PONTOS MAIS SALIENTES NO ACORDO DE COLIGAÇÃO DO PRÓXIMO GOVERNO ALEMÃO

Aumento do Salário Mínimo de 9,60 para 12 Euros

Após 16 anos do governo da coligação CDU/CSU e SPD, chegou a hora de formar um governo vermelho-verde-amarelo (SPD, VERDES e liberais FDP). Esta coligação, que certamente terá como Chanceler Olaf Scholz (actual ministro das Finanças, SPD), conseguiu, após um trabalho muito discreto, apresentar um acordo de coligação em que ressaltam os seguintes temas:

Construção de 400.000 apartamentos.

Aumento do salário mínimo de 9,60 para 12 euros por hora.

Renúncia a aumento de impostos e aderência ao travão da dívida válido a partir de 2023, tal como estabelecia a Constituição (e fora interrompido devido à pandemia).

Eliminação progressiva do carvão: “idealmente” antecipar para 2030.

Cannabis para o prazer de adultos torna-se disponível em lojas licenciadas.

Um bónus de mil milhões de euros para trabalhadores de cuidados de saúde altamente estressantes.

Afrouxamento no rigor da imigração: mais reagrupamento familiar e possibilidade de integrar requerentes de asilo rejeitados. Naturalização torna-se possível após 5 anos em vez de 8 anos. Em casos especiais de integração, a naturalização é possível após 3 anos.

Pretendem aumentar a quota da agricultura biológica na agricultura dos actuais 10% para 30 por cento até 2030.

Cada novo sistema de aquecimento deve funcionar com base em 65% de energias renováveis – isto significaria o fim do aquecimento a gás e a óleo.

Os Ministérios do Ambiente e da Agricultura estão nas mãos dos Verdes o que pressuporá uma grande acentuação na biodiversidade e no clima!

Possibilitar o armamento das tropas com drones.

A idade de voto será reduzida de 18 para 16 anos.

80% da eletricidade alemã passará a ser gerada a partir de fontes renováveis até 2030.

O Governo, em vez de 15 ministérios, terá 16.

O acordo de coligação de 177 páginas ainda tem de ser aprovado por congressos partidários ou referendos de membros (no caso dos Verdes).

A locomotiva europeia não pode perder velocidade e por isso Olaf Scholz deverá ser eleito para Chanceler na semana de dezembro, a partir de 6 de dezembro. A sua directiva é: “Estamos unidos pela vontade de tornar o país melhor”.

Quanto a críticas, a oposição vê problemas na base do financiamento do programa. O partido, A Esquerda, nota o amarelo demasiado visível na caligrafia do programa.

A Alemanha quer liderar o caminho para salvar o mundo. Mas é desejável que o moralismo jacobino não acompanhe o projecto!

O programa em foco gira em torno do possível para a Alemanha, embora o Bundestag seja mais de esquerda do que o programa…

O programa, sendo muito embora a expressão de humores partidários, parece ser alinhado aos interesses do país e por isso feito para procurar convencer com factos que as pessoas apoiem.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

CONSEGUIMOS PRODUZIR RICOS MAS SOMOS INCAPAZES DE ENRIQUECER COMO POVO!

Veja-se o que se passa:  em média, um trabalhador português solteiro só tem um rendimento anual líquido de 14 mil euros e o empregador, por outro lado, tem de pagar 24 mil euros ao Estado!

Aqui neste gráfico da ECO falam os factos e não a conversa política que parece tudo embrulhar!

Constata-se que Portugal continua a afirmar-se na Europa à custa da carência da grande parte do povo português!
Somos um povo que consegue produzir ricos mas não consegue enriquecer!
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Passo a citar a ECO: “Portugal é o país da Europa Ocidental com os salários mais baixos. 14 mil euros é o rendimento líquido que, em média, um trabalhador solteiro sem filhos leva para casa no final de um ano de trabalho em Portugal.
O empregador, por outro lado, tem de pagar 24 mil euros, porque 41% deste valor vai direto para o Estado, através de impostos sobre o trabalho e contribuições para a segurança social. É a sétima carga fiscal sobre o trabalho mais elevada da Europa Ocidental, a par com a Finlândia, um país cujo rendimento líquido (após equiparar os custos de vida) é 60% superior ao português e gera 50% mais de riqueza por habitante”.

