MINISTÉRIO DA PAZ COM IGUAL ORÇAMENTO AO DO MINISTÉRIO DA DEFESA

Desarmamento em vez de Redução da Assistência social

O velho apelo de se “fazer a paz sem armas” foi substituído por “fazer a paz com armas”: uma contradição que apoia os que não querem a paz, mas a guerra para poderem expandir o seu poder. Os dominadores dos povos passam assim a distribuir o negócio sangrento entre eles.  Para terem sucesso servem-se da propaganda pela entrega de armas e pela militarização de nossa sociedade. O armamento mata mesmo sem guerra e cria pobreza porque o dinheiro que vai para o armamento falta noutro lugar do orçamento.

Hoje seria perigoso politicamente fazer a proposta de “em vez de armas plantar-se árvores” resolvendo-se dessa maneira o problema ecológico e da guerra! A injustiça deve ser combatida, sendo para isso preciso ver-se as suas raízes e as suas causas. As armas são o problema de ambos os lados.  Não há solução, mas os lobistas das armas também não têm solução, apenas lucro!

Nota-se a falta de resistência não violenta contra a injustiça e contra a ânsia imperial pelo poder.

Temos sido levados por um caminho egoísta e precipitado no sentido de uma militarização perigosa (Também militarização da emocionalidade social). Raiz do mal: 2% do produto interno bruto ao ano para fins militares e 100 bilhões de bens especiais para os militares (note-se o eufemismo germânico propagandístico da designação usada “bens especiais” para iludir o cérebro humano; imagine-se que se empregava a palavra exacta que seria “despesa”!).

Qual será a razão por que os cidadãos e os contribuintes não têm direito a um Ministério da Paz paralelo ao Ministério da Defesa (com orçamento estatal igual ao militar)? Assim teríamos um estado mais justo e democrático que contemplava um orçamento em defesa do povo e outro em defesa dos interesses institucionais que se encontram nas mãos de elites. Precisamos de iniciativas comprometidas com a paz com projetos concretos. À pergunta: “Putin pode ser parado sem armas?” poderia seguir-se a contra pergunta: “Putin pode ser parado com armas”? Não se nota interesse em iniciativas tendentes em sair da espiral da violência. Quanto sangue do povo deve fluir, até que se procure uma solução através de conversações?

A rotina impede-nos de criar iniciativas dignas e propícias a uma nova era mais desenvolvida e virada para a paz e centrada no bem-comum, no bem da pessoa e do povo e não na sustentabilidade da sua exploração pelos mais fortes, com a desculpa que só a concorrência poderá produzir progresso; uma nova era preocupada com o desenvolvimento integral humano pressuporia um novo ideário e uma nova estratégia: o esforço que os Estados empregam para apoiar os serviços mais fortes teria de ser invertido no sentido da colaboração e não na mera concorrência. As leis da evolução (afirmação do mais forte e a união dos mais fracos para garantir a evolução) continuariam a ter validade embora com a acentuação dos serviços da coesão e da solidariedade dos mais fracos como doutrina de Estado. O ideal da democracia deveria consistir em transferir para o povo a força e o poder dos privilegiados dos sistemas até hoje vigentes.

O vigor dos fortes, dos poucos, beneficia (e abusa) da contribuição dos muitos. Um ministério de paz poderia seguir nas pegadas das tarefas idealistas da religião.

A democracia deve buscar alternativas para se defender não apenas com armas como tem sido próprio da filosofia do mais forte prevalecente ao longo da História.

Em 2015, mais de um milhão de refugiados de guerra da Síria, Iraque, Somália e Eritreia chegaram à Alemanha. Entre o final de fevereiro de 2022 e 28 de março de 2023, 1.058.218 refugiados da Ucrânia foram registrados no Registro Central de Estrangeiros alemão. A Alemanha mostra-se pródiga, mas pratica discriminação no trato baseado na origem dos refugiados. Atendendo à diferenciação na dedicação e trato, os africanos não são tão importantes emocionalmente para os europeus como os refugiados de guerra da Ucrânia. A guerra civil na Ucrânia antes de 24 de fevereiro de 2022 já havia tirado a vida a 17.000 pessoas. Pelos vistos também a emoção e empenho das pessoas dependem não da gravidade factual, mas da maneira como é apresentada nos meios de comunicação social. Em África têm sido mortos milhões de pessoas devido a intrigas dependentes de interesses americanos, europeus, muçulmanos e russos e apesar disso, a sensibilidade moral pública mantem-se indiferente relativamente às barbaridades políticas e económicas praticadas em países africanos.

Armas não são a resposta do povo, armas são sim a resposta dos poderosos; estes não morrem na guerra e vivem bem da guerra! Hoje a guerra ainda é mais injusta que nos tempos antigos porque nestes também morriam poderosos!

Quando passará a guerra a ser um assunto do passado? Certamente quando o homem for mais Homem e quando os governantes deixarem de viver do seu negócio com o povo e de serem premiados pela violência que usam.

