RIVALIDADES NA GUERRA DA UCRÂNIA ATRAVÉS DE GOVERNOS E BLOCOS

Divergências no Governo alemão e Condenação dos EUA pela China

No governo federal há divergências entre o chanceler Scholz (SPD) e a sua ministra Baerbock (Verdes): Scholz arrasta-se como moderado e ela acelera como belicista.

 Scholz é contra uma guerra entre a Nato e a Rússia. A ministra dos Negócios Estrangeiros contraria-o no Conselho da Europa dizendo: “Estamos travando uma guerra contra a Rússia e não uns contra os outros.”

Como refere a imprensa alemã, a China culpabiliza os Estados Unidos pela guerra na Ucrânia: “Os EUA são os que desencadearam a crise ucraniana”, declarou à imprensa em Pequim a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning. Eles também são “o maior fator que alimenta a crise” e intensificam o conflito: “Se os EUA realmente querem acabar em breve com a crise e se preocupam com a vida das pessoas na Ucrânia, devem parar de fornecer armas e lucrar com os combates”.

Na sua viagem por países da América Latina o chanceler alemão vê-se confrontado com perguntas desagradáveis e no Brasil, vê rejeitado o seu pedido de entrega de munições de tanques para a Ucrânia. Em vez disso Lula propôs o Brasil e a China como mediadores entre a Rússia e a Ucrânia e acrescentou: “Proponho fundar um clube de países que queiram trazer a paz a este planeta.” Lula já se tinha pronunciado anteriormente sobre o presidente ucraniano Volodymyr Selenskyj: “Esse tipo é tão responsável pela guerra como Putin”.

Não se descortina interesse pela paz: a prioridade é o negócio de armas e a aquisição das regiões ricas em matérias primas. Biden está empenhado no crescente conflito a escalar-se nas vizinhanças da China.  Por outro lado, a Alemanha com os verdes no Governo, (que são a ponta avançada dos guerreiros como se tivessem saudade de tempos passados!) está a acordar para a guerra exercitando um certo activismo no sentido de envolver a Nato nos próximos conflitos do mundo. Também o secretário geral da Nato anda já a rondar o mar da Ásia para tentar envolver os europeus (como lacaios dos EUA) numa futura guerra que também não seria nossa, mas das geoestratégias da USA, da China e da Federação Russa.

Tal como Scholz é também Biden contra a entrega de aviões caça (F-16-Jets) à Ucrânia. Tal escalada corresponderia a uma guerra aberta da Nato contra a Rússia. Selenskyj sente-se à vontade e interessado na progressão das suas exigências à Nato porque quem incentivou a Ucrânia à guerra e ao não cumprimento dos tratados de Minsk foi a Nato.

De facto, o Tratado de Minsk foi um acordo assinado por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR), e da República Popular de Lugansk (LNR) para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia, em 5 de setembro de 2014. No fracasso deste Tratado surgiu o Minsk II mediado pela França e Alemanha e ratificado pelo Conselho de Segurança da ONU. A Guerra civil começou propriamente em 2013 quando nacionalistas e europeístas se levantaram contra o seu presidente (Viktor Yanukóvisch) por este não querer assinar um acordo de associação da Ucrânia à União Europeia. Na guerra civil morreram 13.000 civis e 4.000 soldados.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

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Publicado por

António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

23 comentários em “RIVALIDADES NA GUERRA DA UCRÂNIA ATRAVÉS DE GOVERNOS E BLOCOS”

  1. E quem incitou a Ucrânia a entregar o armamento nuclear à Rússia foram os USA e a China. E agora é o que se vê

  2. Luís Moreira
    Parece-me que o senhor não deve ter lido é nada.
    Este artigo é fundamentado e apresenta factos que desaparecem na azáfama de se considerar a “gloriosa guerra” contra os russos como uma Cruzada, esquecendo o resto.
    Quanto aos Verdes há muito que são amarelos .Sabe que isto do poder inebria e faz esquecer os pés de barro. Permita-me que o aconselhe a ler , pelo menos 1/10 do que o autor do artigo já leu.Já chegava.

  3. Ksenija Duhovic-Filipovic , schade, dass ein Deutschland, das bereits in Russland einmarschiert war, jetzt mit seinen Kriegspanzern in derselben Linie weitermachen kann. Die Grünen haben sich als Kriegstreiber entlarvt und alle handeln ohne Rücksicht auf den 2+4 Vertrag! Die USA mit Selenskyj, ihrem Vertreter, versuchen, den Krieg auf Europa auszudehnen. Die USA versuchen geschickt, Europa in den Krieg einzubeziehen, damit sie später den Rest ihrer Gewinne einstreichen können. Der Frieden in Europa hängt von Deutschland ab. Großbritannien spielt das Spiel der USA gegen Europa.Die Grünen zeigen nun ihr opportunistisches Gesicht. „Keine Waffen und keine Rüstungsgüter in Kriegszonen“ war das motto des Friedens! Sie gaben die deutsche Friedenspolitik auf, um Soldaten zu werden, die den Frieden gefährdeten.

