ENCONTRO DE JESUS (PODER ESPIRITUAL) COM PILATOS (PODER HUMANO)

No acto do julgamento de Jesus por Pilatos, relatado por João 18 e 19, dá-se, o encontro de dois reinos, dois poderes: o messiânico espiritual e o temporal (este também com os representantes da instituição religiosa)! Por isso Pilatos não queria condenar Jesus como homem porque nessa qualidade não encontrava nele culpa alguma e, por isso, procurava maneira de deixá-lo abandonado ao poder religioso, dado Jesus se ter declarado messias e limitado a sua missão ao reino espiritual.

Jesus vai ser vítima reduzida a bola de jogo entre o poder estatal e o poder institucional religioso, dois poderes envolvidos na luta pelos próprios interesses institucionais sem lugar para o reino de Deus, para o humano individualmente (1). Jesus é acusado por querer representar o poder divino no seu cargo de messias. Pilatos sabia que o que no tribunal estava em jogo eram dois domínios, dois poderes: a pretensão de Jesus Cristo e a de Pilatos. Pilatos, representante do império, sente-se enfrentado mais que pelo poder espiritual, (o rei messiânico dos judeus), pelo chamamento de Jesus a deixar-se envolver pessoalmente pela sua missão espiritual. Por outro lado, o Sinédrio queria ver-se livre de Jesus porque Ele provocava a sua autoridade institucional. Jesus ao afirmar-se o messias (Messias significa “o ungido”, o rei), segundo a opinião dos 71 membros do Sinédrio, comete blasfémia, por isso concluem: “Ele blasfemou contra Deus! ele é o culpado!”

Os representantes religiosos ao quererem ver Jesus condenado pelo representante do imperador têm em vista um xeque-mate político para se livrarem de tumultos populares. Pilatos, porém, procurou alijar de si a responsabilidade como muitas vezes acontece entre os representantes do poder. Empurram a culpa para frente e para trás e o mesmo continua nos tribunais e no entremeio esvai-se a humanidade. Neste processo sobressai a maneira como as duas instituições (estatal e templo) empurram a responsabilidade uma para a outra. Esta tensão continua hoje como ontem porque os dois poderes se legitimam em clientelas diferentes com poder real nos cidadãos e umas vezes numa relação de rivalidade outras numa de colaboração, muito embora conscientes que dependem um do outro, a não ser em ditaduras. Também por isso se assiste no mundo ocidental a uma luta mais ou menos declarada contra Deus e contra a religião! Uma vez destronado Deus passam a ter poder absoluto os “deuses” do Olimpo! Disto deveriam estar conscientes os que por razões diversas lutam contra Deus e contra a religião. Matar Deus corresponde a atraiçoar o povo e entregá-lo à arbitrariedade dos senhores do Olimpo e aos vendilhões do templo.

Pilatos, ao perguntar sarcasticamente a Jesus se Ele era “o rei dos judeus”, queria certificar-se por um lado se tinha a ver com um representante do poder e, por outro lado, a maneira de descalçar a bota para o despachar para o Sinédrio!  Jesus ao replicar “Perguntas isso por ti mesmo ou são outros que o querem saber? „confronta Pilatos na sua atitude pessoal em relação a Jesus, porque no Reino de Deus o que conta é a atitude pessoal mesmo quando envolvida em papeis que se possa assumir ou representar na sociedade. Pilatos que não quer ver o interrogatório sob o aspecto pessoal, mas funcional insiste, “Então és rei?”. Jesus não abdica da sua missão e ao responder dirige a pergunta de maneira a interpelá-lo pessoalmente: “Tens razão em dizer que sou rei. De facto, foi para isso que nasci. E vim para trazer a verdade ao mundo. Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Pilatos não gostou da afirmação de Jesus “Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Com ela Jesus estava a alargar a sua missão também a ele na qualidade de pessoa que tem também o cargo de governador. Pilatos que já tinha constatado a inocência de Jesus não estava disposto a aceitar também a sua mensagem da verdade e por isso desvia o  desafio de Jesus para canto com a pergunta “O que é a verdade?” e, sem reflectir na resposta anteriormente dada por Jesus, dirigiu-se ao povo dizendo “Ele não é culpado de crime algum” ; Pilatos procura então sugerir uma solução que salvava a sua posição e a de Jesus dizendo “é vosso costume pedir-me que solte alguém da prisão todos os anos pela Páscoa”. Pilatos para insistir que no julgamento o que estava em questão não era o comportamento de Jesus, mas a sua messianidade insiste: “Então, não querem que vos solte o rei dos judeus?”. A voz do sinédrio ecoou através do povo dizendo “Não! Não soltes este, mas sim Barrabás (bandido)!” Pilatos que sabia das andanças como se cosem os interesses das instituições que os fazem ser representados pelo povo, usou de uma metodologia psicológica para ver se conseguia mudar a opinião do povo, mandando para isso açoitar Jesus, para depois o apresentar ao povo. Então os soldados romanos açoitaram Jesus e “fizeram uma coroa de espinhos e colocaram-lha na cabeça, vestindo-lhe um manto cor de púrpura”. Pilatos disse então para a multidão “Eis o Homem!”. Ao vê-lo, os principais sacerdotes e os guardas do templo gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!  Pela nossa Lei deve morrer, porque se intitulou Filho de Deus.” Pilatos, entre a espada e a parede, dirige-se mais uma vez a Jesus dizendo „Não compreendes que tenho poder para te soltar ou para te crucificar?”; Jesus, porém não abdica da sua missão e responde: “Não terias poder nenhum sobre mim se não te tivesse sido dado do alto”.

O sinédrio ao ver a hesitação de Pilatos apresenta um argumento fatal a nível interinstitucional dizendo: “Se soltares esse homem, não és amigo de César. Quem se proclama rei é culpado de rebelião contra César!” O governador, ao ver o seu cargo e o seu juramento de lealdade ao Imperador questionado pelas autoridades do templo, torna-se também ele cúmplice na condenação de Jesus à morte, mas aproveita ainda para gozar com as autoridades do templo, dizendo “O quê? Crucificar o vosso rei? „ e os sacerdotes disseram: “Não temos outro rei senão o César”! Com esta confissão o sinédrio atesta a sua fidelidade ao imperador e a infidelidade para com o próprio povo. „Então Pilatos entregou-lhes Jesus para ser crucificado” (cfr. Jo. 18 e 19). Neste processo é bem de notar como a vida de Jesus e com ele a do povo se encontram entregues nas mãos dos interesses interinstitucionais e dos que assumem os seus papeis.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

Teólogo

(1)  Marcos e Mateus circundam o julgamento de Jesus entre a relação da missão de Jesus  (messias)  e a do templo (sinédrio) (ficando-se na questão da culpa: Judas (com as trinta moedas que quis devolver aos sacerdotes mas eles não aceitaram, arremessa-as então no templo e vai enforcar-se).

OPORTUNA E SIMBÓLICA INICIATIVA DE FRANCISCO PELA PAZ – CRIAR ESPAÇO PARA A MATERNIDADE NA SOCIEDADE

O mundo está precisando de uma mãe, de uma mãe de toda a humanidade sem discriminações, uma mãe que modere os interesses de instituições poderosas que abusam do poder, que usam mal da masculinidade para manterem os povos como seu rebanho e não como irmãos.

No coração de cada um de nós encontramos aquela parte mãe em nós, aquela energia maternal e criativa tão esquecida e atafegada por um mundo cada vez mais macho e, na arrogância,  alheado de si mesmo.

Em 2022 o Papa tinha dedicado o dia 25 de Março como um dia especial para rogar pela paz na Rússia e na Ucrânia. Neste sentido convocou todo o mundo, todas as pessoas para terem presente o dia 25 de Março dia da renovação da consagração da Rússia e da Ucrânia ao imaculado Coração de Maria, a rainha da Paz.

Cada pessoa é chamada a realizar no seu coração a consagração dos dois povos à rainha da paz.

Um bom domingo para todos!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

DECISÕES DA ASSEMBLEIA FINAL DO CAMINHO SINODAL ALEMÃO

Uma Provocação alemã? Se sim – qual o porquê?

Medidas concretas tomadas pela assembleia sinodal para a Igreja na Alemanha:  de futuro em todas as dioceses serão possíveis celebrações de bênçãos para casais homossexuais. Já tinha havido uma reforma da lei católica do trabalho em 2022, segundo a qual a igreja também não despede uma gerente de creche que viva numa relação lésbica. A igreja católica emprega cerca de 650.000 pessoas a tempo inteiro, das quais 500.000 trabalham para a Caritas. E mais de 600.000 pessoas trabalham como voluntárias da Igreja Católica.

Leigos empossados, homens e mulheres, também podem pregar nas diferentes liturgias da igreja de modo a que a igreja se torne sinodal com mais participação em todos os níveis.

A bênção da igreja não será mais negada aos divorciados que se casem novamente.

Na última assembleia sinodal em Frankfurt, no terceiro dia (19.03) foi eleito um “Comitê Sinodal” que consta de 27 bispos diocesanos, 27 membros eleitos pelo ZdK (Comitê Central dos Católicos Alemães) e outros 20 membros agora eleitos pela assembleia (1). O “Comitê Sinodal” manterá o processo de diálogo entre representantes dos bispos alemães e representantes dos leigos e trabalhadores da Igreja.