Lamentamos o facto de Jesus ter sido morto por causa de sua ideia de amor a Deus, ao próximo e ao inimigo (O amor aos inimigos seria uma forma de reconhecer a nossa cumplicidade na hostilidade!) mas paradoxalmente continuamos a apoiar os Pilatos, os Herodes e os Judas Iscariotes da história actual.

A majestade dos poderosos mancha a terra e humilha os simples!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

ENCONTROS DE JESUS COM PILATOS E COM AS MULHERES

Significado ainda não reconhecido da Presença das Mulheres junto à Cruz

Neste processo pode-se verificar não só a tragédia do encontro do divino com o humano, tragédia esta que se expressa na relação entre a instituição e o humano, mas também a relação desequilibrada entre o princípio da feminilidade e o princípio da masculinidade no nosso modelo social! Pilatos e as instituições alheiam-se da caminhada humana de Jesus, das mulheres e do povo para em grande parte fazerem uma caminhada paralela, fora da comunidade.  

Segundo relata o evangelista João, Jesus foi envolvido no jogo do pingue pongue do poder religioso e do poder político (1). Pilatos, representante do poder político, queria que o sinédrio o julgasse porque a causa de Jesus era um assunto religioso/espiritual e este não tinha nada a ver com o poder de Roma nem com razões de Estado. Porque Pilatos não encontrou culpa nenhuma em Jesus mandou colocar no madeiro a tabuleta “JC rei dos Judeus”.  Pilatos no julgamento revelou-se primeiramente como pessoa séria ao deixar-se, na sua função de representante do estado, envolver pessoal e directamente com e por Jesus (2), mas logo assumiu o seu papel de governador desviando o apelo pessoal que Jesus lhe tinha dirigido para a pergunta abstrata “O que é a verdade?

Na tentativa de criar espaço para a sua consternação Pilatos pensou em fazer uso do seu direito de nos dias festivos recorrer a um acto de misericórdia libertando-o. O povo preferiu um outro, Barrabás que era um chefe de uma quadrilha de ladrões. Pilatos, não convencido mandou acoitar Jesus para o mostrar ao povo na esperança de que este ao vê-lo tivesse compaixão dele. Os soldados fizeram dele um rei ridículo e acoitaram-no. Jesus não se defendeu. Pilatos apresenta-o ao povo dizendo Ecce homo (Eis o Homem). Mas os sumos sacerdotes e seus servos gritaram, “crucifica, crucifica-o”. Pilatos queria ver-se livre de Jesus e disse então, levai-o e crucificai-o; eu não encontro nele culpa alguma. Então, as autoridades do templo que sabem como as leis se fazem e como os funcionários da lei representam interesses e não a verdade nem o povo advertiram-no que se o não o condenasse, Pilatos (governador do imperador romano na Província da Síria) não seria fiel ao Imperador a quem deveria obedecer porque Jesus se tinha proclamado filho de Deus. Poem-lhe o problema da lealdade.

Jesus compreende a situação desesperada em que se encontrava Pilatos e que em termos do mundo não teria outra alternativa senão ceder aos que o atraiçoavam também entre os seus: um dos seus discípulos.

Apesar de estar ciente da monstruosidade que se estava a cometer Pôncio Pilatos pergunta novamente: “Devo crucificar o vosso rei?” e paradoxalmente os sumos sacerdotes, afirmam aquela monstruosidade dizendo: „Não temos rei, para além do imperador!”

Deste modo o Sinédrio através do seu testemunho está disposto a renunciar ao seu específico de “povo de Deus” (porque abdica da sua autoridade religiosa que tinha de decidir – excepto a pena de morte – em questões do foro religioso e ao renunciar a ele submete-o ao foro político imperial) para se submeter totalmente ao imperador e deste modo Jesus passa a ser condenado à morte porque abandonado por todos (povo, discípulos e instituições).  No julgamento de Jesus, os seus seguidores que sabiam que o seu reino não era deste mundo, não abriram a boca ou tinham até já fugido. (Todo o reino deste mundo é obra do homem enquanto o Seu reino é um reino interior e espiritual. O reino de Jesus dirige-se à pessoa integral independentemente das suas funções.) O problema não está nos inimigos, mas nos que o abandonam.  Pilatos cumpriu o dever como funcionário do Estado, mas honra-o o facto de tentar ouvir pessoalmente Jesus que era apresentado como reu, como se vê no evangelho de S. João.