De facto, o fosso entre ricos e pobres vê-se sempre a aumentar e a posição económica de Portugal continua a ser,  no regime político atual, em termos comparativos europeus, igual à que era no tempo do regime anterior!

O problema português é estrutural e de mentalidade! Adaptamos um sistema democrático, mas continuamos com uma mentalidade corporativista que apenas conhece a solidariedade entre as instituições! Daí encontrarmo-nos num beco sem saída,  também porque o povo adopta os governantes, (os “superiores”) como familiares!

António CD Justo
Pegadas do Tempo

SOBRE O FORMATO DA INFORMAÇÃO

CNN PORTUGAL IN-FORMAÇÃO OU FORMATAÇÃO?

Por António Justo

CNN Portugal, cujo director editorial „em articulação com a direção da TVI”, é Nuno Santos, começará as suas emissões a 22 de novembro de 2021.

A CNN Portugal resulta de um acordo entre a Média Capital e a CNN: substituição da TVI24 pela CNN Portugal.

Segundo informa a Vikipédia, “Júlio Magalhães e Judite Sousa, serão as principais figuras do canal”.

CNN é nome de marca internacional (Globalista?!), e a CNN Portugal poderá tornar-se numa mais valia no que respeita a informação e comentários internacionais e também em relação à informação nacional se esta conseguir evitar as influências que têm amarrado parte dos Media em Portugal a políticos e interesses ideológicos (1) distanciados do Bem-comum.

De facto, no princípio de tudo está a palavra, a informação e os maiorais sabem disso!…

Tenho as minhas dúvidas no que toca às informações e à política de informação sobre Portugal dado o politicamente correcto do nosso regime ter conseguido passar um atestado de inocência ao socialismo (até no âmbito constitucional) e preferir apelar mais, com seus programas, ao espírito cívico do emocional coitadinho do que a um espírito crítico e racional ao serviço do bem-público e ao desenvolvimento integral da pessoa humana!

Num Portugal a viver à sombra cerrada da ideologia e de protagonismos jacobinos, a CNN Portugal, teria de deixar de formatar mentalidades adocicadas, para poder passar a fomentar um espírito analítico crítico nas políticas de informação e, para tal, saltar sobre a própria sombra, para que o cidadão receba a possibilidade de se tornar verdadeiro sujeito da história e não mero objecto da mesma e das suas elites; só assim a CNN nos poderá surpreender e tirar dúvidas que só o futuro poderá esclarecer!

A dúvida fundada virá da capacidade de autossuperação; virá da aptidão de seus actores conseguirem romper o casulo abrilista que não se revela menos impeditivo, ao desenvolvimento integral, que o salazarista!  Será que será possível que os novos/velhos/actores da CNN conseguirão superar interesses corporativos para se tornarem eles mesmos ao serviço do bem comum e superarem o espírito de abril instalado, unilateral, acomodado e acrítico, herdado do regime anterior?

Da urgência de tal incumbência testemunha um certo espírito popular que confunde espírito crítico com algo antipatriótico quando o espírito crítico/analítico se refere a assuntos ou a políticos portugueses (por vezes, a nível popular, parece confundir-se patriotismo com nacionalismo e governantes com família!).

Será de saudar o projecto CNN se os objecto da sua principal ocupação for em torno do essencial, de conteúdos e questões factuais em contraposição a um discurso político-cultual com cheiro a mofo e de um oportunismo que tresanda em torno de personalidades públicas e de um vocabulário de marca ideológica com a preocupação de cheirinho a revolução! Se antes tínhamos o cheirinho nacional acomodado a Américo Tomás hoje temos o cheirinho acomodado à revolução de abril!

Não seria de recomendar uma CNN-Portugal (Mais uma de agentes vicários da política!) formatadora de mentalidades internacionalistas/globalistas conseguidas à custa da destruição da consciência nacional/patriótica nem de um conformismo (do Maria vai com as outras!) ao serviço do politicamente correcto estabelecido no sentido de um globalismo liberalista desregrado que continue a embalar o povo com novos ópios!

Portugal é uma nação pequena, com um povo grande mas encolhido e acomodado; o que a tornou nação grande no passado foi o espírito cristão; ignorá-lo ou combatê-lo, para servir ideologias à la page, é engrossar a avalanche de uma decadência cultural ao serviço de potências anónimas e no sentido da China. Importa contribuir para a construção de um Portugal moderno que não renuncie à essência de si mesmo: um Portugal soberano que embora de soberania compartilhada não renuncie também à soberania da pessoa humana (O grande legado do cristianismo à humanidade vem da sua afirmação da soberania da pessoa: pessoa humano-divina, que tudo o que é institucional deve servir!).

