DECISÃO DO TRIBUNAL EM DEFESA DA VIDA E DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA

Profissionais de Saúde desobrigados de realizarem cirurgias de mudança de sexo e abortos

Segundo LifeNews, a 09.12.2022, o tribunal federal americano de apelações do Quinto Circuito bloqueou o mandato de Joe Biden que forçava médicos cristãos e hospitais religiosos a realizarem abortos. A decisão de 26 de agosto, determinando que médicos religiosos não podiam ser obrigados a realizar procedimentos, como abortos, que violam suas crenças (1).

Face à ameaça do governo Biden de “penalidades multimilionárias” por suposta “discriminação” baseada em “sexo “a Catholic Benefits Association e outras entidades, processaram contra a ameaça do governo Biden e ganharam.

O tribunal do Oitavo Circuito, citando uma decisão de agosto, decidiu também (09.10.2022) que médicos e hospitais não podem ser obrigados a realizar cirurgias de mutilação genital em pessoas transgénero (operações de mudança de sexo).

Forçar hospitais e médicos a realizar essas operações ameaça a liberdade, não apenas a liberdade religiosa.

Os médicos passam a poder cumprir o seu juramento de Hipócrates de ‘não causar danos’ porque o propósito do médico é curar ou aliviar, mas nunca matar ou destruir uma vida humana.”

Muitos médicos nos Estados Unidos tinham-se declarado contra as leis de Biden, que obrigavam todos os profissionais de saúde a realizar cirurgias de mudança de sexo e abortos.

Apesar dos diferentes interesses e princípios que possam secundar o Estado ou a Religião, a consciência individual deve permanecer soberana desde que respeite a dignidade humana.

Na Europa, em questões de liberdade de consciência, até as pessoas católicas andam de consciência envergonhada e de cabeça baixa dizem amen ao politicamente correcto! Torna-se menos incómodo seguir na enxurrada do mainstream. Confunde-se esta atitude com progresso!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) O governo Biden teve até 25 de novembro para apelar da decisão e não o fez, o que significa que o seu mandato ficou bloqueado por aquele tribunal de apelações.

JOGO PORTUGAL – MARROCOS

O Sul Global está a chegar

Equipa portuguesa e equipa marroquina, ambas de grande classe num jogo de categoria e emocionante!

Marrocos ganhou 1-0 com duas equipas no estádio: os jogadores e os espectadores (arábia inteira!) (1).

Triste foi ter de ouvir o monótono concerto de assobios quando Portugal se encontrava em posse da bola.

Parabéns aos jogadores das duas equipas, pelo espectáculo embora doloroso que proporcionaram.

Obrigado ao treinador e aos jogadores por termos chegado aos quartos de final! A equipa portuguesa não só está de parabéns como também promete em jogos futuros.

Nas diferentes gerações do futebol as selecções têm mostrado um aspecto de Portugal exemplar: a geração Eusébio, a geração Figo e a geração Cristiano Ronaldo.

Quanto a Ronaldo (CR7): Apesar de uma guerra de informação em Portugal contra Cristiano Ronaldo, reveladora de uma falta de equilíbrio em análise, facto é que CR7 se afirmou como um dos poucos jogadores de topo no mundo. É um português que assegurou o seu futuro e o de sua família e enriqueceu Portugal, sendo uma personalidade com rostos de qualidade, entre eles o de um dos jogadores mais ricos do mundo.

Também em termos de futebol se verifica que o “sul global” começa a chegar! Sim, até porque, o mundo não começa na Inglaterra e na Alemanha e não acaba na Península Ibérica.

O mundo é muito divertido e, porque é grande e de todos, possibilita a cada um a própria perspectiva e nesta todos seriam campeões! As boas perspectivas continuam num mundo que não é o melhor de todos, mas, em que todos podem ser não só os melhores, mas sobretudo melhores!

Ronaldo riu e chorou num Portugal completo que dá para rir e chorar…

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) Nas bancadas encontravam-se mil portugueses!

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA VALORIZA O CONTRIBUTO DEMOCRÁTICO CATÓLICO E ADVERTE A UNIÃO EUROPEIA

Rebelo de Sousa, ao discursar (08 dez 2022) no colóquio, promovido pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, na Capela do Rato (Igreja de São Domingos) valorizou o empenho católico contra a política anticolonial iniciada por um grupo de católicos na vigília da Igreja de São Domingos, a 31 de dezembro de 1968, e na vigília da Capela do Rato em 1972. Revelou também um propósito: “Ando com a ideia de ter um gesto simbólico em relação à Comunidade do Rato”, e que a “Ordem da Liberdade” poderia expressar  a gratidão da parte do Estado  pelo papel da comunidade no processo que levou ao regime democrático. De facto: “Não é obra só de militares “era justo que houvesse um sinal em relação ao contributo cristão nesse processo”.