Jesus com a sua atitude chama a atenção para a nossa consciência e nosso comportamento. Jesus continua a sofrer com o povo das nossas fraquezas no jogo entre os interesses exteriores e os valores da consciência que trazemos no nosso interior. Pilatos que não queria saber da fé do povo teve a hombridade de se tentar aproximar de Jesus como pessoa e não apenas como funcionário; naturalmente Pilatos estava a usar Jesus como instrumento para os seus próprios fins não se deixando interpelar pessoalmente por Jesus e por isso finalmente condenou-O à morte. Pilatos que menosprezava os judeus como um povo de servos, ao seguir os interesses do Sinédrio e não a própria consciência tornou-se conivente dos interesses da instituição Sinédrio. Jesus tinha apelado para a soberania da consciência individual de Pilatos e não para o seu papel de funcionário porque o poder que ele possui não é inerente a si mesmo, mas vem da soberania estatal de que era servo na qualidade de governador! Esta questão apresenta uma dicotomia que nos acompanhará até ao fim da História!

Esta é uma imagem do que acontece com muitos funcionários e pessoas em funções políticas e institucionais (3): não se deixam abordar de maneira humana nos problemas das pessoas e atraiçoam-nas subjugando-as a regulamentos não aferidos à situação da pessoa e por isso concretamente injustos; como Pilatos deixam de ser pessoas para assumirem o papel de oficiais de serviço.

A Presença das Mulheres junto à Cruz

As mulheres (Maria mãe de Jesus, Maria mulher de Clopas e Maria Madalena) que acompanharam Jesus até à cruz foram as primeiras a testemunhar a sua ressurreição e a assumirem um papel decisivo na história da salvação e na proclamação do Evangelho. Como primeiras discípulas de Jesus apoiaram a sua missão durante toda a sua vida pública. Enquanto os discípulos homens fugiram ao verem a violência e a humilhação, as mulheres mostraram coragem e fidelidade. A matriz sociológica masculina em que continuamos a viver não aprecia suficientemente o papel das mulheres na sociedade nem dignifica razoavelmente a importância do papel das mulheres na história da salvação, se atendermos à questão da valorização meramente funcional e à discriminação e subjugação dos valores da feminidade no nosso modelo social. A feminilidade reflectida no amor e na preocupação das mulheres pelos outros torna-se especialmente presente na sua compaixão que chora e lamenta a morte de Jesus simbolizando assim a presença da dor e da tristeza da humanidade na sua via sacra. Sem medo da violência e da humilhação, as mulheres evidenciam a devoção, a fidelidade, a coragem, a solidariedade, a compaixão e o testemunho! Atendendo ao facto que nos encontramos num modelo de sociedade que acentua cada vez mais as qualidades másculas (e não uma osmose qualitativa dos princípios da feminilidade e da masculinidade) não resta às mulheres senão a estratégia de assumirem qualidades de caracter mais masculino para se poderem afirmar em tal modelo!). Neste processo acontece com a feminilidade (mulheres) o que aconteceu com Jesus que foi condenado pelo facto de Pilatos e as instituições não assumirem responsabilidade pessoal para a alhearem em papéis exteriores mais próprios de interesses institucionais do que humanos (a feminilidade, a religião dá lugar à masculinidade, à política).

Maria Madalena foi a primeira a ir ao sepulcro de Jesus e chorava ao ver a pedra tirada do sepulcro. “Jesus disse-lhe: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni, que quer dizer: Mestre. Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor e transmitiu-lhes a sua mensagem. Madalena tornou-se assim a apóstola de Jesus em relação aos apóstolos!

Francisco (12.05.2016) tinha aberto a discussão à possibilidade de admissão de mulheres ao diaconato (https://antonio-justo.eu/?p=3574 ). Das mulheres na sociedade e na igreja e dos usos e costumes que as oprimem: https://www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/artigo/das-mulheres-na-sociedade-e-na-igreja-e-dos-usos-e-costumes-que-as-oprimem

Em nota (4) ver outros encontros a acrescentar à tradição popular da Via Sacra.

Permanece a chamada de atenção de Jesus: “Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Esta voz não precisa necessariamente de ser entendida em termos de confissão religiosa. Jesus Cristo pode também ser entendido como protótipo privilegiado de todo o humano e de toda a humanidade!

António CD Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

 

(1) Jesus passou por dois julgamentos: um religioso (o Sinédrio) pelo facto de se ter declarado o messias  e outro político (Pilatos que possuía o poder de deliberar sobre a vida e a morte) e Jesus tinha sido acusado de se negar a recolher os tributos e de incitar o povo à rebelião; por isso o responsável pela sentença foi Pôncio Pilatos. Jesus era acusado de se ter declarado ser o messias! Jesus Cristo foi então levado ao Sinédrio, chefiado por Caifás, que era uma assembleia de 75 pessoas, que, além de funções administrativas, tinha o poder de julgar, mas não de condenar à morte.