Na assembleia do caminho sinodal (2) os membros revelaram-se capazes de compromissos embora alguns aspectos doutrinais tivessem de ficar em aberto para serem resolvidos no sínodo no Vaticano pelo Papa Francisco (diaconado para mulheres, celibato). Houve um clima de discussão-argumentação nas reuniões, muito característico do espírito discursivo alemão. Bispos e líderes leigos têm-se debatido de forma mais política do que piedosa por encontrar compromissos. As resoluções do caminho sinodal têm um aspecto de recomendações e de apelo ao Vaticano.

Houve muita discussão sobre a abertura do sacerdócio às mulheres e sobre o celibato (3). Os bispos exigiram abertamente o diaconado para as mulheres. 93% da assembleia geral e 80% dos bispos votaram a favor; neste assunto aassembleia sinodal alemã apenas fez um apelo à igreja universal e ao Papa Francisco.Em outubro será realizado o sínodo mundial no Vaticano e também tratará das decisões da assembleia alemã.

Certamente o sínodo em Roma surpreenderá muita gente e não desiludirá muito os defensores de reformas. Quanto à bênção dos homossexuais e a abolição do celibato obrigatório tudo leva a entender que a assembleia sinodal de outubro no Vaticano oferecerá diferentes soluções para as respectivas culturas e igrejas regionais, obedecendo ao  lema: diversidade e unidade na igreja universal. Acho que tais mudanças são possíveis sem que a Igreja Católica se torne protestante; o seu maior problema será o da politização nas suas fileiras! A discussão pública na Alemanha sobre o caminho sinodal tem sido controversa e polarizada fazendo lembrar uma discussão entre partidos sobre uma instituição de grande relevância social, mas conduzida sob aspetos políticos sem grande preocupação espiritual. A discussão dos problemas é ainda mais dificultada pelo facto de nos encontramos num contexto político-social histórico adverso ao cristianismo por razões de domínio de caracter político que tende a reduzir a pessoa a mero cliente.

Alguns críticos temem que as discussões possam separar a Igreja Católica na Alemanha da Igreja universal. Outros veem no caminho sinodal uma oportunidade para a Igreja enfrentar os desafios da sociedade moderna.

Um dos argumentos teológicos em favor da mudança baseia-se na atitude cristã primitiva de interpretar os sinais dos tempos (um elemento da revelação) para que a igreja não se ausente da vida real.

No meio de tanta discussão o Papa encontra-se numa situação desconfortável e difícil porque o poderá levar a sentir-se só com o Espírito Santo: não será fácil conciliar a fé cristã com uma política mundana orientada por maiorias. Por outro lado, os sinais dos tempos não parecem indicar que se deva submeter a doutrina bíblica e eclesial a simples tradições de ética sexual, sejam eles do passado ou do presente. Tentar limitar hoje a sexualidade ao matrimónio sacramental revela-se ainda mais difícil que manter o celibato obrigatório para todos os padres.

Numa altura em que a pastoral (aplicação prática da doutrina e dos sacramentos sob orientação do bispo) tende a acentuar-se sobre a teologia (ciência que procura penetrar o conteúdo da fé por meio do método discursivo e da reflexão para dar resposta  às vicissitudes do presente, e uma resposta para o futuro) seria uma oportunidade para a mística cristã (religiosidade da vivência do encontro pessoal com Deus e da contemplação dos mistérios divinos) poder vir a assumir (finalmente!) um papel mais determinante na vida eclesial.

O Papa certamente continuará fiel à sua exortação sinodal “Querida Amazónia” defendendo uma reforma a partir da base, sem masculinizar as funções da mulher, mas que deve feminizar a praxis eclesial (4).

Na cultura alemã sobressai a racionalidade e a natureza científica envolvidas por uma forte ética de trabalho e amor pela ordem e estrutura deixando pouco espaço para a espiritualidade/religiosidade. Embora a religião cristã continue a ser uma parte importante da herança cultural alemã e da vida cotidiana de muitas pessoas, ao mesmo tempo observa-se uma perda crescente da fé e uma dispersão em práticas espirituais alternativas. Há muita procura e vontade de experimentar em práticas e filosofias espirituais alternativas, tendência esta que corresponde ao espírito do tempo que aposta mais na afirmação do ego e do hedonismo. A religiosidade é mais crença do que fé (pistis). É sintomático o facto de a língua alemã usar uma só palavra (Glaube) para designar crença e fé (Pístis).

Pelo que pude observar nestes últimos três anos da discussão dos temas do Caminho Sinodal, esta mais me parecia uma discussão político-social com pouco a ver com o espírito religioso ou com a fé. Fica-se mais pela liturgia da palavra do que pelo aspecto místico da devoção sendo a religião muito psicologizada e, como tal, orientada para as coisas deste mundo. Encontra-se tudo mais centrado e conotado com valores socialmente utilitários como justiça, solidariedade, direitos humanos, democracia e paz. Sente-se a falta de valores cristãos como fé, amor a Deus, devoção, respeito ao próximo, caridade, bondade, esperança e paz. Por vezes sobressai a impressão de se procurar apenas a autorrealização, e de se querer salvar e melhorar o mundo por conta própria.

