Autor: António da Cunha Duarte Justo
SOLIDÃO OU SOLEDADE
SOLEDADE
A solidão salutar é sombra da saudade,
Companheira fiel na jornada,
De artistas, filósofos, poetas,
Que, na quietude, encontram morada.
Por vezes, estamos sem ninguém,
Mas não estamos sós,
Pois por trás da dor sentida,
Há alguém que nos sustenta a voz.
Falta, às vezes, a conexão,
E surge, então, o amigo,
Qual unguento na aflição,
Alivia a dor, dá-nos abrigo.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
A CRIMINALIDADE AUMENTA DESMEDIDAMENTE EM RELAÇÃO AO INTERESSE EM COMBATÊ-LA
2023 registou na Alemanha 8 951 Agressões perigosas e graves com Facas
De acordo com o relatório de estatísticas criminais da polícia alemã, o número de agressões perigosas e graves com facas foi de 8 951 em 2023. O número refere apenas os casos registados pela polícia.
A Ministra do Interior Faeser apresentou propostas legais para tornar mais rigorosas as leis sobre o porte de armas: “Queremos que as facas só possam ser transportadas em público até um comprimento de lâmina de seis centímetros, em vez dos actuais doze centímetros e queremos uma proibição geral dos perigosos canivetes automáticos”.
A ministra quer evitar ataques com facas nos quais, na maioria dos casos, estão envolvidos jovens imigrantes. Segundo a sua proposta de lei, o culpado parece ser a lâmina mais longa da faca, pois o que sugere é alterar o comprimento da lâmina.
Politicamente lança areia nos olhos do cidadão porque o problema está na vontade de agir e na execução e não na faca; assim, o perpetrador é deixado de fora. Devíamos começar pelos perpetradores, não pelas facas e não apenas pela lei sobre as armas, porque o que deveria ser ajustada é a lei penal. Uma faca não é uma arma defensiva, mas sim uma arma ofensiva que pode levar ao homicídio. Uma ameaça de revogação da carta de condução influenciaria a vontade.
Para combater o terrorismo e a criminalidade grave organizada, a ministra quer também autorizar a utilização de software de reconhecimento facial.
Os meios de comunicação social e os políticos tentam ignorar ou calar muitas questões para evitar estigmatizar os refugiados e aumentar a xenofobia.Deste modo criam na sociedade percepções diferentes, nomeadamente: a dos beneficiados do sistema que ligam aos jornais e a do povo que no dia a dia está em contacto com os problemas reais! Ignorar o problema poupa os políticos, mas não o resolve; também não ajuda muito a resolver o problema a actual liberalização da concessão de nacionalidade alemã!
O facto é que são sobretudo jovens de origem muçulmana que sobressaem desmedidamente nas estatísticas de criminalidade entre ela a violação de mulheres; e isto apesar da conivência visível em jornais e TV ao evitar dizer a proveniência dos infractores chegando-se ao extremo de em alguns estados federais, as autoridades policiais serem instruídas a não dizerem a origem dos infractores.
A política e os fomentadores da opinião pública mostram-se mais interessados em defender interesses partidários políticos e económicos (de caracter internacional) do que em resolver e defender os interesses da própria população. E os mesmos partidos do arco do poder depois queixam-se hipocritamente do crescimento de partidos nacionalistas. Em vez de tentarem resolver os problemas do país gastam as suas energias a combater um populismo que nasce no povo pelo facto de tocar os interesses de classes partidárias instaladas não interessadas em resolver os problemas que tocam a sociedade em geral porque os recém-chegados são os seus potenciais votantes no futuro.
Por estas e por outras muitos políticos e jornais de influência não levam a sério os receios da população quando esta é que se vê confrontada com agressões na vida quotidiana.
Em vez de a política tentar generalizar certos problemas de caracter islâmico sob a capa indiferenciada dos estrangeiros e deste modo problematizar todos os estrangeiros deveria elaborar um conceito mais aferido a focos de criminalidade específica e tomar medidas que levem a uma integração dos estrangeiros em vez de assimilar problemas específicos na ordem social.
Não é com ideias peregrinas que se diminui a criminalidade como é o caso da proposta de alguns políticos ao sugerirem uma amnistia ou a oferta de subscrição grátis da Netflix para quem entregue a faca!
Por estas e por outras se vê como a política se desenraíza e distancia mais do povo e de seus interesses.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
ELIMINAÇÃO DO LÍDER DO HAMAS
O assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em 31/7, como resposta ao ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, é um ultraje ao Irão por se dar na caverna do leão. Yahya Sinwar considerado arquiteto do ataque do Hamas em outubro, foi anunciado como novo líder político do grupo.
O homicídio em terra alheia traz à lembrança o assassinato de Osama bin Laden pelos EUA, segundo o princípio do Médio Oriente: “olho por olho, dente por dente”.
Isto acontece numa região de fúria guerreira desdentada com complexos de inferioridade, onde se pode contar com reações exageradas.
O ataque conseguido faz lembrar uma vitória de Pirro, basicamente uma guerra dos derrotados (semelhante à guerra geopolítica entre os EUA e a Rússia).
A Palestina histórica era Gaza, Israel e Cisjordânia; a Palestina actual reivindica soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e designa Jerusalém Oriental como sua capital.
O vocábulo Hamas mencionado 60 vezes no Antigo Testamento significa violência, agressão, dano, crueldade ou injustiça.
O território palestino conta com uma das maiores concentrações populacionais do mundo (4,5 milhões de habitantes). Segundo uma estimativa viviam 50.000 cristãos nos territórios palestinos. Quando em 2007 o Hamas assumiu o controle total de Gaza (2,2 milhões de habitantes), muitos cristãos afastaram-se. Em 2009 viviam 3.000 cristãos na Faixa de Gaza.
Os Ordinários Católicos na Terra Santa expressaram a ideia de um único país chamado Israel-Palestina: “Acreditamos que a igualdade, sejam quais forem as soluções políticas adotadas, é uma condição fundamental para uma paz justa e duradoura. Nós vivemos juntos nesta terra no passado, por que não deveríamos viver juntos também no futuro? Esta é a nossa visão para Jerusalém e toda a terra, chamada Israel e Palestina, entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo” (1).
Numa cultura de guerra (e não de paz), emprega-se a força sem olhar a perdas como meio de defesa e de afirmação.
A região e seus povos encontram-se em contínuo desafio; o seu destino é deixado aos interesses geopolíticos e às velhas e novas potências emergentes na região. O contexto não dá aso a esperança.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
(1) “Os cristãos palestinos resistiram a todos os tipos de ocupação junto com seus irmãos e irmãs das diferentes crenças. Eles resistiram à opressão dos otomanos ao lado de judeus e muçulmanos. Eles também lutaram contra o Mandato Britânico da Palestina.” https://bdjur.stj.jus.br/jspui/bitstream/2011/154131/cristaos_palestinos_defesa_daher_PORTUGUES.pdf
PARIS EM ESTADO DE EXCEPÇÃO DURANTE OS JOGOS OLÍMPICOS
16 Dias de Esplendor
Nos Jogos Olímpicos de Verão 2024, a realizar-se de 26 de julho a 11 de agosto em Paris, estão envolvidos 10.500 atletas vindos de 206 nações, a actuar em 32 modalidades de jogos. Os atletas lutam por quase 329 medalhas. O custo total dos Jogos Olímpicos de Paris está estimado em 9 mil milhões de dólares.
O grande evento desportivo garante 16 dias de esplendor, mas com alguns lados sombrios nos bastidores.
Para o conseguir, o coração de Paris foi transformado numa zona de segurança com 44.000 barreiras. Antecipadamente, 12.500 sem-abrigo e refugiados foram retirados da cidade de autocarro. Paris deu assim um exemplo e uma imagem na qual certas pessoas não se enquadram. Pelos vistos um problema real numa sociedade que apregoa a diversidade. O movimento Woke, empenhado na subversão social para criação de uma nova consciência social, preferiu aproveitar-se da grandiosa abertura do espectáculo como palco de instrumentalização ideológica para ridicularizar a religião e assim publicitar globalmente a sua mundivisão servindo bilionários que os subsidiam. Lidar com os sem-abrigo continua a ser uma vergonha amarga.
Dado que já tinham ocorrido vários ataques terroristas em Paris, foi lançada uma nova operação de videovigilância.
A maioria dos habitantes locais foi de férias, sendo substituída pelos turistas. Durante os jogos encontram-se 45 mil polícias, na cidade, além de vários milhares de soldados.
Houve também uma preocupação social; de facto, muitos desempregados de longa duração foram contratados nos estaleiros de construção nos locais de trabalho. Houve também muitos conceitos sociais sustentáveis para o uso posterior dos locais construídos em regiões “depravadas”.
Os próximos Jogos Olímpicos de Inverno serão realizados em Milão e Cortina d’Ampezzo em 2026. Os Jogos Olímpicos de Verão de 2028 serão sediados em Los Angeles, que, tal como Paris, será a sede pela terceira vez.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo