LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL
António Justo
Na noite do ano novo, 1.ooo homens da região árabe e do norte de África atacaram, em Colónia, pessoas que festejavam a passagem do ano velho para o novo, junto da estacão de comboio, sem mostrarem qualquer medo da polícia presente. Atiraram foguetes de artifício contra a multidão cometendo vários delitos; entre outros delitos (80 registados) a polícia refere que 60 são queixas relativas a assédio sexual.
Neste evento onde mulheres foram sistematicamente atacadas, torna-se visível um fraco da política de informação alemã: é de caracter restritivo no que toca a informação que possa prejudicar a imagem muçulmana na Alemanha; a imprensa informou mas, propriamente, só quatro dias depois do acontecido.
Esta atitude que se repete não passou desapercebida ao presidente da fracção FDP (Florian Rentsch) do parlamento do estado do Hesse que criticou a política governamental de limitação de informação relativa ao que se passa nos lares de refugiados. Lamenta não ser facultado o acesso de jornalistas a lares de refugiados, e “assim ser impedido fazer-se uma imagem própria e independente sobre a situação local”.
Já a Federação de Jornalistas do Hesse lamenta, desde Agosto, ser-lhe dificultado o acesso directo a informação dos lares de refugiados, onde por vezes, há rebeliões, ataques a refugiados cristãos, violações de mulheres, de meninas e mais ainda de meninos (o que não é estranho em países muçulmanos), etc. Naturalmente os traumas sofridos pelos refugiados em contacto com a guerra e a situação de estresse que viveram até encontrarem uma estadia não fomenta o seu equilíbrio emocional…
Na Alemanha, os partidos CDU e SPD, da coligação governamental, em uníssono com a esquerda, não estão interessados numa informação transparente sobre o comportamento dos refugiados porque receiam que o partido AfD ganhe adeptos vindos das suas fileiras por não estarem de acordo com a situação quase caótica no enfrentamento da crise de refugiados na Alemanha. Uma informação transparente custaria apoiantes da coligação e dos partidos de esquerda, além de tornar o clima social mais instável e denso.
Pessoas mais sensíveis criticam a política de informação na Alemanha estabelecendo uma comparação entre a política informativa de outrora nos campos de concentração e a política de informação relativa aos campos de refugiados: outrora, o povo alemão não devia saber o que acontecia nos “campos” e hoje também não deve saber o que realmente acontece dentro dos campos de refugiados. Nos campos nazis os judeus e dissidentes eram torturados e mortos sem conhecimento da população; hoje refugiados cometem crimes entre eles mas não devem sair a público para não se fomentar racismo. Ontem como hoje tratava-se de proteger o público! De facto, as forças políticas, religiosas e ideológicas do poder na europa insurgem-se contra informação que não beneficie a religião muçulmana e os refugiados.
Procura-se impedir tudo o que possa desestabilizar o sistema e questionar as elites políticas e ideológicas. Na Alemanha o controlo indirecto da opinião pública tem uma certa justificação devido ao caracter popular inseguro que precisa de orientação concreta.
Heinrich Heine dizia no seu exílio em França “Quando penso na Alemanha de noite, Então, perco o sono.” (Denk ich an Deutschland in der Nacht, Dann bin ich um den Schlaf gebracht).
António da Cunha Duarte Justo
A EUROPA INVERTE A MARCHA
Finlândia, Dinamarca e Suécia fecham as fronteiras a refugiados
A Alemanha abriu as fronteiras, sem controlo, aos refugiados da guerra e da pobreza. Muitos refugiados usavam a Alemanha como país de passagem para outros países. Na convenção europeia de Dublin o país de entrada do refugiado é o responsável pela organização do processo de asilo. Como nas fronteiras alemãs deixou de haver controlo e grande parte dos refugiados entrados não era registada, países como a Polónia e a Hungria começaram a protestar estando dispostos a receber apenas perseguidos cristãos uma vez que eram perseguidos por regimes muçulmanos e, na sua lógica, os muçulmanos xiitas e sunitas deverem encontrar refúgio nos seus correspondentes países muçulmanos, coisa que estes não fazem.
A Dinamarca, a Finlândia e a Suécia introduziram controlo nas suas fronteiras para impedirem o acesso a refugiados vindos da Alemanha. Os países nórdicos agravam as leis de asilo condicionando a concessão de benefícios sociais aos refugiados que frequentem cursos de língua e dificultando o reagrupamento familiar.
