MULHERES TRATADAS COMO “ANIMAIS DE CAÇA EM PISCINAS”

A revista feminina alemã EMMA, descreve vários delitos de ataques a mulheres nas piscinas públicas.

“Assediadas, insultadas, agarradas: As mulheres tornam-se num jogo de animais de caça nas piscinas exteriores. Os perpetradores? A grande maioria são migrantes… De acordo com as estatísticas, a força policial da Renânia do Norte-Vestefália identifica os perpetradores como “jovens de origem norte-africana, árabe e turca”.

A revista, embora seja de esquerda,  não esconde a problemática: “Há muito tempo que os políticos e os meios de comunicação social não chamam o problema pelo nome, por medo da acusação de racismo. Mas isso só piora as coisas.”

São intoleráveis estes ataques nas piscinas que deveriam ser lugar de relaxamento saudável.

EMMA: https://www.emma.de/artikel/frauen-freiwild-im-schwimmbad-336983?fbclid=IwAR3HNETrv8Pf91cBy4HTDyyof6C-qWGTYBNjjcwOY8AK4wsmEs3RwUMMTXc

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

DO NEGÓCIO COM AS VÍTIMAS E DOS RENDIMENTOS DA CONVERSA SOBRE ELAS

Em Tempos turvos domina a Emoção sobre a Razão e os Factos

António Justo

Fontes do Vaticano dizem que “cem mil cristãos são mortos por ano, por razões ligadas à fé”!

A isto ninguém liga! Nem tão-pouco a política oficial da EU está interessada em ligar. Sim, porque o interesse é fomentar unilateralmente uma cultura antiocidental e para tal incentivar também o islão; neste sentido deve ser evitado qualquer discurso crítico em relação a ele!  Não seria politicamente correcto que se solicitasse bilateralidade da parte das sociedades islâmicas e dos muçulmanos imigrados no que respeita a aceitação e tolerância.

A tendência, da estratégia do politicamente correcto implantado, é considerar a civilização ocidental, de reminiscências cristãs, como agressora e criminosa e os outros como vítimas.

Os activistas não querem notar que todos são transgressores e vítimas (eles e nós também), quer os que se encontram dentro da fronteira quer os que se encontram fora dela, e deste modo impede-se uma controvérsia racional e nos tornamos também num empecilho ao verdadeiro desenvolvimento e à resolução efectiva dos problemas. Não notamos que para defendermos ou atacarmos os de fora nos tornamos nos atacantes dos de dentro (colocados no papel de adversários).

Onde se encontram na consciência europeia os barcos de ativistas protectores das vítimas cristãs e de minorias étnicas, sejam elas pretas, brancas ou amarelas? Disto não se fala porque não facilita o negócio ideológico e partidário que teria de ser mais diferenciado, mais equilibrado e mais ligado aos factos e não apenas a interpretações deles. Na nova cultura criada o que está a contar são atitudes emocionais e não os factos.

O processo de embrutecimento em via na nossa sociedade serve-se da narrativa da interpretação dos factos e não da análise deles, porque não está interessada na realidade factual mas sim nos dividendos que se adquirem no falar deles e na expansão ideológica que se pode alcançar com eles. E tudo isto em nome da honestidade e da defesa de um mundo melhor, que, pelos vistos, não se quer desonesto!

Por vezes tem-se a impressão que, no imbróglio social, a direita cala porque está interessada no negócio económico e a esquerda não tem interesse em falar objectivamente dos factos porque então a ideologia não tiraria rendimentos deles. Um outro característico que observo na esquerda circulante na Internet é que a maior parte dela gosta de se ficar por afirmações sem descer a argumentações; porque o que interessa não são os factos nem uma lógica que lhes dê consistência, mas sim o levantamento de emoções para o povo mais leve poder boiar nelas; este fenómeno é também comum a um certo populismo extremista de direita.  Falta o verdadeiro interesse em resolver problemas porque o que vale parece ser o usufruir das emoções que importa criar em torno deles.

Apelidar uma pessoa de má ou declarar alguém ou grupo como “persona non grata” por não seguir a indicada opinião ou ideologia corresponde a acender o rastilho do combustível que provoca explosões sociais e que estimula a violência.

Toda a vítima seja ela cristã, muçulmana, conservadora ou progressista é sempre um testemunho fatídico de um atentado contra a humanidade.

Numa sociedade que se quer cega não contam os factos, o que conta é a sua interpretação manipulada e manipuladora. A razão e os factos cedem o lugar à emoção e ao instinto animal.

