FINALMENTE O GOVERNO ALEMÃO PÔS-SE EM BICOS DE PÉS PERANTE ERDOGAN

O Presidente Turco motivou a Proibição de Propaganda ideológica na Alemanha a Governantes estrangeiros

 

O Gabinete Federal respondeu, com um decreto, ao desejo manifestado por Erdogan de, no âmbito da G20, fazer um comício para os seus conterrâneos residentes na Alemanha.

O governo não aceitou o pedido e elaborou um decreto que proíbe a personalidades de governos estrangeiros que não pertençam à União Europeia, manifestar-se para os seus grupos de modo a trazer conflitos de outros países para a Alemanha.

A maioria dos turcos, na Alemanha, tinham apoiado Erdogan no objectivo de implantar o fascismo na Turquia. Dentro de três meses haverá eleições para o parlamento federal alemão e a comunidade turca tem muitos membros com direito a voto na Alemanha por terem passaporte duplo.

A Alemanha suportou, durante muito tempo, as humilhações do ditador turco, entre outras a proibição de deputados alemães visitarem soldados alemães estacionados na Turquia. Como reacção, a Alemanha transfere os seus soldados de Incirlik para a Jordânia.

Martin Schulz, candidato a Chanceler nas próximas eleições também tomou posição dizendo que “políticos estrangeiros, que no próprio país pisam os nossos valores com os pés, não devem ter um palco para discursos incendiários”.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

CASAMENTO-CIVIL TAMBÉM PARA HOMOSEXUAIS NA ALEMANHA

Acto maquiavélico de Ângela Merkel tira os trunfos à Esquerda na Campanha eleitoral

A lei passou no parlamento alemão (HNA,30.06), com uma maioria clara votada por SPD, Verdes, Linke (Esquerda) e 75 deputados da União.

A chanceler, para não ver uma lei passada no parlamento com os votos do parceiro de coligação SPD e oposição, adiantou-se a uma “quebra de coligação”, com uma espécie de acto à la “Geringonça”.

Ângela Merkel, que é contra o “casamento para todos”, possibilitou a lei do “casamento para todos”, usando do estratagema da desvinculação da coerção disciplinar partidária do seu grupo parlamentar, para que os deputados da CDU/CSU votassem segundo a própria consciência e não segundo a vontade do partido ou fracção parlamentar.

Deste modo Merkel adiantou-se à vontade do partido e a um motivo, que muitos tinham, de votar no SPD, Verdes e Esquerda, que pretendiam votar tal lei, caso alcançassem a maioria nas próximas eleições; impediu ao mesmo tempo uma votação tipo “geringonça”, impossibilitando uma espécie de quebra da coligação, uma vez que o SPD queria ver já a lei em vigência.

Esta foi uma medida maquiavélica de Merkel, de reforço do poder e para não dar lugar à passagem de eleitores de uns partidos para os outros. Merkel conta que muitos dos membros do próprio partido esqueçam esta medida até às eleições em setembro.

Coisas da democracia partidária: um passo em frente na igualdade legal e na confusão de terminologias; ficará a diferença uma questão de semântica entre casamento e matrimónio?

A lei fundamental e as decisões do supremo tribunal entenderam até ao presente por casamento apenas a ligação entre homem e mulher.

É esquisita esta maneira de legislar sob pressão! Acho um empobrecimento da língua querer meter no conceito de “Casamento” que indica união entre homem e mulher um alargamento da definição e incluir também a união de homem com homem e de mulher com mulher. Uma boa diferenciação e definição de terminologia podia reservar para uns a palavra casamento e para outros “parceria de vida”, o que não deveria, pelo facto, incluir discriminação.

Independentemente de entrar aqui numa discussão sobre defesa da família e valores, com esta lei, o poder institucional e do Estado cedem em favor do poder do indivíduo.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

TIMOR-LESTE SOLIDARIZA-SE COM AS VÍTIMAS DO INCÊNDIO OFERECENDO 1,33 MILHÕES €

Timor-Leste dá 1,33 milhões de euros. Em nome do Estado e do povo timorense, Timor-Leste concede um apoio humanitário para ajudar vítimas de fogos em Portugal.