 

(2) Por outras palavras: Pilatos tem de fazer uma escolha entre a sua individualidade de pessoa e o seu papel de governador. Para não se comprometer tenta passar a decisão sobre Jesus ao sinédrio (representantes da religião). Ao ver que o sinédrio o chamou ao seu dever de lealdade com o imperador, a pessoa Pilatos acobardou-se, não assumindo responsabilidade pessoal nem de governador, ao atirar a bola da decisão para a anonimidade do povo que deverá decidir entre a liberdade de Jesus ou a de Barrabás.  Deste modo, salva o seu rosto como pessoa e como governador e por outro lado não se incompatibiliza com os senhores do Templo. Também o Sinédrio que tinha instigado o povo contra Jesus se sente de rosto limpo porque também se sai bem ao deixar a monstruosidade na responsabilidade do povo. Este é um modo de agir que se encontra também no nosso modelo democrático: governantes cometem os erros e desculpam-se com o povo.

(3) O julgamento de Jesus é um exemplo do que aconteceu e do que acontece hoje: a inocência do indefeso é sacrificada aos interesses dos poderes que para não assumirem responsabilidade entram num jogo de pingue-pongue do lançamento da bola da responsabilidade entre eles na certeza que com o jogo quem sai castigado é a pessoa inocente mas não condenada por eles mas pela anonimidade que eles mesmos manipulam. Ao não assumirem responsabilidade e ao entrarem numa tática de protelar a decisão todos colaboram para uma falsa sentença. Torna-se uma decisão falsa e catastrófica por ninguém querer assumir o próprio âmbito de responsabilidade pessoal; a maioria esconde-se no âmbito funcional a nível de interesses mascarados em funções e os súbditos desculpam-se a pretexto da obediência.

Jesus não se identificada com as instituições religiosas nem com as políticas (porque correspondiam apenas a funções sociológicas e não serviam como deveriam o humano). Não se confrontou com a instituição que sabe ser apenas um constructo em benefício do humano, mas que não pode ser identificado com ele porque assume o caracter de sociedade e não de comunidade. Há uma ciência humano-intelectual e uma ciência divina

(4) A acrescentar à Via Sacra (https://antonio-justo.eu/?p=8394 ):

Encontramo-nos aqui com Jesus, que desafia Pedro, Tiago e João a deixar o povoado, a abandonar o barulho da polis para subirmos com ele ao monte Tabor e depois estarmos preparados para abranger os passos da paixão a caminho da ressurreição. No encontro dá-se a revelação que nos pode tornar seus testemunhos. Assim, neste cenário os encontros de Jesus dirigem-se ao íntimo mais profundo de cada um! Jesus penetra sempre com a sua palavra nas nossas reservas mais secretas.

JUDAS: Na história da Paixão de Cristo, Judas Iscariotes, discípulo de Jesus, ao notar que a mensagem de Jesus não tinha aplicação política imediata, atraiçoou-o, entregando-o aos líderes religiosos em troca de trinta moedas de prata. O papel simbólico de Judas estatui um exemplo da natureza humana falha e da importância do perdão divino. Em Judas dá-se a luta entre o bem e o mal de modo a o próprio mal contribuir para que Jesus cumpra a sua missão de salvar a humanidade do pecado e da morte.

Judas Iscariotes, confundiu a verdade de Jesus com a solução política esperada na ordem terrena e ao tornar-se fanático ignora a mensagem da vida real que pressupõe aguentar a tensão do “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus!”

Herodes: Por causa da jurisdição pouco clara, Pilatos, governador romano da Judeia, envia Jesus à autoridade judaica da Galileia e a Pereia (Luc 23:7) na pessoa do tetrarca Herodes Antipas (“rei” familiar de Herodes o Grande que tinha ordenado o massacre infantil em Belém: Mat 2,1 e 16), na altura presente em Jerusalém, para que examinasse o caso. (O déspota Herodes Antipas já antes tinha mandado decapitar João Baptista: Mateus 14; Marcos 6; ele reinou de 4 a.C. até 39).

Herodes, que havia ouvido falar de Jesus e estava curioso em conhecê-lo pediu a Jesus que fizesse algum milagre para sua diversão.  O encontro de Jesus com Herodes (Luc 23:8-12) não correu como Herodes esperava porque Jesus permaneceu em silêncio e nem uma palavra perdeu perante ele; então Herodes, embora não reconhecendo nele nenhum crime, vingou-se ridicularizando Jesus, mandando-O vestir com um manto real. Embora em silêncio, Jesus não esconde a sua face daqueles que o invocam e não oferece resistência perante os que o provocam, ele deixa tudo acontecer numa atitude de amor que aceita e deste modo transforma e liberta. Herodes mandou devolver Jesus a Pilatos.

No encontro de Jesus com Herodes, Jesus não se curvou perante o poder terreno. Nessa atitude é simbolizado o contraste entre o poder humano e o poder de Deus. Jesus testemunha a importância da humildade e da submissão à vontade divina ao não demonstrar os seus poderes perante Herodes. No encontro dos dois torna-se patente a divisão entre o mal (reino das trevas) e o bem (reino da luz)!  Herodes era conhecido por suas práticas cruéis e corruptas e Jesus pela sua bondade e justiça.  A tradição dos Herodes dá expressão ao mal na História enquanto Jesus expressa e simboliza a continuidade do plano salvador divino através da história de Israel/humanidade. O encontro com Herodes foi um episódio significativo na história de Jesus, mas a sua importância é mais simbólica do que prática.