O discurso público e religioso encontra-se unilateralmente politizado, facto que se observa cada vez mais na opinião pública europeia; a politização da vida ameaça empurrar para longe todas as outras áreas da vida pública.

Na edição de fim de semana do jornal alemão que assino verifico que párocos católicos e evangélicos no seu espaço do jornal falam de temas da actualidade com alguma possível referência final bíblica, mas quase nunca há uma referência a Jesus Cristo ou a algo que tenha a ver com espiritualidade (o pároco está presente, mas ausente a conotação da religião/espiritualidade que representa). Resume-se tudo a alimento para a mente como se fosse embaraçoso falar de Jesus Cristo ou de espiritualidade. Mesmo em textos do episcopado sobressai uma linguagem administrativa mais adequada à teologia do que à pastoral. Na pastoral, muitas vezes, são usadas palavras muito sensatas que têm mais a ver com temas e sistemas seculares de pensamento do que com um sistema religioso de atitude cristã em relação com Deus. Pela impressão que tenho da maneira de ser alemã centro-norte, a pessoa está mais centrada em si mesma procurando encontrar em si a força para agir não contando muito com o apoio de outras dimensões da realidade como a fé, a graça e a oração. Na consciência social a espiritualidade encontra-se bastante privatizada.

Se os alemães exageram o debate a ponto de o politizarem e polarizarem, os portugueses mantêm uma cultura de debate público subdesenvolvida e por isso a opinião pública assume uma dimensão apenas vertical quando uma eclésia e uma verdadeira democracia deveriam dar mais valia à horizontalidade (fraternidade dos filhos de Deus)! Tudo cresce de baixo para cima!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) Após o término do Caminho Sinodal, as deliberações sobre as reformas da Igreja Católica devem continuar em um “Comitê Sinodal”. Para garantir que essas resoluções não fiquem apenas no papel, as coisas devem continuar – há uma série de tarefas: algumas coisas devem ser implementadas pelos bispos individualmente, algumas coisas pela conferência dos bispos, outras ainda precisam de mais trabalho em novas comissões e grupos de trabalho, e no que diz respeito ao ensinamento da Igreja, é submetido ao Papa em votação.

O Comitê Sinodal deve continuar e implementar o trabalho do projeto de reforma nos próximos anos. Bätzing: “O caminho sinodal não leva a uma divisão nem é o começo de uma igreja nacional. Rejeito firmemente tais alegações obscuras mais uma vez.”

(2) O objectivo do caminho sinodal é encontrar novas maneiras de proclamar com credibilidade o evangelho de Cristo. Para que isso aconteça, os membros da Assembleia sinodal seguem uma dupla escuta: por um lado, todos os membros se escutam sinceramente e, por outro lado, escutam o Espírito Santo. (Na escuta dos membros entre si geralmente trata-se de uma escuta a nível de elites imbuídas da cultura típica que as envolve!). Inclui os membros da Conferência Episcopal Alemã, 69 representantes do Comitê Central dos Católicos Alemães e outros representantes de serviços espirituais e escritórios eclesiais, jovens e indivíduos (Assembleia sinodal é composta por 230 pessoas). Resumo das quatro Assembleias sinodais em alemão:  https://katholisch.de/artikel/44051-beschluesse-offene-enden-und-hindernisse-wo-steht-der-synodale-weg

(3)  Até 1023 havia padres casados. O que é decisivo é a capacidade e o chamado de Deus para transmitir o amor a Deus.

(4) Sobre exortação sinodal “Querida Amazónia”: https://antonio-justo.eu/?p=5803

 

CONFIANÇA DIMINUÍDA NOS MEDIA DE SERVIÇO PÚBLICO (ESTATAIS)

Na Alemanha, as pessoas estão sobretudo preocupadas com as mudanças climáticas, a guerra na Ucrânia e a desinformação nos social media (meios de comunicação social) de serviço público (estatais).

Apenas 70% confiam na cobertura política dos media de serviço público (oficiais).

Segundo dois estudos na Alemanha Ocidental, 73% dos cidadãos consideram as notícias políticas credíveis e na Alemanha oriental apenas 58%.

Interessante as percentagens a nível partidário: 96% dos eleitores do partido Os Verdes confiam nos media de serviço público e 81% dos eleitores SPD. A cifra é de 78% para os partidários da CDU/CSU e de 65% para os votantes do FDP e apenas 16% do AfD.

Um pequeno grupo considera as notícias dos social media (os media oficiais/estatais) como fake news controladas pelos “poderosos”.