Também admoestou a União Europeia que “parou em muitos casos em autocontemplação, porque era democrática e considerava que era muito melhor do que outras realidades que existiam no mundo „continuando “a não saber encontrar maneira de se relacionar com África e, no entanto, há aí uma relação que é óbvia”.

Finalmente fala um representante português em defesa de interesses estratégicos de Portugal e dos interesses dos europeus latinos na União Europeia.  A UE deveria empenhar-se mais na defesa do espaço africano. Doutro modo, todo o empenho da UE é orientado para os países vizinhos na Europa do Leste. Essa política tem sido implementada pela Alemanha que procura defender os seus interesses económicos nos países vizinhos a leste.

O presidente admoesta também que não  existe só a guerra na Ucrânia: “Portanto, não vamos ser tão simplistas quanto isso – eu percebo que se tem que ser simplista quando se está a exercer política, tem que se tomar uma posição política perante cada caso – mas não vamos esquecer os outros casos todos, parece que só há uma guerra no mundo”. “Isto é desvalorizar o que se passa na Ucrânia? Não, porque ali o envolvimento das potências é maior, porque ali a determinante na balança de poderes é maior, ou mais visível, pelo menos. Significa uma nova ordem internacional? Veremos, veremos, veremos, porque isso é muito mais do que uma nova balança de poderes”.

E acrescentou: „continua a haver muito nacionalismo no mau sentido do termo, muito chauvinismo, muita xenofobia – aquela de que se fala muito e aquela que é dos próprios Estados – e isso não contribui para a paz” … “Não há paz onde há fome, onde há injustiça social”, é preciso “construir a paz em muitos outros sítios e num contexto global”. “Se cada pessoa se realiza com os outros, está a construir a paz” … “não há paz sem desenvolvimento, sem justiça económica e social, sem liberdade”. ´

Bravo, Senhor Presidente

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

PRÁTICA DA EUTANÁSIA APROVADA PELA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

O texto legislativo foi aprovado (9.12.2022) na sessão plenária da AR pelo PS, 6 deputados do PSD, BE, IL, Livre e PAN. Votaram contra: o grupo Chega e o Partido Comunista Português (PCP).

Embora o Art.º 24º da Constituição salvaguarde que “1. A vida humana é inviolável, 2. Em caso algum haverá pena de morte “, a decisão parlamentar abre a possibilidade ao Estado de poder vir até a condicionar os seus servidores a terem de praticar homicídio. O direito a viver e a morrer nunca deveria passar para além da consciência individual. O Estado, ao intrometer-se nesta, torna insegura o direito a viver e o direito de morrer! No fundo, o que tiramos à lei de Deus “não matar,” tirámos ao direito humano a viver. Modernamente, com o emprego de paliativos e o direito de o paciente poder declarar que renuncia a medidas de prolongamento da vida, seria escusada uma lei que se alinha numa cultura da morte e possibilita ao Estado intrometer-se na vida interna dos hospitais e indiretamente atá na vida pessoal. Encontramo-nos, porém, numa época a ser muitas vezes regida por agendas de caracter ideológico casual do momento para o momento.

A Conferência Episcopal alerta que “A eutanásia e o suicídio assistido constituem sérias ameaças à humanidade” e “quebra-se o princípio ético fundamental, que se traduz na proibição de causar intencionalmente a morte.” Os bispos chamam a atenção para a possibilidade de se usarem paliativos: “pelo contrário, entendemos que os cuidados paliativos, a que muitos portugueses ainda não têm acesso, são essenciais nesta fase da vida e decisivos para combater tratar e aliviar o sofrimento”…  é lamentável que, num momento em que as deficiências do sistema de saúde estão longe de serem superadas, possamos correr o risco de apresentar a proposta de recorrer à eutanásia como uma solução mais rápida e menos onerosa”. O Episcopado apela ao dever do Estado de garantir a “objeção de consciência” aos profissionais de saúde, pedindo às famílias que “rejeitem as possibilidades abertas pela legalização da eutanásia e do suicídio assistido, e que nunca deixem de testemunhar que a vida humana é sempre uma dádiva em todas as suas fases, desde a concepção até a morte, que nunca deve ser causada intencionalmente.”

Disponibilizo aqui o texto: “EUTANÁSIA ENTRE IDEOLOGIA, CONSCIÊNCIA E ÉTICA, Nascer, viver e morrer, mais que um direito, é graça “: https://triplov.com/letras/Antonio-Justo/2016/eutanasia.htm

 

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A OSCE — Organização para a Segurança e Cooperação na Europa — QUER-SE FRACA

Estratégia de invalidar tudo que não favoreça os próprios Interesses

A UE e a Alemanha, em particular, querem ter uma palavra a dizer no conflito, mas falta-lhes a garganta e a farda que trazem apesar de camuflada deixa prever que se trata de guerreiros; por isso o antigo terceiro mundo (não alinhado) olha com desconfiança as actividades europeias mais tencionadas em dividir do que em unir! A visita da Ministra dos Negócios Estrangeiros na Índia mostrou que a Índia não quer ser integrada numa estratégia ocidental.

