HUMBERTO DELGADO UM DIPLOMATA QUE ESCREVIA “RREPÚBLICA” COM DOIS R

“Quais são os maiores pulhas e hipócritas? Os Monárquicos ou os Republicanos?” O Governo ou a Oposição?

Por António Justo

Humberto Delgado fundamenta, no seu livro “Da Pulhice do Homo sapiens – Da Monarquia de vigaristas pela República de bandidos à Ditadura de papa”, de maneira realista e profética a razão do contínuo adiamento do desenvolvimento de Portugal e da sua governação.

Humberto Delgado fala da “República tuberculosa de nascença”. Escreve República com dois R, esclarecendo: “RRepública” com dois R, em que um é dos roubos”. “Nihil sub sole novum” (Ecl. 1:9)!”

Recomendaria a leitura deste livro a todos, especialmente a quem quer compreender as razões da corrupção do Estado e da nossa “revolução” (coloco o link com o livro em nota (1 e 2). A sua leitura poderá esclarecer a razão porque o regime de Abril fomentou uma atitude fanática republicana na avaliação tanto do regime de Salazar como do regime do 25 de Abril.

Cidadãos que sentem as dores de um Portugal devidas à sua oligarquia decadente, tal como os emigrantes, que não se serviram nem foram servidos por nenhum dos regimes ou governos, bem como uma nova juventude, serão os que melhor poderão compreender e sentir a razão de um Humberto Delgado amargurado e furioso por amor à nação.

Humberto Delgado – A Voz de um Profeta no Descampado da Nação

A linguagem que Humberto usa não se distingue da que encontramos hoje nos meios sociais. A razão do seu escrever não se distingue da do nosso escrever e que ele bem resume: ”É esse patriotismo, ferido por ver a gente que compõe o pseudo-escol do meu país, quem escreve este livro, raivoso por se sentir impotente para a liquidar”. Diria: raivoso por verificar o beco sem saída a que as nossas elites nos conduzem e a um dissabor na nossa consciência por aguentar a desonra.

Como se fosse hoje, fala da “canalha política que salva o país nos cafés e nos ministérios”. Do rei D. Carlos diz: “O rei, um rei constitucional, que afinal pouco mais é que um objecto de adorno… com muita medalha, figurava como culpado dos males nacionais desde a chuva abundante à seca mortífera”.

Da cumplicidade entre conservadores e progressistas, diz: “A política dos partidos monárquicos resumia-se a isto: “escalar o poder, para satisfazer a vaidade ou para comer…”. Fala da “canalha progressista” e do espírito anticatólico referindo: “Dias Ferreira estadista dos mais sérios da monarquia dizia: ’À frente dos negócios públicos em Portugal têm estado verdadeiras quadrilhas de ladrões.’ “Vê o leitor o que era a administração dos políticos monárquicos. A da república foi idêntica”… “É do domínio público a fobia que se criou pelas missões católicas, dado o espírito intolerante dos que se dizem republicanos, como se fizesse algum mal que o preto aprendesse a carpinteiro, a ler e a adorar a Deus… Pois apareceram as missões laicas, e todos sabem o que foram, pretexto de embarque de todo o malandro e prostitutas, para as colónias.” Humberto Delgado hoje em vez de dizer monárquicos e republicanos diria: esquerda e direita, governo e oposição.

Ontem como hoje o servilismo ao estrangeiro frutificam em nome da crise ou do internacionalismo e de um progressismo simplicista e barato que substitui o grande ideal civilizacional intercultural por correntes ideológicas. Humberto Delgado critica também os políticos republicanos e monárquicos que “puseram a sua pena ao serviço da causa da União Ibérica” pondo neste rol Passos Manuel, Teófilo Braga, Oliveira Martins e Antero de Quental que em “Portugal perante a revolução de Espanha” defende: “Nas nossas actuais circunstâncias o único acto lógico e possível de patriotismo consiste em renegar a nacionalidade”.

Por aqui se pode compreender melhor o interesse dos heróis da descolonização de Abril 74 no sentido da desmoralização e da desnacionalização do povo português e a pressa em inculcar bezerros de ouro contra uma fé antiga que estaria aberta à novidade. Na primeira república como no 25 de Abril o que dominava era a ideologia e os interesses individuais, que não a coisa pública.

“O portuguesinho só quer direitos, honrarias, pergaminhos; mas deveres? – Isso, trabalho é bom para o preto”. Com o 25 de Abril repetiu-se o que já se fez no início da república (e na revolução de 1820 como se tratasse de criar uma nova civilização), deu-se então cabo das escolas industriais porque só se queria uma república igual de meninos de liceu: “Em resumo, cada um fazia o que queria. – Pois bem: proclama-se a república; e então passa a ser assunto obrigatório do discurso a tirania do regime deposto”. Deste discurso se alimentam hoje os “históricos” da revolução, num povo insubmisso mas obediente com uma direita desempenhada e uma esquerda ultrapassada a viver dos cartazes e punhos cerrados, do funcionalismo público, de um sindicalismo jacobino, do jornalismo educado e até mesmo de intelectuais distraídos.

O discurso confessional de um Abril (primavera para os mais iguais), com as suas jaculatórias de “fachos”, “imperialistas”, “fascistas”, “ditadura” , a ponto de tanto ser repetido, ganhou foros de verdade, aquela verdade trágica que impede uma análise séria ao novo regime e legitima a sua corrupção (em nome de um bem ou de um mal esconde-se a própria maldade): uma sociedade que vive a fugir do seu passado ou só a apostar no “progresso” é traidora e desonrada, porque desconsidera a sua mãe prostituta para se meter com outra na cama, sentindo-se honrada só por se cobrir com os cobertores da igualdade, fraternidade e liberdade.

“Quais são os maiores pulhas e hipócritas? os monárquicos ou os republicanos? Eu estou na situação do burro de Buridan para o dizer.” Em resumo: „Enfim anarquia, indisciplina e estomago”.

Fala ainda dos “criminosos esbanjamentos da fazenda pública, destas sindicâncias que se iniciam e nunca se acabam, destes escândalos em que uns e outros se atiram punhados de lama e donde ninguém sai para a cadeia”… como se estivesse a falar hoje de políticos, juízes, banqueiros, PPPs e de cargos políticos ou de seus boys na economia

Concluindo

Na descrição de Humberto Delgado, cidadão condecorado em Novembro de 1957, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis, demarca-se a explicação e protesto contra uma mentalidade medieval estática (muito embora compensada por uma dependência incomparável das modas) que cria e repete uma situação nacional de contínua frustração e desengano, transmitida historicamente por partidos e pela governação.

Somos uma sociedade mais perita no tratamento dos sentimentos do que no lidar com os fatos; é manifesta a falta de experiência da argumentação e de sentido da realidade.

Mais que uma História de Portugal ou uma história da revolução temos uma História de figurinos, que se repetem. O problema de ontem que Humberto Delgado descreve – um país demasiado pequeno para engordar demasiados barões republicanos – é idêntico ao de hoje (se observamos a história dos partidos e dos governos de Portugal a partir dos meados do século XVIII e em especial do século XIX, nada mudou qualitativamente, nada se aprendeu, os mesmos figurinos só se repetem em nome do cinismo glorioso da liberdade). As oligarquias portuguesas são muito intelectuais mas são burras, não aprendem, só se repetem e justificam no seguimento do jugo estrangeiro.

Por um lado somos um povo com reminiscências guerrilheiras lusitanas abafadas e por outro lado somos um povo demasiadamente amarrado ao destino e ao fado, sempre pronto a criticar pessoas mas desinteressado na análise e na crítica dos factos, e actuando segundo a tirânica divisa “negócios são negócios”. As elites foram educadas a só fazer o que a classe “mais alta” espera delas, cada um anda só a um passo de distância do outro mas quer ser identificado por uma diferença que os torne melhores que os outros. Concretamente tanto elites como povo vivem do controlo externo e funcionam em função do exterior; falta um ideal, um objectivo e uma missão que os une e atraia.

A receita para sairmos da entropia e de tal fadário seria, por um lado, distanciarmo-nos da herança muçulmana que vive de uma filosofia de afirmação das incompatibilidades – atitude do emaranhado antagónico – pronta a ver a culpa (responsabilidade) sempre fora e, por outro lado, passar a assumir uma postura de compromisso que inclui o rectificador da dúvida, instrumento do pensamento europeu, que nos livra da certeza calcinante e possibilita o desenvolvimento e a mudança numa dinâmica inclusiva e não exclusiva.

Portugal, tal como o povo israelita, a caminho através de um deserto agressor, precisa de readquirir um ideário e um consenso nacional. Quando se abdica do ideário ou da fé entram as diferentes correntes que em redemoinho desorientam o povo. Daí a necessidade de se permanecer sempre em jogo entre um fechar-se e um abrir-se, de modo a o novo não se independentizar mas a ser integrado e renovar o já possuído.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
(1) Primeira parte do livro: https://8125a631-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/maislusitania/maislusitania/da_pulhice_do_Homo_Sapiens_I.pdf?attachauth=ANoY7cptslEcFTnQpQSns0O67CgW-6PEst0Qc5V_G4ldM6XLNh0Ajo8vXPVwp2pWVUIXeP4RnndSlxj8LNM4V9HaCo-K-LyhH8d_NOsADZrbv98hGDey1FxitTM2WLPe_A8arPaeGhgWlEQVl7SaxiKMhw8Cx514Z23b6sJZEbcLpxcMyUmrVLO4zOJbB2iDIzdAxmPaPPzs717C4L7MHdhDandIomRGZKowRBn8lR2aJKY-IjW2Z_h_E85dbUucDH7qWq4tfmBd&attredirects=1
(2) https://8125a631-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/maislusitania/maislusitania/da_pulhice_do_Homo_Sapiens_II.pdf?attachauth=ANoY7cpnG2uT1UljqRwiDgckSEXfNSfyOJ7pFA_KEouEABwnkvIfLuvA_sZG_HaDNknxqfFBbIcpK2SIGWdLTb335Sp5kiSMP3xWyOXiWzqPILKnqm5kQfclSb2DZ2zhy1Mtg2ocIb5z3AmTTJACCnr4vKZ74fXSCrccHYzQz8I0OxqWH_XWwQ9xo9m88uD1iavjkA7z3Cr3xTqM4hKkMVbB2cbBOs2mzxo1VqK-CtcUvdC4yOdTR76ubd65EZj3u8SnV-7z8bF2&attredirects=0

EUTANÁSIA ENTRE IDEOLOGIA CONSCIÊNCIA E ÉTICA

Nascer Viver e Morrer mais que um Direito é Graça

Por António Justo
A vida é feita de luz e sombra; a morte é a sombra da vida; a matéria é a sombra do espírito. Afirmar a sombra sem a luz, defender a cultura da morte sem ter em conta a cultura da vida, corresponderia a um reducionismo da existência à sua sombra, significaria a negação da vida, porque, a que temos é polar, é um todo feito de dor e alegria. Se nos preocupamos só com a sombra perdemo-nos no abismo do ser, esquecendo que a sombra é apenas uma ilação da luz e que a paixão inclui a ressurreição!

A discussão sobre a eutanásia oferece a oportunidade de se reflectir sobre a existência nas suas componentes, vida e morte.
Hoje, a pressão de ligas e organizações internacionais (organizações da ONU, Bruxelas, certas Faculdades universitárias, etc.), sobre a opinião pública e os parlamentos, é de tal ordem que se cria, nas opiniões públicas nacionais e parlamentos, a ideia de que seguir aquelas é moderno e sinal de desenvolvimento. Fatal para o desenvolvimento qualitativo é que o povo não pensa, segue a moda.

Prática na Alemanha

A Alemanha, antes de publicar a lei sobre a Eutanásia, teve uma discussão pública alargada e sem cólicas sobre o assunto; a ela seguiu-se o debate parlamentar com muita profundidade e dignidade, deixando fora o discurso ideológico e político-partidário, cada deputado decidiu apenas à luz da sua consciência. O parlamento proibiu o suicídio assistido e criminalizou o comércio com a eutanásia.

Concretamente: nem indivíduos nem empresas podem funcionar como serviços de apoio à eutanásia. Quem fizer negócio com um medicamento mortífero que entregue a uma pessoa com cancro/doença incurável, é ameaçando com 3 anos de prisão. O suicídio em si não é penalizado. Na Alemanha a ortotanásia (abreviação da morte desligando aparelhos e renunciando ao emprego de medicamentação de prolongamento da vida) é permitida desde que o moribundo o tenha declarado em estado consciente. Neste aspecto a Alemanha pronunciou-se no sentido de uma sociedade de valores cristãos.

Prática na Holanda

Na Holanda, na Bélgica e no Luxemburgo a eutanásia é legal mas mete medo a muitos idosos que, com receio que os familiares disponham sobre eles, preferem emigrar: http://www.dw.com/pt/idosos-fogem-da-holanda-com-medo-da-eutan%C3%A1sia/a-1050812

A ética secular serve-se do relativismo como doutrina

Platão defendia a eutanásia para a pessoa inútil à economia e à sociedade. Na antiguidade era comum a prática do homicídio contra as crianças deficientes. Hitler procedia de igual modo, desde que a doença fosse atestada por três médicos.

