Reivindicação de Teocracia como Forma de Incursão?
A marcha islâmica de 27 de abril em Hamburgo reuniu mais de 1000 manifestantes com dizeres como: “Alemanha = valores da ditadura” e o „Califado é a solução”(1)!
A disputa contra a ofensiva islamista na Europa encontra os seus limites na própria doutrina islâmica e nos interesses ideológicos partidários empenhados em ganhar clientela e em concretizar agendas contrariadoras da opinião maioritária. Por isso no que toca às palavras dos políticos vale o ditado de Lutero: “Muitas palavras, pouca oração”!
Os governantes, além do mais, não agem porque não se interessam em conhecer a doutrina islâmica que se encontra no Corão + Sharia + Ditos e Feitos de Maomé (os Ahadith) e que impede até os próprios muçulmanos liberais de se insurgirem em público contra o extremismo islâmico.
Embora precisemos da alteridade e do estranho para moldar o nosso eu, não precisamos de abrir mão do nosso nós para fazer isso. A agenda anglo-saxónica, que nos domina também através de agendas provindas da ONU onde se esconde a intenção de desconstruir a cultura ocidental e em especial o catolicismo (na qualidade de instituição global), favorece agendas políticas sob a orientação de minorias contra qualquer consenso. A democracia está a ser querida ao serviço das minorias contra a maioria, segundo o padrão de pensamento do mundo anglo-saxónico secundado pelo socialismo. A Alemanha mostra isto de modo exemplar principalmente com a aplicação da ideologia dos Verdes no programa da coligação governamental. Também no que diz respeito à manifestação islamista se mostram coniventes ao renunciarem a participar em aconselhamento interpartidário sobre medidas a tomar contra os atuantes na manifestação.
Numa altura em que os muçulmanos pretendem que nas cidades alemãs haja iluminações das ruas das cidades no tempo do Ramadão, tal como acontece na cultura cristã na época do Natal, estas e outras actividades islamistas desacreditam as autoridades camarárias que já determinaram haver iluminação no tempo do Ramadão.
Muçulmanos que se sentem moralmente superiores não hesitam em defender a luta contra a ordem básica democrática livre e contra o estado constitucional. Segundo sondagens feitas num dos Estados da RFA, 49% dos alunos islâmicos preferem o Califado = teocracia ao sistema de valores europeus (2)! Embora tendo razões factuais para serem críticos perante o sistema ocidental, como cidadãos dele, é incoerente repeli-lo.
Na Europa e em especial na Alemanha assiste-se à infiltração de associações de mesquitas como Ditib nas instituições escolares para que o fascismo islâmico seja garantido de maneira sustentável. O regime político usa dois pesos e duas medidas no trato de partidos concorrentes ao poder político e no trato de movimentos ou instituições islâmicas adversas à cultura ocidental. O islão é favorecido pelas elites por constituir um movimento que ajuda a abater uma sociedade maioritária baseada nos valores tradicionais ocidentais. O islão serve os interesses delas pelo facto de a pessoa no islão não ter valor próprio, mas apenas na medida em que funciona em benefício do sistema, do colectivo. Neste sentido torna-se incompreensível que Höcke do partido AfD seja levado a tribunal por expressar slogans nazis e, por outro lado, islâmicos que exigem a abolição da ordem constitucional da República Federal da Alemanha e a queiram ver substituída pela desumana lei Sharia sejam tolerados por governantes e pelos Media.
O Movimento Califado está proibido de operar na Alemanha desde 2003, mas age através de plataformas online como a “Muslim Interaktiv”. O Califado desde a morte de Maomé em 632 é um sistema baseado na lei islâmica (Sharia). O Califa é como que o deputado (substituto) de Maomé e não conhece distinção entre poder religioso e poder secular.
Do partido FDP surgiram vozes apelando para que apoiantes do Califado (teocracia) sejam deportados do país (mas também este apelo é em vão dado muitos dos manifestantes terem nacionalidade alemã ou dupla: a maioria são jovens).
Uma realidade que os políticos não quererem reconhecer é o facto de a radicalização dos muçulmanos ser protegida e baseada no Corão, na Sahria (preceitos) e nos Ahadith (ditos e feitos de Maomé) que são ao mesmo tempo direito religioso e direito civil e constituem a base da orientação dos muçulmanos no mundo. Este sistema político sob forma religiosa é tão coerente e eficiente em si que mesmo passados séculos são formadas monoculturas islâmicas ou independências políticas como aconteceu no Kosovo e na Albânia que no século XV começou a ser islamizada aquando da invasão turca).
O Islamismo está a espalhar-se pela Europa e não se limita à determinação do vestuário nem à imposição de hábitos alimentares nas instituições públicas; ele consegue já determinar o que pode ou não ter espaço na cabeça das pessoas e tem grande influência política exagerada dado ter uma representação desproporcional nas instituições políticas e sociais.
Os manifestantes não podem ser expulsos porque já nasceram na Alemanha tendo por isso um passaporte alemão ou possuem dupla nacionalidade.
A ameaça dos islamistas é negligenciada porque a luta contra o antissemitismo e contra o extremismo de direita é considerada uma prioridade no interesse do negócio partidário. A vontade política é outra. Quando vozes críticas contra os islamitas não se enquadram no cenário político estas passam a ser difamadas ou a não ser levadas a sério. Há extremistas cuja luta vale politicamente a pena combater, como a AfD porque o combate a ela (indevidamente identificada com os conservadores), reverte em benefício dos partidos do arco do poder. A movimentação das manifestações de massas populares foi implementada por governantes.
Sharia é a doutrina islâmica de normas constituinte da ética islâmica de um muçulmano frequentador da mesquita. Vemos isto no Irão e no Afeganistão, onde a sharia se aplica. O debate sobre isto é consensualmente indesejado política e mediaticamente. Um aspecto positivo do sistema muçulmano no meio das massas europeias será o fazer acordar a Europa para os seus valores de caracter universal.
Urge uma política que respeite toda a pessoa, seja ela muçulmana, cristã, budista, etc., e que respeite os direitos da maioria e assuma responsabilidade no que toca à defesa da cultura ocidental que deu origem aos direitos humanos expressos também na democracia aberta. O pensar politicamente correcto explora a contradição ao inverter a realidade dando primazia a grupos minoritários e desrespeitando as maiorias populacionais (inverte a ordem das coisas ao colocar a excepção em primeiro lugar e a regra em segundo. A tolerância, o bom gosto e o critério querem-se reversíveis e transversais!
António CD Justo
Pegadas do Tempo