O acto do “lava mãos” de Pilatos simboliza a prática de representantes políticos que não assumem responsabilidade pela exclusão social nem pela opressão.

Pelo que se observa dos poderes estabelecidos é que na generalidade pretendem “manter o poder” e não “manter a paz”. Atualmente, o madeiro onde se crucifica a humanidade e com ela Jesus encontra-se no cruzamento de um capitalismo sem alma e de um socialismo materialista, adoptados por um poder divorciado da espiritualidade. Grande parte do sofrimento do povo resulta da luta dos poderosos pelo poder. Não vedes a turba olhante de olhos regalados, mas que não nota o que se passa?

No dia-a-dia a maioria das pessoas não entende Jesus porque Jesus, que é a vida, é encontro e, longe da ressonância divina, a existência torna-se ilusão porque apenas dependente do mundo exterior; a porta de entrada para Jesus é o coração (a fé que é graça divina).

Marta e Maria também choraram a morte de Lázaro

Jesus abriu-lhes os olhos do coração para o horizonte da vida: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim …viverá…nunca morrerá”.

A fé move as pedras que se encontram sobre os túmulos da nossa vida. Na experiência do encontro na fé, o espírito de Jesus ressuscitado passa a habitar em nós, tal como tinha experimentado Paulo. “Veremos a Deus face a face”. No encontro com Jesus nada mais nos sustem nem domina; o barulho das nossas ideias e pensamentos passa a dar espaço à experiência libertadora do inefável e consequentemente um grande distanciamento de tudo aquilo que nos poderia escravizar no dia-a-dia incluindo até certas restrições morais.

Para idealistas, a morte representa uma transição para a vida após a morte, seja pela transmigração das almas (como em Pitágoras e Platão) seja pela ressurreição do corpo e da alma (no caso de pensadores judeus, cristãos e muçulmanos). Para pessimistas tudo vem da matéria, tudo se resolve e acaba na cova da morte.

Nicodemos é aquele tipo de professor seguidor da lei sem abertura para o espírito nem para os alunos, só tem em vista o cumprimento das diretrizes da estrutura ministerial e os Planos de estrutura (planejamento das aulas mais detalhado).

O nome Barrabás em hebraico significa ‘filho do pai, filho do professor’ e Pôncio Pilatos liberta-o no lugar de Jesus a pedido do sumo sacerdote; Barrabás era um notório prisioneiro que, além do mais, cometera assassinato durante um motim (Marcos 15:7-15). Barrabás encontra depois a fé ao lado de Jesus e mais tarde é crucificado em Roma durante a perseguição dos cristãos pelo imperador Nero.

 

Ao lado do caminho da cruz, sem saber uns dos outros alguns seguem-nO na senda da escuridão. Jesus caminhava carregando com todos eles notando até os solitários que passeavam o cachorro na sombra de uma liberdade não encontrada e também as mulheres à janela de olhar fixo no longe à procura de maior horizonte.

No ar sentia-se um ciciar que fazia lembrar o sotaque da humanidade com ele a caminho e dele surgia uma aragem húmida da noite que falava da saudade de Deus. A voz de Deus é o silêncio e a linguagem dele silenciosa.

Depois da morte de Jesus na sexta-feira espalha-se um silêncio paralisante, Deus ausenta-se e a humanidade e a natureza internalizam o sofrimento do seu primogénito.   

A Sexta-feira Santa e a Páscoa deixam a mensagem que Jesus superou a nossa distância de Deus indo voluntariamente para onde estamos: a morte longe do criador da vida. Jesus venceu a morte e vive em uma nova realidade.

Não olhes só para mim olha para dentro de ti e lá me poderás encontrar a Mim e a ti e então agir comprometida e responsavelmente.

O Papel dos Media na Cultura do Erro

A Mundivisão relativista possibilita um Progresso Tipo Roda de Hamster

Erros acontecem porque é próprio do humano errar seja na esfera privada, pública ou política. O problemático da questão situa-se, porém, no facto de os erros públicos (políticos) serem negociáveis mais que resolvidos e assim a vida passar a assumir um caracter meramente funcional porque reduzida à resolução de problemas!  Isto favorece uma situação social estratificada dos que estão em baixo a olhar para os de cima, diminuindo assim os pré-requisitos para uma melhor forma de lidar com os erros. Se partíssemos do princípio que somos todos falíveis a política seria menos arrogante, falsa e inflexível! Para isso não poderíamos prescindir da atraccão dos valores do bom, do belo e do verdadeiro, que foi o modelo cultural da nossa civilização ocidental e que representavam valores absolutos que a sociedade procurava. Atualmente o mundo ocidental encontra-se numa época de crise ao procurar afirmar no próprio modelo o relativismo moral e cultural em função do útil! Neste entremeio de mundivisões contraditórias torna-se difícil também para as elites governantes e acólitos tentar fazer valer para o povo o relativismo absoluto e reservar para elas uma espécie de verdade absoluta (direito a orientar com validade para as cúpulas e a correspondente exigência aos subordinados (circunscrita ao povo) de aceitarem viver no erro embora legitimado pelo relativismo (1).

