MINHA VIDA NA MALA – Reparar e Memorizar a Importância do Emigrante

Projectos, Comemorações e Iniciativas

Por António Justo

A organização de exposições e outras iniciativas sob o título “MINHA VIDA NA MALA”, no âmbito de celebrações comemorativas dos emigrantes portugueses, poderia tornar-se num factor de promoção e revitalização de associações e iniciativas lusas na diáspora e, ao mesmo tempo, num apelo à consciência portuguesa para valorizar a imagem dos emigrantes portugueses pelo seu papel de embaixadores de Portugal e pelo contributo económico e cultural, que deram e dão, para os seus locais de proveniência e para a sustentabilidade das finanças portuguesas.

O objectivo principal do projecto seria focar o itinerário e o papel da vida migrante; celebrar a presença dos portugueses nos diferentes países e motivar a nova geração de emigrantes a desenvolver o associativismo e o lusitanismo universalista propagador de uma cultura de povos em festa. Ao mesmo tempo fomentar a memória e o agradecimento que Portugal deve aos emigrantes na qualidade de constantes factores de desenvolvimento do país e para quem o país se tem mostrado ingrato.

Criar recursos lusos de apoio e fomentar sinergias entre associações e as mais variegadas instituições em Portugal e na diáspora. Contribuir para espalhar a festa portuguesa a acontecer dentro e fora de Portugal: arraial, museus, celebrações e diferentes iniciativas tendentes a avivar a memória e presença migrante no palco da lusofonia e nas comunidades da diáspora espalhadas pelo mundo

Conteúdo do projecto: Num trabalho de rede de consulados, missões, associações, artistas, professores, assistentes sociais e multiplicadores culturais, activar entre os emigrantes e em Portugal iniciativas concretas viradas para diferentes públicos.

Um apoio financeiro poderia provir do MNE, União Europeia, bancos, etc.

Resultados a esperar: celebração dos emigrantes – do Homem como caminheiro – fortalecimento da consciência migrante, intercomunicação e fortalecimento operacional das associações e inclusão das mais variadas personalidades em actividades das associações. Fortalecer a consciência dos emigrantes no seu papel de embaixadores de povos/culturas e de apoio ao desenvolvimento. Fortalecer a consciência nacional de um povo cujo génio se encontra dentro e fora do país.

A coordenação poderia ser feita pela Secretaria de Estado para as Comunidades, por universidades, Associações empresariais, Instituto Camões, consulados, missões, associações e possíveis parcerias sob um comité ad hoc. (Fiz esta proposta, já lá vão muitos anos, à Secretaria das Comunidades – ME- mas não houve resposta).

O projecto poderia constituir uma oportunidade para reflectir sobre a identidade portuguesa e possibilitar a objectivação de histórias de famílias que partem e que ficam, que vão e vêm

Cada pessoa ou família envolvida no projecto poderia apresentar uma mala, a ser exposta e elaborada com materiais, imagens, objectos, documentos, lembranças, tudo relacionado com uma vida entre paragens e em que a mala se tornou símbolo de vida e companheira. Trata-se de conhecer e divulgar, também com postais, cartas, músicas, etc., o contributo da emigração em termos geográficos e sociológicos valorizadores do nosso povo e das nossas terras. Nas associações ou iniciativas seria importante envolver artistas a apoiar a elaboração das malas.
Em museus de emigração, poderia haver uma secção com malas de migrantes forradas e recheadas com fotos e materiais que testemunhassem currículos e destinos individuais.

Atendendo ao rosto amarelo de um Estado envergonhado, devido à emigração carente (o que tem impedido a sociedade portuguesa residente de honrar suficientemente a contribuição dos emigrantes para o seu bem-estar e desenvolvimento), agora que já tem imigrantes que mostram a atractividade de Portugal, poderiam ser unidas, expressões que incluam emigrantes e imigrantes. (Aqui há também um outro capítulo de grande débito e de reparação que ao país tem em falta em relação aos “Retornados”). Enquanto a consciência nacional não se encontrar à altura de fazer reparação e de reconhecer as suas faltas em relação ao passado faltar-lhe-á a lucidez necessária para dar forma ao presente de forma a prestigiar o futuro.

Quanto a celebrações anuais (10 de Junho e outros festejos comemorativos) um tal projecto poderia assumir proporções regionais, nacionais ou mesmo internacionais. A estender-se o projecto a Portugal (por exemplo ligação com a festa migrante) implicaria que as repartições da cultura das Câmaras, bancos, alguma faculdade universitária e os meios de comunicação social se tornassem, possivelmente, iniciadores e promotores de tais projectos. Este projecto, depois de realizado nos diferentes locais, poderia tornar-se depois numa exposição itinerante.

Não há família nenhuma em Portugal sem experiência migrante. A migração marca a paisagem e a alma de Portugal. É uma constante característica de organização da vida familiar portuguesa e do seu Estado. A emigração é, na realidade, uma das cinco quinas que marcam o país.

Este é um contributo para um “Brain” de ideias que poderia preparar um projecto a ser assumido por um Secretário de Estado, institutos superiores, jornais, pelos deputados, conselheiros da emigração e outras parcerias.
António da Cunha Duarte Justo

“MINHA VIDA NA MALA” Uma ideia já velha mas que ainda não ganhou pernas para andar

A ARCÁDIA, Associação de Arte e Cultura em Diálogo, dedicada à terra e ao Homem, deseja, em colaboração com diversas entidades, elaborar e promover o projecto de Malas Migrantes para focar a vida e o papel da vida migrante na sociedade portuguesa. Este projecto poderia tornar-se numa exposição itinerante.

Não há família nenhuma em Portugal sem experiência migrante. A migração marca a paisagem e a alma de Portugal. É uma constante característica de organização da vida familiar portuguesa e do seu Estado. A emigração é uma das cinco quinas que marcam o país.

Cada pessoa ou família envolvida no projecto poderá apresentar uma mala, a ser exposta, elaborada com materiais, imagens, objectos, documentos, lembranças, tudo relacionado com uma vida entre paragens e em que a mala se tornou símbolo de vida e companheira. Trata-se de conhecer e divulgar, também com postais, cartas, músicas, etc., o contributo da emigração em termos geográficos e sociológicos valorizadores do nosso povo e das nossas terras.

O projecto poderia constituir uma oportunidade para reflectir sobre a identidade portuguesa ao possibilitar a objectivação de histórias de famílias que partem e que ficam.

Neste momento do projecto, o senhor secretário de Estado das Comunidades poderia apresentar ideias e modos de elaboração do projecto e painéis com dados da emigração, de modo a que esta iniciativa da ARCÁDIA – Associação de Arte e Cultura em Diálogo se tornasse num projecto de exposição itinerante, por Portugal e pelas comunidades. Neste sentido, também o tradicional encontro de emigrantes poderia ser organizado na vila da Branca, sob o patrocínio da edilidade de Albergaria-a-Velha e de Aveiro.

Este projecto poder-se-ia concretizar no Verão de 2013 ou de 2014. Nele poderiam contribuir e participar as mais diversas entidades.

Um terço de Portugal vive no estrangeiro sendo inegável o impacto do contributo dos emigrantes para o desenvolvimento de Portugal.

O MNE poderia elaborar também um projecto de digitalização aberto ao público online com conteúdos relacionados com a vida e a história da emigração.

A Universidade de Aveiro em colaboração com o MNE poderia tornar-se na patrocinadora e orientadora de tal projecto.

A exposição de “MALAS MIGRANTES” – “MINHA VIDA NA MALA” poderia ser alargada a outras iniciativas de projectos camarários e poderia ser apadrinhada por um Município ou cidade com disponibilidade de espaços e patrocínio dum museu local.

O local de arranque poderia ser a Quinta Outeiro da Luz e possivelmente a vizinha quinta do Outeiro na Branca, Alb.-a-V. O projecto que a ARCÁDIA pretende realizar na sua sede teria um outro impacto se fosse realizado nas perspectivas aqui sugeridas.