© António da Cunha Duarte Justo

In “Pegadas do Tempo”

 

DA VIOLÊNCIA DA OPINIÃO PARA A CRUELDADE DA ACTUAÇÃO – APENAS UM PASSO

Assassínio do alemão Walter Lübcke pela Extrema Direita, “Rede de Resistência Democrática” … nas pegadas da “Fração do Exército Vermelho”?

Por António Justo

A 2/06/2019 foi assassinado, em frente de sua casa, Walter Lübcke, presidente distrital do distrito de Kassel, alegadamente, por mão traiçoeira da extrema direita, com um tiro na cabeça. Na sequência do crime, foi preso, como suspeito, o neonazi Stephan E.

Lübcke, político da CDU, que era conhecido pelo seu empenho em favor dos refugiados, incomodava de maneira especial a cena parda da sociedade, principalmente, a partir do momento (2015) da abertura de um lar para refugiados, onde foi apupado por alguns presentes. Lübcke, homem de texto claro e não habituado a engolir cobras e lagartos, dirigiu-se então aos apupantes dizendo: “Vale a pena viver no nosso país. É preciso defender os valores, e aqueles que não os defendem, se não estiverem de acordo, podem deixar este país a qualquer momento. Essa é a liberdade de cada alemão.”

Desde então não se fizeram esperar ameaças contra ele por parte dos “Cidadãos do Império” ( Reichsbürgern) e da extrema-direita “Nuremberga 2.0 Alemanha – Rede de Resistência Democrática” que colocara Lübcke numa lista de inimigos, porque tinha participado na “islamização, na desdemocratização, na repopulação da Alemanha” (1).

Desde 2011, circula na Internet uma lista negra da rede extremista de direita com pessoas consideradas desagradáveis e em que constava também Lübcke.

Este facto trágico não pode ser considerado como um caso isolado. Depois de ter sido encontrado morto no seu jardim já outros dignitários alemães têm recebido ameaças de morte. Desde 2015 cresceu “enormemente” o potencial de terror de direita na Alemanha. O medo do islão e insatisfações difusas mudaram o clima social e estão a mudar a constelação dos cenários governantes.

O assassínio de Walter Lübcke provoca imensa excitação e medos na sociedade alemã porque esta ainda tem bem presente na memória a atmosfera social que se viveu da década dos anos 70 até 1998, causado pela Fração do Exército Vermelho (RAF), uma organização terrorista extremista de esquerda (“Bando Baader-Meinhof”), responsável por 33 assassinatos de líderes políticos, empresariais, administrativos, funcionários aduaneiros e soldados americanos. A divisão na sociedade alemã e europeia é hoje semelhante à dos tempos da “guerra fria” entre os propagandistas do capitalismo e os do socialismo (hoje os militantes internacionalistas e os nacionalistas). Então a ala esquerda da sociedade encontrava-se extremamente descontente até ao ponto de se sentir vítima do sistema; atualmente é a ala direita da sociedade que se sente descontente e vítima, provocando nos seus extremos reacções de violência que poderiam, com o tempo, vir a igualar a violência da Fração do Exército Vermelho (2) de outrora.

Num país que parece ter a visão geral de tudo, o Governo encontra-se cada vez mais na necessidade de se explicar. O cidadão normal sente-se cada vez mais existencialmente inseguro e sem perspectivas de futuro. Muitos são do parecer que o direito penal se tornou insuficiente na luta contra o extremismo de direita e a julgamentos demasiado laxos na solução do crescimento da delinquência social.

De facto, com a imigração muçulmana, a Europa já não é a mesma; tornou-se numa Europa de extremos condensados; especialmente para o cidadão europeu, torna-se mais difícil viver nesta EU dividida em duas trincheiras (direita e esquerda), cada vez mais agressivas e fanáticas. A crescente politização do dia a dia envenena as relações e enegrece o horizonte e as perspectivas de vida do cidadão, tornando possível assassínios como este. A sobranceria dos dirigentes e a insatisfação dos desnorteados não possibilitam uma plataforma de interesses comuns. As agressões que antigamente eram compensadas em jogos ou em guerras extramuros são hoje vividas dentro da sociedade numa espécie de guerrilha. No discurso público falta o cultivo de uma tolerância global, uma tolerância de diferentes horizontes e perspectivas e não apenas uma tolerância do politicamente correcto, ou apenas reduzida ao que fomenta a própria ideologia e opinião. Também nos formadores da opinião pública (Media) se pode ver uma certa divisão: os Media considerados sérios como multiplicadores do politicamente correcto (discurso oficial) e os meios virtuais sociais de interesses difusos mais multiplicadores de alegados interesses do cidadão.

