PRIORIDADE DE SOCORRO NO TRATAMENTO DE PESSOAS COM O COVID-19

Episcopado alemão contra uma seleção baseada na idade ou na utilidade da pessoa

António Justo

Tendo em conta o debate público sobre possíveis conflitos na tomada de decisões médico-éticas em consequência da pandemia de Covid 19,  a Conferência Episcopal Alemã elaborou um projecto de argumentação para ajudar os leitores a aprofundar o problema, também na sua ponderação ética e orientação.

Segundo o episcopado, na atribuição de locais de ventilação limitada, para o tratamento de infetados com o Coronavírus, os idosos e as pessoas contagiadas não devem ser unilateralmente prejudicados (com critérios de pré-eliminação ao direito de serem tratados), como aconteceu especialmente na Itália, na atribuição de locais de ventilação limitada e em que os mais idosos eram excluídos.

Uma tal seleção terá de ser rejeitada devido a princípios éticos que não podem ser fundamentados no cálculo baseado na “utilidade” da pessoa.

Para o caso de as unidades de cuidados intensivos hospitalares na Alemanha ficarem sobrecarregadas, os bispos alemães elaboraram (08.04.2020) um esboço de “linha de argumentação” do pensamento; ver documento em alemão em nota (1).  De facto, se os médicos tivessem de decidir que doente ajudariam devido a um número demasiado reduzido de ventiladores, ninguém deveria ser unilateralmente prejudicado.

Segundo eles, nas decisões de emergência médica, o médico deveria preferivelmente orientar-se na ponderação por dois critérios, isto é, as perspectivas de sucesso e a urgência. O cálculo baseado na idade, na maior ou menor utilidade da pessoa como critério de seleção é desumano. Penso que este princípio também não deve ser aplicado em questões de eutanásia (razões de idade e custos de assistência!).

No passado, em situações extremas como no caso do Titanic, o critério de escolha de salvação foi dar prioridade a mulheres e crianças. Antigamente na Igreja Católica, em caso de perigo de vida no caso de parto, a prioridade de salvação era dada à criança.

António da Cunha Duarte Justo

In Pegadas do Tempo

 

 

Social:
Pin Share

BOAS ACÇÕES

Hoje, numa caminhada através do bosque vizinho fiquei espantado ao chegar ao ribeiro onde vi 7 pessoas de galochas a limpar o ribeiro que é público. Era impressionante o empenho com que as crianças se dedicavam ao trabalho. Era uma família certamente aborrecida por o Coronavírus lhe proporcionar tempo para terem uma ideia criativa e solidária que a todos agrada.
Ontem, num mesmo rotinado passeio, impressionou-me ver como uma mãe e suas duas crianças apanhavam plásticos e outro lixo que alguém sem respeito pela comunidade nem pela natureza tinha deixado na relva.

António da Cunha Duarte Justo

Social:
Pin Share

COVID-19: À SEMANA SANTA SEGUE-SE A PÁSCOA

Tocam as Sirenes a lembrar o Tempo de voltar para Casa

António Justo

Na natureza nada é tão mau que não seja também para algo bom. Isto segreda-nos a voz da natureza através da razão num momento em que os nossos sentimentos ao rubro bradam aos céus.

Fizemos da ilusão realidade e agora a realidade natural ou criada desilude-nos porque nos julgamos ou julgávamos ser senhores dela. Um facto é que se não fosse a morte estaríamos condenados a viver na e da ilusão.

Vivemos numa pausa obrigatória em que o homem respira pior e a natureza respira melhor. Os rios são mais claros, o ar mais puro, nós temos mais tempo porque o relógio deixou de ter poder sobre nós.

É tempo de voltarmos para casa e resta saber o que fazer com o tempo. Agora temos a oportunidade de ouvir e sentir a revelação da natureza e a revelação cultural que se encontra especialmente explicita no Novo Testamento. Nele encontramos sentido, força, esperança, consolo e reconhecimento.

À Semana Santa segue-se a Páscoa. Com a ressurreição a morte perdeu e o mundo ganhou sentido ficando virado de cabeça para baixo.

O respeito pelo coronavírus, o medo pelo nosso futuro económico e social, as informações e contra informações e as infrações, possivelmente justificadas na nossa democracia pelo decreto do estado de emergência, criam em nós um sentimento de insegurança e de impotência.

Chegou o tempo de estarmos alerta e é tempo da sintonia e não de imagens inimigas estimuladas ou propagadas. É chegado o tempo de nos unirmos e de juntarmos forças, na consciência que todos fazemos falta para alguém. É verdade que não será fácil, na vontade de sermos solidários com alguém, não sermos levados na avalanche de algum tipo de vírus que circula. A falta de humildade leva-nos a ordenar rigidamente as coisas e até a condenar sem termos tempo para socorrer-nos do discernimento.

Agora, que ouvimos também toda a natureza a sofrer, sofremos por ela sofrer e sentimo-nos mais chamados a levarmos um estilo de vida mais humilde e em sintonia com todos em vez de corrermos atrás de possíveis culpados ou de explicações que levam a nossa mente a marcar passo para não nos mudarmos e assim continuarmos a ser levados na corrente de hábitos adquiridos ou difundidos. Num tempo propício para prepararmos mudança seria fatal ficarmos fixados em nós mesmos, numa maneira estática de ver e de pensar.

 

De facto, num tempo em que a reflexão, a solidariedade e a ciência nos devem iluminar não fazem sentido meros discursos políticos ou de perspetiva individual: o Homem no seu ser de pessoa é que é o centro da questão.

Em tempos de crise, tudo vem à mente e não será também de esquecer a frase que Nicolau Maquiavel escreveu: “Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela. “

O momento da Páscoa está a chegar; aquele momento, aquele dia em que o mau humor dá lugar à bonomia, o modus do aborrecimento e da desconfiança deixarão de estar em Standby, em cada um de nós.

Muitas vezes deixávamos correr o dia e o dia corria connosco entretendo-nos com decisões aparentes. Vamos aproveitar todos para fazer de toda a semana Domingo, o dia em que não há medos e em que realmente somos livres.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

Social:
Pin Share

OS FUNDAMENTOS DO DIREITO E AS COLUNAS EM QUE ASSENTA A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

Cito aqui apenas uma frase de um texto admirável de Bento XVI, proferido aos parlamentares alemães e que poderá ser lido por quem quer entender e ver mais além:

“…Estes conhecimentos da razão constituem a nossa memória cultural. Ignorá-la ou considerá-la como mero passado seria uma amputação da nossa cultura no seu todo e privá-la-ia da sua integralidade. A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro forma a identidade íntima da Europa. Na consciência da responsabilidade do homem diante de Deus e no reconhecimento da dignidade inviolável do homem, de cada homem, este encontro fixou critérios do direito, cuja defesa é nossa tarefa neste momento histórico.”


O texto sobre os fundamentos do direito e as colunas da Civilização Ocidental pode ser lido em português no primeiro lik e ouvido em alemão no segundo.


http://www.vatican.va/…/hf_ben-xvi_spe_20110922_reichstag-b…

Social:
Pin Share

O DIA DOS NAMORADOS

Dia dos namorados é também um dia que proporciona uma especial oportunidade para manifestarmos o carinho e o agradecimento às pessoas mais chegadas, aquele agradecimento que muitas vezes esquecemos de fazer no dia a dia.
As lojas usam o dia também com a intenção de atrair pessoas e assim impulsionarem as vendas. A “economia do amor” usa aqui o amor como um modelo de negócio. Isto não tem nada a ver com a mensagem de amor.

O essencial é que felicidade é amor, como já aprendemos na Catequese e todos estamos chamados a ela.
António Justo.

Social:
Pin Share