Esta incoerência relativista desenvolve o poder explosivo político e promove a legítima desconfiança popular! O equívoco encontra-se no novo modelo conceitual, mas do qual as camadas dominantes vivem parasitariamente porque o relativismo apresentado e espalhado como mundivisão para o povo desqualifica o próprio povo que reduzido a utente ou consumidor de serviços perde qualquer legitimação para se opor às classes governantes a não ser através de uma revolução constante vinda das bases mas que na consequência para evitar tal  leva as elites a unirem-se entre elas, processo já atualmente em via, de maneira a tornarem-se cada vez mais despóticas como é o caso do modelo chinês ou cada vez mais oligárquicas, como já vai sendo o modelo anglo-saxónico (a ser apressado na Europa a pretexto da guerra na Ucrânia).

Atendendo à atual situação do Ocidente, até que se gere uma nova matriz político-económico-social, haverá que partir do erro como estado original normal e tentar protelar a cura especializando-nos não na cura do erro, mas na forma como o tratar! O relativismo não permite uma outra abordagem e a situação desesperada em que nos encontramos pode ser verificada na forma aflitiva como a mundivisão do poder relativista se afirma contra a Igreja Católica que continua a defender o modelo anterior na procura da verdade considerando o bem, o belo e a verdade na qualidade de bens absolutos já realizados no protótipo Jesus Cristo. Também a desconstrução do monoteísmo faz parte do âmago do relativismo que procura impor o politeísmo olímpico com os deuses das sensualidades humanas legitimadoras das lutas do direito dos mais fortes numa espécie de Olimpo das elites que se servem e riem dos humanos que vivem debaixo das nuvens na esperança de uma aberta que permita algum raio do sol cínico de algum deus!

Nesta situação deficitária, para se entrar num processo social de melhoria contínua será de pressupor a capacidade de lidar com o erro de maneira construtiva e positiva. Ao lidarmos com o erro de maneira positiva prestamos um serviço importante ao mecanismo social. Pressuposto será que tanto as esferas superiores como as inferiores reconheçam a realidade do erro.  Ao reconhecer-se que erramos estamos honestamente a assumir responsabilidade analisando as causas do erro e a dar os próximos passos para corrigi-lo (Não é fácil sair da roda de hamster!).

Muitos de nós e relevantemente os media não querem aprender com o erro porque não há interesse em analisá-lo ou em propor formas diferentes de o tratar;  chegam mesmo a usá-lo como algo fatal e também ele fazendo parte do negócio que dá oportunidade ao bom viver das elites e seus acomodados (Também nos Media do sistema é válido o princípio muçulmano: a mentira é boa desde que sirva o sistema; o sistema é sempre generoso para com os seus delegados e para com a administração)! Mais que interessados na mudança e no desenvolvimento do sistema vai-se vivendo, comodamente, dele, com os erros que possibilitam progresso aparente (o progresso da Roda de Hamster) que não o desenvolvimento! Neste sistema e para o qual, a nível geopolítico de momento, não há alternativa mais se necessitaria de um jornalismo crítico e responsável que analise e avalie os serviços prestados num processo de contínua aprendizagem se bem que limitada.   Também a indiferença e a apatia que se observa a nível popular é de basear na ordem relativista utilitária fomentadora de impotência e não numa estupidez natural advogada pelos beneficiados do sistema.

Lidar com o erro pode ser desafiador, mas ao adoptar uma abordagem construtiva, podemos usar o erro como uma oportunidade para aprender e melhorar nossos serviços, tornando-os mais eficazes e benéficos a uma sociedade do bom, do belo e do verdadeiro e, numa fase intermédia, talvez se consiga construir em termos mais humanos e criativos um novo modelo cultural para a nossa civilização ocidental e assim conseguir-se sair do actual modelo relativista resumido na roda de Hamster! A mundivisão relativista possibilita um progresso tipo Roda de Hamster, um andar, de forma convencionada, no tapete do erro.

O facto de o humano se encontrar em diferentes biótopos geográficos, culturais e naturais não quer isto dizer que a sua diversidade exterior seja suficiente para se negar que as diferenças externas têm a sua consistência num só Sol.