Numa época em que o extremismo político se expande, põe-se a questão até que ponto a democracia é capaz de integrar extremistas da direita e da esquerda. O clima político encontra-se em mudança numa sociedade que se sente cada vez mais insegura e em que a política não consegue refelectir nem explicar o próprio agir. Num clima de intolerância recíproca, cada parte considera a outra ilegítima, não concedendo margem para compromissos; passa-se à lei da selva, do “quem pode, pode” e do quem não pode abaixa-se… A politização da linguagem tem concorrido para a rudeza da expressão; a violência normaliza-se, seja de forma velada em palavras polidas ou de forma manifesta em palavras grosseiras que conduzem a actos violentos. Tudo é usado para colocar o adversário na lista negra. Neste ambiente confuso e perturbado, o Estado desleixa o seu dever de proteger o cidadão.

Ser a favor ou contra é um direito democrático, mas existem redes extremistas de direita e redes extremistas de esquerda que não abdicam da violência para impor os seus fins; como não se trata de perpetradores individuais, tanto a ala esquerda como a ala direita da sociedade deveriam analisar as cenas extremistas criticamente numa perspectiva já não de perpetrador único mas de redes organizadas e de ONGs. Há 13.000 extremistas da direita que estariam prontos a usar da violência, na Alemanha de hoje (3).

Na Alemanha é agora bastante criticada a existência do órgão de proteção da Constituição (BfV). Nos Estados torna-se por vezes difícil desmantelar certas redes maléficas porque por razões de Estado, os órgãos de protecção da constituição (Ministério do Interior) bloqueiam o acesso a ficheiros e actas, por espaços de 30, 50, 90 e até 120 anos.

Geralmente são 30 anos de bloqueio a jornalistas e historiadores e de uma maneira geral os documentos secretos das autoridades podem ser vistos depois de 60 anos. A lei alemã permite tais prazos de tempo (casos de espionagem, etc. dizendo para tal tratar-se da protecção dos informantes que correriam perigo, no caso de se tornarem públicos).

A protecção da Constituição em sentido lato refere-se a todas as medidas de consolidação e defesa da Constituição contra insurreições e revoluções, bem como contra outros ataques anticonstitucionais e perturbações constitucionais. Na Alemanha há uma discussão aberta sobre a oportunidade dos órgãos de protecção da constituição, sendo estes, por vezes, vistos, mais como impedimento do que prevenção contra a extrema direita.

Uma coisa é certa: a violência, provenha ela de conservadores ou de progressistas, é sempre um ataque condenável a toda a sociedade pacífica. O problema começa, geralmente, com suposições e generalizações acompanhadas do sentimento de um direito curvo a querer possuir toda a razão.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A EUROPA VOTOU E ACORDOU MAIS VERDE E VARIADA

No Carrossel das Nações e das Culturas a Europa revela já tonturas

António Justo

As eleições europeias revelaram que está em curso a fragmentação e polarização das paisagens políticas europeias e a necessidade de implementação de políticas do ambiente. Com as eleições, os Verdes e os partidos pequenos começam a ter maior representatividade nos parlamentos, apesar do sistema favorecer os partidos grandes.

Em parte, a Alemanha está para os países europeus como a América para a Europa. Na Alemanha já se verifica o tempo de viragem dos partidos estabelecidos: a CDU também perdeu eleitorado embora continue à frente (28,9%), os Verdes (20,5%) conseguiram atrair a esquerda liberal do SPD, que viu reduzidos os seus eleitores de 27,31 para 15,8%.  A História não para, ela é de quem a acompanha e a muda. De momento tudo procura e ninguém encontra! Na Alemanha, a juventude marcou presença nas urnas e a afluência geral do eleitorado foi de 61,5%.

Um outro fenómeno a manifestar-se é o facto de artistas conhecidos começarem a candidatar-se como pessoas individuais e conseguirem assento no parlamento. Ver em nota os resultados dos partidos na Alemanha (1) e noutros países (2). Verdes e pequenos partidos registam as maiores subidas (3).

Constata-se que, na consciência popular, avança o proteccionismo de Trump, não só na praça pública, mas também através de um populismo domesticado dentro dos próprios partidos, o que denota uma certa adaptação aos novos ventos. De facto, mesmo os chamados populistas AfD lutam por domar o seu populismo (expressão emocional popular) para que, com o tempo, possam afirmar-se como populismo civilizado à imagem do que acontece nos partidos já estabelecidos no sistema. Com o desmoronar dos grandes partidos populares, como a CDU e o SPD, os populismos de esquerda e de direita ganhará mais expressão.

De notar que embora esteja a dar-se um tornado a nível dos chamdos partidos populares, permanece um equilíbrio nacional da cidadania de esquerda e de direita, na forma de estar política dos diferentes países, apesar de aqueles se encontram em navio a afundar-se; só na península ibérica, onde o discurso ideológico tem mais peso nas actividades governamentais, é que não. Na Alemanha, o partido os Verdes encontra-se a caminho de se tornar num partido popular e prestes a substituir o SPD nas rédeas do poder; outros partidos minúsculos também marcam presença.