O estudo é baseado em pesquisas do Instituto de Pesquisa de Opinião Infratest e do Instituto de Pesquisa de Opinião USUMA.

64% têm muito ou muito medo da desinformação e seu impacto na sociedade. Oito por cento mais do que há dois anos, de acordo com um estudo da Fundação Konrad-Adenauer (HNA, 20 de março de 2023)

Interessante de notar que os eleitores dos partidos do governo são os que mais confiança depositam nas informações dos media oficiais (aqueles media para que todo o cidadão é obrigado a contribuir mensalmente). As emissoras de serviço público (estatais) na Alemanha, ou seja, ARD, ZDF e Deutschlandradio, são financiadas com a taxa de licença. Atualmente, a ARD tem nove emissoras estatais sem publicidade (NDR, RB, WDR, hr, SR, SWR, rbb, MDR, BR e além disso, a Deutsche Welle).

A taxa trimestral de transmissão para as emissoras públicas é atualmente de 55,08 euros, isto é 220,32 euros por ano. Quem é proprietário de apartamento ou more nele, é legalmente obrigado a se registrar. Estão isentos os que vivem da assistência social

Em 2021 as taxas de transmissão para as emissoras públicas de TV e Deutschlandradio somaram 8,4 bilhões de euros. Não é sem motivo que o Estado disponibiliza tão grandes quantias possibilitadoras de ordenados altamente exagerados! Da informação depende tudo!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

AS 15 ESTAÇÕES DA VIA SACRA

VIA SACRA

No seguinte texto vou reflectir um pouco no sentido da espiritualidade da via crucis. Inicialmente meditava-se sobre as 8 estações do calvário referidas nos evangelhos; posteriormente foram ampliadas.

  1. Jesus é condenado à morte

Ao ser condenado à morte, Jesus não abre a boca; ele sabe que perante quem se arma em juiz não há argumento profundo porque o juiz segue uma visão dualística que não permite um diálogo ao nível de sujeito para sujeito (de caracter inclusivo).

Em todo o interrogatório das autoridades romanas e do sinédrio Jesus apenas responde a Pilatos dizendo que é o „testemunho da verdade”). Pilatos pergunta “o que é a verdade?”. Jesus não responde certamente porque sabia que Pilatos, não entenderia uma resposta que desse porque só a equacionaria no sentido do discurso de direito (racional, na tradicional mentalidade exclusiva do ou… ou); este discurso não conhece pessoas nem relação, apenas conhecem objectos e interesses, prémio ou castigo.

Os interesses que se juntam em torno dos juízes, do direito, da política e da religião, muitas vezes à custa da relação humana e de uma verdade mais profunda. A verdade é processo e, a nível real-místico, só se encontra na relação pessoal, na inter-relação do eu e do tu com o nós.

O caminho do calvário é a resposta do silêncio a uma sociedade empedernida, incapaz de compreender o que é a Verdade dado esta ser relação e nunca uma abstracção intelectual a serviço deste ou daquele poder. Por tudo isto Jesus emudeceu! Só tinha a hipótese de calar, mesmo perante a boa vontade de Pilatos que perguntava num cenário de mentalidade dualista do poder, a mentalidade ordinária do dia-a-dia; uma resposta a nível de justiça só poderia contribuir para o barulho e confusão de que a lei vive.

  1. Jesus toma a cruz aos ombros

Depois do encontro com as autoridades Jesus pegou na cruz aos ombros, não uma cruz culpabilizante nem justificadora; era a cruz da vida e dos males acumulados pela história da vida…. Foi então desprezado pela multidão do povo, porque também este só repete o que os chefes pensam, dizem e mandam… O povo fraco, geralmente coloca-se ao lado dos fortes, numa reacção compensatória da própria impotência. Mas Jesus não vinha para os fortes da sociedade nem para os que tinham adquirido o mérito de bons à custa da objectivação do que é sujeito, do inobjectivável…

Os dirigentes e o povo não aceitam reconhecer em Jesus as próprias feridas porque inconscientemente sabem que se tivessem a nobreza de alma de Jesus teriam de questionar a vida leviana a que foram acostumados e em que investiram…

Os soldados vendam-lhe o rosto, para lhe poderem bater; estão habituados a não encarar a vida de rosto no rosto; contentam-se com viver uma vida em segunda mão, uma vida de outros que é a negação da vida. Jesus, na tradição do servo de Deus (Is 53,33 s) suporta os pecados dos outros.

Não o querem na cidade, querem-no extramuros; numa reacção inconsciente querem-no nos caminhos fora dela onde se encontram os excluídos da sociedade (esquecem, porém, que lá é que se encontra Deus a incluir toda a humanidade). Ao colocá-lo fora dos muros fizeram inconscientemente como manda o dia-a-dia da normalidade… Carregam-no com as traves (um símbolo da horizontalidade a outra da verticalidade; Jesus leva o mundo às costas no que ele tem de pesado; transporta o peso da própria cruz não o deixando para os outros; com uma consciência superior assume também os males dos outros.