António Justo
DUPLA MORAL INCONTESTADA
Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz
2016 começa mal. As duas potências do Islão, Arábia Saudita e Irão, conduzem uma guerra por procuração na Síria, Iémen, Iraque e Líbia apoiando cada uma a sua facção do islão, sunita e xiita. O preço do óleo subirá e o das armas também.
A Alemanha exportou para armas no valor de 387,7 milhões de euros (em 2014+2015) a Arábia Saudita (exportadora de guerrilhas) Verificamos nações que fornecem armas a apregoar a paz. Por um lado queixam-se da guerra e por outro dos refugiados.Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz!
O Papa Francisco apela ”Mercadores da Morte… Guerra à guerra, paz na terra!”
António da Cunha Duarte Justo
ALÍVIOS FISCAIS NA ALEMANHA SÃO NEUTRALIZADOS PELA SUBIDA DE CONTRIBUIÇÕES PARA AS CAIXAS DE PREVIDÊNCIA
Apesar dos alívios fiscais entrados em vigo em 20016 na Alemanha, milhões de trabalhadores não verão o seu ordenado líquido aumentado. Segundo o jornal “Bild” o aumento das contribuições adicionais para o seguro de doença significa, para a média dos consumidores com um ordenado ilíquido médio de 3.000 euros mensais, uma sobrecarga que pode ir até 221 euros por ano. As diversas Caixas de seguro de saúde subiram os contributos entre 0,2 e 0,8%. As Caixas que mais subiram são as que mais membros têm.
Segundo a seguradora AOK, que tem de dar assistência mesmo a quem não contribui, a subida do contributo de seguro de doença deve-se ao deficit de onze mil milhões de Euros. Cada vez há mais pessoas a receber benefícios da Caixa, sem descontarem para ela. Sobre os alívios fiscais cf. https://antonio-justo.eu/?p=3388
FANATISMOS: UMA QUESTÃO DE DENSIDADE!
O fanatismo ideológico da esquerda encontra-se bem distribuído por toda ela; por isso, embora obsessivo, não se nota tanto. Faz parte do seu sustento. O fanatismo da direita concentra-se na sua extrema, sendo aí muito visível mas menos presente na massa. Cada um combate nos outros, à sua maneira, a pobreza que traz dentro de si. É um encurtamento do pensamento quando se reduz a realidade ao vermelho ou ao preto esquecendo que as cores do arco-íris são o que torna a vida mais bela. Os pensamentos por mais contrários que pareçam, tal como as cores são complementares e como tal amigos e não adversários. A liberdade da cultura tal como a multiplicidade da natura precisam de todos, dos mais à esquerda até aos mais à direita! Discutam-se as ideias mas aceitem-se as pessoas que as têm. Vivemos em tempos de crise económica e cultural, o que hipersensibiliza a percepção dos problemas, sejam eles económicos, políticos, sociais ou de imigração. Talvez por isso se ganha a impressão que a opinião pública se parece mover entre um dogmatismo tradicional e um republicanismo jacobino. Os dois fomentam o radicalismo e a intolerância. A tolerância recíproca é a solução para o bom conviver, como reconhecia Lessing no “Nathan, o Sábio”. A opinião segura mas aberta é o pressuposto para o desenvolvimento e a paz.
António da Cunha Duarte Justo
https://antonio-justo.eu/?p=3408
Obrigada pela primeira notícia. Há notícia de que não foi só em Colónia que as mulheres foram atacadas.
Obrigado!
Sim, já houve outros ataques em Estugarda e em Berlim. Em Colónia regista-se uma maior percentagem de violações de mulheres por turcos e outras nacionalidades de cultura árabe! Vi-me obrigado a escrever este artigo porque também conheço de mão directa o que se passa em lares de refugiados aqui ao pé da porta sem que saia nada cá para fora: violações de mulheres, de meninas e de jovens, pais que espancam os filhos a ponto de terem de ir para o hospital, pancadarias entre grupos de muçulmanos, etc. Tenho uma amiga voluntária que teve de tirar a cruz do peito para não incomodar muçulmanos que ajudava. Um colega professor foi a um centro de refugiados e a primeira saudação que recebeu foi Heil Hitler! Naturalmente, a grande massa dos muçulmanos é boa gente como tu e eu; o problema está no facto de não conhecerem o que está verdadeiramente por trás do islão. Senhor perdoai-lhes porque não sabem o que fazem! O facto não deve porem generalizar a ideia que pessoas de cultura árabe sejam muito inclinadas à práctica da violência. Cada pessoa é um mistério em si e não cabe em generalizações. Trata-se de estar informado para que todos se possam aproximar mais uns dos outros na construcção de uma paz duradoura.