A alternativa à afirmação egoísta da nova ordem relativista que favorece o oportunismo dos mais fortes seria a elaboração lenta, mas determinada de uma nova matriz social na base da inclusão dos polos.  A matriz do futuro, o modelo de uma nova ordem social, terá que ter como fundamento antropológico e cultural uma relação equilibrada entre os dois princípios vitais que penetram toda a natureza e toda a humanidade: a masculinidade e a feminilidade. Os dois princípios universais a actuar na natureza, no homem, na mulher e na sociedade terão de entrar numa relação de osmose complementar e abdicar da luta mútua pela superioridade de modo a substituí-la por uma relação de troca,  passando a ser uma troca entre iguais, muito embora com a possibilidade de sublimar energias negativas numa espécie de jogo, sem que este tenha de ser olímpico, como quereriam os seus deuses!

Entretanto, quem não dança fica sentado no banco a chupar o dedo!

António CD Justo

© Pegadas do Tempo

(1) A tese central do relativismo afirma que as crenças e descrenças não são verdadeiras ou falsas num sentido absoluto, mas apenas em relação a certas instâncias, como visões de mundo, culturas, religiões, formas de conhecimento, etc. O relativismo ético assume que diferentes culturas também têm diferentes valores morais (deveres). A posição oposta do universalismo representa a convicção de que os mesmos valores morais devem aplicar-se a todas as culturas. Segundo o relativismo ético, não há juízos morais objetivamente verdadeiros ou objetivamente justificáveis. Em vez disso, a verdade ou a justificação dos juízos morais é sempre relativa a padrões, que são bastante diferentes e podem variar de cultura para cultura. É uma escola filosófica de pensamento que vê a verdade das declarações, exigências e princípios como sempre dependentes de outra coisa e nega verdades absolutas

Ao contrário, para Platão o verdadeiro, o belo e o bom, representam valores absolutos!

ENCONTRO DE JESUS (PODER ESPIRITUAL) COM PILATOS (PODER HUMANO)

No acto do julgamento de Jesus por Pilatos, relatado por João 18 e 19, dá-se, o encontro de dois reinos, dois poderes: o messiânico espiritual e o temporal (este também com os representantes da instituição religiosa)! Por isso Pilatos não queria condenar Jesus como homem porque nessa qualidade não encontrava nele culpa alguma e, por isso, procurava maneira de deixá-lo abandonado ao poder religioso, dado Jesus se ter declarado messias e limitado a sua missão ao reino espiritual.

Jesus vai ser vítima reduzida a bola de jogo entre o poder estatal e o poder institucional religioso, dois poderes envolvidos na luta pelos próprios interesses institucionais sem lugar para o reino de Deus, para o humano individualmente (1). Jesus é acusado por querer representar o poder divino no seu cargo de messias. Pilatos sabia que o que no tribunal estava em jogo eram dois domínios, dois poderes: a pretensão de Jesus Cristo e a de Pilatos. Pilatos, representante do império, sente-se enfrentado mais que pelo poder espiritual, (o rei messiânico dos judeus), pelo chamamento de Jesus a deixar-se envolver pessoalmente pela sua missão espiritual. Por outro lado, o Sinédrio queria ver-se livre de Jesus porque Ele provocava a sua autoridade institucional. Jesus ao afirmar-se o messias (Messias significa “o ungido”, o rei), segundo a opinião dos 71 membros do Sinédrio, comete blasfémia, por isso concluem: “Ele blasfemou contra Deus! ele é o culpado!”

Os representantes religiosos ao quererem ver Jesus condenado pelo representante do imperador têm em vista um xeque-mate político para se livrarem de tumultos populares. Pilatos, porém, procurou alijar de si a responsabilidade como muitas vezes acontece entre os representantes do poder. Empurram a culpa para frente e para trás e o mesmo continua nos tribunais e no entremeio esvai-se a humanidade. Neste processo sobressai a maneira como as duas instituições (estatal e templo) empurram a responsabilidade uma para a outra. Esta tensão continua hoje como ontem porque os dois poderes se legitimam em clientelas diferentes com poder real nos cidadãos e umas vezes numa relação de rivalidade outras numa de colaboração, muito embora conscientes que dependem um do outro, a não ser em ditaduras. Também por isso se assiste no mundo ocidental a uma luta mais ou menos declarada contra Deus e contra a religião! Uma vez destronado Deus passam a ter poder absoluto os “deuses” do Olimpo! Disto deveriam estar conscientes os que por razões diversas lutam contra Deus e contra a religião. Matar Deus corresponde a atraiçoar o povo e entregá-lo à arbitrariedade dos senhores do Olimpo e aos vendilhões do templo.

