A MULHER DA UNÇÃO

 

Maria de Betânia mostra o Equilíbrio entre as Energias masculina e feminina

A pintura “A mulher da unção”  (Maria de Betânia) de Carola justo, motivou-me a fazer a seguinte poesia tendente a mostrar a posição de uma mulher consciente de si e da realidade social que a envolve:

MARIA DE BETÂNIA: O Equilíbrio entre as Energias masculina e feminina

 

Maria de Betânia, mulher original,

Que ungiu Jesus em festa fraternal

Feminidade soberana, manifestação

De espírito inconforme e criativo  em ação.

 

Na sociedade patriarcal, ousou

Aproveitar o espaço que Jesus criou.

Em si mesma encontrou, a liberdade

Sem sótãos nem caves, de pura ipseidade.

 

Maria vive sem pressões, onde a paz reside,

Já fora das correntes que a alma divide.

Hoje sem espaço, vivemos em gavetas fechados,

De joelhos e em serviço de relatos publicados.

 

Na polis masculina, de espírito agressivo

De valores competitivos, só vale o lucrativo.

Falta a feminidade, acolhedora e afável

Que urge ser integrada, de forma gratificável

 

Mais Marias de Betânia, precisamos ver,

Que não seguem a corrente, que sabem viver

Do encontro consigo mesmas, com estilo pessoal,

Masculino e feminino, em equilíbrio natural.

 

Integração das forças, em cada ser,

Um caminho de paz, precisamos ver.

Maria de Betânia, exemplo brilhante,

De um equilíbrio verdadeiro e constante (1).

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) João 12:1–19: Maria de Betânia, a irmã de Marta e Lázaro, ungiu Jesus com o melhor bálsamo que havia. Com o gesto da unção (acto soberano) preanuncia a iminente morte de Jesus e o Seu sepultamento.

A MULHER DA UNÇÃO

Pintura de Carola Justo

https://carola-justo.de/ ou

https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=Carola+Justo#ip=1

 

ADIADA A APROVAÇÃO DO TRATADO DE PANDEMIA DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

Um Acordo controverso mantido à Margem da Discussão pública

Os negociadores dos 194 membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) que pretendiam a elaboração de um pacto global da OMS com um texto juridicamente vinculativo não conseguiram chegar a acordo nem aprovação como estava previsto para a sessão final de maio e que se vinha a repetir desde há três anos. Por isso a OMS informou no dia um de junho que adiava por um ano a decisão sobre o acordo de prevenção e combate a pandemias.

Embora a tentativa do acordo tratasse de assuntos revelantes para a humanidade deixava dúvidas sérias porque mexia com os direitos individuais dos cidadãos e pretendia sobrepor a OMS a competências nacionais (também controlo mundial dos médicos).

O mais estranho é que em questões importantes tratadas por organizações sem legitimação democrática,  os governantes pretendam evitar o mais possível que haja uma discussão política alargada sobre o assunto, também por 2024 ser um ano de muitas eleições importantes em vários países e a discussão poder favorecer argumentos para grupos anti globalismo; é um facto que os Media reduzem a informação pública sobre o assunto ao mínimo.

Seria oportuno aproveitar-se o tempo para ser feita uma investigação séria sobre as medidas Covid-19 e suas consequências e só depois dar andamento às negociações.

No decorrer das conversações notou-se uma certa tensão e conflito de interesses entre os países do Norte e os do Sul devido às diferentes possibilidades de acesso aos medicamentos e também aos condicionalismos a criar, problemáticos para o sistema democrático. O Sul quer maior acesso e repartição de benefícios entre eles, preços justos e maior equidade no acesso a medicamentos e também vinculação jurídica geral. Republicanos nos EUA estão contra a adesão do país ao plano porque põe em questão a soberania nacional e implanta o controlo central.

Enquanto uns pretendem compromissos obrigatórios outros acham que eles feririam a soberania dos países. Um dos pontos ainda em discussão é a troca de informações entre as equipes sanitárias dos países sobre patógenos com potencial para gerar crises globais.

Apesar da acção benéfica da OMS principalmente em países do terceiro mundo, este não deve ter um estatuto que credencie a OMS ao poder de controlo de médicos, etc.

Estatutos que vinculam governos e parlamentos deveriam, por natureza, ser sempre submetidos à vontade/legitimação democrática, doutro modo os governos com os seus técnicos em instituições internacionais sem legitimação democrática conseguem instalar uma burocracia paralela aos parlamentos servidora de interesses de elites globalistas e desse modo contornar as vias democráticas dos países. Por isso os Media afectos aos governos não estão interessados numa discussão pública de tais assuntos.

Doutro modo seremos cada vez mais determinados por forças anónimas e grupos de interesses, o que mina o sistema democrático.

No “reinado” da pandemia os governos abdicaram, por vezes, do seu papel de soberanos e de garantes da Constituição lesando os direitos do cidadão com muitas das suas medidas mais próprias de administradores do que de governantes.

Em relação à Pandemia ainda há uma pergunta no ar a que falta responder. Nomeadamente, a questão das consequências e doenças provocadas pelas medidas da obrigação da vacinação. O jornalismo de elite afecto aos governos não tem achado oportuno discutir publicamente sobre um assunto que tem a ver com interesses do Poder globalista  e poderia despertar o cidadão!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

SOLDADOS DA GUERRA

SOLDADOS DA GUERRA QUE DO POVO NÃO!

 

De órgão em riste, marchando adiante,

Dão a vida na guerra, num passo errante,

Em nome de pátrias que foram roubadas,

Por forças cruéis, a serem desonradas.

 

Soldados na fronte, a honra a salvar,

De oligarcas e regentes, prontos a guerrear.

Tudo que resta são frios números,

Sem vítimas, nem povo, apenas sombras.

 

Mortos contados como criaturas,

Na história, números, sem ternuras.

Permitem aos poderosos surgir,

Em cerimónias, sombrias, a fingir,

Lavando as mãos, como Pilatos fez,

Fomentam novas vítimas, na guerra de vez.

 

Deixaram de ser gente, ao virarem soldados,

Não defendem a pátria, mas planos malvados.

Num mundo rasgado pela violência,

Brilha a dureza, trazendo a doença.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

 PS: A Alemanha despende 2% do PIB nacional para o orçamento militar, isto é, no mínimo 90 mil milhões de euros por ano e o mesmo fazem outros países! Isto poderia ser legítimo se destinassem também  2% do PIB para promover activamente  a paz!

O RASCUNHO:

 

SOLDADOS DA GUERRA

 

De órgão em riste, eles marcham,

Dão a vida pela guerra alheia,

Em nome de pátrias desonradas,

Usurpadas por poderes fortes.

 

Soldados na fronte, a salvar

A honra de governantes e oligarcas.

Quando o que resta da guerra são sonhos perdidos

Sem vítimas, nem povo, apenas números.

 

Soldados mortos são contados como criaturas,

Mas na história, meros números se tornam.

Permitem aos usufruidores do poder

Aparecer em cerimónias e cemitérios,

Com rostos sombrios, afirmando-se

E lavando as mãos, como Pilatos,

Das novas vítimas da guerra,

Captando o povo para novas guerras.

 

Deixaram de ser pessoas,

Para passarem a soldados,

Não para defender a pátria ameaçada,

Mas para proteger ataques preparados externamente.

 

Num mundo dilacerado pela guerra,

Irradia a dureza que nos adoece.

(Rascunho)

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

GUERRAS COMERCIAIS SÃO PAGAS PUNINDO OS CONSUMIDORES

 

A ameaça da União Europeia de impor tarifas punitivas até 38,1 % sobre carros electricos importados da China, modelos da BYD (+17,4%), Geely (+20%) e SAIC (+38,1%) é muito contestada por empresas e consumidores.   As tarifas só causam danos. Metade dos carros elétricos importados de da China vêm de fabricantes ocidentais que produzem lá.

As tarifas da UE sobre os automóveis chineses implicariam uma guerra comercial. Como consequência, a China também imporia mais direitos de importação sobre produtos europeus.

Muitos consumidores europeus seriam penalizados porque teriam de renunciar à melhor qualidade e melhor preço dos carros eléctricos chineses. Esta medida tende a obrigar os compradores de autos eléctricos a comprarem carros produzidos na Europa.

Então faltariam os carros mais baratos da China para a pessoa normal que tem um orçamento menor. Carros baratos e modernos da China ainda poderão ser comprados até 4 de julho sem o ameaçado maior imposto.

Depende da Comissão Europeia se a partir de 4 de julho os compradores de carros elétricos serão castigados, porque quem paga o acrescento do imposto são compradores não os vendedores! Estes apenas acrescentam o imposto ao custo do carro. Como a China é o maior mercado automóvel do mundo, as empresas europeias exportadoras não estão de acordo com tais medidas).

Espera-se que em Bruxelas domine os interesses pela população e neste sentido não leva à frente o seu plano.

Quando a política da União Europeia não respeita os interesses dos cidadãos que pode então esperar deles?

António CD Justo

Pegadas do Tempo

EUROPA EM ELEIÇÕES EM TEMPOS DE CRISE E DE VIRAGEM

Tentativa falhada de construir uma Sociedade aberta sem contar com o próprio Povo?

A única instituição da União Europeia (EU) legitimada democraticamente é o Parlamento Europeu e daí a importância de fortalecê-lo participando nas eleições.

Pela observação das constelações partidárias na concorrência pelo poder, tudo leva a indicar que os novos assentos no parlamento irão desestabilizar a ala esquerda que até agora influenciava mais os destinos da Europa.

Von der Leyen, atual Presidente da Comissão Europeia desde 2019, já reagiu às sondagens e para assegurar a sua reeleição de Presidente viu-se obrigada a cortejar Georgia Meloni (chefe do governo italiano, que é contra o aborto), porque conta que o poder no parlamento se deslocará para a direita.

A causa da direita estar a afirmar-se em relação à esquerda não se deve ao extremismo mas à necessidade de correção de políticas que há dezenas de anos têm determinado as atitudes dos governos na Europa. O mais estranho é o facto de as chamadas extremas direitas se encontrarem mais activas nas potências europeias. Marine Le Pen na França,  Georgia Meloni na Itália  a AfD na Alemanha encontram-se de vento em popa; de notar porém que na Alemanha a AfD recebeu concorrência do partido BSW de Sahra Wagenknecht (1) de origem esquerda mas que assumiu alguns pontos críticos da chamada extrema-direita, o que poderá evitar que a AfD se afirme como segundo partido para se situar  ao nível do SPD, depois do previsível vencedor CDU/CSU.

Governantes europeus ao deixarem-se orientar por agendas globalistas e ao deixarem-se envolver acriticamente na guerra da Ucrânia confirmaram a ideia do povo de que a União Europeia não passa de executor do programa militar da NATO e dos interesses económicos dos EUA descurando, para isso, os interesses europeus.

Um projeto europeu, de conotação militarista, surgido tardiamente e à sombra dos Estados Unidos contra a Rússia, encontra-se na mesma linha que criou as condições para os actuais movimentos de contestação. Isto prolongará a crise económico-socio-politica dado o que vai surgir na arena política europeia se orientar em termos de lutas dos partidos pelo poder e não na luta política por uma política partidária de caracter complementar.

Na atual fase da campanha para as europeias observa-se maior irritação e preocupação dos partidos do arco do poder por assegurar o próprio poder, recorrendo até à difamação dos concorrentes, do que verdadeiro empenho responsável em dar resposta às necessidades dos cidadãos. Os temas de discussão não contemplam conteúdos importantes para darem oportunidade à apologética de interesse partidário.

Um certo nacionalismo que se observa na acção política da direita é explicável como reacção ao demasiado internacionalismo que conduz os interesses governantes que sacrificam valores culturais tradicionais em favor de uma política de esquerda unilateral.

Os conservadores pretendem que a União Europeia restitua competências e poderes soberanos aos estados membros e que a Europa se governe por interesses próprios no sentido de se ganhar peso geopolítico num mundo que se encontra na fase de passar da unipolaridade mundial regida pelos EUA para a fase da multipolaridade de blocos globais.

A nível cultural os conservadores manifestam-se contra a introdução do aborto (IVG) no código dos direitos humanos (políticas pró-abortivas que fortalecem o enfraquecimento demográfico do próprio país e fomentam ainda mais a necessidade de fortalecer a imigração); um outro ponto crucial é o envolvimento europeu na guerra da Ucrânia, contra o poder que instituições não legitimadas democraticamente  terem o poder de impor aos Estados  agendas tanto a nível militar (NATO), a nível de saúde (OMS) como de educação (degradação da qualidade de ensino em benefício de ideologização).

A polarização do discurso público em termos de opções únicas Ocidente ou a Rússia obrigam a ignorar interesses de compromisso que favoreceriam a perspetiva europeia (Uma Europa desde Lisboa aos Urais). Isto vem-se juntar à observação de uma política globalista de organizações não eleitas que determinam as políticas nacionais que se desejariam mais democráticas e de orientação mais regional. Uma política económica de caracter mais humano implica colaboração com todos e não afirmação à custa de alguém!

A Europa balanceia insegura num momento em que precisaria de um correctivo em defesa dos interesses da Europa e não apenas de um bloco ocidental querido hegemónico, mas que se encontra em grande crise. Numa era de caracter multipolar urge a colaboração a nível de todos os parceiros e não uma atmosfera de adversários criada.

A União Europeia merecerá ser restaurada e afirmada no sentido de seguir em frente sem se perderem as pegadas do Cristianismo que possibilitou a formação da Europa começada propriamente com Carlos Magno no ano 800.

A Europa encontra-se num momento de autorreflexão e de nova orientação que não deve ser difamado pelas forças da família socialista da EU pois a Europa tem lugar para todos e precisa de todos. Para isso a Europa não pode ser medida apenas pela afirmação dos interesses do capitalismo liberalista (muito embora o poder económico seja o factor determinante do desenvolvimento e do comportamento dos povos) nem do poder socialista; é necessário salvaguardar a cultura que pressupõe respeito pela tradição e integração do novo nela para que se possa tornar numa tradição que garanta sustentabilidade..

Desde os anos 60 o progressismo tem-se afirmado demasiadamente sem ter em conta que para tal ele precisaria do tapete conservador (tradição) que o suporte (Torna-se ilusório querer transformar uma cultura num constructo sem povo!). Só uma consciência humanista, solidária e de consciência complementar poderão dar resposta a um futuro estável e aberto.

Estamos todos no mesmo barco onde o lógico seria entender-se e aceitar-se uns aos outros, quando pelo contrário com tanto barulho que fazemos, nem chegamos a perceber para onde o barco vai.

A impressão que se chega a ter da sociedade é que as pessoas estão sempre a ser mantidas sob rédea curta, com questões como o coronavírus, a guerra na Ucrânia e agora a guerra em Gaza. Perante isto é importante adotar-se uma atitude distanciada em relação àquilo que se ouve ou vê e que não se pode controlar, seria prejudicial e trágico se nos identificássemos com essas coisas de maneira a perdermos a calma interior e a perdermos  o sono. Geralmente o que é apresentado são interesses de grupos e não o interesse das pessoas.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1)  Sahra Wagenknecht inaugurou um novo estilo político onde o shargon da esquerda ou da direita não será mais tomado a sério por gente de pensar diferenciado. O que se passará mais a aplicar é a razão transversal de esquerda e de direita. Os tempos de pura ideologia estão lentamente a tornar-se uma coisa do passado!