A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS

O nó górdio do islão é a união de cultura e religião! E isto é que os políticos ocidentais parece ainda não terem percebido e por isso cometem tantos erros em relação à cultura de cunho árabe e às próprias iniciativas que tomam no sentido da sua emancipação.

O poeta muçulmano, Adonis, diz numa entrevista a El País: “O problema árabe é não ter separado a religião e a política”.  “Não pode haver uma revolução árabe sem uma separação total e radical  entre a religião e a cultura, a sociedade e a política”.

Esta é a realidade que não justifica que se ande a empregar demasiadas forças em soluções ocidentalizadas que teriam de rever a sua estratégia de apoio ao desenvolvimento humano também no que toca à estratégia de emancipação feminina nos estados muçulmanos! Facto é que as afegãs mais emancipadas são agora alvo do ódio dos extremistas.

A luta pela libertação da mulher, num sistema tribal patriarcal, seria talvez mais eficiente se viesse através da humanidade e empenho dos homens, que é preciso motivar! Enquanto a sociedade islâmica não reflectir suficientemente sobre as partes sombrias do Islão (iliteracia, dogmatismo, abdicação da individualidade no grupo, e carência de liberdade), a cultura árabe continuará a ser mal considerada (o que não ajuda ninguém!) e verá o problema humanitário continuado, enquanto em nome da religião, o sistema prosseguir oprimindo indefinidamente a pessoa humana. O povo persa e outras sociedades muçulmanas de origem não árabe e em especial uma elite cultural masculina e feminina a formar-se dentro do islão poderão contribuir para o seu progresso e criar uma nova matriz cultural. Nisto teria mais sentido, que o Ocidente centrasse as suas energias, a longo prazo.

Enquanto o Ocidente se comportar para com a civilização de cunho árabe, como se tem comportado até aqui, os povos islâmicos ver-se-ão obrigados a continuar a sua luta ad extra descurando a reflexão e transformação interna. Certamente a maioria dos muçulmanos já se encontra de consciência e de comportamento mais elevado do que muitos dos princípios maometanos advogam a nível institucional e propagado através das mesquitas.

Uma análise proveitosa para a cultura árabe pressuporia uma reflexão profunda por parte das elites muçulmanas e uma abordagem sem preconceitos por parte dos não islâmicos. O islamismo é uma realidade e tanto a islamofobia, como a islamofilia só ajudam o extremismo.

António CD Justo

Pegadas do tempo

FIM DO MODELO OCIDENTAL

O poeta sírio Adonis (muçulmano exilado em Paris), mostra o fim do modelo Ocidental, no seguinte poema:
“O Oriente fez perguntas infantis
Pedidos de ajuda
Enquanto o Ocidente, era para ele,
Um homem sábio que nunca erra.
Mas o mapa mudou
Agora o mundo está inflamado
E, Oriente como ocidente,
São uma sepultura, um amontoado
De ambas as cinzas”.
Uma boa semana para todos!
Tudo passa! A pessoa, essa vai prevalecendo!
António CD Justo
Pegadas do Tempo

O ESTADO DA SAXÓNIA NA ALEMANHA PROIBE O USO DA LINGUAGEM IDEOLÓGICA DO GÉNERO NAS ESCOLAS

No futuro, os caracteres especiais para línguas neutras em termos de gênero não serão mais usados nas escolas saxãs.
A Saxónia teve a coragem de pôr cobro à política de penteamento cerebral em voga. A estratégia é confundir as pessoas para se desorientarem, perderem a capacidade crítica e assim seguirem o pensar politicamente correcto ou poderem ser levados por qualquer ideia peregrina. Na baralhação não há quem se entenda e quem se ri são os que lançam os foguetes ao verem o pessoal a correr atrás das canas!
Esta medida escolar pressupõe um retorno a um estilo de escrita claramente estruturado. A linguagem querida por activistas de gênero ignora o masculino genérico pressupondo nele uma discriminação teórica que na realidade não existe.
Em vez disso, a negação do gênero genérico leva a resultados obscuros: na verdade, a palavra professora também não seria uma forma feminina, porque o “professor” está nela!!!
Esta será uma história sem fim porque após introduzida a linguagem do gênero para igualdade dos direitos humanos ter-se-ia de começar a trabalhar pela igualdade de direitos dos animais também masculinos agredidos pelo feminino genérico: a cobra, a ratazana…
Muito já foi alcançado em nossa sociedade pela igualdade de gênero e são feitas tentativas para abolir todas as formas de discriminação factual.
O bom senso saxão seria uma boa orientação.
António da CD Justo
Pegadas do Tempo

PENSANDO EM TEMPOS DE COVID-19

Nesta era do medo em que vivemos, quando se fala da vacina contra o Covid-19, de política ou de temas considerados tabus, é muito provável que a discussão escorregue para águas ideológicas e os interlocultores façam uso do insulto ou da depreciação como arma.

As pessoas que não são vacinadas são, muitas vezes, apelidadas de “estúpidas”, “irresponsáveis”, “ignorantes” ou “anti-sociais”! Esta atitude ameaça tornar-se num veneno para a sociedade, embora se saiba que viver de imagens inimigas ancoradas em opiniões fixas não ajuda ninguém e testemunham a falta de exercício do pensamento.

Na falta de argumentos muitos recorrem à difamação, quando o que se precisa é de um diálogo objectivo, respeitoso e construtivo na ciência, na política e na sociedade!

Dizer mal das pessoas não vacinadas e pressioná-las a agir destrói a confiança, também no nosso sistema de saúde. Nem a todos é dado ter confiança e ela não pode ser forçada nem imposta.  

Em democracia, é evidente que as pessoas não estão sujeitas apenas à vontade inflexível da maioria; em muitas questões, a decisão pessoal é soberana. O direito a tomar decisões próprias implica o respeito pelos outros.

Também é claro que a liberdade verdadeira tem a responsabilidade como companheira!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

A POLÍTICA MULTICULTURAL DA UNIÃO EUROPEIA BENEFICIA O GUETO ISLÂMICO

Imigração continua a ser um assunto tabu no discurso público

Não é justo generalizar os perigos trazidos à sociedade e à cultura de um país por imigrantes!

Estou farto de ser tratado como “pessoa de contexto migratório” e deste modo ser envolvido na generalidade dos muitos crimes praticados na sociedade alemã e que são comprovados e excessivamente realizados por imigrantes de cultura árabe!

Não mereço ser discriminado pela negativa ao ser metido no mesmo saco! Como referência chegaria a minha pessoa e o ser português!

Para se ser justo com imigrantes, a imprensa e os multiplicadores sociais poderiam diferenciar  entre imigrantes e imigrantes: é um facto que certos problemas sociais e culturais vêm mais da migração muçulmana e de imigrantes traumatizados pela guerra; de facto, a cultura e a sociedade islâmica afirmam-se, em regra, através do Gueto e da contraposição da sua cultura em relação à cultura onde se introduz! A excepção de alguns só confirma a regra!  

Por que será que para se encobrir e desobrigar parte do grupo maioritário, que é o muçulmano, se recorre, na opinião pública, a uma generalização dos problemas deste grupo utilizando, para isso, a designação “pessoas de contexto migratório” como qualificação abstrata para englobar todos os imigrantes e seus descendentes e assim não se poder saber a origem específica de quem é quem.

Porque esconder o erro em vez de valorizar a virtude?  Porque não dar preferência a uma política intercultural que seria inclusiva e, em vez disso, se persiste em continuar a manter na ordem do dia a política multicultural que é exclusiva, sendo esta mais propícia a introduzir cavalos troianos?

A política multicultural, na prática, só beneficia a cultura árabe e isto sob o pretexto de se querer fomentar a multicultura. A quem serve esta política? Aos imigrantes não!

Porque não sermos mais justos também para com os migrantes/exilados se, o que está na base da sua boa ou má recepção, são interesses não declarados, isto é, a falta de mão de obra para a economia europeia e compensar a falta de população jovem de Estados com fraca quota de fertilidade, etc (Deste modo, através de uma política de informação confusa, fomentam-se agressões contra estrangeiros quando o que está em jogo são interesses de grupos da sociedade acolhedora, interessados em ter clientes ou em ter os estrangeiros como massa de manobra barata a poder ser usada como arma na concorrência.

Que os grupos muçulmanos se fechem em Guetos não é de criticar porque desse modo defendem os seus interesses culturais para a posteridade. A chamar à responsabilidade seria a classe política europeia, a economia e ideologias a ela atreladas. Mal dos imigrantes e do povo quando são instrumentalizados para encobrir a exploração em jogo, que não é, na sua essência diferente da de séculos passados!

Já chega da cega política multicultural! Esta só interessará à cultura árabe e a uma ideologia internacionalista com a finalidade de desestabilizar a cultura ocidental! É dever das elites de cada país – legitimadas pelo povo para defenderem o bem-comum –  assumirem responsabilidade e, para tal, criarem regras e condições que levem a evitar que se instalem cavalos troianos nele; para isso seria necessário questionar o nosso sistema económico e o agir da classe política (Que mudou? Antes os senhorios viviam das terras arrendadas e dos servos da gleba, e hoje os Estados ricos vivem da exploração dos habitantes de outros países!)! Facto é que os coitados serão sempre as pessoas da gleba, o povo seja ele nacional ou imigrante.

O Zeitgeist do pensar politicamente correcto europeu, para defender a classe dominante, tem criado tabus na comunicação social (e até dentro do pensamento!) tornando perigoso falar-se em público de temas como este e assim serve um poder e um senhor não declarado à custa da pessoa humana e da própria tradição. Entretanto incorre na contradição de, para aceitar outras culturas, se ver obrigado a negar a própria (negação da cultura que deu origem aos valores de humanidade e democracia, que pretende impor lá fora)!

Chega de discursos de embalar! O discurso sociopolítico tem que começar a tomar a sério o islão e a própria cultura! Chega de criar ilusões e enganos! Ilude-se o povo com esperanças balofas que a situação das mulheres muçulmanas melhorará e que a cultura muçulmana evoluirá! Facto é que através dela e das medidas de combate ao terrorismo a liberdade do cidadão é cada vez é mais coartada.  A cultura muçulmana, enquanto não se abrir ao outro, será muito boa para ficar em casa.

O socialismo islâmico aliado ao princípio base da evolução, que é a afirmação e confirmação do mais forte, tem em si a coerência necessária para um futuro sustentável! Erra quem pensa que, em geral, as mulheres islâmicas pretendam a emancipação (há, de facto, algumas excepções devido a “contaminações”)! O espírito do islão implica a sujeição e esta está antropológica e sociologicamente internalizada tanto em homens como em mulheres (daí não se poder esperar grande contributo das mulheres muçulmanas para a igualdade de Homem e de mulher, à maneira da mundivisão ocidental)!

Esta é a tragédia que confirma o futuro e justifica a posição dos Talibã, EI e outros movimentos extremistas islâmicos. E nós vamos falando destas coisas enquanto outros usam e abusam delas!

Não falo do que ouvi dizer, falo do que experimentei e sei, também na minha qualidade de ex-porta-voz do Conselho de Estrangeiros de Kassel.

A imigração pode, porém, tornar-se num grande enriquecimento social e cultural de cada país.

António CD Justo

Pegadas do Tempo