ESCUTAS: DISCURSO DO GOVERNO ALEMÃO E FORÇAS ARMADAS EM CONTRADIÇÃO

Chanceler Scholz e Ministro da Defesa Pistorius em Apuros procuram desviar a Bola para Canto

A emissora estatal russa RT publicou os 38 minutos de teleconferência escutada entre dois generais e dois oficiais de alta patente alemães (entre eles o chefe da força aérea alemã).

Na teleconferência discorria-se sobre como seria uma operação com os misseis de longo alcance Taurus a ceder à Ucrânia, (com um alcance de 500 quilómetros podendo atingir Moscovo) de como os sistemas aliados poderiam ser usados e como poderia ser feita a explosão de uma ponte (certamente a ponte que liga a Crimeia ao continente).

Os russos espionaram e tornaram público o assunto (1.03.2024) e o governo federal confirmou o teor da teleconferência. O caso é sinistro a nível interior e exterior.

Por um lado, temos um chanceler sempre a repetir à população alemã que a Alemanha não enviará mísseis Taurus para a Ucrânia para não envolver a Alemanha na guerra com a Rússia e por outro lado, a nível de planeamento interno, generais alemães preparam-se para intervir na Crimeia. Com a tática de sucessivas mentiras do governo, o público além de estar a ser enganado está a ser preparado para apoiar a favor de uma guerra da Europa contra a Rússia e vice-versa e assim termos na Europa a terceira guerra mundial.

O Chanceler já no passado dizia que a Alemanha não entregaria nenhum tanque à Ucrânia e hoje é o maior fornecedor de tanques!

Muito grave para a democracia e para a imagem do governo alemão foi a censura exercida pela Alemanha à informação sobre a escuta. Além de a atrasar nos meios de comunicação censurou-a. O Twitter social foi bloqueado pela Bundeswehr na Alemanha, segundo informação do Bild Zeitung.

A Rússia exigiu esclarecimentos à Alemanha.

Já é sabido que na Ucrânia, há soldados da NATO a trabalhar como mercenários, civis, etc. mas esta conversa deixa espaço para mais especulação. Na Rússia, o ex-presidente disse que os alemães se tornariam arqui-inimigos e não deixou de fazer uma referência aos alemães na Ucrânia na segunda guerra mundial, relembrando a expressão: “Morte aos ocupantes fascistas alemães”.

Tudo águas nos moinhos de Putin, tudo pontos adicionais para a eleição de Putin, tudo descrédito de uma política ocidental hipócrita! A guerra encontra-se em marcha forçada e a dança do ovo, como dizem os alemães, continuará!

Num país dividido, mas socialmente já quase preparado para a guerra, o Ministro da Defesa e o Chanceler não podem continuar a permanecer nebulosos; os generais vieram obrigar a falar texto claro.

De facto, “oito países da Otan, incluindo Holanda, Espanha e Roménia, além da Alemanha, já compraram em janeiro 1.000 mísseis Scalps franco-britânicos, baterias de mísseis Nasams noruegueses e mísseis antiaéreos Patriot, fabricados nos Estados Unidos” (2). O ministro da defesa Pistorius alega que se trata de uma guerra de informação, o que é natural, mas cala a divisão que se dá dentro do próprio país e entre suas instituições, atendendo à pressão dos militaristas, à hesitação do Chanceler Scholz e à pressão da imprensa sobre o público!

Quanto às escutas da videoconferência, a reacção por parte dos políticos do governo e da oposição, bem como da imprensa, centram o problema não nos planos de guerra vindos à luz, mas apenas no constrangimento causado por serem publicadas e como se deve evitar a questão das escutas. Equaciona-se o problema mais como uma desestabilização da opinião popular através de informações! Ao mesmo tempo legitima-se o uso político de “língua dupla” em vez de publicamente se fomentarem notícias que exigiriam um tratamento justo e imparcial do conflito. Trata-se, portanto, de reforçar a acção colectiva e de proteger uma política hipócrita que não deve penetrar no público. Naturalmente uma guerra híbrida favoreceria os interesses do adversário e é um facto que a comunidade civil alemã tem muita gente activa interessada numa informação objectiva mas que exigiria da política uma outra atitude em relação a guerras e envolvimento do povo nelas.

No que diz respeito ao problema real e jurídico, o Serviço Científico alemão publicou há dois anos um estudo onde a questão era se a entrega de armas significaria a entrada na guerra. O resultado do estudo foi: a entrega de armas ainda não, mas com o treinamento e aconselhamento sairíamos da área da “não participação garantida”.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=pistorius#fpstate=ive&vld=cid:9a5c6113,vid:uydDcmjzxMg,st:0

Informação também em:  https://uol.com.pt/discussao-alema-sobre-ataques-a-russia

(2) https://www.rfi.fr/br/europa/20240303-espionagem-alemanha-acusa-putin-de-tentativa-de-desestabiliza%C3%A7%C3%A3o-e-guerra-de-informa%C3%A7%C3%B5es

A IDEOLOGIA DO GÉNERO ELIMINA A DIFERENÇA E A HUMANIDADE

A InfoCatólica (1.01.2024) relata que, o Papa no discurso proferido aos participantes na conferência “Homem-Mulher Imagem de Deus”, promovida pelo Centro de Investigação e Antropologia das Vocações, referiu que é necessária a valorização da “diferença” entre homens e mulheres (1).

Antes de ser lido o texto papal, o Papa dirigiu algumas palavras aos presentes da conferência para sublinhar a importância do encontro entre homens e mulheres, “porque hoje – diz ele – o perigo mais feio é a ideologia de género, que anula as diferenças”.
«Pedi estudos sobre esta feia ideologia do nosso tempo, que elimina diferenças e igualiza tudo; eliminar diferenças é eliminar a humanidade. “Homem e mulher, pelo contrário, vivem uma tensão fecunda”, disse ele.

“Fazemos parte de um projeto de amor e somos convidados a sair de nós mesmos e realizá-lo, por nós e pelos outros”, apelou.

O encontro reúne filósofos, teólogos e pedagogos, para reflectirem sobre a antropologia cristã, eo pluralismo, o diálogo entre culturas e o futuro da humanidade.

Isto não implica, porém que na nossa sociedade as minorias não sejam protegidas e não se aceite a aversão a estilos de vida diferentes nem a discriminação.

De facto, o problema surge quando associações de lésbicas, gays, inter e transgéneros pretendem igualar tudo de maneira a querer transformar a excepção em regra. É um facto que ideólogos, a política e agendas globais se servem do tema para impor ideologias atuando por trás dos bastidores.

Não há maior diferença do que a que constitui cada pessoa humana no género humano e não há maior programa antidiscriminação do que a dignidade humana inviolável e o amor ao próximo com o consequente respeito por cada pessoa na sua maneira de ser como é. O perigo da defraudação da educação sexual pelo Estado é cada vez mais notório ao ser acompanhada por agendas anti família. O discurso público encontra-se tão condicionado e envenenado que até pessoas com grande idoneidade e saber evitam de se expressar sobre determinados assuntos do politicamente correcto para não serem discriminadas ou envolvidas em assuntos em que domina o preconceito.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=48868&utm_medium=email&utm_source=boletin&utm_campaign=bltn240301

HISTERIAS CLIMÁTICAS

A Destruição climática através de Guerras e Manobras militares não fazem parte da Agenda

A emergência climática é um desafio significativo para a humanidade, como se depreende do amplo consenso científico! É observável o aumento das temperaturas globais com a consequente liquefacção e aumento do nível do mar. O fomento de fontes de energia renovável, como solar e eólica, hidrogénio, e redução das emissões de gases de efeito estufa revelam-se cada vez mais eficientes.

A conservação e restauração de ecossistemas naturais fazem parte de uma acção global coordenada como revela o Acordo de Paris.

O climatologista Mike Hulme, professor da Universidade de Cambridge, na sua obra “As alterações climáticas não são tudo” chama a atenção para o abuso do “climatismo” e que o acentuar da emergência climática é uma “nobre mentira”.  Ele reconhece a influência humana no clima, mas que não justifica o alarido político dos governantes porque não está convencido “de que a mitigação das alterações climáticas seja o parâmetro mais importante contra o qual todas as medidas políticas devem ser medidas”.

De facto, o exagero ou unilateralidade na apresentação de problemas cruciais pode levar a histerias de grupos e a sentimentos de pânico, medo e retraimento. Fomenta também a depressão, a fixação e a dependência de uma opinião publicada com tanta veemência que chega a criar má consciência individual. Um discurso alarmista em torno da emergência climática pode tornar-se cansativo e até desmotivante devido a encenações a que falta o equilíbrio, chegando a tornar-se numa certa impertinência do público; também a utilização absorvente em todos os meios de comunicação social, na arte e recreio revela abuso transtornante (já não se pode ver um filme sobre a natureza em paz, sem que haja alguma alusão problemática de caracter educador). É verdade que há dados científicos sólidos como se verifica nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) a alertar para a gravidade da questão climática, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra! As narrativas atuais parecem querer remover do público a alegria e a vontade de viver!

Não parece ser crucial a destruição climática através de guerras e de manobras militares, de que não se fala? A operação “Air Defender” de 2023 com 250 aeronaves e cerca de 10.000 soldados de 25 países e a operação “Steadfast Defender” da Nato iniciada a 27 de janeiro e que envolve 90.000 soldados iniciados durante seis meses parecem não produzir poluição, mas em contrapartida as mentes dos cidadãos devem ser poluídas no sentido do agir político-militar.

Partidos assenhoreiam-se da temática e levam assim as águas da opinião pública aos seus moinhos! É assustadora o vigor como Davos determina com demasiada insistência a importância de temas que devem impregnar os media e desse modo a opinião das populações.

A urgência de uma situação não justifica alarmismos criadores de medos irracionais que paralisam ao criar-se um cenário de desespero e situação sem esperança. Também a greve global pelo clima liderada por jovens ativistas tem os seus efeitos positivos e negativos; um efeito social negativo nota-se no caracter dirigista que estes e outros temas assumem no mundo ocidental de maneira a dominarem a opinião pública como se fossem campanhas de educação popular.

Assim evita-se lidar com problemas imediatos e urgentes e outros também sociais que podem ter implicações políticas negativas. Questões crucias como guerra, pobreza, desigualdade, acesso à saúde, educação e justiça social parecem passar desapercebidos à consciência social devido a tanta insistência pública como clima, temas do movimento woke, etc. Nota-se falta de responsabilidade e de transparência nos líderes políticos.

 

Antonio da Cunha Duarte  Justo

Pegadas do Tempo

 

NÚMERO DE PEDIDOS DE ASILO EM 2023 NA EUROPA: 1,14 MILHÕES

A Agência de Asilo da União Europeia registou no seu relatório anual 1,14 milhões de requerentes de asilo na UE em 2023 (1).

A Alemanha recebeu 334.000 novos pedidos em 2023.

A maioria dos requerentes de asilo veio de muçulmanos da Síria, Afeganistão, Turquia, Iraque, Irão.

Em janeiro de 2024, foram registadas cerca de 740 passagens ilegais de fronteiras de refugiados para a UE na rota dos Balcãs Ocidentais (rota terrestre). Houve 6.643 refugiados através da rota da África Ocidental.

Qualquer pessoa que critique a política de asilo da UE é difamada como populista de direita.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1)

https://mediendienst–integration-de.translate.goog/migration/flucht-asyl/eu-asylpolitik.html?_x_tr_sl=de&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-PT&_x_tr_pto=sc

 

CONTRADIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Para se defender a diversidade e a imigração expressas na vontade dos governos europeus, outros grupos populacionais com opiniões diversas são demonizados ou excluídos, como se observa exemplarmente na Alemanha e na maneira como é canalizada a insatisfação das massas populares.

A   política de imigração, as exageradas medidas governamentais relativas ao Coronavírus, a guerra na Ucrânia e por último Gaza acentuaram a desconfiança das populações nos governos que com o seu seguimento de agendas alheias incrementam a divisão social e política cada vez mais insuportável.

Trágico torna-se, porém, o facto de vidas particulares, familiares e de amigos serem intoxicadas com posições partidárias ideologicamente envenenadas que, sem levarem em conta perdas de humanidade, têm a intenção de influenciar a opinião popular para rebuscadamente levarem a sua avante.

A Democracia cada vez se desacredita mais ao não aceitar pensares diferentes. E os principais demolidores estão a tornar-se os partidos políticos ao expressarem-se de maneira radical na negação das razões do adversário chegando mesmo a demonizá-lo.

A imigração desregrada constitui um problema cultural e social tal como qualquer posição xenófoba. Daí a necessidade de ser permitida uma discussão sem tabus em atmosfera relaxada sobre os aspectos negativos e positivos da imigração e assim se evitar uma discussão política preconceituosa de um lado e do outro dos polos interessados no negócio!

O político e economista Thilo Sarrazin escreveu o livro “A Alemanha abole-se a si mesma” e foi considerado “poluidor do ninho” político sendo, por isso, boicotado e difamado pela política estabelecida embora o livro oferecesse uma oportunidade para uma análise diferenciada da situação. Sarrazin explica os perigos do pensamento ideológico para a nossa sociedade e a nossa cultura política e descreve caminhos errados típicos.

A política é mal-aconselhada ao dar-se ao luxo de estabelecer temas tabus e ao pôr fora de jogo grupos incómodos ou então jogando-os uns contra os outros, como está acontecendo na Alemanha, em Portugal e por toda a Europa; enfim, a afirmação do poder através de ideologias encontra-se em estado exaltado!

Muitos políticos preferem ir de cabeça contra a parede a encarar a questão de maneira prática, racional e argumentativa. Certamente, se as populações também pensassem seria dificultada a praxis governativa atual, mas, a longo prazo, dar-se-ia uma evolução social e política.

A política ainda não passou da fase moral do que é certo ou errado para a fase da  ética do que é bom e do que é mau!

António CD Justo

Pegadas do Tempo