Um raio de luz solidária ilumina o fumo do nosso céu português. Os mais frágeis erguem-se em Timor e em Portugal numa onda de solidariedade e de sintonia com o povo vítima (64 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas em Pedrógão Grande).

Enquanto a política e instituições se debatem numa tentativa de procurar ilibar-se e lavar as mãos na culpa dos outros, um país irmão, embora necessitado, dá o exemplo mostrando sintonia com o povo. O espetáculo, “Juntos por Todos” em Lisboa, conseguiu um milhão de euros para as vítimas.

Esta é a hora da reparação e da solidariedade e não da culpabilização a que se assiste. .

Trata-se de nos unirmos também no esforço de evitar tragédias e não de puxarmos as brasas para tostarmos as nossas sardinhas. Espera-se que o dinheiro chegue todo aos destinatários e que o Governo não se sinta desobrigado pela ajuda dos outros e prossiga no costume do “vira o disco e toca o mesmo”!

Parabéns Timor-Leste

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

DOCUMENTA 14 (d14) – O OLIMPO DA ARTE E DA IDEOLOGIA

Arte e Monumentos são a Expressão e Memória visível da Pólis

Por António Justo

O coração da arte contemporânea mundial (documenta) pulsa pela décima quarta vez, durante 100 dias, em Kassel.

Os Responsáveis da documenta 14 decidiram partilhar a d14 com Atenas de modo a realizar-se em Kassel e Atenas (d14 em Kassel de 10 de Junho a 17 de setembro e em Atenas d14 Atenas de 8. 4. – 16. 7.).

A d14 congrega 160 artistas de todo o mundo (Aqui) tornando-se,  centro de atraccão para cerca de um milhão de peregrinos da arte, durante nos 100 dias. Podem-se ver as Imagens da d14 em espaços interiores (em 25 museus e espaços de exposição) e em espaços exteriores (11 obras de Arte ao ar livre, estas: sem necessidade de comprar bilhete); a documenta 14 é acompanhada por muitas representações e performances em lugares públicos. A documenta dispõe de um orçamento de 34 milhões de euros (o Estado contribui com 17 milhões de euros).

Na d14, expressa-se um género de arte que se pode designar de arte do conceito. A d14 na sequência da d13 acentua a politização da arte que parece querer tornar-se numa espécie de religião da política com um novo sacerdócio altaneiro que a explica e interpreta. Tem a característica vantajosa de colocar temas políticos na rampa do público. A d14 além de ser um altifalante de conceitos de emoções e excitações ideológicas apresenta também alguns oásis muito interessantes onde a fantasia artística figurativa é fomentada. A d14 não tem um centro que a oriente e é demasiado grande para poder ser reduzida a uma opinião. Pelo que pude observar, penso que no seu conjunto se pode considerar como que um grito desesperado duma geração passageira, por se tornar numa repetição de apelos niilistas da esquerda dos anos 70/80.

O “Spiegel online” comenta que a d14 ao contrário da Bienal de Veneza “busca o atrito não busca o equilíbrio”. “Die Welt” vê o perigo da arte ser metida numa “prisão de pensamentos de ácido moralista” e onde, segundo o jornal “FAZ”, se encontram “exemplos banais de arte conceptual com pretextos a ser política” com posições autoritárias, que provocam desconforto no cliente da arte. FAZ refere ainda que o Conselho de Curadores da d14 escolheu obras de segunda classe de longínquas paragens para demonstrar desinteresse pelo Staus quo da arte.

A d14, mais que chocar quer provocar, numa sociedade já de pele dura habituada ao estilo hodierno de grupos guerrilheiros autónomos.