Amigo Justo, embora tenha uma posição completamente oposta á da AfD, concordo plenamente com o teu artigo. A insegurança dos partidos establecidos é de veras assustadora. Parece já não existir capacidade de lutar com argumentos perante forças populistas. O boicote só fortalecerá essas mesmas. Quanto ao Jornalismo, cedendo desta forma á politica governante, perde ainda mais credibilidade. Um abraço, João
Caro João, tens toda a razão! Esta campanha a que assisto agora contra a AfD já assisti a ela nos anos 80 contra os Verdes e que na altura defendi embora fosse SPD. Sempre me interessei pela honestidade e justiça. Na altura também o normal das pessoas era contra os Verdes, porque, na altura, os partidos instalados assim o propagavam e queriam. Sabes, normalmente a rapaziada pensa o que todos pensam e todos pensam o que as elites dominantes querem que se pense. E a esmagadora maioria das pessoas não tem tempo suficiente para ir investigar o desenrolar das coisas. O jornalismo é em todos os sistemas mais ou menos influenciado, por isso quem quer estar informado tem de ler em diferentes cartilhas ou ver os diferentes programas televisivos a partir das 23 horas! Obrigado, João, pelo teu esclarecedor depoimento. Um grande abraço,Justo
Defendendo uma Informação o mais transparente possível, não compreendo porque não é dada a possibilidade aos midia, por exemplo, visitarem as Instalações de primeiro acolhimento aos refugiados. Enquanto ainda não ocupadas sim, depois ficam fechadas ao público. Porquê? Não podemos conhecer a realidade???
Eu tenho tido contacto aqui em Hessisch Lichtenau com um numero considerável de refugiados adolescentes (menores sem familiares, “unbekleitete minderjährige Flüchtlinge”) que por iniciativa nossa (JSG Lossetal-Lichtenau) sao integrados nos treinos de futebol dos respectivos escalões. Muito interessante é observar como preconceitos por parte dos nossos jovens acabam facilmente refutados. Depois de terem contacto directo com “os fefugiados” acaba a anonimidade do termo sendo substituida por individuos reais.
Será muito dificil nos próximos anos, talvez décadas, uma integração bem sucedida de tao grande numero de pessoas de diferentes etnias e grupos religiosos. Somente com frontalidade, honestidade, tolerancia por todas as partes envolvidas a sociedade consiguirá “suportar” tal desafio. Um saudoso abraço. João.
Tu sempre foste uma pessoa genoina dedicada ao bem. Acho fantástico o que fazeis pela integração dos jovens refugiados. (Quem precisa também especial apoio são as meninas. Como já escrevi, há muitos anos a politica relativamente a estrangeiros era bastante controlada. Como assessor de imprensa do Conselho de Estrangeiros durante 10 anos pude ter melhor ideia do influxo da política na imprensa. Os partidos, com o argumento de não fomentar o racismo, mas mais ainda com o medo de perderem votos nas eleições. Actualmente a política não quer que se informe do que se passa em muitos centros de refugiados porque escandalizaria o povo e este exigiria maior intervenção e responsabilização da política, além disso o AfD receberia ainda mais vento a favor. Conheço muito do que se passa em centros de refugiados porque tenho pessoas amigas que trabalham lá! Os acontecimentos de Colónia e de outras cidades mostraram a política de informação que se seguia. A partir daí os jornais já informam mais sobre estrangeiros. A Alemanha vai ter imensos problemas nos próximos anos e no futuro. A imigração deveria ser mais acompanhada e apoiada para os que já cá se encontram. De resto, a malta que entra também é concorrência e desafio principalmente para os grupos mais desfavorecidos da nossa sociedade. Tudo muito complexo. As tuas aspiraões correspondem aos desejos de um homem bom. Infelizmente a sociedade orienta-se apenas por interesses e geralmente no confronto de intereses uns contra os outros. Um grande abraço!