Nalgumas sociedades ocidentais e em sociedades materialistas comunistas regista-se uma tendência para a elaboração de leis (pena de morte, aborto, eutanásia e outras) que se baseiam apenas numa filosofia utilitária e pragmatista, muitas vezes elaboradas contra os próprios ideais da Constituição. Parte-se de um princípio de liberdade como posse e de vida como produto na praça do mercado.

De uma maneira geral, os defensores da eutanásia fundamentam a sua opinião no materialismo que relativiza a vida humana, não a aceitando como valor máximo e negam-lhe qualquer sentido metafísico, reduzindo a existência a mero processo de forças biológicas naturais. Pretendem um diagnóstico e uma decisão sem a análise das suas consequências.

Na sequência de uma ética secular (laica) a “eutanásia selecionadora ou eugénica” será aplicada a recém-nascidos no sentido da selecção social. Como se fala hoje da eutanásia falar-se-á amanhã da purificação da família, do povo ou da raça.

Querem uma ética pragmática servidora do momento e da ocasião, chegando até a contestar o imperativo categórico de Kant: a fórmula sumula do desenvolvimento da ética e do conviver humano (“Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal.”).

O reducionismo relativista e materialista, de que pecam muitos defensores da eutanásia, é alérgico ao pensamento integral e complexo; refugiam-se na ilusão de querer construir uma realidade semelhante a um rio com a água mas sem o leito.

Ética religiosa

A ética cristã bem como a moral das religiões em geral (budismo, induísmo, judaísmo e islão) é contra a eutanásia e contra o matar. O valor ético e moral da integridade e dignidade humana tem prioridade sobre princípios económico-políticos subsidiários.

A ética cristã, uma ética da excelência, que se aperfeiçoou, crivando as vivências dos diferentes povos e culturas ao longo dos séculos, considera a vida como bem maior e, como tal, a promover e defender e, consequentemente, não a interromper. Na Bíblia o rei Saul (Samuel 31, 1 a 13) pediu a morte e, como o escudeiro o não matasse, Saul atirou o corpo sobre a espada para se matar mas os desígnios divinos revelaram-se mais fortes, tendo ele sido finalmente morto por um filisteu. Jesus até recusou, livremente, o hissope.

A Encíclica Evangelium Vitae indica: a eutanásia é crime contra a vida e contra a dignidade humana pois a vida, e em especial a humana, é sagrada (inviolável). Uma coisa é causar a morte (eutanásia activa) e outra coisa é deixar morrer; o cristianismo não quer a dor mas reconhece também na aceitação da dor, em estado consciente, a oportunidade para crescer espiritualmente, dado a vida ter vários estádios e continuar depois da morte. Consequentemente a compaixão comporta o prolongamento da vida e não da agonia. Os analgésicos e a ortotanásia, desde que não tenham como causa directa a morte, são meios importantes em muitas situações, também na possibilitação de uma expressão mais condigna com a pessoa no estado moribundo. Neste sentido ainda há muito a fazer!

Controvérsia

O facto de os cuidados paliativos não impedirem “por inteiro a degradação física e psicológica”, como argumentam os que querem a antecipação da morte por suicídio assistido ou por eutanásia activa (um terceiro mata), não é suficientemente fundamentado, como medida geral, contra a morte natural ou contra a eutanásia passiva (suspensão de terapias de prolongamento da vida determinada por testamento vital – distanásia – previsto na lei desde 2001).

Em Portugal a recomendação da eutanásia torna-se cínica quando mais de 50% pacientes terminais morrem sem poderem ter acesso aos Cuidados Paliativos, consignados na Lei nº 52/2012 de 5 de setembro: cf. http://cdn.impresa.pt/efe/684/8198872/Posicao_da_APCP_-sobre-manifesto-PEut-vfinal.pdf

A controvérsia é boa para o apuramento de conclusões elevadas e para o crescimento humano intelectual e espiritual. A controvérsia é perniciosa quando enquadrada em posições estanques que querem ver tudo regulado pela lei.

Um direito implica a liberdade de escolha e esta não é plausível no nascer e no morrer. Fala-se do direito à morte como se fala de um direito adquirido ou um poder outorgado a executar em plena liberdade e como se uma pessoa em estádio terminal que dá trabalhos estivesse isenta de qualquer coibição psíquica ou social sendo-lhe indiferente o peso e o encargo que a sua situação representa para os familiares e para o próximo. Não é lógico, em nome da liberdade, recomendar uma decisão que exclui definitivamente uma outra alternativa posterior. O problema da liberdade para a eutanásia vem da irreversibilidade do acto. Os actos livres implicam sempre uma alternativa possibilitadora de continuidade. A vida é um dom, a morte é problema e não solução… O medo da dor, mais que da morte, leva à conclusão falaciosa de que o morrer é que dá dignidade à vida e não a vida que dá sentido e dignidade à morte.

Muitos adeptos da eutanásia activa, contraditoriamente ao seu argumento de liberdade humana, recusam ao Homem a sua capacidade de liberdade negando a validade da sua subjectividade, ao alegar que o ser humano não pode preservar a subjetividade que o assiste.

Com o argumento de que a vida nos foi imposta e da formação que nos foi dada, consideram-nos seres condicionados que, realmente, também somos, mas não só; este condicionamento não lhes dá o direito de nos condicionar e formatar segundo os seus princípios modelares, querendo-nos, para tal, reduzidos à animalidade inicial, negando-nos uma obediência orgânica para nos outorgar uma obediência de lógica ideológica. Este reducionismo é consequência de um reducionismo maior que consta de elaborar e conceber a vida em termos só racionais, esquecendo que a pessoa é feita de Razão e Coração e a razão pode ser enganada ou confundida por diferentes lógicas tal como o coração por diferentes emoções ou sentimentos. Nem o princípio coração nem o princípio razão têm o senhorio sobre a vida ou sobre a realidade; o Homem completo consta de Razão e Coração numa relação de complementaridade. Se houve tempos em que as elites das sociedades menosprezavam as faculdades da razão hoje menosprezam as faculdades do coração.

A pessoa não pode ser reduzida à biologia, aos padrões de uma dada sociedade ou época nem tão-pouco à jurisprudência; nem sequer pode ser considerada como mero objecto, dado este conceito delimitar o cidadão a um objecto de direitos e deveres, na perspectiva da polis.