Aqui está uma ideia aberta, duma associação sem fins lucrativos, que poderia vir a constituir um projecto colectivo de grande alcance. Neste sentido agradecia a sua colaboração.
António da Cunha Duarte Justo
Presidente da ARCÁDIA
http://www.arcadia-portugal.com/blog.html, 21 de Agosto 2012.

LUSOFONIA ENTRE DESRESPEITO E IDEOLOGIA – O PORTUGUÊS NÃO É DE PORTUGAL NEM DO BRASIL ELE É A ALMA DA LUSOFONIA – Dos Caminhos errados no Trato do Português

MEC brasileiro pretende acabar com a obrigatoriedade da Literatura portuguesa: de Cavalo para Burro?

Por António Justo
Quem tocar na língua deve fazê-lo com respeito e de forma moderada porque ela é a alma da cultura, a água límpida que dá forma mais ou menos física à cultura de um povo. O Português não é só forma e meio de expressão de um povo, de uma região, de um país ou de um continente, ele é a alma e a expressão sublime de muitos e nobres povos que formam uma civilização intercultural interoceânica e intercontinental – é um idioma onde os diferentes génios de povos se miscigenam no sentido da evolução cultural e civilizacional. Seria ofensor do Português querer vê-lo reduzido a um lago ou país, ou mesmo a um mar ou continente, quando integra nele a experiência de vida dos diferentes continentes, sendo ele um mar aberto de águas interoceânicas.

Constituiria um acto de infidelidade e falta de brio, uma falta de autoconsciência querer apoucar-se o Português a uma terra maninha ou baldio incultivo, querê-lo uma árvore sem raízes ou reduzi-lo a simples coutada de alguém. O Português, como a água tanto rega os baixios da favela como os lugares altos do país e da civilização. No seu todo é que a língua é grandiosa, na rica expressão multiforme e na sua capacidade de diferenciação. O português não é de Portugal nem do Brasil; ele é teu e meu, é de todos, como o céu é das aves onde todas voam e se encantam. O português quando ouvido lembra diferentes melodias de variadas intonações. Ele é como a terra mais virgem ou mais elaborada, uma intercultura a proteger-se tal como uma terra indígena a defender-se.

A notícia de que “A Literatura portuguesa deixa de ser obrigatória no Brasil” (1) deixou-me perplexo e desiludido tal como a mutilação da língua, no que toca ao acordo ortográfico.

Defraudadores da Língua roubam as penas aos pequeninos e ao pensamento

Na minha qualidade de docente, divertia-me quando ensinava o Português aos distraídos que o queriam simples e imediato mas entristecia-me de sobremaneira quando, ao ensiná-lo no secundário e na universidade (de Kassel), onde estudantes já com capacidade de diferenciação se viam confrontados com os nossos gramáticos simplicistas que o empobreciam, ao roubar-lhe a segunda pessoa do singular e do plural (o tu e o vós) como se fossemos crianças que só compreendessem o “eu” e o “você”. Esta falta originava uma certa confusão a estudantes habituados a línguas de alta diferenciação em que se usam normalmente todos os pronomes pessoais (Eu, Tu, Ele/Ela, você, a gente, Nós, Vós, Eles/Elas, vocês). Contra a corrente simplicista em voga, implementada por ideologias proletárias, optei por elaborar a minha sebenta onde colocava todos os pronomes de expressão diferenciada e distinta. Via-o também como uma ferramenta de trabalho – uma possibilitação de oportunidades – tanto para futuros pedreiros como para futuros advogados. Tratava-se de dar as mesmas armas a beneficiados e desfavorecidos da vida para, uns e outros poderem combater pela vida fora com as mesmas armas e não apenas com as que a sorte ou a oportunidade lhes deixou.

A vida é luta e é desigual e quem apregoa uma igualdade sem esforço e gratuita ou é mentiroso ou é oportunista. Quem pretende libertar as massas do destino terá de lhes proporcionar o instrumentário e a vontade de o fazer! Ou queremos manter uma sociedade em que ao ouvir as pessoas falar se fique logo com a ideia da sua proveniência como acontecia antigamente ao olhar-se-lhes para os dentes? Quem, politicamente, tem só facilidades ou facilitações para oferecer, sem apontar o preço que se tem que pagar por elas, não é sério porque aposta na lei da inércia e no oportunismo que ela proporciona às aves de rapina!

As questões da língua não podem ser deixadas nas mãos de políticos feitos mais para as coisas grossas do que para as finas. A ideologia de alguns, no zelo do seu preconceito, chega a tal disfarce de dizer que o emprego do „vós“ é próprio da igreja, (de quem aprendeu latim e grego) como se, só padres, advogados ou médicos tivessem uma tal capacidade de discernimento e distinção! Aqui faria um apelo aos irmãos seguidores do soberbo Marquês de Pombal e ao proletariado intelectual de esquerda: não se virem também contra a igreja católica que no seu processo de aculturação e inculturação aprendeu a honrar e a respeitar a cultura seja ela a dos cedros do Líbano ou a dos pinheiritos raquíticos fustigados pelo vento salgado. Faz-me tanta dor ver que tanta esquerda irmã a combater Cristo pelo facto de ele se colocar ao lado dos pequeninos mas não com os mesmos meios, os meios activistas de Judas. Demo-nos as mãos; juntos certamente conseguiríamos tirar os irmãos das favelas; separados continuaremos a servir a dois senhores!

Que o povo simples se expresse como sabe e como pode, não é mal, o que é de lamentar é que já na escola se lhe cortem as asas dando-lhe apenas asas de pardal quando precisariam das de águia para subir mais alto. Este é o grande engano e a mentira declarada de uma esquerda radical que só alimenta o proletariado com ideologia não lhe facultando boas asas para que o proletariado não só possa voar mas para que tenha também a possibilidade de voar alto e assim notar que só das alturas se consegue ter a perspectiva de reconhecer quem explora económica e ideologicamente. É natural que uma sociedade de modelo soviético só precisaria do proletariado almeida e de uma pequeno grupo de águias – troica- que os governe e que um capitalismo liberal precise só de braços ou de mentes bem podadas para melhor produzir porque a capacidade de pensar só estorva.

Defraudadores da Língua portuguesa, porque roubais as penas aos passarinhos e ao pensamento? Não notais que, as asas com que voais, as não dais à passarada que em baixo esvoaça em volta dos trigais para que não possa voar nem subir mais? (Se escreverem um texto como este último parágrafo – que de propósito escrevi na segunda pessoa do plural – num computador com programa corrector de ortografia, logo notarão que as segundas pessoas verbais aparecerão assinalados como erro e com a indicação de se corrigir para a terceira pessoa! A pobreza de espírito e a entropia já chegaram a tal ponto de fazer uso da tecnologia para nos passar a ferro e embrutecer).

Uma Ideia de emancipação masculinizada, ao seguir o fluxo de um populismo barato, exige que, em questões de língua e de educação, se ande de cavalo para burro. O maior passo nesse sentido deu-se já no processo da regressão com o “Acordo Ortográfico” de 1990 (2). Quer-se uma reforma para favorecer ideologias e uma economia ligada ao comércio da cultura e a monopolistas e a um MEC a querer ter melhores satisfatórios nos meios analfabetos… Cultura não se pode adquirir com tarifa zero nem com ideologias de trazer por casa que passam como as nuvens em tempos fortes de altas e baixas pressões.

Ai dos Vencidos!

Como pode um país jovem e promissor, como o Brasil, seguir servilmente ideologias niilistas e marcadamente de extrema-esquerda que são o produto importado de um estado ocidental decadente e senil? Não notam que em cada fase do desenvolvimento seja de uma pessoa ou da história de uma sociedade, a cada fase corresponde uma diferente acção, pedagogia e ética? Esta Europa que já foi jovem e adulta e agora vai passando a vidinha já não tanto com base no trabalho mas nos serviços e na ideologia não pode ser norma para países jovens que passam a ser mais prejudicados pelo jugo novo do que pelo antigo. Como não nota a classe média de um país jovem que muitos dos seus impulsionadores só seguem atrás de um progresso que os não serve, apenas os adia e leva a empatar o melhor do seu tempo em copiar sem adaptar, no seguimento dos arrotes de ideias e de ideologias que são característica do espreguiçar-se de civilizações na sua fase velha e não do seu início? Não notam que consomem não só os produtos ocidentais mas, o que é mais grave ainda, também consomem as suas ideias de plástico, sem serem vivificadas nem sequer aferidas? Não notam que colonizam em nome da contra-colonização? Não notam que onde chega uma mentalidade decadente, fruto do Ocidente, ao ser importada pelos países emergentes, estes se destroem a si mesmos com novas doenças não só físicas como também intelectuais, tornando-se cada vez mais dependentes? Não notam que as instituições que exigem saber, disciplina e rigor para os seus empregados apregoam o simplicismo e o à-vontade para um vulgo que querem inerte e disponível? Uma nação faz-se pelo trabalho, pela qualidade da formação e por uma vontade determinada de ser, como mostraram e demonstram os judeus, como mostraram os portugueses, como mostrou a civilização ocidental quando se orientava por ideais universais e não apenas por objectivos económicos, quando a classe média se sentia responsabilizada e não se deixava levar em conversa fiada como querem as novas burguesias intelectuais citadinas e os novos ricos.

Ensino de literatura lusófona para todos os Países de língua lusófona

Entre os países lusófonos deveria haver um contracto interestadual em que cada Estado lusófono se comprometesse a incluir e implementar, nos seus programas e currículos escolares, literatura de todos os estados lusófonos. Urge fortalecer intelectualmente uma camada média consciente e capaz, com um ensino exigente, porque desta é que vem a massa crítica que corrige, desenvolve e equilibra os exageros dos extremos. Urge que, todas as organizações empenhadas na lusofonia façam valer as suas influências perante os países lusófonos no sentido de ser implementado o intercâmbio cultural e o ensino da literatura lusófona já a nível de escolas secundárias.

Como pode haver um estudo sério do português na escolarização sem o estudo de linguística e da história da literatura do português desde as suas origens? É mais que óbvio o estudo do seu desenvolvimento desde o latim vulgar e latim erudito ao português arcaico, galaico-português, Gil Vicente, ao português moderno de Luís Vaz de Camões, António Vieira, Fernando Pessoa e o seu desembocar nos diferentes sistemas literários de cada país lusófono, como, em relação ao Brasil, com um Machado de Assis, Drummond, Cecília Meireles, Jorge Amado, etc.

A política de língua seja ela no Brasil, Angola, Moçambique, etc. terá naturalmente que implementar o estudo das línguas indígenas, mantendo, no interesse da identidade nacional, uma incidência especial no português falado como o idioma nacional oficial.

Conclusão – Fernando Pessoa é o Protótipo do homo lusófono

Uma mentalidade bárbara procura, em nome de um capitalismo avassalador, de um socialismo aplanador e de uma emancipação masculinizante, acabar com as próprias raízes e origens no desprezo pela mãe latina, como se uma sociedade se pudesse manter viva contentando-se com o ir à prostituta, ou negar nela as virtudes e os defeitos que tornaram povos pequenos grandes. Quem faz das origens um borrão e acaba com as referências históricas, retrocede em vez de evoluir. Não é justo querer funcionalizar o povo indefeso e distraído no sentido de ser apenas braços, estômago e abdómen. Nesta fase social da História quem não defende uma classe média forte e consciente atraiçoa o povo. As nomenclaturas das ideologias e da economia trabalham a grande pedalada para que toda a sociedade se torne dependente de uma pequeníssima elite com o monopólio da influência cultural e económica. Por isso atacam tudo o que lhes oferece resistência seja o cristianismo, seja uma camada média resistente ou seja o sindicalismo. Querem transformar a democracia numa democratura. Na Alemanha os sindicatos e a Igreja já colaboram em acções comuns numa tentativa de impedirem a arrogância política e económica que se encontram cada vez mais de braço dado.

Verifica-se que, em todos os governos, onde a esquerda assume o governo logo procura, à maneira jacobina, influenciar determinantemente o sistema de educação e, quando em governos de coligação, segue a estratégia de assumir as pastas da cultura e do ensino, seus meios privilegiados para garantir a sustentabilidade da influência. A influência e o domínio social que o capitalismo adquire com a economia são adquiridos pelo socialismo através da cultura: Formam um par unido na exploração humana. Naturalmente esta estratégia não é de condenar. O que é de condenar é a atitude descomprometida de conservadores que por preguiça ou favorecimento da natureza se vejam apoiados sem necessidade de se empenharem.

Uma política redutora e nacionalista não pode ter a pretensão de querer inventar a roda de novo, nem tão-pouco, com a desculpa do colonialismo e da opressão externa, justificar uma colonialização ideológica interna que possa vir a alimentar o alarde de novas ideias de gene colonizadora. As grandes nações criam-se em torno do trabalho, do estudo e de uma vontade guiada por um sentido comum. Fernando Pessoa é o Protótipo do homo lusófono. Fernando Pessoa reúne e resume nele a grandeza de alma da pessoa lusófona.

A língua lusa é a pátria de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, de São Tomé e Príncipe e de tantas comunidades falantes do português, espalhadas por todo o mundo. A língua lusa é aquela alma que nos torna a todos irmãos. Fernando pessoa, aquele génio de personalidade lusa migrante, que reuniu numa só pessoa o contraditório e os opostos, é o melhor protótipo do lusófono; na diversidade e integração dos seus heterónomos viveu e reviveu a grandeza e multiplicidade dos povos da lusofonia que o fez exclamar, também da perspectiva geográfica horoscópica, com amor e devoção: “A minha pátria é a língua Portuguesa”!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo www.antonio-justo.eu

(1) Notícia em http://economico.sapo.pt/noticias/literatura-portuguesa-deixa-de-ser-obrigatoria-no-brasil_243170.html
Entre outros textos que escrevi: ACORDO ORTOGRÁFICO SEGUE A VIA POPULAR https://antonio-justo.eu/?p=2190 BARBARIDADES CONTRA A LÍNGUA PORTUGUESA https://antonio-justo.eu/?p=2843“Preparar uma ínclita geração”
(2) Entre outros textos que escrevi: ACORDO ORTOGRÁFICO SEGUE A VIA POPULAR https://antonio-justo.eu/?p=2190 BARBARIDADES CONTRA A LÍNGUA PORTUGUESA https://antonio-justo.eu/?p=2843“

O “MOVIMENTO” TERRORISTA ISIS REMONTA À ÉPOCA DE MAOMÉ

A Força islâmica nos Séculos VII e XXI: Violação, Violência, Roubo, Assassínio e Esperteza

Por António Justo
Quem conhece a História e sabe que o exército de Maomé agiu há 1400 anos exatamente como o ISIS age hoje, pode compreender melhor que as raízes do Islão são completamente diferentes das de outras religiões.

O que o ISIS faz, não é outra coisa senão o regresso nostálgico aos tempos e às práticas de Maomé! Para um muçulmano, Maomé é o modelo de vida a imitar em todos os aspectos. O seu estilo de vida, a sua crueldade, as suas preferências e ódios são normativos para o comportamento dos fiéis. (Por exemplo, Maomé gostava de gatos e detestava cães, detestava música e o tocar dos sinos; esta atitude modelou as predileções de muitos muçulmanos. O ISIS imita o comportamento do seu profeta, na luta contra os “infiéis” assassinando e decapitando os inimigos de sexo masculino e dando as mulheres dos vencidos aos seus soldados como escravas sexuais. (Existem no Corão 27 apelos a matar, dois deles à decapitação.)

Mamé, uma vez, até massacrou uma tribo judaica inteira, que se tinha rendido e apesar disso assassinou todos os homens e apoderou-se das mulheres. Também o ISIS obriga crentes de outras religiões a professar o credo islâmico ameaçando-os com homicídio ou assassinato de seus filhos no caso de o não fazerem. Muitos recitam a crença no islão e são mesmo assim assassinados ou os seus filhos. Também nisto rompem com as regras tal como fazia Maomé!

A judia Safiyya, da tribo dos judeus que se tinham rendido às tropas de Maomé, foi tomada por ele como esposa, depois de ele ter assassinado o marido e o irmão dela no mesmo dia. É óbvio que neste “casamento” se trata de uma violação.