Querem-no fora porque, no seu entendimento, um messias teria de andar pelos seus caminhos e seguir a obrigação de perfeccionismos e de virtude passadas a ferro pela sociedade, teria de seguir a ordem social e familiar como qualquer outro… Nem tão-pouco os amigos aguentam a realidade de um homem adulto que encara a vida de frente sem culpar ninguém. Eles querem Deus, à sua maneira, pelo que Jesus terá de ir morrer como o enforcado fora do povoado e, longe dos homens e de Deus; Jesus, porém segue o caminho sempre em frente em silêncio; ele sabe que na mentalidade do povo um condenado pela lei é considerado um amaldiçoado de Deus (Dtn 21,23).

Deus permite tudo isto porque assim mostra que uma vida vivida só orientada pela lei é destrutiva, individual e institucionalmente… Jesus encontrava-se repleto de Deus e mostrava, no seu andar, quão diferentes são os caminhos da Verdade em comparação com os caminhos da normalidade de povo, governantes, religiosos e políticos. Como se mantêm prisioneiros de uma visão dualista da vida pensam que Deus se vingou em Jesus como se Ele fora um amaldiçoado de Deus.

Não, aqui não se trata de castigo; aqui está em jogo o assumir de uma nova consciência, de uma nova maneira de ser e estar no mundo que integra o mundo todo em si. No calvário não se trata de realizar uma pena devida à humanidade; Deus não é nenhum justiceiro como o quereria a mentalidade dualista e instrumentalizadora de quem nos governa. Deus não precisa de resgate… Ele caminha connosco, contigo e comigo, de maneira inclusiva e amorosa, assumindo também o sofrimento, numa reacção positiva à vida.

  1. Jesus cai sob o peso da cruz

Ninguém podia entender o núcleo da sua boa nova onde não há as instituições da violência e da repressão. Jesus tinha ferido profundamente a religiosidade popular e institucional do povo ao criticar a instituição e as práticas religiosas e ao afirmar a Boa-nova da alegria que não culpabiliza ninguém e deste modo desmascara os cães de guarda de Deus e do Estado. A crença e a lei constituíam elementos impeditivos de uma relação mais directa com Deus e com o povo. O JC anuncia uma metanoia para a liberdade e insujeição mostrando com a sua vida o preço da liberdade. As instituições querem, muitas vezes, um Deus grande, um Estado grande à custa da humanidade e do povo; Jesus Cristo convida a não nos orientarmos tanto por regras e moralismos, mas para através da relação com o interior divino… Jesus traz uma mensagem de alegria e não de tristeza. Ele quer as pessoas libertas do jugo do medo, por isso apela à mudança porque toda a vida é processo e transformação, não algo meramente estático fixado em lei ou normas que nos distraem do essencial: a relação pessoal e interpessoal. Jesus acaba com o pensamento em branco e preto, em termo de certo ou de errado; para Ele basta a fé, a experiência de amor que salva (Mc 5,13).

  1. O encontro de Jesus com Maria 

A mãe lá está, bem à margem do caminho, sofrendo no silêncio o mau caminho do seu povo. A mãe pensa como o filho e sente como mãe, por isso não fala, fica em silêncio (Há momentos em que só o silêncio pode falar, a conversa torna-se em barulho de altifalantes pensantes ensurdecedores: um falar para não ouvir a voz do coração, o outro a falar em nós).

Não são homens que batem, são as fardas dos soldados que chicoteiam o inocente em nome da ordem e da instituição.

O encontro de Maria realiza-se, sem falas, de coração para coração numa troca de olhares porque a verdadeira vida não é experimentável no mundo das ideias e das palavras. No brilhar das lágrimas dolorosos que saem do encontro de seus olhos sai uma luz, uma experiência diferente da vida ordenada e secular. Naquele olhar brilha o dia de Páscoa, aquele Dia em que é sempre dia sem adormecer e em que a dor não estorva. No encontro verdadeiro não há palavras porque estas só distraem da profunda vivência que só é possível no encontro de rosto com rosto.