Quem se legitima nisto como juiz? O facto de a constituição reconhecer ao Homem o direito à vida não é ela que a dá ou a tira nem a lei criada por um parlamento pode ter poder de deliberar sobre existência ou não existência de uma pessoa. O apoio humano limita-se ao calor humano e à diminuição da dor. A pessoa tem “direito” a ser feliz na vida independentemente de esta ser considerada no além e no aquém; nem sempre a saúde é um pressuposto de felicidade como prova a existência de muitos deficientes.

O moribundo tem direito a uma morte digna e tranquila, o que não inclui o direito ao abuso nem ao homicídio por compaixão. É dolorosa a situação de familiares que assistem a moribundos ou pessoas em estado vegetativo. A sociedade deveria acarinha-los e assisti-los não os deixando sós na responsabilidade e na dor. Esta pode ser uma oportunidade para se optar mais qualidade de vida.

A assistência a moribundos é um assunto muito delicado e controverso que não deveria provocar posições radicais. É insuficiente ficar-se por propostas que pretendem uma ética temporal meramente pragmática sem ter em conta a experiência secular da ética religiosa e sem a deontologia médica. Este é um assunto que não se pode solucionar com uma simples “receita”. É louvável o facto de esta matéria, ao contrário de outras, estar a ser objecto de uma discussão na opinião pública antes de chegar ao parlamento.

A existência seria chata se não fosse o movimento; nela também a controvérsia é um passo no sentido da vida.

Reflectindo

O direito de morrer com dignidade deveria constituir um dado geral aceite, o que não implica desresponsabilizar a pessoa pelos actos que faz, ou tirar por lei a responsabilidade a quem mata como se estes fossem privados de consciência e não houvesse meios de evitar não matar.

Enquanto as pessoas de moral responsável discutem a defesa da vida, as pessoas tendentes ao poder agem contra ela, caindo no equívoco de que na vida se pode ter tudo na mão e de graça. A despenalização da eutanásia revela-se um mau caminho que abre espaço aos negociantes da morte e a uma vida mais leviana e irreflectida.

A defesa da cultura da morte, do aborto, da eutanásia parte de um princípio hedonista e materialista da existência. Evita a reflexão e a controvérsia séria, preferindo uma receita que embote a consciência popular. Ao falarem do direito a decidir sobre o próprio destino esquecem que o ser humano é influenciável sendo difícil poder fixar o limite entre o objectivo e o subjectivo. A vontade também está sujeita a medos… Faz-se da liberdade tabu esquecendo que esta é apenas um factor importante de vida mas a vida tem muitos outros reguladores sem os quais seria impossível a sua expressão.

A religião transmitiu valores construtivos, optimistas e positivos contrariados agora pelo niilismo que não pára perante a destruição pessoal como se a pessoa se reduzisse a uma ideia abstracta ou a uma nostalgia passageira ao serviço de interesses e ideias fortemente encaixilhadas. Em nome da terra e da “realidade”, negam a sua atmosfera ou consideram-na como algo distante e pesado como se a transcendência não tivesse sido o oxigénio que mantem e desenvolve o ser humano. Mataram Deus e na sequência querem a morte do Homem espiritual. Desiludidos de Deus e do espírito viram-se agora para a terra embrutecida – materialismo- querem a população prisioneira da “caverna platónica” sem luz, a viver da escuridão e da tanatofilia, como se a perspectiva da luz fosse algo contra a vida e iludisse a realidade da morte.

Culpabilizam a religião de se opor a soluções simplicistas ou de surgir como obstáculo ao exigir reflexão. Querem a dignidade vinculada à circunstância e não à pessoa para a porem à disposição da ideologia em favor de um poder ad hoc. Demonizam, por vezes, a religião cristã pelo facto de esta ver no Homem um absoluto. O poder ideológico secular encontra-se em rivalidade com o religioso quando, no sentido do Homem, se deveriam complementar; aquele constrói a sua força na aquisição de seguidores quando a força motivante e movente deveria ser o bem integral e integrante.

Muitos não vêem com bons olhos a renúncia que apela à metafísica, à imagem do esforço da natureza ao tentar erguer-se na procura do Sol; não basta a ilusão de que a natureza do Homem se reduz à procura de um lugar soalheiro mas sem Sol; de facto, equivaleria a exigir do Homem uma outra renúncia: a renúncia a si mesmo para, na qualidade de mero elemento, se colocar à disposição da matéria que, com o seu poder inerente, seria reduzido ao poder do mais forte, contradizendo a herança cultural e ética judaico-cristã e dos povos que levou a civilização ocidental ao nível em que se encontra nos seus aspectos positivos e negativos.

Muitos militantes da eutanásia revelam-se, na consequência, contra a consciência humana que é uma percepção dinâmica de luta pela liberdade, uma luta das forças escuras contra a luz que ilumina a “caverna” platónica.

Consequentes na sua negação de Deus e da ordem criada tornam-se tão imateriais na sua especulação chegam a defender o direito de nunca se ter nascido! Esta posição que consequentemente legitimaria a prática da selecção darwinista social que motivou Hitler a mandar matar deficientes e a mandar castrar pessoas com certas doenças hereditárias: tudo isto em nome de uma liberdade e de uma felicidade que veria em cada deficiente um infeliz a quem seria dado o direito de se antecipar à dor e assim voltar ao estado do não criado e assim, à sua custa, a sociedade tivesse mais disposição de bens materiais.

A liberdade individual é uma consequência da espiritualidade e do desenvolvimento humano; a liberdade humana revelou-se como força inclusiva e não exclusiva, possibilitando assim a arquitectura cultural e social a que chegamos. É interessante verificar-se pela arqueologia que o desenvolvimento da sociedade começou em torno da morte (lugares de culto). A vida não nega a morte nem a morte nega a vida; ambas são duas formas de estar da existência.

O desejo da morte assistida (eutanásia) surge, por vezes, da falta de assistência e solidariedade por parte da sociedade e do próximo, que não se querem responsabilizar porque consideram a existência reduzida aos seus aspectos de luta primitiva e individual pela vida. Desvinculam o ser individual do ser social (zoon politikon) para que a sociedade se possa desenvencilhar, sem dores de pensamento nem custos, do que se torna incómodo e daquilo que a poderia comprometer.

