Categoria: Cultura
AFORISMOS
CONFINAMENTO
Eu sempre desconfiei de muitas medidas do confinamento e apenas tomei a sério o Covid-19!
No reino da opinião todos ralham e todos têm razão!
António da Cunha Duarte Justo
MORTE
A luta contra a morte é o grande motor do desenvolvimento individual e cultural! O resto é música de acompanhamento!
António da Cunha Duarte Justo
MORREU HANS KÜNG HANS KÜNG – UM CRÍTICO CONTROVERSO NA IGREJA CATÓLICA
O teólogo Hans Küng morreu hoje com 93 anos em Tübingen. Ele tinha opiniões fortes e ao mesmo tempo foi um dos mais importantes lutadores pelo entendimento entre as religiões. Segundo ele, sem a paz entre as religiões não haverá paz no mundo. Nesse sentido empenhou-se muito com o seu conceito do ethos global.
Tematicamente lutou muito em defesa de uma Igreja empenhada nas suas raízes e na modernidade: queria uma Igreja voltada para a reforma. Ele desejava “mais Jesus e menos Papa”.
Junto com Ratzinger, Küng foi nomeado conselheiro do Concílio Vaticano II 1962-1965 e, mais tarde, tornar-se-ia num oponente forte do Papa João Paulo II e de Bento XVI; ele era contra o centralismo de Roma.
Como relata a HNA, há um episódio dos anos 60 que até hoje se conta em Tübingen: “Küng e Razinger eram colegas como docentes da universidade católica de Tübingen. Mas, enquanto Ratzinger vinha silenciosamente para a universidade de bicicleta, Küng vinha com o seu ruidoso Alfa Romeo. Enquanto Ratzinger fazia carreira em Roma, Küng tornar-se-ia o seu crítico mais ruidoso. ”
Sobre a sua ética escrevi o artigo: UMA ÉTICA MUNDIAL PARA A CULTURA DA PAZ – Mudança do paradigma institucional para o individual” que pode ser consultado em https://www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/uma-etica-mundial-para-a-cultura-da-paz ; Sobre a Eutanásia Hans Küng tinha uma posição própria; sobre a sua opinião escrevi o artigo A EUTANÁSIA E A MORTE ORGANIZADA em https://antonio-justo.eu/?p=3112
A Küng liga-me o seu empenho pela aplicação do Vaticano II e a Bento XVI a profundidade da sua teologia cristã: num compreendi o significado da modernidade e noutro o significado e importância da tradição.
Com Hans Küng cheguei a ter uma correspondência nos finais dos anos 70, tendo-me ele apoiado e oferecido alguns livros seus em português.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
PÁSCOA EM 2021
Esta é a segunda Páscoa confinada, com limitações e com inconvenientes fundamentais.
Vive-se prolongadamente a História da Paixão, na experiência da vida ameaçada e na espera de uma luz que se atrasa ou parece não querer chegar. A Páscoa traz uma dose de confiança como o Sol no amanhecer depois de uma noite talvez de insónias.
A falta de relacionamento com as pessoas e com a natureza leva à falta da ressonância do coração e do calor humano característio desta época, que muitas vezes se expressava no adro da vida na experiência especial do “Boas Festas Aleluia”!
É verdade que, com esta e com outras epidemias, surgem novos hábitos mas a bênção divina continuará.
Páscoa é vida na Esperança, é a vitória da vida sobre a morte, sobre o transitório, é a victória da luz sobre as trevas.
A ressurreição não é a continuação da vida anterior, mas uma transformação e mudança radical.
A Bíblia expressa essa experiência em imagens.
Temos a imagem do grão de trigo, da lagarta que se transforma em borboleta, temos a imagem das estações do ano, da alta e a baixa pressão atmosférica e psicológica que circunscrevem a vida e o clima.
Isto enquadra-se nas imagens que Paulo usava quando falava aos Coríntios constatando:
“Mas alguém pode perguntar: “Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo virão? ”
“Insensato! O que você semeia não nasce a não ser que morra.
Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente, como de trigo ou de alguma outra coisa.
Mas Deus lhe dá um corpo, como determinou, e a cada espécie de semente dá seu corpo apropriado.
Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra.
Há corpos celestes e há também corpos terrestres; mas o esplendor dos corpos celestes é um, e o dos corpos terrestres é outro.
Um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro o das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras.
Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível;
é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder;
é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.”(1 Coríntios 15:35-44)
Valerá a pena ousar a esperança na Ressurreição ou, pelo menos, no milagre da mutação na natureza, uns e outros juntos, numa caminhada comum, mesmo que esta pareça demasiado curta.
Desejo para todos nós a energia da esperança e da confiança.
Boas Festas para todos, Aleluia!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo