A Política de Lenine e de Estaline fez surgir o canibalismo na URSS
António Justo
A expressão “Comunistas comem criancinhas” (1) deve-se ao facto das políticas criminosas comunistas de Lenine e de Estaline terem, (com a sua reforma agrária e fomento da industrialização), provocado em alturas diferentes (1919-1921) e (1932-1933) fomes que originaram muitos milhões de morto, levando as pessoas a comer carne de cadáveres humanos e em especial carne de crianças. Mussolini usou-se do facto para fazer propaganda contra os comunistas. De facto, não eram os comunistas, mas a política comunista que conduzia à “fome genocida”.
Política no Sentido do Plano
Lenine, a partir de 1919, iniciou uma política de confisco de terras, animais e cereais dos camponeses, que gradualmente levaria a uma crise de fome em massa na população. No desespero, famílias para matar a fome, cozinhavam pernas e braços dos cadáveres; chegavam a alimentar-se dos próprios parentes, com frequência, bebés, menos resistentes à fome e às doenças e cuja carne era mais tenra e como tal preferida. O historiador Orlando Figes descreve tais situações no seu livro “A Tragédia de um Povo” onde avalia as consequências da Revolução Russa para o povo da ex-União Soviética.
De facto, também na Ucrânia, o ditador Estaline seguiu a política da reforma agrária do revolucionário Lenine e fez uso do terror para impor a coletivização mediante a qual, o Estado se apropriou das terras e do gado dos camponeses, agrupando-as em latifúndios colectivos. Para impor tal, fez uso de tropas regulares e da polícia secreta. Os comunistas de Moscovo tinham decidido colectivizar a Ucrânia para que a União Soviética pudesse acelerar a sua industrialização à custa dos camponeses expropriados; na Ucrânia, porém, foi proibida a saída dos camponeses para as cidades.
O holocausto da fome (2) de 1932-33 (“Holodomor”) provocado por Estaline também ele obrigou as pessoas na Ucrânia a tornarem-se canibais; a fome era tanta que depois de terem comido cães e gatos muitos passaram a ter de comer carne humana; Devido à fome provocada pelo plano de Estaline, milhões morriam e os cadáveres eram transportados às pilhas em carros (7 milhões de mortos). Também na revolução cultural da China entre 1958 e 1961 houve cerca de 30 milhões de mortos à fome e também se relata ter havido canibalismo.
Até hoje o horror do “holocausto da fome” tem sido silenciado, não entrando na consciência do povo europeu. O historiador Kun relata que “o Holodomor (holocausto da fome) tem sido mantido em silêncio, enquanto a perseguição de judeus sob o domínio nazista é conhecida em todo o mundo, muito poucas pessoas sabem disso”.
A História do comunismo (soviético, chinês, etc.) em comparação com o nazismo tem sido branqueada de tal modo que, não sendo embora melhor do que o nazismo nacional-socialista, não são lembradas as suas barbaridades na consciência social recorrendo-se à tática do seu silenciamento. Um marxismo inteligente sabe usar dos seus multiplicadores em posições estratégicas relevantes para uma formação eficiente da mentalidade pública.
Um fenómeno que observo (e para que não encontro explicação suficiente) é o facto de constatar um trato semelhante usado em relação ao islamismo onde o pensar politicamente correcto procura ignorar as suas obras para assim compreendê-lo e deste modo aceitá-lo. Os meios de comunicação social deveriam, por honestidade e amor à causa, tratar os factos com os mesmos critérios, não os deixando apenas ao sabor de maiores ou menores boas vontades, interesses ou influências.
Quanto ao nazismo e ao marxismo é óbvio lembrar-se na opinião pública o terror nazi, mas constitui hipocrisia e silenciamento da História não se tratar de igual modo o terror comunista marxista como se trata o nazista. Os holocaustos aos judeus, aos ucranianos e aos arménios são genocídios contra a humanidade independentemente da nação, raça ou ideologia. Tudo isto mostra a fragilidade humana independentemente dos sistemas; a praga maior será a de uma ideologia materialista que não conceda ao Homem o estatuto da sua dignidade humana soberana. É indigno e desumano um Estado, uma ideologia ou um sistema que usurpe ou abuse da soberania da dignidade humana de uma pessoa.
A influência da esquerda na formação da consciência social tem impedido até hoje uma apresentação objectiva dos factos para não mostrar as barbaridades do comunismo. A violência venha ela de esquerda ou da direita é violência e como tal a condenar-se independentemente da sua proveniência.
© António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
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(1) Muitas vezes ouvi a acusação da razão do medo dos comunistas vir da ideia de que eles comiam criancinhas e não sabia explicar tal dito. Finalmente encontrei uma explicação para o uso da expressão. Responsável pelo canibalismo foi a política criminosa de Lenine e de Estaline na URSS. De resto comunistas como capitalistas e outros istas, todos são seres humanos e como tais em situações extremas capazes de usar recursos extremos. Mais que olharmos para o próximo como rival ou adversário será preciso criar uma cultura da humanidade e da boa vizinhança na amizade.
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(2) Michael Ellman da Universidade de Amsterdão diz que barbaridade de 1932-1933 pode ser considerada genocídio dado Estaline ter permitido a exportação de 1.8 milhões de toneladas de grão no tempo da fome e proibido a emigração das zonas mais afectadas e não organizar a chegada de grão de fora também porque o regime estalinista os considerava como “contrarrevolucionários” e “ladrões”. Tratava-se também de um ataque contra a cultura nacional ucraniana
Aqui no Brasil os comunistas ainda pagam essa pecha de serem comedores de criancinhas.
E quando éramos pequenos e fazíamos alguma arte, tínhamos de ficar rezando em cima de bagos de milhos pedindo para os comunistas não chegarem.
Mauro Moura
in Diálogos Lusófonos
O PROBLEMA VEM DO PRECONCEITO!
Realmente a humanidade parece não poder viver sem preconceitos! Preconceito é o espaço que fica entre o direito e a moral, e é muitas vezes alimentado pela falta de respeito pelo diferente. A inclinação das pessoas mais para o racional ou para o emocional leva-as, muitas vezes, a fixarem-se numa só das vertentes considerando-a como única. Na opinião pública age-se muito no sentido da cultura do preconceito; aprende-se a discriminar e a odiar fixando-se a pessoa numa preferência.
A selva encontra-se em cada um de nós mesmos quando pretendemos até espalhar o bem. A escolha com emoção ou rancor, o simplesmente ser anti, o ódio ao que é mau tem a mesma raiz do amor ao que é bom, a distinção vem mais do conhecimento ou de sua falta; o equívoco torna-se, por vezes, como coisa natural. O medo leva ao preconceito e os especialistas do poder fomentam o medo do diferente porque sabem assim bem assegurado o seu poder! A ignorância é irmã do preconceito; por isso cada qual procura fomentar o seu; só que não nota. .
António Justo
Embora conhecendo a expressão, não queria acreditar que tivesse fundamento.
Mafalda Freitas Pereira
FB
Essa expressão não tem também a ver com a grande fome da Ucrânia, o Holodomor (1932-33) em que as cenas de canibalismo acabaram por banalizar-se, devido à política criminosa de Estaline?
Francisco H. Da Silva
Caro embaixador, muito obrigado pela achega ao tema. De facto Estaline seguiu a política da reforma agrária do revolucionário Lenine e fez uso do terror na colectivização forçada mediante a qual, o Estado se apropriou das terras e do gado dos camponeses expropiando-as e agrupando-as em latifúndios colectivos. Para impor tal fez uso de tropas regulares e da polícia secreta.
A História do comunismo tem sido branqueada de tal modo que não sendo melhor do que o nazismo nacional socialista foi promovido o seu silêncio.
O Holodomor (1932-33) ( “holocausto da fome” ) provocado por Estaline também obrigou as pessoas na Ucrânia a tornarem-se canibais (7 milhões de mortos). Mas isso já foi na sequência de política semelhante à de Lenin. Devido à fome provocada sistematicamente por Estaline (os comunistas de Moscovo tinham decidido colectivizar a Ucrânia para que a União Soviética pudesse acelerar sua industrialização à custa dos camponeses expropriados; tinham proibido também a saída dos camponeses para as cidades ) que provocou a tragédia da fome na Ucrânia de 1932 a 1933 onde milhões morriam e os cadáveres eram transportados às pilhas em carros; muitas pessoas para sobreviverem comiam carne de cadáveres tendo havido também crianças a serem mortas para alimentarem pessoas porque também elas não sobreviveriam.Também na Ucrânia a fome era tanta que depois de terem comido cães e gatos muitos passaram a ter de comer carne humana. O número de mortes é estimado em sete milhões, dos quais três milhões eram crianças.
Durante décadas o horror do “holocausto da fome” foi silenciado. O historiador Kun relata que “o Holodomor (holocausto da fome) tem sido mantido em silêncio, enquanto a perseguição de judeus sob o domínio nazista é conhecida em todo o mundo, muito poucas pessoas sabem disso”.
Os factos sao conhecidos, mas apenas por uma minoria pequena. Mesmo a questao da formacao de Israel na Liga das Nacoes, entre sionistas e judeus, e’ apenas conhecida por uma identica minoria, que tem de ir ler a Historia Universal Alternativa. As versoes oficiais da Historia nao mencionam nada destes factos historicos, devido ‘as politicas dos paises.
Walter D. Gameiro
Sim, se o povo soubesse tudo o que se passa, tínhamos o caos ou todos procuravam colocar-se na bicha do poder! Só que saber é poder e por isso encontra-se bem canalizado!
Bertolt Brecht criou o ditado “Primeiro vem a comida, depois a moral”.
“A única verdade” ,sumo do limão espremido da Guerra Fria,é o Epigrafe da notícia populista e demagoga : (Os comunistas comem criancinhas). O restante , é o atento investigar quantos milhões foram devorados pela fome , miséria e de guerras que os propagandistas da democracia nos últimos 40 anos provocaram .
Francisco Barbosa Velho
FB
Francisco Barbosa Velho, se o senhor estava informado de onde vinha a expressão “os comunistas comem criancinhas” é natural que a informação o poderá incomodar!
O mal é mal, venha da esquerda ou da direita! As barbaridades da esquerda não devem explicar nem desculpar as barbaridades da direita nem as barbaridades da direita devem explicar ou desculpar as barbaridades da esquerda.É importante conhecê-las de um lado e do outro para nos consciencializarmos que somos todos bastante iguais. O problema é das pessoas que sofrem da esquerda e da direita e com todos os que sofrem é que importa estar!