    PORTUGUÊS
    Pena que uma Alemanha que já havia invadido a Rússia possa agora continuar com seus tanques de guerra na mesma linha. Os verdes se expuseram como belicistas e todos estão agindo sem levar em conta o tratado 2+4! Os EUA, com Zelenskyj como seu representante, estão tentando estender a guerra para a Europa. Os EUA estão tentando habilmente envolver a Europa na guerra para que possam depois embolsar o restante de seus lucros. A paz na Europa depende da Alemanha. A Grã-Bretanha está jogando o jogo EUA x Europa.Os Verdes agora estão mostrando sua face oportunista. “Sem armas e sem armamentos em zonas de guerra” era o lema da paz! Eles abandonaram a política de paz da Alemanha para se tornarem soldados que ameaçavam a paz.

  4. So Spricht Portugal , infelizmente tanto do lado dos comunistas como do lado dos capitalistas em política dominam os interesses e não a impercialidade. Por outro lado a verdade não se pode fazer dependente da boca que a profere nem da ideologia que uns e outros seguem!

  5. Tá tudo com medo e depois vergam-se ao ditador. A Ucrânia que dê 1/3 do seu território aos aos russos, qual é o problema, pelo menos salvam os a nossa pele, é esse o pensamento.

  6. So Spricht Portugal , o problema não é tão fácil de resolver porque tanto a Nato como a Rússia defendem interesses extremistas à custa do povo ucraniano: não há interesse na paz e o negócio da guerra geooestratégica interessa a muita gente. Além disso a novela propagada pelo ocidente só começa com a invasão de 24 de Fevereiro!

  7. António Cunha Duarte Justo Se fosse fácil já estava resolvido. Há muitos interesses, claro. Quanto às novelas, se existirem, são duas, uma de cada lado da barricada. Há 32 anos os russos aceitaram as fronteiras. Mudaram de ideias. Não querem ver a Ucrânia ocidentalizada. É isso que lhes dói. A Ucrânia é independente, por muito que legs custe. Têm a NATO na Estónia, Letónia e Lituânia à porta deles e não lhes faz diferença. O agressor inicial é causador deste problema está sobejamente identificado. Mesmo havendo bolsas de russofonas, questões a melhorar, tratar, etc., não podem querer mudar o regime à força. Os ucranianos são claramente uma maioria pró-ocidental. Mostraram isso quando obrigaram o presidente conivente com a invasão da Crimeia a destituir-se. Agora só há duas hipóteses a meu ver. Ou combatemos e mostramos a união e a força do ocidente, ou então, nos acobardamos e o os russos, mostram que pela força das armas se continua a poder alterar fronteiras no século XXI.

  8. So Spricht Portugal , o assunto é de tal maneira complicado que não honra quem se coloque de um só lado da barricada. A narrativa que conta é a que os nossos media transmitem. Quanto a mim defendo que se estabeleçam conversações de paz que os blocos da guerra estratégica demonstram não querer, preferindo a voz das armas à custa dos que morrem na Ucrânia. Par mostrar um pouco da complexidade do problema: https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_da_Crimeia_de_2014

  9. António Cunha Duarte Justo É verdade, mas negociações não são possíveis quando ninguém está disposto a ceder. No fundo, cada um teve as suas razões no início, mas agora ninguém quer perder a face. Para mim a questão é Quem mandou homenzinhos para o território de quem? Quem de fora passou a fronteira de quem? Quem começou a primeira e as segundas guerras mundiais? Quem dá o primeiro estalo é o culpado. Agora, é tarde e complicado. Agora é a força das armas que manda.

  10. Quem invadiu e ataca a Ucrânia foi e é a Rússia de Putin. Isso é a única verdade que sabemos. O resto são meras opiniões. O meu partido é sempre a defesa da Paz, mas Lula não tem competência para negociar. Pelo menos até agora não a mostrou.

  11. Aurora Martins Madaleno , exactamente também porque o meu partido é o da paz, procuro raciocinar sobre tudo o que acontece na esperança que por fim surja uma cultura da paz. Para isso procuro referir nos meus textos factos e perspectivas que possibilitem juntar-se à mesma mesa os diferentes rivais e assim possibilitar-se um diálogo nãoreduzido a uma só perspectiva! É verdade que quem invadiu a Ucrânia foi a Rússia em 24 de fevereiro de 2022 mas as narrativas que se espalham só se referem à guerra de invasão deixando de fora a guerra preparada e iniciada em 2013.

  12. António Cunha Duarte Justo Já por aqui escrevi que a Rússia invadiu a Ucrânia para que a Nato não encostasse à própria. Ora, se a Rússia tomar Ucrânia encosta ela a Nato. Qual a diferença?
    FB

  13. Prezado Sr. Justo, obrigado
    Espero poder-me dedicar mais detalhadamente em breve a suas observações despertadoras e esclarecedoras, estou cada vez menos preocupada com informações detalhadas, acredito que reconheci a COISA GRANDE e INTEIRA.

  14. Sim, encontramo-nos em tempos em que nos querem sintonizar com a violência que a política de um lado e do outro tem criado. Assim poucos terão oportunidade de se dedicarem às Grandes Coisas. É preciso esclarecer para podermos criar pressupostos para se iniciar uma atmosfera favorecedora da cultura da paz e não da Guerra.
    Todos juntos somos poucos no sentido de se criar uma cultura de paz em que os slogans publicados não se reduzam a hipocrisia e a mentira!

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