Nestas coisas não chega uma política do levantar a mão no parlamento. Também não é bom fomentar-se a má consciência, nem tão-pouco estimular a consciência leviana, mas sim possibilitar discussões públicas sérias e reflectidas para que, cada cidadão se levante da massa e possa tornar-se mais consciente para se orientar e decidir com o máximo de conhecimento e liberdade: só então pode ser responsável e tomado a sério nas decisões que toma.  A discussão sobre a eutanásia – matéria muito complexa – não pode ser encurtada por uma política ou ideologia qualquer, até porque as massas abdicam da reflexão e da própria responsabilidade julgando como matéria segura o que se encontra legislado e dado a vida e o seu sentido implicarem uma reflexão das diferentes disciplinas complementares, desde a bioética, à medicina e à teologia. A pessoa e a vida não devem ser relativizadas, devem ser reconhecidas como bens absolutos que, na modelação da própria vida segundo o imperativo categórico kantiano, superam o poder dos Estados (A pena de morte, para um cristão significa a usurpação do estado que exerce o poder sobre algo que o supera).

O direito de decisão é conferido por Deus ao indivíduo (a religião apenas o formaliza); nenhuma ideologia ou lei poderá assumir-se o direito de o manipular ou de se livrar dele mesmo quando sob o pretexto de ajuda. A lei e a norma tendem a fazer de um caso todos os casos embora a consciência de cada um seja inalienável.
É fácil apregoar-se como filantrópico a oferecer às pessoas o direito de acabarem com a sua vida ou com a vida do outro em seu nome ou das circunstâncias.

O cristianismo acentua a assistência solidária e caritativa na morte, também com o emprego de paliativos, respeitando sobretudo a consciência individual e a responsabilidade da decisão reflectida de cada um. Não chega ver as ondas da superfície; é preciso criar-se espaço para se poder perscrutar e sentir o que elas encobrem das profundezas do mar. Esta é a advertência necessária mas sem coibir!

A vida é o positivo da existência, é optimista não se deixando perder em qualquer beco pessimista sem saída nem tão-pouco reduzir-se ao seu negativo. A vida chama e tem um sentido e este é infinito; a existência inclui nela o Sol que dia-a-dia convida a natureza ao esforço do levantar-se para a luz. Que seria da borboleta se no seu estádio de casulo, em nome do direito e da liberdade, fosse impedido o seu desenvolvimento!

A alma treme perante o vazio, mas entre os calafrios pressente, no extremo do túnel da existência, uma luz quente que sempre brilha e a espera!
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo e Pedagogo
Pegadas do Tempo: www.antonio-justo.eu

Nota: Literatura sobre o assunto: https://www.passeidireto.com/arquivo/2271425/eutanasia/5;
https://antonio-justo.eu/?p=3112 ; http://www.palopnews.com/index.php/cronistas/antoniojusto/1828-a-eutanasia-e-a-morte-organizada ;

A Maçonaria portuguesa perdeu um dos seus grandes activistas: Almeida Santos

António Justo
Almeida Santos Morreu; seu corpo esteve em camara ardente na Basílica da Estrela sendo enterrado no Alto de São João no dia 20.01.2016. Certamente deixou-nos uma grande personalidade maçónica da esquerda portuguesa mas demasiado parcial para poder ser uma personalidade portuguesa. Como empenhado na defesa de um grupo de interesses fez muitas coisas boas e más, servido assim em demasia uma só parte dos interesses republicanos portugueses e como actuante no processo da descolonização seguiu mais os interesses soviéticos que os de Portugal, atraiçoando também os interesses de Timor como atraiçoou os portugueses (retornados).

O cardeal-patriarca de Lisboa D. José Policarpo, para se precaver contra abusos da maçonaria como se deram no funeral do mação Luís Nunes de Almeida na Basílica da Estrela, avisa através de uma carta: “Um católico, consciente da sua fé e que celebra a Eucaristia não pode ser mação”. A nível teórico a argumentação do Cardeal é lógica e a experiência com a maçonaria portuguesa é em grande parte muito negativa se tivermos em conta a sua actuação através do Marquês de Pombal, o seu papel escuro nas invasões francesas na perseguição à Igreja e na condução da implantação da república.

De facto, a Maçonaria portuguesa contrapõem-se ao catolicismo, contrapõe-se a um humanismo cristão empenhado no sentido de uma síntese de sentimento e razão, de uma irmandade entre elite e povo. A maçonaria contribuiu para um humanismo gnóstico e iluminista da humanidade, mas caracteriza-se especialmente pelo seu caracter elitista-secreto com a pretensão de serem os arquitectos do livre-pensamento por eles controlado nas instituições estatais, como se fossem os arquitectos guardiões da grande liberdade fraterna com uma desigual repartição da igualdade para assim bem viverem num mundo abstracto ao terreno. A estratégia da maçonaria de se dedicar apenas ao fomento e forja de pessoas que aspiram a assumir funções de poder politico-económico-jurídico, oferece futuro especialmente a pessoas que numa sociedade se quer ver dirigida por alguns alumiados que pressupõe a grande massa dos obscurecidos, quando seria desejável trabalhar-se no sentido de uma massa iluminada.

A Maçonaria, ideologicamente, está mais próxima do Deus árabe, um deus ideia, fundamentador do poder pragmático ao estilo de Maquiavel do que do Deus cristão a viver no meio do povo. Não trabalha no sentido de um Portugal conjugado pela complementaridade de interesses mas apenas no sentido do poder da própria irmandade e correspondente ideologia. Sabem que quem puxa o povo são alguns por isso preferem ir em cima do cavalo do que a seu lado!

Com o pretexto de se erguer contra os interesses do rei e da instituição igreja infiltrou-se nas infraestruturas do estado português, tendo mais influência hoje nelas do que tinha antes a religião na coroa (Uma espécie de alta burguesia em torno de uma ideia a substituir o poder da velha nobreza).

Encontram-se em posição vantajosa em relação a outros concorrentes do poder por operarem a partir de trincheiras secretas e invisíveis e, pelo facto de praticarem a solidariedade no bem e no mal entre os irmãos e estarem organizados em redes de lojas locais, nacionais e internacionais de tráfico de influências e cumplicidade consistente porque a alto nível.

Não quero com isto condená-los mas até compreendê-los e felicitá-los pelo facto de saberem bem o que querem e estarem conscientes de que este mundo é governado por estruturas de poder em que o oportunismo, a hipocrisia e o cinismo são condições sine qua non! Como instituição secreta de poderosos para poderosos também têm sentido e até fascinam pessoas que querem alcançar o poder e sabem que a alma do negócio é o segredo.

Não dá para entender o facto de defuntos maçónicos quererem passar os últimos momentos sobre a terra num templo católico; assim até se chega a ter a impressão, que para serem mais completos e universais, precisam da extrema-unção católica.

Como vivemos num mundo em que o que importa é o poder, ficando o resto para inocentes, pessoas de boa vontade e distraídos, será de perguntar como é que Dom Policarpo pode impedir que católicos que querem alcançar poder a todo o custo devam renunciar a tal meio! Num sector da vida pública em que a hipocrisia e o oportunismo têm as maiores oportunidades de determinar o decorrer da História, e a maçonaria é perita nessas questões, talvez pudesse torna-se uma boa estratégia em benefício da classe dominada deixar essa questão, à discrição dos pretendentes a poder; talvez deste modo a maçonaria portuguesa se pudesse tornar mais mitigada!…

Da experiência pessoal que tive com maçons penso que o que os movia não era este ou aquele humanismo; no seu agir mostravam que o seu humanismo era um pretexto para afirmação do próprio ego e meio de ascensão ao poder! Penso que o que a Maçonaria poderá aprender da História é que quem serve apenas um determinado grupo ou uma ideia não serve toda a humanidade. O imaginário maçónico serve-se de uma ordem-obediência aliada a uma certa mística de ritos bem observados e assumidos pelos arquitectos das antigas catedrais e que souberam empacotar na sua deusa razão de tal ordem que fascina todo o interessado no poder ou quem estiver interessado em viver nas suas sombras. A maçonaria portuguesa é grande responsável pela ideologização empobrecedora da sociedade portuguesa; naturalmente como elite interveniente activa na política não deixa de apresentar obra. O que essa obra brilha na ponta deve-se em grande parte ao impedimento do desenvolvimento das massas atendendo à estratégia seguida no discurso público de caracter ideológico e não virado para uma argumentação da coisa em si.

Têm uma maneira de pensar separatista. Separam o sentimento da razão como se estes não soubessem um do outro; parecem reservar-se ad extra a razão que lhes facilita uma maneira de ser sobranceira como se fossem a razão de cima e o povo o sentimento de baixo; o pensar separatista segue a tradição de um jacobinismo francês bem empacotado que na qualidade de elite sabem bem manusear sob o manto de uma esquerda que prega solidariedade mas que vive. Conseguiram entranhar-se no Estado moderno seguindo despotismo iluminado à maneira do estilo da democracia grega que era privativo de uma oligarquia privilegiada com o resto do povo a servi-los. Estão mais habituados a servir-se do povo e não a misturar-se com ele, por isso odeiam tanto o catolicismo institucional que com a sua miscelânea popular lhe fazia sombra na concorrência do poder.

Eu penso tal como a maçonaria, mas precisamente ao contrário. A sua estratégia solidária do poder de cima deveria passar pela solidariedade com o poder de baixo. Uma nova consciência de um tempo novo deveria unir o sentimento à razão numa consciência de que toda a vida é uma soma de interesses e que todos os interesses devem ser complementares no sentido da criação da convivência solidária num arraial em que todos celebram a festa.

Desculpem-me os maçónicos bem-intencionados porque gente boa e boa gente há em todo o lado e os maçónicos, como tudo o que é grande, fizeram muito bem e muito mal. Desculpem-me aqueles que se sentem incomodados por não apresentar um texto no estilo de uma política de “Paz, panquecas alegria” , para se ir vivendo, como costumam gracejar os alemães.
António da Cunha Duarte Justo

O “MOVIMENTO” TERRORISTA ISIS REMONTA À ÉPOCA DE MAOMÉ

A Força islâmica nos Séculos VII e XXI: Violação, Violência, Roubo, Assassínio e Esperteza

Por António Justo
Quem conhece a História e sabe que o exército de Maomé agiu há 1400 anos exatamente como o ISIS age hoje, pode compreender melhor que as raízes do Islão são completamente diferentes das de outras religiões.

O que o ISIS faz, não é outra coisa senão o regresso nostálgico aos tempos e às práticas de Maomé! Para um muçulmano, Maomé é o modelo de vida a imitar em todos os aspectos. O seu estilo de vida, a sua crueldade, as suas preferências e ódios são normativos para o comportamento dos fiéis. (Por exemplo, Maomé gostava de gatos e detestava cães, detestava música e o tocar dos sinos; esta atitude modelou as predileções de muitos muçulmanos. O ISIS imita o comportamento do seu profeta, na luta contra os “infiéis” assassinando e decapitando os inimigos de sexo masculino e dando as mulheres dos vencidos aos seus soldados como escravas sexuais. (Existem no Corão 27 apelos a matar, dois deles à decapitação.)

Mamé, uma vez, até massacrou uma tribo judaica inteira, que se tinha rendido e apesar disso assassinou todos os homens e apoderou-se das mulheres. Também o ISIS obriga crentes de outras religiões a professar o credo islâmico ameaçando-os com homicídio ou assassinato de seus filhos no caso de o não fazerem. Muitos recitam a crença no islão e são mesmo assim assassinados ou os seus filhos. Também nisto rompem com as regras tal como fazia Maomé!

A judia Safiyya, da tribo dos judeus que se tinham rendido às tropas de Maomé, foi tomada por ele como esposa, depois de ele ter assassinado o marido e o irmão dela no mesmo dia. É óbvio que neste “casamento” se trata de uma violação.

O muçulmano e perito em estudos islâmicos, Prof. Dr. Hamed Abdel-Samad escreve no seu livro “Maomé ” que a razão do sucesso do islão no século 7 vinha do facto de Maomé prometer, aos seus combatentes, as mulheres como despojos de guerra, ou seja, os maridos e os pais eram mortos e suas mulheres e crianças eram escravizadas. O Corão não impressionava quase ninguém, pelo contrário experimentava rejeição. Por isso, Maomé não tinha escrúpulo em empregar a violência e em incluir no seu exército bandos criminosos. Segundo relata o autor, não era o Corão a força que atraia os lutadores da época, mas outros incentivos: as mulheres, as propriedades dos vencidos e o poder.

Um Paraíso sem Deus mas com Sexo sem fim

Quem não tem sorte e morre em batalha adquire o estado de mártir, sendo recompensado com 72 virgens que têm, por sua vez, 70 escravas, cada uma; isto soma um total de 5040 mulheres para cada lutador. É um Paraíso concebido como “bordel celeste”, como escreve Hamed Abdel-Samad e onde não há rasto de Deus. (O paraíso para as mulheres será: estarem à disposição dos homens sem as limitações da menstruação e da gravidez – as virgens, depois de terem tido as relações sexuais com os homens, ficam, de novo, virgens (1).No islão o suicídio é condenado. O assassino perpetrado pelos camicases jiahdistas não é permitido no Islão; é atribuída a qualificação de mártir do Islão àquele que morre em combate pelo Islão.

