se conversações embora as partes nao estejam interessadas nelas porque o seu objectivo é só vencer o adversário e ostentar razão para isso.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

  • (1) Título original: Sluha narodu, ucraniano Слуга народу, russo Слуга народа Sluga naroda) é uma série de comédia política produzida na Ucrânia pelo estúdio Qwartal 95 de Volodymyr Selenskyj sobre uma história fictícia da eleição do Presidente da Ucrânia. Vi a longa série e constatei que os promotores de Zelenskyj conseguiram manipular o povo divinizando Zemenskyj de tal modo que o povo tinha de o eleger; os mesmos métodos de encenação usam os Media ocidentais para demonizar o macabro Putin! O resultado é o mesmo. Por aqui se pode concluir como é fácil trabalhar o povo de maneira a ele pensar como elites querem que pense! Por aqui se vê como é fácil o controlo do povo seja ele de que sistema for!
  • (2) Perguntas: https://antonio-justo.eu/?p=7543; https://antonio-justo.eu/?p=7472
  • (3) “As regiões leste e sul, as mais povoadas do país, possuíam muitos habitantes russos que se opuseram às manifestações a favor da União Europeia. Dentre essas regiões, a Crimeia foi a que vivenciou os maiores níveis de tensão política. O parlamento da Crimeia foi tomado por um comando pró-Rússia, o qual aprovou a autonomia da península e posterior anexação à Rússia. No dia 16 de março de 2014, apesar de forte oposição da Organização das Nações Unidas (ONU), foi votado um referendo popular na Crimeia que decidiu sua separação da Ucrânia e anexação à Rússia, opção que venceu com mais de 95% dos votos. A população ucraniana é muito heterogénea embora de cultura comum!
  • (4) Batalhão Azov: https://antonio-justo.eu/?p=7488
  • (5) Nacionalizações da Ortodoxia: https://antonio-justo.eu/?p=7509
  • (6) Para aqueles que pensam que o meu artigo pode ser considerado pró-russo chamo a atenção que o escrevo sob uma perspectiva europeia que a nossa imprensa não contempla e para mitigar a atmosfera de guerra de informação sobretudo anti russa, uma imprensa que carece da apresentação de outras perspectivas que enriqueceriam a controvérsia.

QUE SIGNIFICA PENTECOSTES?

O Pentecostes é a festa do Espírito Santo, e é considerado o aniversário da igreja em que é celebrado o envio do Espírito Santo, anunciado por Jesus Cristo, e recorda a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos em Jerusalém; transformou-os de tal modo que, de repente, falavam em várias línguas e assim levaram a Palavra de Deus a todos os povos. O povo ouviu os apóstolos falar na sua própria língua e todos compreenderam a mensagem. O milagre da linguagem indica que a mensagem é relevante para o mundo inteiro. É a festa do conhecimento e da clareza espiritual.

No cristianismo, Deus aparece em três formas: Pai, Filho e Espírito Santo. A trindade é a fórmula de toda a realidade vivenciada como relação. Deus revela-se ad intra na trindade  (Deus uno e trino) e dá-se a conhecer ad extra através da sua criação (1).

Símbolos de Pentecostes, são pombas, rosas e fogo, vento (João 3:8) água corrente, água de nascente (Jo 7:37f; Apocalipse 22:17). A pomba é símbolo de gentileza, simplicidade e inocência.

O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade e dá testemunho do Pai celestial e de Jesus Cristo. Segundo a espiritualidade cristã, Ele é amor, é a fonte do testemunho pessoal, de revelação e assiste as pessoas nas decisões, protegendo-as do perigo físico e espiritual. O “Espírito Santo” dá sabedoria, fé e amor entre Deus e o homem; ele é o gene divino que tudo vivifica.

Reflexão pentecostal: https://copaaec.blogs.sapo.pt/reflexao-pentecostal-120056

Pentecostes ou o princípio da democracia espiritual: https://bomdia.eu/pentecostes-ou-o-principio-da-democracia-espiritual/

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

(1) Deus comunica-se e a fórmula trinitária com a criação do filho revela já em si a essência pessoal da comunicação  interna na trindade: esta comunicação divina expressa-se na relação pessoal, sendo essa comunicação tão pura que se manifestada num outro eu e não num tu (separado), sendo assim um expressar-se na ipseidade  comunicativa . Os padres da Igreja falam também da comunicação divina ad extra que se dá no acto da criação que leva tudo a participar da sua comunicação.

CONFORMISMO VERSUS ESPÍRITO CRÍTICO

O Poder político-económico instrumentaliza a Ciência e os Media

O mundo que temos não merece que nos adaptemos a ele, pelo que urge procurar novos caminhos! Por um lado, os bons espíritos abandonaram as nossas elites, por isso elas se servem da pressão criada nas massas e do Zeitgeist que as encandeia. Por outro lado, a corrida dos acontecimentos é de tal ordem que fomenta criadores da opinião pública sem remorsos, produzidos por elites sem vergonha que abusam cada vez mais de tudo e de todos (1).

A Ciência tem uma função crítica na sociedade e deveria abrir o horizonte dos problemas e das pessoas, não devendo ser usada para os controlar, nem tão-pouco convertida em meio de implementação do conformismo e do pensar “politicamente correcto”, como é de observar na maioria dos programas das nossas TVs. De facto, se observarmos a opinião publicada e reportagens televisivas nota-se nelas uma monotonia de pontos de vista e falta de pluralidade de abordagens e de controvérsia (2) nos seus resultados.

A formação da consciência do cidadão assumida pelas agências dos Media (transformados em amplificadoras dos interesses do sistema) obedece, na generalidade, a uma pesquisa ou escolha controlada de actores a aparecerem em programas de TV ou de entrevistados na imprensa, chegou a um ponto de confundir ciência e peritos com apoiantes de informações fornecidas. Especialistas seleccionados são convidados repetidamente (sempre os mesmos para confirmar os seus objetivos e se algum começa a urinar fora do penico logo o/a jornalista o interrompe ou o abana com perguntas tendenciosas que o pobre é obrigado a conter-se!), os peritos são ouvidos, não tanto por respeito à ciência e à diversidade mas por poderem transmitir uma aura da ciência que ainda consegue enganar povo.

Na praça pública assiste-se a um alastrar de protagonistas da ideologia do lado certo. Assim leva-se o povo a confundir objectividade ou ciência com as informações transmitidas.  Em nome da crise atual, assiste-se a uma proibição inerente ao que fomente pluralidade de opinião e controvérsia saudável.

As instituições públicas renunciam, no essencial, à busca do conhecimento e o estado de direito está a ser usado indevidamente para fomentar proselitismos ou um estado de espírito conformista. A ciência e os meios de comunicação social, mais que mobilizados ao serviço da liberdade, funcionam ao serviço da justificação de agendas políticas.

A ciência é aberta e sujeita a interpretações controversas, mas nunca poderá ser enfileirada numa só linha ou sentido. É ilegítimo, a nível científico, exigir-se juízos de valor com a finalidade de formar uma vontade política e correspondentes decisões.

A verdadeira ciência serve a democracia, mas não segue princípios democráticos previamente determinados porque se sente comprometida com a razão; as ciências humanas procuram muitas vezes orientar os fatos no sentido de uma decisão ou de formar opinião; estas contribuem para a razão pública, mas prendem-se em debates acalorados, dado, especialmente estas ciências não guardarem suficiente espaço entre opinião individual e observação pretensamente objectiva!

A ciência passa a ser utilizada abusivamente e afastada de seu propósito essencial: orientação livre e independente para o ideal de descobrir a “verdade/realidade”; a ciência quer-se senhora e não escrava ao serviço de algum senhor.

Também as universidades estão cada vez mais sujeitas ao assalto por forças que lhe deveriam ser estranhas e, assim, muitos cientistas transformam-se em almeidas da estrada da política e economia, outros em cães de guarda do rebanho que não deve demarcar-se da estrada e dos desígnios de uma política ávida de conformismo.

De facto, é de observar que até já as universidades perdem, cada vez mais, a universalidade de visão e a liberdade de espírito, uma vez que a sua investigação está sobretudo dependente das vontades política e económica! Por outro lado, toda a disciplina científica tem os seus limites de conhecimento; exigir de um departamento do saber, uma confissão de caracter genérico torna-se enganosa (especialmente para pessoas que não entendam a complexidade das questões nem entendem a relatividade do que o especialista sabe ou diz).  Problemas ou sistemas complexos requerem diferentes modelos causais e diferentes explicações. Toda a priorização ou preferência de medidas encurta a realidade!

Todos estamos submetidos a uma necessidade natural de nos definirmos (identificação) procurando reconhecimento que nos dê a sensação de sucesso, mas, de uma maneira geral, ao seguir o ritmo de marcha dos que ditam os acontecimentos, só podemos tornar-nos cada vez mais na mesma (reduzidos a rebanho)! Ao seguirmos o culto do conformismo, aceitaremos também o que é imoral e indecente. Embora tenhamos herdado de Pilatos a opinião de seguir a disposição da multidão não podemos esquecer que estamos chamados à liberdade (luta contra a inércia da entropia) a uma realidade superior se não nos reduzimos a sermos formatações de programas que outros elaboram.

Não se trata aqui de defender a rebelião ou a revolta, mas sim de uma continuada e firme resistência não violenta

Precisamos de não conformistas que anseiam por paz e justiça em atitude humilde e não arrogante. Se observamos o desenvolvimento da política e da igreja encontramos sempre não conformistas a desbravar-lhe o caminho. A opinião maioritária pode ser perigosa porque impede a fuga, anseia pelo hábito, pondo-nos a caminho da entropia. Paulo aos Romanos 12,2” Não sejais como o mundo, em vez disso transformai-vos pela renovação da vossa mente.” A mudança não é fácil porque é processo à imagem do fermento na massa.

Ingenuidade e credulidade levam-nos a deixar o espírito crítico e a vivermos de meias-verdades para não termos de questionar o que nos parece oferecer segurança. Hitler já dizia cinicamente em “Mein Kampf”: “Uso o entusiasmo para as massas e reservo a convicção lógica para os poucos”. O preconceito costuma ir à frente dos factos……

É natural que em todos os regimes, os media do sistema procurem criar um clima imune à crítica porque pretendem cidadãos de cérebro penteado ao gosto do regime. O cidadão consciente deveria estar ciente disto!

Na crise contemporânea a que assistimos, seja ela a do Corona Vírus seja a da crise geoestratégica em jogo na Ucrânia, as elites políticas conseguiram imunidade contra a crítica; facto este que é observável na opinião indiferenciada e generalizada nas massas; o que me parece mais grave é o facto de se observar que grande parte dos académicos não vislumbrarem mais  que a massa do mainstream! Há falta de potencial crítico às ideologias e de interesse no diálogo às partes em discussão.

Nem a ciência nem a religião devem ser instrumentalizadas em serviço das guerras! A ciência investiga movimentando-se no âmbito do saber que é poder, a religião interpreta à luz da sabedoria; as duas são complementares movimentando-se na compreensão de matéria e espírito.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo,

(1) “A IDADE DIGITAL INICIA A ERA PÓS-FÁTICA”: https://antonio-justo.eu/?p=3932

(2) MÉTODO DA CONTROVÉRSIA: https://antonio-justo.eu/?p=3336