Para chegar à luz da experiência daquele encontro houve o caminho solitário no silêncio da dor que liberta; no mesmo caminho da fé se encontram mãe e filho na consciência de que o caminho da fé é diferente porque leva ao encontro que chega até a abstrair da razão para chegar a “compreender” numa vivência de que tudo se encontra unido e não separado. No momento do encontro a mãe percebeu a dureza das palavras que o filho lhe dissera quando a evitou (colocando a coisa de Deus acima das coisas familiares e lhe disse “não sabias que me devo ocupar das coisas de meu Pai?” Lc 2,49 s); naquela trocar de olhares de mãe e filho a mãe compreendeu novamente que o caminho de Deus não contempla a amarra de laços sanguíneos; no encontro Maria viu que seu filho sempre teve razão, porque empenhado na libertação das pessoas olhando cada uma de olhos nos olhos, não se podendo por isso deixar perder em nenhuma delas, por mais amável que fosse; no encontro de olhos nos olhos ateia-se um novo fogo, o fogo do amor que torna tudo presença. Naquele encontro se realiza a metanoia (para lá do pensamento) que exige um repensar da normalidade que nos prende e cativa; neste olhar se realiza a maternidade de uma mãe que se alegra nos crentes e incrédulos. No encontro dá-se uma fecundação que gera nova realidade.

  1. Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a cruz

Os soldados têm pressa e colocam a cruz aos ombros de um homem de fora, um homem da margem que viu pela primeira vez Jesus. Um homem de fora, que se encontrava ali por curiosidade, ajuda Jesus a transportar a cruz (Lc 23,26). Que terá levado Simão a observar a via crucis de Jesus? Ele sentiu-se levado por aquela força que nos leva a assistir quem precisa no momento oportuno. Simão são muitos, são a multidão que ajuda de fora sem perceber o que realmente está a acontecer.

  1. Verónica chega a Jesus o sudário para limpar o rosto

A Verónica, numa reacção espontânea, limpou o suor do rosta de Jesus, como refere a legenda do séc. 12. Verónica aquela mulher já preparada pela vida para a encarar de rosto no rosto, desejava que as dores e o suor não escondessem o rosto do Senhor. Na visibilidade do verdadeiro rosto de Jesus que se marca no lenço encontra-se a intenção de mostrar que, no que acontece no calvário, se esconde um verdadeiro rosto que é vivo e vivificante; as pessoas não devem continuar do lado de cá da vida fixadas a ver as marcas do caminho.… Jesus tem um rosto que nos olha. Na sua cara cada um de nós tem a oportunidade de reconhecer e ganhar um rosto.

  1. Jesus cai pela segunda vez

Encontramo-nos num mudo levedado pelo poder dualista de fariseus e Herodes que vivem de súbditos e dependentes; sistemas democráticos ou não democráticos tendem em manter o povo a olhar de baixo para cima e à procura do pão. A Tora, a lei encontra sempre um motivo para colocar alguém debaixo da cruz.

Os amigos assistem ao acontecimento de longe. Não querem ser identificados como seguidores de um condenado. Não entenderam nada de Cristo, encontravam-se como que aturdidos sob as enxurradas de ideias que lhes passavam pela cabeça. As ideias substituem o sentir e a empatia com Jesus; de Jesus tinham ouvido muita coisa que lhes ficara na cabeça e nos lábios, mas não tinha passado da barreira do entendimento para o coração, para acção. Não entenderam nada, ficando a girar no intelecto como o hamster a pedalar no seu criceto.

  1. Jesus encontra as mulheres chorosas de Jerusalém

As mulheres choravam como se tratasse de um caso de luto. Jesus que bem percebia o engano das pessoas que o seguiam e que não entendiam realmente o que se estava a passar. Então Jesus vendo que mortos choram os mortos, quebrou o silêncio e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai por vós e pelos vossos filhos!” Sim, Jesus previa aqui que muitos dos seus seguidores não entenderam que o que estava a acontecer era vida, e que apenas conseguiam ver o que se encontra sob as mortalhas (Lc 23,27-31); Jesus pressentia que as estruturas que ele criticara e revogara continuariam a subsistir sem que as pessoas tivessem um olhar de olhos nos olhos como o de Maria e Jesus, uma experiência vivência que eleva o Homem para Filho de Deus; elas entendiam muito de sentimentos, ideias, de leis e moral permanecendo prisioneiras delas sem assumirem a vida divina, a vida da cruz que cada filho de Deus é chamado a levar; não, os mortos são os que choram aquele que está bem vivo e aguenta com a dor sem a projectar em ninguém. Jesus via através das lágrimas aquilo que as motivava e ao constatar a comédia que a vida organiza não aguentou mais … e quebrou com o seu silêncio. As lágrimas não seriam em vão se no outro dia as pessoas fossem diferentes… Jesus quebrou o silêncio ante tanta falta de entendimento.

  1. Jesus cai pela terceira vez sob o peso da cruz

Se Jesus tivesse ficado na Galileia como muitos outros, como fazem aqueles que procuram o sucesso da vida, nada disto teria acontecido e o mundo continuaria na mesma, prisioneiro de ideias a viver ideais, longe da vida; se não tivesse levado tão a sério o seu Pai, se tivesse sido mais diplomático e hipócrita como todos nós, o sofrimento seria um pouco anestesiado pelo dia-a-dia. Em última análise Jesus é que foi o culpado por querer afirmar no mundo uma nova consciência de ser humano; uma consciência de homem livre e sem medo, liberta de opiniões e outras sujeições. Ele é culpado por ter ousado querer fazer de cada um de nós o caminho a verdade e a vida e não apenas expectadores e seguidores de seja quem for.