O muçulmano e perito em estudos islâmicos, Prof. Dr. Hamed Abdel-Samad escreve no seu livro “Maomé ” que a razão do sucesso do islão no século 7 vinha do facto de Maomé prometer, aos seus combatentes, as mulheres como despojos de guerra, ou seja, os maridos e os pais eram mortos e suas mulheres e crianças eram escravizadas. O Corão não impressionava quase ninguém, pelo contrário experimentava rejeição. Por isso, Maomé não tinha escrúpulo em empregar a violência e em incluir no seu exército bandos criminosos. Segundo relata o autor, não era o Corão a força que atraia os lutadores da época, mas outros incentivos: as mulheres, as propriedades dos vencidos e o poder.

Um Paraíso sem Deus mas com Sexo sem fim

Quem não tem sorte e morre em batalha adquire o estado de mártir, sendo recompensado com 72 virgens que têm, por sua vez, 70 escravas, cada uma; isto soma um total de 5040 mulheres para cada lutador. É um Paraíso concebido como “bordel celeste”, como escreve Hamed Abdel-Samad e onde não há rasto de Deus. (O paraíso para as mulheres será: estarem à disposição dos homens sem as limitações da menstruação e da gravidez – as virgens, depois de terem tido as relações sexuais com os homens, ficam, de novo, virgens (1).No islão o suicídio é condenado. O assassino perpetrado pelos camicases jiahdistas não é permitido no Islão; é atribuída a qualificação de mártir do Islão àquele que morre em combate pelo Islão.

Astúcia da Política de Casamento para eternizar o Islão

Cientistas do Islão estão de acordo entre si afirmando que o Islão só sobreviveu após a morte de Maomé, também porque os apóstatas eram executados. E uma vez que a religião do Islão se herda automaticamente de pai para filho e os filhos não se podem desligar do islão, está garantida a sua expansão; por outro lado está proibido às mulheres muçulmanas casarem com homens não muçulmanos. Um muçulmano pode casar-se com uma mulher não muçulmana mas um homem não muçulmano que queira casar uma muçulmana tem de se converter primeiro ao islão. Esta estratégia ainda hoje em vigor concorre para o espalhar progressivo do Islão.

Se, no século 7 o Islão, a promessa feita de inúmeras mulheres aos combatentes, como despojos de guerra e a entrega efectiva dessas mulheres a eles, já tornou o Islão tão forte, mais ainda em relação a outros espólios de guerra e ao negócio monetário com a venda das restantes mulheres “capturadas” como escravas; por aqui se pode ver e compreender onde assenta o profundo desprezo pelas mulheres na sociedade árabe e arabizada e como com o seu menosprezo e o comércio com elas contribuiu para o recrutamento de grande número de homens combatentes que viam na sua pilhagem uma grande fonte de poder e riqueza.

A diferença entre a tática de Maomé e o ISIS: O ISIS vende mulheres cristãs, Jesides, e prisioneiras xiitas com numeração através da Internet. Mohammed ainda não tinha estas vantagens técnicas. Estas mulheres sequestradas são violadas todos os dias dezenas de vezes e, em seguida, são consideradas “impuras” e “inúteis”, razão pela qual elas podem ser vendidas. O ISIS, tal como o regime muçulmano do século VII financia-se também com a pilhagem de materiais de suas conquistas. Se observamos a grande parte da história muçulmana, esta passa-se em  conquistas religiosas.

O facto de crentes de outras religiões poderem ser crucificados, está previsto no Corão: “O salário, daqueles que travam guerra contra Alá e contra o Seu Mensageiro (Maomé) e se esforçam por espalhar a corrupção no país, deve ser: que sejam mortos ou crucificados ou que as mãos e os pés lhes sejam cortados alternadamente (primeiro o braço depois a perna oposta seguindo-se o outro braço e a outra perna) ou que eles sejam expulsos do país” (Sura 5, 33-34).Também é ordenada a decapitação: ” E quando encontrardes os incrédulos, então fora com a cabeça até terdes feito uma matança entre eles; em seguida, amarrai a quadrilha! (Sura 47: 4-5).