A OSCE é composta por 57 Estados participantes e remonta à fase de desanuviamento político no início dos anos 70. A tarefa mais importante da OSCE é garantir a paz no mundo. O seu objectivo é “segurança, prevenção de conflitos, gestão de crises e reabilitação pós-conflito, bem como o desenvolvimento de um sistema de compromissos políticos baseado num conceito abrangente de segurança”.  Até agora, nenhuma acção deste tipo da OSCE teve lugar porque aos principais beligerantes não interessa a resolução de conflitos políticos. Em tempos mais risonhos para a Europa, a 21 de Novembro de 1990, os Estados participantes da CSCE adoptaram em Paris a “Carta de Paris para uma Nova Europa” que visava melhorar o clima entre o bloco soviético e o bloco NATO. Cooperação multinacional não interessava aos Estados Unidos   porque fortaleceria o estabelecimento do poder rival Europa e por isso a OTAN seguiu a linha de (contra a ONU) começar por desmantelar a Jugoslávia e, pouco a pouco, ir-se apossando dos velhos quintais da Rússia em vez de fomentar uma política de paz para todos como inicialmente queriam os russos. Numa altura em que a Europa ainda sonhava por ela mesma não pensando nos planos do irmão grande USA teciam-se planos ingenuamente centrados na Europa (1).

A estratégia geopolítica dos EUA em vista também relativamente à Ucrânia nunca teve interesse em valorizar a OSCE porque ia contra a doutrina estratégica americana, cujos objectivos políticos, a longo prazo, depois da queda da União Soviética, eram enfraquecer a Europa e desmantelar a Rússia e para isso impedir colaborações políticas e económicas da Europa com a Rússiae para isso impedir colaborações políticas e económicas da Europa com a Rússia.

Na consequência desta filosofia de estado, a última a reunião de Chefes de Estado e de Governo da OSCE que se realizou foi em 2010 depois de uma interrupção de 11 anos e os interesses apostados no golpe contra o presidente ucraniano de 2014 era lógica a desmontagem da OSCE;   a sua última reunião (início de Dezembro 2022) em Lodz, Polónia terminou sem acordo dos 57 membros sobre uma resolução sobre a guerra na Ucrânia, o que não agradou à OTAN. Agora que se trata de afirmar a hegemonia americana, o interesse está em fazer reuniões entre os membros da organização militar da OTAN: os nossos políticos passaram a trazer “farda militar”; reuniões com os membros da OSCE só viriam estragar o negócio com a guerra, por não haver interesse em alcançar compromissos políticos; só se querem vencedores numa guerra em que se encontram todos comprometidos.

Principalmente a partir de 2008, a organização iniciou um ponto crítico atendendo ao crescente embate de interesses dos EUA e da Rússia na Ucrânia (Do porquê disto ninguém fala porque iria desmascarar a rivalidade de interesses geopolíticos na Ucrânia e isso revelaria o cinismo dos governantes europeus).

Por isso, a função da OSCE de desanuviamento entre as partes não interessava à narrativa tecida pela OTAN e com a política iniciada pelo golpe de Estado em Maiden, em 2014 (2), a sua função revelar-se-ia num impedimento da execução dos interesses anglo-americanos! A OTAN passa a fazer muitos dos encontros que seriam da competência da OSCE e isso convém aos EUA e à EU porque, assim, o público ocidental só ouvirá relatos uníssonos no seu sentido sem desmancha prazeres de países com pensar mais alargado e diferente.   Análise em nota (3)

Assim se vão desmontando as peças que poderiam constituir oportunidade para a construcção de um modelo mundial baseado na paz e na multipolaridade para se fomentar um mundo unipolar hegemónico ocidental que terá como consequência uma maior divisão e empobrecimento das populações.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

(1)  “A “Ata Final de Helsínquia”, assinada em 1975, foi considerada a maior conquista da diplomacia da época, prenúncio de uma nova era nas relações Leste-Oeste. No entanto, desde então, os problemas aumentaram na Europa com o final do período soviético e a OSCE foi sendo substituída pelos Estados Unidos na condução do processo da Guerra Fria” in https://dasculturas.com/2022/12/03/o-estranho-desaparecimento-da-osce-por-carlos-matos-gomes/

(2) Cinco mil milhões de dólares que a Secretária de Estado Adjunta Victoria Nuland se gabou de ter investido nos partidos neonazis da Ucrânia, que participaram no golpe de Estado em Maiden, em 2014.

Major-General Carlos Branco | O confronto dos EUA com a Rússia

(3) Die zukünftige Bedeutung der OSZE: https://ifsh.de/file-CORE/documents/jahrbuch/08/Hopmann-dt.pdf