O socialismo, verdadeiro filho pródigo do cristianismo, em vez de combater o pai ou de rivalizar com o irmão mais velho deveria fazer por voltar à casa paterna onde todos juntos possibilitariam um caminhar mais rápido no sentido de uma comunidade verdadeiramente humana.

“No princípio era a Palavra, a Informação…” lembra-nos João no prólogo do seu evangelho! Trata-se aqui de não partir de formatos meramente funcionais e mecanicistas, mas, sobretudo, de entrarmos num processo, de mais que estar, ser em contínua formação interior e exterior! Tudo o que é formato programado limita a pessoa!

 

O Problema não será a Informação mas a Configuração que ela pretenda

 

A informação em vez de ser apreendida nos seu processo dinâmico de algo em processo/procedimento (antes de ganhar forma) é geralmente reduzida a ideia petrificada numa palavra (formato ou forma dura em que se pretende encerrar vida, vida que é potencialidade a expressar-se em diferentes formas mas  sem poder ser reduzida a elas), tornada própria para construir muros e formatar cidadãos reduzidos a meros habitantes da cidade muralhada, cidadãos pedra que não agentes em processo de libertação para poder ser libertador! A formatação que se tem pretendido é formar peças de um xadrez que possibilite o jogo a alguns (a agenda subjacente à política estatal de ensino está a ser, cada vez mais, nesse sentido)!

Tudo isto parece muito complicado, mas, como sabemos,  para comunicarmos precisamos de informação mas, por sua vez, por trás de cada informação está uma mensagem a transmitir que, por vezes, não se nota e precisaria de ser descodificada para se poder entrar verdadeiramente no entendimento do seu significado (isto causa dores de cabeça porque implicaria diferentes perspectivas de abordagens mentais e como tal capacidade de discernimento no momento de se fazer um juízo).

Portanto, o problema não está na informação, mas na sua selecção, quer pelo informador (o informador que pretende dar forma/formatar!) quer pelo receptor (o receptor já com forma/formatação ou, no melhor dos casos, em modelação!) da informação, ao coloca-la numa relação causal!

As configurações das notícias são feitas de tal modo que criam conexões de modo a encherem padrões já seguidos ou a criar novos padrões.

O problema maior na interpretação das informações ou notícias virá da capacidade de ver as relações de causalidade que surgem entre a informação e a sua conectação…

É preciso arredar caminho! A violência verbal e mediática a que a sociedade tem sido submetida, com uma lavagem cerebral sistemática do cidadão, tem levado a uma falta de vontade do povo para pensar por si próprio e a não ser capaz de compreender o que verdadeiramente se passa em matéria de política e economia. E, disfarçadamente, ainda se ouvem dançarinos da política queixar-se de um povo que escolhe mal!!!

Resta o desejo de um bom e contínuo recomeçar para os concretizadores da CNN Portugal!

António CD Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

(1) Por figuras já apresentadas para a CNN tudo leva a crer que iremos ter o tal canal “crítico e independente” legitimado pela nossa Constituição que, no seu preâmbulo, determina como o objectivo fazer de Portugal uma sociedade “socialista”; portanto, uma sociedade já a caminho do regime chinês!

 

 

 

PREÇO DA ENERGIA ELÉTRICA COMPARADO ENTRE 145 PAÍSES

Daquilo que não se explica nem se fala nos Media

O portal comparativo VERIVOX acaba de fazer um levantamento de preços de electricidade em 145 países e mostra que o preço médio mundial da electricidade por um quilowatt hora seria de 11,62 cêntimos. Em Portugal custa 23,1 cêntimos e nos USA 12,69 cêntimos.

Custo de electricidade em cêntimos de euro por quilowatt hora

 Em Portugal, um quilowatt-hora de electricidade custa 23,1 cêntimos; em Espanha 20,7 cêntimos; na França 18,5 cêntimos; na Alemanha, 31,80 cêntimos; nos EUA, 12,69 cêntimos; na Rússia 5,17 cêntimos; no Brasil, 11,68 cêntimos; em Angola 1,52 cêntimos; em Moçambique 12,32 cêntimos; na Turquia 7,92; na China 7,31; na Rússia 5,17; na Arábia Saudita 3,98… Outros países em nota (1).

Preço da electricidade ajustado ao poder de compra nos países (dados na moeda artificial “Dólar Internacional”

Em Portugal um quilowatt-hora de energia eléctrica custa 42,82 cêntimos ( dólar internacional); na Espanha custa 35,36 cêntimos; na Alemanha custa 45,03 cêntimos; na França, 26,7 cêntimos; na Roménia, 45,26 cêntimos; no Reino Unido, 32,5 cêntimos; na Noruega, 14,21 cêntimos; na Suécia, 21,47 cêntimos; na Itália, 35,84 cêntimos; nos EUA, 15,3 cêntimos; no Brasil, 30,75 cêntimos;  em Angola, 6,33 cêntimos; em Moçambique, 42,95 cêntimos; na Rússia,  17,35 cêntimos.

Por aqui se pode verificar as margens a que os povos e suas indústrias estão sujeitas na configuração de mercadorias e preços para se afirmarem na concorrência internacional com produtos de exportação.

Na comparação internacional de preços de electricidade, Portugal tem fraco desempenho e em relação ao poder de compra ainda pior.

Em geral, a diferença de preços é tal que qualquer justificação pecaria por defeito!

Dos factores que levam o povo português e outros povos periféricos a manter-se na mó de baixo, mal ou não se fala nos meios de comunicação social. Fala-se de políticos e não de políticas!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1)  https://www.verivox.de/strom/verbraucheratlas/strompreise-weltweit/

 

AS PENSÕES AUMENTAM MAIS DE 5% EM 2022 NA ALEMANHA

Percentagem nas contribuições por parte do empregador e do empregado

Os 21 milhões de pensionistas podem esperar um bom aumento das suas pensões em Julho de 2022; de acordo com informações da Deutsche Presse-Agentur, o projecto do relatório do seguro de pensão 2021 prevê um aumento de 5,2% na Alemanha ocidental e de 5,8% na Alemanha oriental para 2022.

De acordo com as estimativas atuais, haverá também um aumento significativo em 2023. No Ocidente, as pensões poderiam então aumentar em 4,9%, no Oriente em 5,7%.

Na Alemanha, o sistema de cobrança de taxas para a segurança social é muito estável e transparente. Metade da contribuição é assumida pelo patronato e outra metade pelo empregado. Concretamente, o empregador paga metade da contribuição para a pensão de 9,35%, metade da contribuição legal para o seguro de saúde de 7,3%, uma parte do seguro de desemprego de 1,5% e uma contribuição de 1,275% para o seguro de cuidados de longa duração.

Assim, no total, as contribuições para a segurança social são de 14,6% para o seguro de saúde, 18,6% para o seguro de pensão, 3,05% para o seguro de cuidados prolongados (seguro que cobre o custo de cuidar de uma pessoa doente ou idosa) e 2,4% para o seguro de desemprego.

De acordo com o cálculo preliminar, a taxa de contribuição para a reforma permanecerá estável no valor atual de 18,6 % , até 2023. Até 2035, poderá aumentar até 22,3 %.

A pensão é principalmente financiada por contribuições e receitas fiscais. Os trabalhadores por conta própria não estão obrigatoriamente segurados.

Na Alemanha, os aumentos das reformas estão associados aos aumentos dos salários, à inflação e  à produção económica (que se verifica também nas receitas dos impostos). Aumentos noutros anos, ver em nota (1).

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) Aumentos a partir de 2016

Percentagem de aumento da pensão na Alemanha: no Ocidente a percentagem de aumento em 2016 foi de 4,25 % e no leste de 5,95 %!

Em 2017 no ocidente alemão foi de 1,9 % e no Leste foi de 3,59 % Em 2018 no ocidente alemão o aumento foi de 3,2 % e no Leste foi de 3,4 %!

Em 2019 no ocidente alemão foi de 3,18 % e no Leste foi de 3,91 %!

Em 2020, o aumento foi de 4,2% no leste alemão e de 3,45% no Ocidente alemão.

Em 2021 ajustamento anual das pensões a 1 de Julho foi nulo no Ocidente e no Leste houve um aumento de 0,72 por cento. Geralmente há aumentos todos os anos! Eu limito-me a transmitir o dados objectivos a que a caixa de pensões alemã tem estado a ser sujeita!!