Pilatos, ao perguntar sarcasticamente a Jesus se Ele era “o rei dos judeus”, queria certificar-se por um lado se tinha a ver com um representante do poder e, por outro lado, a maneira de descalçar a bota para o despachar para o Sinédrio!  Jesus ao replicar “Perguntas isso por ti mesmo ou são outros que o querem saber? „confronta Pilatos na sua atitude pessoal em relação a Jesus, porque no Reino de Deus o que conta é a atitude pessoal mesmo quando envolvida em papeis que se possa assumir ou representar na sociedade. Pilatos que não quer ver o interrogatório sob o aspecto pessoal, mas funcional insiste, “Então és rei?”. Jesus não abdica da sua missão e ao responder dirige a pergunta de maneira a interpelá-lo pessoalmente: “Tens razão em dizer que sou rei. De facto, foi para isso que nasci. E vim para trazer a verdade ao mundo. Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Pilatos não gostou da afirmação de Jesus “Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Com ela Jesus estava a alargar a sua missão também a ele na qualidade de pessoa que tem também o cargo de governador. Pilatos que já tinha constatado a inocência de Jesus não estava disposto a aceitar também a sua mensagem da verdade e por isso desvia o  desafio de Jesus para canto com a pergunta “O que é a verdade?” e, sem reflectir na resposta anteriormente dada por Jesus, dirigiu-se ao povo dizendo “Ele não é culpado de crime algum” ; Pilatos procura então sugerir uma solução que salvava a sua posição e a de Jesus dizendo “é vosso costume pedir-me que solte alguém da prisão todos os anos pela Páscoa”. Pilatos para insistir que no julgamento o que estava em questão não era o comportamento de Jesus, mas a sua messianidade insiste: “Então, não querem que vos solte o rei dos judeus?”. A voz do sinédrio ecoou através do povo dizendo “Não! Não soltes este, mas sim Barrabás (bandido)!” Pilatos que sabia das andanças como se cosem os interesses das instituições que os fazem ser representados pelo povo, usou de uma metodologia psicológica para ver se conseguia mudar a opinião do povo, mandando para isso açoitar Jesus, para depois o apresentar ao povo. Então os soldados romanos açoitaram Jesus e “fizeram uma coroa de espinhos e colocaram-lha na cabeça, vestindo-lhe um manto cor de púrpura”. Pilatos disse então para a multidão “Eis o Homem!”. Ao vê-lo, os principais sacerdotes e os guardas do templo gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!  Pela nossa Lei deve morrer, porque se intitulou Filho de Deus.” Pilatos, entre a espada e a parede, dirige-se mais uma vez a Jesus dizendo „Não compreendes que tenho poder para te soltar ou para te crucificar?”; Jesus, porém não abdica da sua missão e responde: “Não terias poder nenhum sobre mim se não te tivesse sido dado do alto”.

O sinédrio ao ver a hesitação de Pilatos apresenta um argumento fatal a nível interinstitucional dizendo: “Se soltares esse homem, não és amigo de César. Quem se proclama rei é culpado de rebelião contra César!” O governador, ao ver o seu cargo e o seu juramento de lealdade ao Imperador questionado pelas autoridades do templo, torna-se também ele cúmplice na condenação de Jesus à morte, mas aproveita ainda para gozar com as autoridades do templo, dizendo “O quê? Crucificar o vosso rei? „ e os sacerdotes disseram: “Não temos outro rei senão o César”! Com esta confissão o sinédrio atesta a sua fidelidade ao imperador e a infidelidade para com o próprio povo. „Então Pilatos entregou-lhes Jesus para ser crucificado” (cfr. Jo. 18 e 19). Neste processo é bem de notar como a vida de Jesus e com ele a do povo se encontram entregues nas mãos dos interesses interinstitucionais e dos que assumem os seus papeis.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

Teólogo

(1)  Marcos e Mateus circundam o julgamento de Jesus entre a relação da missão de Jesus  (messias)  e a do templo (sinédrio) (ficando-se na questão da culpa: Judas (com as trinta moedas que quis devolver aos sacerdotes mas eles não aceitaram, arremessa-as então no templo e vai enforcar-se).

OPORTUNA E SIMBÓLICA INICIATIVA DE FRANCISCO PELA PAZ – CRIAR ESPAÇO PARA A MATERNIDADE NA SOCIEDADE

O mundo está precisando de uma mãe, de uma mãe de toda a humanidade sem discriminações, uma mãe que modere os interesses de instituições poderosas que abusam do poder, que usam mal da masculinidade para manterem os povos como seu rebanho e não como irmãos.

No coração de cada um de nós encontramos aquela parte mãe em nós, aquela energia maternal e criativa tão esquecida e atafegada por um mundo cada vez mais macho e, na arrogância,  alheado de si mesmo.

Em 2022 o Papa tinha dedicado o dia 25 de Março como um dia especial para rogar pela paz na Rússia e na Ucrânia. Neste sentido convocou todo o mundo, todas as pessoas para terem presente o dia 25 de Março dia da renovação da consagração da Rússia e da Ucrânia ao imaculado Coração de Maria, a rainha da Paz.

Cada pessoa é chamada a realizar no seu coração a consagração dos dois povos à rainha da paz.

Um bom domingo para todos!

António CD Justo

Pegadas do Tempo