A base do surgimento expansivo do Islão e do ISIS é o assassinato, a escravidão e o roubo. Entre Maomé e o aparecimento do ISIS ficam 1.400 anos em que o Islão se afirmou e manteve com o fomento do medo conseguindo chegar hoje a quase 1,5 mil milhões de fiéis!

Sem uma análise crítica de Maomé, impede-se o desenvolvimento do Islão e consequentemente o progresso de uma grande parte da humanidade. Continuar a manter a mulher como um meio para atingir um fim significa degradá-la ao papel de vítima ao longo de toda a História, significa oprimir metade da humanidade, significa impedir o desenvolvimento da humanidade, significa impedir a interação equilibrada e justa entre os seus dois princípios da feminilidade e da masculinidade. Neste sentido e não primeiramente devido aos muçulmanos, também a sociedade ocidental, embora proclame alto a igualdade de homem e mulher, concebe-a, porém, em termos de sociedade de matriz masculina. A sociedade muçulmana perpetua o patriarcalismo, e a sociedade ocidental aposta na masculinidade (Só que não está consciente disso, tal como acontece com a sociedade muçulmana não consciente do seu patriarcalismo exacerbado).

O caminho mais nobre para o indivíduo e para as instituições, embora espinhoso, é a procura da verdade. Tenho esperança que, com o tempo, se chegue a um estado de consciência em que o lobo e o cordeiro bebam da mesma água e se banhem juntos no mesmo ribeiro.
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo e Pedagogo
www.antonio-justo.eu

(1). Os imãs e peritos islâmicos, para poderem acompanhar o tempo terão de recorrer à interpretação do Corão no contexto do tempo em que foi compilado e declarar muitas das passagens como alegorias. Naturalmente um tal empreendimento não será fácil dado o Corão ser considerado, no islão, a inlibração de Deus, o que fundamenta a posição dos extremistas. Os imãs muçulmanos que são cada vez mais na Europa, em contacto com uma sociedade aberta, não poderão continuar a pregar um islão próprio de sociedades homogéneas fechadas. Consequentemente o islão terá de permitir para a sua religião uma teologia de mãos dadas com a filosofia, tal como é tradição no mundo cristão.
Bibliografia:
Entre outra: O Corão traduzido para alemão (por Muhammad Rassoul).
Hamed Abdel Samad: “Mohamed”, 2015. – “Der islamische Faschismus: Eine Analyse”, 2014. – „Der Untergang der islamischen Welt: Eine Prognose“.
Mark A. Gabriel (antigo imã da mesquita Al Aksha e antigo professor da Universidade de Al Aksha em Cairo): “Islam and terrorism” e “Jesus and Muhammed”.

CADA ANO EM CADA DIA – Bos Festas

Por António Justo

CADA ANO EM CADA DIA

Cada dia é novo ano
Cada ano é novo dia.

No sorrir duma criança
No chorar duma velhinha
No seu rosto brilha o Sol
Sua voz chama a Lua

Cada dia é luz e sombra
Cada ano é noite e dia

No nadar do peixinho,
No voar d’ avezinha
Dia e noite a vida canta
Noite e dia passa a vida

Cada dia é luz e sombra
Cada noite é sombra e dia.

A alegria vai e vem
A tristeza vai também.
A alegria canta a noite
A tristeza chora o dia.

Cada dia é luz e sombra
Cada ano é sombra e dia.

O dia abraça a noite
A noite abraça o dia.
Cada um é luz e sombra
Sem rancor assim é dia.
António da Cunha Duarte Justo

http://comunidade.sol.pt/blogs/ajusto/default.aspx

MISSA DO SÉTIMO DIA – A VIDA VIVE EM MIM

A VIDA VIVE EM MIM

A vida que em mim vive
É choro e canto, é noite e dia.
Um fazer desfeito
Na relação que passa

A vida que em mim vive
Na lembrança que voa
É fumo de fogo presente
Nos silêncios que se descobrem
No bafo da morte

Tu minha vida és morte que fica
Na sombra  que passa
António da Cunha Duarte Justo
In Poesia António Justo http://comunidade.sol.pt/blogs/ajusto/default.aspx