O facto da fragmentação e polarização das paisagens políticas europeias obrigará os partidos a mudar a estratégia de conversações   em formações de governo mais complexas e, por outro lado, a um acentuar de identidades partidárias com a consequência de, em vez de dialogarem, rivalizarem; também isto significará uma mudança de atitude   na relação entre os tradicionais partidos formadores de governos na Europa central e norte e terá consequências a nível da EU na procura de consensos menos fáceis.

A acompanhar a greve do clima na paisagem juntou-se a greve das escolas a apoiá-lo, tentando assim irromper contra um cepticismo governamental ainda distanciado. O motor de arranque para a mudança sistémica da classe governante nos países europeus é movido pelas mudanças climáticas e pela imigração descontrolada e um certo desrespeito pela própria cultura.

A juventude, desta vez mais participativa, quer que o futuro lhe pertença, tendo emprestado, para isso, a sua voz aos partidos e movimentos verdes e não aos negociantes do hoje! A Europa encontra-se agora mais dividida entre os que puxam a corda em direcção ao futuro e os que a puxam em direcção ao passado. Um encontro de pausa para voltar ao meio seria o mais adequado.

A situação da EU não é boa e sofre de vários desalinhamentos e  exigorá paciência para a construção de coligações multipartidárias com novas plataformas de conversações na gestão da coisa pública; na consequência  teremos regimes políticos mais instáveis como tem acontecido com a Itália.  Isso tornar-se-á já visível nas discussões para a substituição de Jean-Claude Juncker na escolha do novo presidente da Comissão.

Numa sociedade cada vez mais diferenciada também se torna compreensível um certo desconsolo nos monopólios dos Media e o descontentamento na classe política estabelecida.  A velhice não perdoa e a juventude, se não é burra, aproveita-se.

Conclusão: uma loucura comum do globalismo económico avassalador, sem respeito pela natureza, movimenta o eleitorado de modo a substituir o partido social democrata pelo dos Verdes e a loucura de uma política de portas abertas irresponsável fomenta o chamado populismo de direita que instabiliza os centristas, como mostra o exemplo do AfD alemão.

Para cá dos Pireneus os eleitores hesitam ainda na vontade de mudar o sistema de partidos clássicos, mas os partidos defensores de programas verdes e ecológicos já se encontrem a iniciar os primeiros passos para pisar a arena pública; são ainda demasiado fracos mas o exemplo da Europa central encoraja-os. A variedade de partidos eleitos em Portugal já aponta para uma sociedade pronta a deixar de sonhar com maiorias absolutas.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

  • (1) Resultados: CDU 28,9% (29 deputados), Verdes 20,5% (21), SPD 15,8% (16), AfD 11% (11), Die Linke 5,5% (5), FDP 5,4% (5), Die partei: 2,4% (2), Freie Wähler: 2,2% (2), Tierschutpartei:1,4% (1),ÖDP 1% (1), Piraten 0,7% (1), Familie 0,7% (1), Volt 0,7% (1). https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=wahlen+ergebnisse
  • (2) Na França Le Pen consegue com 24,2% do eleitorado, mais votantes do que La République en Marche, do presidente da República (22,4%). Na Polónia os conservadores conseguem 42,2% enquanto a oposição conseguiu 39,1%. Na Grécia os conservadores ganham com 33,5% enquanto o chefe do governo Tsipras só consegue 25%. Na Úngria o partido de Viktor Orbán consegue 56%. Na Dinamarca vencem os sociais democratas com 22,2% e os populistas de direita descem para 11,8%.
  • (3) https://observador.pt/especiais/eleicoes-europeias-os-resultados-pais-a-pais/

POLÓNIA CONTRA IMIGRANTES? NÃO!

Muitas vezes, muitos dos seguidores do “politicamente correcto” acusam a Polónia de não aceitar imigrantes. A Polónia foi o país que mais imigrantes acolheu. Desde 2014 recebeu entre um milhão e milhão e meio de imigrantes da Ucrânia (cf. HNA). Isto num país com uma população de 37 milhões de habitantes. Os imigrantes ucranianos são refugiados da pobreza e de situações catastróficas no país. A Polónia é contra a imigração de muçulmanos e contra a imposição da EU nesse sentido.

A Polónia tem uma experiência histórica bastante negativa seja em relação a vizinhos europeus, seja a russos.

Na Polónia 30% dos alunos aprendem alemão, em 2017 eram 2,2 milhões; 1,5 milhões aprendiam russo e 1,4 milhões inglês.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo