MORTO O CRÍTICO DO KREMEL, ALEXEI NAVALNY
O crítico de Kremel, Alexei Navalny, depois de envenenado e mais tarde preso morreu sob custódia na Sibéria e atendendo aos media morreu de maneira criminosa!
Parece haver aqui um acto bárbaro e baixo motivado por interesses pessoais. No caso não pode haver sequer desculpa de razões de Estado para justificar tal acção criminosa do regime. Em última análise, Vladimir Putin terá de assumir a responsabilidade na história.
A dignidade humana não conta e o sistema político cada vez se torna mais duro.
Os EUA têm de entrar em conversações com Moscovo doutro modo também a Europa será sacrificada. As sanções ocidentais contra a Rússia tiveram o seu efeito desastroso no Ocidente. O que se precisa são negociações, caso contrário continuarão a morrer pessoas de ambos os lados e os membros da NATO são corresponsáveis. A Rússia tem a bomba atómica e contra a força a resistência sem perspectiva é mortal! Será que os países membros da NATO querem uma guerra sem fim e por isso desactivaram o corpo diplomático? So a diplomacia poderá acalmar a Rússia e travar a decadência russa e europeia.
MARCHAR COM A ESQUERDA E COM A DIREITA PARA SE PODER ANDAR A DIREITO
Os que se sentem mal servidos pelo sistema político dizem “isto nunca esteve tão mal” e os que se encontram bem servidos por ele respondem: “isto nunca esteve tão bem”! Uns e outros tornam-se pedintes do “votem em mim”!
E a isto parece reduzir-se o discurso entre os activistas conservadores e os activistas progressistas! Assim se deteriora o discurso político a uma birra de crianças em que um lado berra, “Portugal é meu” e o outro bate o pé e grita, “Portugal é meu”!
O que vale é o berro, o pão não interessa e a argumentação também não!
Por outro lado, torna-se divertido ver como grupos afectos ao poder excomungam algum partido incomum que sem poder também procura um nicho no poder através da crítica ao poder.
Torna-se engraçado ver a esquerda que tem o poder a combater tanto contra o Zequinha em vez de se preocupar em corrigir algum defeito que o Zequinha vê porque só assim o povo não seria levado a votar nele!
Entretanto o povo vai sendo entretido e enganado assistindo em política a acusa e contra-acusa de modo a os perpetradores ficarem na memória do povo qcomo sendo os mártires!
Em vez de se entrar numa conversa séria tudo prefere berrar limitando-se a levantar poeira para que se não notem os próprios defeitos nem se fale deles. No meio de tudo isto só é sinal de vida política a emoção!
António CD Justo
Pegadas do Tempo
VALE A PENA LER!
DEMOCRACIA SOB TENSÃO
Investigação global sobre o Estado dos Regimes políticos revela crescente Autoritarismo
No sentido de uma diferenciação de sistemas políticos temos, a Democracia Liberal (USA, Alemanha…), Democracia Eleitoral (Portugal, Polónia…), Autocracia Eleitoral (Rússia, Turquia, Ucrânia…), Autocracia Fechada (Afeganistão, Arábia Saudita, China…)
O Relatório anual do IDEA Internacional (1) sobre o Estado Global da Democracia 2023 examinou os sistemas políticos em 167 países e baseou o Índice de Democracia nos seguintes critérios gerais: processo eleitoral, pluralismo, liberdades civis, funcionamento do governo, participação política e cultura política.
Os primeiros lugares recebem as democracias liberais, seguindo-se as democracias eleitorais, as autarquias eleitorais e no fim da lista as autarquias fechadas
O mapa do Índice da Democracia classifica os regimes políticos nas seguintes categorias: democracias plenas, democracias imperfeitas, regimes híbridos e regimes autoritários
No Mapa do Índice das Democracia de 2023 dos 167 países investigados a escala regista 24 países em que a democracia é plena (Noruega 1° lugar) , 48 com democracias imperfeitas (Portugal no lugar 28 (2) em 2022 piorou para o lugar 31, o pior resultado desde 2013; o Brasil lugar 51), 36 países como regimes híbridos, p.e. Ucrânia (87), Turquia (103) e 59 como regimes autoritários (Angola (109), Moçambique (117) , Rússia (146) Afeganistão (167).
Os motivos negativos que têm vindo a ser apontados para a qualificação de Portugal como “democracia com falhas” ou “democracia incompleta” são: baixa participação política, o mau funcionamento do governo e a reduzida cultura política!
A polarização tende a aumentar por toda a parte fomentando o autoritarismo que concorre para um declínio democrático geral e até em países considerados de democracia completa.
Na escala de 0 a 10 a média global caiu de 5,29 no ano anterior para 5,23. O ambiente político polariza-se favorecendo autoritarismos. As guerras geopolíticas e as lutas culturais e partidárias dentro das sociedades são gasolina no fogo da polarização e fomentadoras de autoritarismos. A polarização torna-se especialmente visível em relação a imigração, às guerras e posições ideológicas. Também a falta da capacidade de consenso entre os partidos fomenta a polarização. Em muitos estados o povo encontra-se já disposto a ceder liberdades civis em troca de maior segurança.
A democracia está sob pressão em todo o mundo. A promessa da democracia de oferecer prosperidade para todos permanece muito longe das suas intenções. Por outro lado, o controlo do cidadão em via torna-se uma mácula grande na democracia. A globalização com as suas agendas torna as pessoas inseguras e desmoraliza a sua tradição para poder impor outras tradições concorrentes e ideologias destrutoras…
Observa-se uma tendência dos povos do sul global para a esquerda na procura de justiça e nos povos do Norte (norte da Europa e USA) um movimento à direita por sentirem as suas ligações tradicionais ameaçadas. Em momentos carentes e de abusos, uns berram por pão e os outros por cultura.
Por outro lado, uma sociedade civil mais acordada nota que o Ocidente continua a ter uma política intervencionista o que cria descontentamento e incompreensão num povo necessitado de paz. Se aquilo que move hoje mais as preocupações das pessoas é a imigração e esta é resultado do sistema económico porque não resolvê-la com meios económicos: em vez de colocar a própria cultura à disposição dos que procuram melhor vida seria de levar a economia e fontes de trabalho a esses povos.
Na Europa observamos uma política de dois pesos e de duas medidas e isso torna a população insatisfeita porque ainda é sensível à hipocrisia e espera mais dos sistemas políticos do Ocidente do que dos outros sistemas. O grande problema real dos nossos governos com a ordem social é o da sua credibilidade. Mesmo na promoção da justiça, os governos devem ter o sentido da realidade para, com os seus erros, não caírem à mercê de eventuais caprichos populares. Em última análise, são as pessoas que pagam pelo bom ou mau governo e pelas suas medidas. A política de imigração europeia, por muito humana que queira ser para com povos explorados pela política económica europeia, tem-se tornado desumana para com as próprias populações e irresponsável para com a própria cultura tomando em conta o fomento da agressão dos seus povos obrigados a renunciar à sua identidade para aceitar uma outra identidade intolerante.
A melhor maneira de ajudar os povos produtores de emigração seria instalar neles empresas multinacionais que criem riqueza lá e não obriguem as pessoas que queiram melhorar a vida a terem de emigrar para onde há dinheiro e empresas que vivem muitas vezes das matérias-primas emigradas dos países de emigração!
António CD Justo
Pegadas do Tempo
(1) No índice de democracia da revista britânica The Economist, intitulado “The Global State of Democracy 2023 Report – The New Checks and Balances” https://pt.euronews.com/my-europe/2023/11/02/estado-da-democracia-a-comparacao-entre-os-paises-europeus
(2) De notar que os estados considerados democracias plenas são estados liberais. https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_democracia#
https://www.v-dem.net/documents/35/V-dem_democracyreport2023_espanol_med.pdf