No planeta atemorizado e assustador em que vivemos, a documenta 14 pinta o mundo a preto e branco. Quer sacudir as pessoas com os meios da política, do sexo e de outros eventos grávidos de escândalo, numa paisagem recheada de problemas. E isto numa Alemanha em que, segundo as estatísticas, 25% dos alemães se interessam por política e o resto quer paz.

A documenta 14 consegue superar os caixilhos dos Estados nacionais e das multinacionais, mas não consegue, por natureza, superar as fronteiras ideológicas. O seu regente artístico, o socialista Adam Szymczyk opta pela provocação. Szymczyk preceitua “o desaprender” no sentido da desorientação. A d14 transmite a impressão de documentar um caos em que se quer ficar, o fim da democracia racional porque de facto a democracia cada vez se transforma mais num risco porque é esbanjada. FAZ AM SONTAG refere que a grande fraqueza da d14 é o seu “profundo desejo de ser moralmente certa; já em Atenas se fez de obras de arte documentos da luta internacional pela libertação”; os “organizadores da d14 tropeçam no erro do ensino dogmático” em que também tropeçou o movimento Gender com a sua ideologia do preceito transgénico. A documenta encontra-se obcecada pelo espírito crítico contra a dominância “branca, masculinidade heterossexual” vendo por todo lado racismo e fascismo. Falta-lhe “o poder de negociação crítica” numa sociedade considerada como “público experimental”.

 

A Dokumenta 14 em Kassel demonstra a marcha da ideologia na arte; a arte conceptual é aqui o altar da ideologia esquerda que procura criar um pequeno grupo de iniciados para que o povo se pasme não perante a arte mas perante as explicações.

Uma posição arrojada e nova será o aspecto crítico a surgir contra a ideocracia em voga; este será mais um passo que a sociedade terá de colocar na ordem do dia na mesa do seu desenvolvimento. O problema é que pensar a sério faz doer e isto não faz parte de produtos de consumo.

É louvável o espírito tolerante e democrático de uma sociedade aberta que vive da controvérsia mas que permanece fiel à procura da verdade e do essencial não se deixando distrair pelo cantar das sereias.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

INICIATIVA: VAMOS PLANTAR UMA ÁRVORE! EM MEMÓRIA DOS MORTOS E DESAGRAVO DA NATUREZA

VAMOS PLANTAR UMA ÁRVORE EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS E EM DESAGRAVO DA NATUREZA!

                            Poposta de iniciativa

Esta é a hora da tristeza, da reflexão e do silêncio. A catástrofe de Pedrógão Grande poderá unir-nos, na solidariedade com a natureza, com as famílias e com os mortos; esta solidariedade integral pode despertar em nós energias reforçadas que também  nos leve a plantar árvores por todo o país em desagravo pela natureza e como oração pelas pessoas vítimas do incêndio.

Todos nós temos uma lágrima a derramar devido à maneira como temos tratado a natureza! Choremos e enterremos os mortos!

Como povo, para que as nossas lágrimas não caiam em terra seca, esta seria a hora de todos plantamos árvores por todo o país! Esta seria uma forma concreta de reparação nacional e uma maneira de nos acordar para a gravidade da natureza ofendida!  Quando ela sofre, sofremos todos; ela é a nossa casa e também nossa mãe e irmã! Vamos plantar uma árvore!

UMA PROPOSTA PARA O CONCELHO ATINGIDO

No concelho atingido pela catástrofe, a Câmara municipal poderia elaborar num lugar determinado, um monumento constutituido por 64 árvores plantadas (lembrança dos mortos) e ao lado de cada árvore uma pedra como símbolo de algo que permanece (Árvores tradicionalmente bem portuguesas são o sobreiro, a oliveira (símbolo da paz) e o pinheiro).

António da Cunha Duarte Justo

(Presidente da ARCÁDIA (Associação de Arte e Cultura em Diálogo)

Pegadas do Tempo

Carola Justo

Pintura “Alma a subir” de Carola Justo