Jesus superou as medidas do bom pensar e do bom sentir. É abandonado dos homens bem-pensantes que se sentem obrigados a controlar e determinar o que é bom e o que é mau, o que é verdadeiro e falso. Sob a verdade destes homens sofre a Verdade que é vida e contacto directo com Deus. (Imaginem que alguém se distanciasse das escolas de ensino, das estruturas religiosas e políticas, das opiniões dominantes, seria deitado ao ostracismo tal como Jesus o foi. A malta quer é teatro para aplaudir ou condenar para seguir as práticas e as regras do jogo que se destinam a manter a hipocrisia, o domínio e as vaidades; imaginemo-nos que nos encontraríamos com Jesus de cara a cara de olhos nos olhos; isso não pode acontecer porque teríamos de nos tornar nus para não cairmos no equívoco de pensarmos que nos encontramos com o outro quando na realidade nos encontramos com a ideia que fazemos dele,  presos que andamos nos argumentos, do cálculo, da insensatez numa tática de vida a meias entre proveito e ânsia de vaidade,

Entendiam que Jesus deveria reagir à sua maneira, uma maneira dialética e polar do que é bom e mau pensar. De todos abandonado sem braços acolhedores, nem seio de mãe que o acolha fica entregue à liberdade dos braços de Deus. Dois criminosos a seu lado Lc 23,32

10. Jesus é despojado de suas vestes

Jesus confessa: “O Filho do Homem será entregue aos seres humanos”. Os discípulos não entendiam o significado daquelas palavras (Lc 9,44s).

Os soldados roubaram-lhe a roupa, mas embora ladrões, foram justos, à maneira mundana, no repartir entre eles a roupa (Jo 19,23-24). Roubaram-lhe a dignidade humana, a ética e agora fazem negócio com os seus restos.

11. Jesus foi pregado na cruz

No alto do monte, lá onde as ideias e as palavras se cruzam em sequências lógicas, Jesus é pregado na cruz e em nome da lei. Aquele Jesus queria levar tudo conscientemente até ao fim recusando mesmo o mórfico.

No contemplar da cruz, a inteligência e os sentimentos escurecem até à mudez. Jesus encontra-se sozinho e a sós com o Pai.” Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” (Sl 22,2).

 12. Jesus morre na cruz

Mais forte que a morte é o amor. Crucificaram-no “à terceira hora … e à hora nona (15h00) morreu” (Lc 15.44). Jesus não morreu para apaziguar o medo daqueles que têm medo de Deus… Jesus morreu como viveu, dando testemunho do Homem livre e comprometido com o Homem, perdoando sempre (Lc.23,34). “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

 13. Jesus é descido da cruz

Jesus morre abandonado dos seus e um estranho vem descê-lo da cruz. Já antes um samaritano (Lk 10,30-37), um estrangeiro cuida do homem roubado, não o padre, nem o doutor da lei. José de Arimateia- um homem honrado que esperava pela vida do messias, cheio de compaixão arranjou um lugar para colocar o corpo de Jesus, doutro modo teria sido colocado na vala comum dos crucificados… José tirou-o da cruz e envolveu-o num manto (Mk 15,42 – 46). Em torno da morte de Jesus também havia justos como este José (Lc 23,51).

 14. O Corpo de Jesus é colocado no sepulcro

Deus não é um Deus dos mortos mas dos vivos (Mc.12,26s), por isso tem de ser procurado entre os vivos. A José junta-se Nicodemos que trouxe mirra e aloés para ungir o Senhor. Depois o sepulcro encontra-se vazio; Jesus adiantou-se, “o túmulo se esvaziará tal como o meu, um dia, se esvaziará”!

 15. Deus despertou Jesus!

Teresa de Lisieux dizia, “não olheis para a cruz! Olhai para o crucificado!” Nele Deus continua a história de cada um de nós. Não procureis entre os mortos quem vive, Ele ressuscitou. O nosso Deus não é um Deus do destino, ele é um Deus da relação, um Deus que se trata com denominativos como: paizinho, mãezinha… Se Jesus tivesse morrido a revolução não teria sentido porque permaneceria abandonada à violência em sequências de ritos e rituais repetitivos através da História. Assim permanece um paradigma da vida e de relação de pessoas, da humanidade que é uma família divina a querer encontrar-se e a erguer-se para se encontrar de olhos nos olhos.

Nas sombras das asas do Senhor (PS 63,1-9), nas sombras do seu caminho minha alma se refresca da sede que tem de ti!

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e pedagogo

Pegadas do Tempo