Astúcia da Política de Casamento para eternizar o Islão

Cientistas do Islão estão de acordo entre si afirmando que o Islão só sobreviveu após a morte de Maomé, também porque os apóstatas eram executados. E uma vez que a religião do Islão se herda automaticamente de pai para filho e os filhos não se podem desligar do islão, está garantida a sua expansão; por outro lado está proibido às mulheres muçulmanas casarem com homens não muçulmanos. Um muçulmano pode casar-se com uma mulher não muçulmana mas um homem não muçulmano que queira casar uma muçulmana tem de se converter primeiro ao islão. Esta estratégia ainda hoje em vigor concorre para o espalhar progressivo do Islão.

Se, no século 7 o Islão, a promessa feita de inúmeras mulheres aos combatentes, como despojos de guerra e a entrega efectiva dessas mulheres a eles, já tornou o Islão tão forte, mais ainda em relação a outros espólios de guerra e ao negócio monetário com a venda das restantes mulheres “capturadas” como escravas; por aqui se pode ver e compreender onde assenta o profundo desprezo pelas mulheres na sociedade árabe e arabizada e como com o seu menosprezo e o comércio com elas contribuiu para o recrutamento de grande número de homens combatentes que viam na sua pilhagem uma grande fonte de poder e riqueza.

A diferença entre a tática de Maomé e o ISIS: O ISIS vende mulheres cristãs, Jesides, e prisioneiras xiitas com numeração através da Internet. Mohammed ainda não tinha estas vantagens técnicas. Estas mulheres sequestradas são violadas todos os dias dezenas de vezes e, em seguida, são consideradas “impuras” e “inúteis”, razão pela qual elas podem ser vendidas. O ISIS, tal como o regime muçulmano do século VII financia-se também com a pilhagem de materiais de suas conquistas. Se observamos a grande parte da história muçulmana, esta passa-se em  conquistas religiosas.

O facto de crentes de outras religiões poderem ser crucificados, está previsto no Corão: “O salário, daqueles que travam guerra contra Alá e contra o Seu Mensageiro (Maomé) e se esforçam por espalhar a corrupção no país, deve ser: que sejam mortos ou crucificados ou que as mãos e os pés lhes sejam cortados alternadamente (primeiro o braço depois a perna oposta seguindo-se o outro braço e a outra perna) ou que eles sejam expulsos do país” (Sura 5, 33-34).Também é ordenada a decapitação: ” E quando encontrardes os incrédulos, então fora com a cabeça até terdes feito uma matança entre eles; em seguida, amarrai a quadrilha! (Sura 47: 4-5).

A base do surgimento expansivo do Islão e do ISIS é o assassinato, a escravidão e o roubo. Entre Maomé e o aparecimento do ISIS ficam 1.400 anos em que o Islão se afirmou e manteve com o fomento do medo conseguindo chegar hoje a quase 1,5 mil milhões de fiéis!

Sem uma análise crítica de Maomé, impede-se o desenvolvimento do Islão e consequentemente o progresso de uma grande parte da humanidade. Continuar a manter a mulher como um meio para atingir um fim significa degradá-la ao papel de vítima ao longo de toda a História, significa oprimir metade da humanidade, significa impedir o desenvolvimento da humanidade, significa impedir a interação equilibrada e justa entre os seus dois princípios da feminilidade e da masculinidade. Neste sentido e não primeiramente devido aos muçulmanos, também a sociedade ocidental, embora proclame alto a igualdade de homem e mulher, concebe-a, porém, em termos de sociedade de matriz masculina. A sociedade muçulmana perpetua o patriarcalismo, e a sociedade ocidental aposta na masculinidade (Só que não está consciente disso, tal como acontece com a sociedade muçulmana não consciente do seu patriarcalismo exacerbado).

O caminho mais nobre para o indivíduo e para as instituições, embora espinhoso, é a procura da verdade. Tenho esperança que, com o tempo, se chegue a um estado de consciência em que o lobo e o cordeiro bebam da mesma água e se banhem juntos no mesmo ribeiro.
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo e Pedagogo
www.antonio-justo.eu

(1). Os imãs e peritos islâmicos, para poderem acompanhar o tempo terão de recorrer à interpretação do Corão no contexto do tempo em que foi compilado e declarar muitas das passagens como alegorias. Naturalmente um tal empreendimento não será fácil dado o Corão ser considerado, no islão, a inlibração de Deus, o que fundamenta a posição dos extremistas. Os imãs muçulmanos que são cada vez mais na Europa, em contacto com uma sociedade aberta, não poderão continuar a pregar um islão próprio de sociedades homogéneas fechadas. Consequentemente o islão terá de permitir para a sua religião uma teologia de mãos dadas com a filosofia, tal como é tradição no mundo cristão.
Bibliografia:
Entre outra: O Corão traduzido para alemão (por Muhammad Rassoul).
Hamed Abdel Samad: “Mohamed”, 2015. – “Der islamische Faschismus: Eine Analyse”, 2014. – „Der Untergang der islamischen Welt: Eine Prognose“.
Mark A. Gabriel (antigo imã da mesquita Al Aksha e antigo professor da Universidade de Al Aksha em Cairo): “Islam and terrorism” e “Jesus and Muhammed”.

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL + A EUROPA INVERTE A MARCHA +Outros temas

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL

António Justo

Na noite do ano novo, 1.ooo homens da região árabe e do norte de África atacaram, em Colónia, pessoas que festejavam a passagem do ano velho para o novo, junto da estacão de comboio, sem mostrarem qualquer medo da polícia presente. Atiraram foguetes de artifício contra a multidão cometendo vários delitos; entre outros delitos (80 registados) a polícia refere que 60 são queixas relativas a assédio sexual.

Neste evento onde mulheres foram sistematicamente atacadas, torna-se visível um fraco da política de informação alemã: é de caracter restritivo no que toca a informação que possa prejudicar a imagem muçulmana na Alemanha; a imprensa informou mas, propriamente, só quatro dias depois do acontecido.

Esta atitude que se repete não passou desapercebida ao presidente da fracção FDP (Florian Rentsch) do parlamento do estado do Hesse que criticou a política governamental de limitação de informação relativa ao que se passa nos lares de refugiados. Lamenta não ser facultado o acesso de jornalistas a lares de refugiados, e “assim ser impedido fazer-se uma imagem própria e independente sobre a situação local”. Já a Federação de Jornalistas do Hesse lamenta, desde Agosto, ser-lhe dificultado o acesso directo a informação dos lares de refugiados, onde por vezes, há rebeliões, ataques a refugiados cristãos, violações de mulheres, de meninas e mais ainda de meninos (o que não é estranho em países muçulmanos), etc. Naturalmente os traumas sofridos pelos refugiados em contacto com a guerra e a situação de estresse que viveram até encontrarem uma estadia não fomenta o seu equilíbrio emocional…

Na Alemanha, os partidos CDU e SPD, da coligação governamental, em uníssono com a esquerda, não estão interessados numa informação transparente sobre o comportamento dos refugiados porque receiam que o partido AfD ganhe adeptos vindos das suas fileiras por não estarem de acordo com a situação quase caótica no enfrentamento da crise de refugiados na Alemanha. Uma informação transparente custaria apoiantes da coligação e dos partidos de esquerda, além de tornar o clima social mais instável e denso.

Pessoas mais sensíveis criticam a política de informação na Alemanha estabelecendo uma comparação entre a política informativa de outrora nos campos de concentração e a política de informação relativa aos campos de refugiados: outrora, o povo alemão não devia saber o que acontecia nos “campos” e hoje também não deve saber o que realmente acontece dentro dos campos de refugiados. Nos campos nazis os judeus e dissidentes eram torturados e mortos sem conhecimento da população; hoje refugiados cometem crimes entre eles mas não devem sair a público para não se fomentar racismo. Ontem como hoje tratava-se de proteger o público! De facto, as forças políticas, religiosas e ideológicas do poder na europa insurgem-se contra informação que não beneficie a religião muçulmana e os refugiados.

Procura-se impedir tudo o que possa desestabilizar o sistema e questionar as elites políticas e ideológicas. Na Alemanha o controlo indirecto da opinião pública tem uma certa justificação devido ao caracter popular inseguro que precisa de orientação concreta.

Heinrich Heine dizia no seu exílio em França “Quando penso na Alemanha de noite, Então, perco o sono.” (Denk ich an Deutschland in der Nacht, Dann bin ich um den Schlaf gebracht).
António da Cunha Duarte Justo

A EUROPA INVERTE A MARCHA

Finlândia, Dinamarca e Suécia fecham as fronteiras a refugiados
A Alemanha abriu as fronteiras, sem controlo, aos refugiados da guerra e da pobreza. Muitos refugiados usavam a Alemanha como país de passagem para outros países. Na convenção europeia de Dublin o país de entrada do refugiado é o responsável pela organização do processo de asilo. Como nas fronteiras alemãs deixou de haver controlo e grande parte dos refugiados entrados não era registada, países como a Polónia e a Hungria começaram a protestar estando dispostos a receber apenas perseguidos cristãos uma vez que eram perseguidos por regimes muçulmanos e, na sua lógica, os muçulmanos xiitas e sunitas deverem encontrar refúgio nos seus correspondentes países muçulmanos, coisa que estes não fazem.

A Dinamarca, a Finlândia e a Suécia introduziram controlo nas suas fronteiras para impedirem o acesso a refugiados vindos da Alemanha. Os países nórdicos agravam as leis de asilo condicionando a concessão de benefícios sociais aos refugiados que frequentem cursos de língua e dificultando o reagrupamento familiar.
António da Cunha Duarte Justo

DUPLA MORAL INCONTESTADA

Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz

2016 começa mal. As duas potências do Islão, Arábia Saudita e Irão, conduzem uma guerra por procuração na Síria, Iémen, Iraque e Líbia apoiando cada uma a sua facção do islão, sunita e xiita. O preço do óleo subirá e o das armas também.

A Alemanha exportou para armas no valor de 387,7 milhões de euros (em 2014+2015) a Arábia Saudita (exportadora de guerrilhas) Verificamos nações que fornecem armas a apregoar a paz. Por um lado queixam-se da guerra e por outro dos refugiados.Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz!

O Papa Francisco apela ”Mercadores da Morte… Guerra à guerra, paz na terra!”
António da Cunha Duarte Justo

ALÍVIOS FISCAIS NA ALEMANHA SÃO NEUTRALIZADOS PELA SUBIDA DE CONTRIBUIÇÕES PARA AS CAIXAS DE PREVIDÊNCIA

Apesar dos alívios fiscais entrados em vigo em 20016 na Alemanha, milhões de trabalhadores não verão o seu ordenado líquido aumentado. Segundo o jornal “Bild” o aumento das contribuições adicionais para o seguro de doença significa, para a média dos consumidores com um ordenado ilíquido médio de 3.000 euros mensais, uma sobrecarga que pode ir até 221 euros por ano. As diversas Caixas de seguro de saúde subiram os contributos entre 0,2 e 0,8%. As Caixas que mais subiram são as que mais membros têm.

Segundo a seguradora AOK, que tem de dar assistência mesmo a quem não contribui, a subida do contributo de seguro de doença deve-se ao deficit de onze mil milhões de Euros. Cada vez há mais pessoas a receber benefícios da Caixa, sem descontarem para ela. Sobre os alívios fiscais cf. https://antonio-justo.eu/?p=3388

FANATISMOS: UMA QUESTÃO DE DENSIDADE!

O fanatismo ideológico da esquerda encontra-se bem distribuído por toda ela; por isso, embora obsessivo, não se nota tanto. Faz parte do seu sustento. O fanatismo da direita concentra-se na sua extrema, sendo aí muito visível mas menos presente na massa. Cada um combate nos outros, à sua maneira, a pobreza que traz dentro de si. É um encurtamento do pensamento quando se reduz a realidade ao vermelho ou ao preto esquecendo que as cores do arco-íris são o que torna a vida mais bela. Os pensamentos por mais contrários que pareçam, tal como as cores são complementares e como tal amigos e não adversários. A liberdade da cultura tal como a multiplicidade da natura precisam de todos, dos mais à esquerda até aos mais à direita! Discutam-se as ideias mas aceitem-se as pessoas que as têm. Vivemos em tempos de crise económica e cultural, o que hipersensibiliza a percepção dos problemas, sejam eles económicos, políticos, sociais ou de imigração. Talvez por isso se ganha a impressão que a opinião pública se parece mover entre um dogmatismo tradicional e um republicanismo jacobino. Os dois fomentam o radicalismo e a intolerância. A tolerância recíproca é a solução para o bom conviver, como reconhecia Lessing no “Nathan, o Sábio”. A opinião segura mas aberta é o pressuposto para o desenvolvimento e a paz.

António da Cunha Duarte Justo

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL – A EUROPA INVERTE A MARCHA – DUPLA MORAL INCONTESTADA