Chegou esta semana uma decisão de Bruxelas afirmando que investir na energia atómica e no gás ajuda ao objectivo de neutralidade do carbono. Isto veio incomodar grande parte da política alemã, dado ter determinado acabar com todas as centrais de energia atómica. Daí o seu especial empenho em ter defendido o gás como energia verde.
Os investimentos em novas centrais nucleares e de gás devem ser considerados favoráveis ao clima na UE, sob novas condições.
A classificação de projectos de gás e nucleares como sustentáveis está em relação ao financiamento sustentável e deve ser avaliada como neutra para o clima até 2050.
Esta é uma solução real no sentido de ajudar a alcançar a neutralidade climática. A Comissária das Finanças na UE, Mairead McGuiness, argumentou: “O acto jurídico de hoje pode não ser perfeito, mas é uma verdadeira solução – aproxima-nos do nosso objectivo de neutralidade de carbono”(1).
Áustria e Luxemburgo, pretendem recorrer contra esta decisão. A Espanha, a Dinamarca e a Suécia opõem-se à classificação sustentável do gás. A Alemanha quer examinar o acto jurídico, tendo para isso quatro meses para o fazer!
Esta medida possibilita investimentos de Biliões de euros em energias atómicas e de gás, porque são classificadas como energias “verdes”.
A disputa sobre o rótulo ecológico no Parlamento da UE contra a classificação destas energias como verdes certamente não conseguirá uma maioria no Parlamento Europeu nem tãopouco é de eserar um veto de 20 dos 27 países da UE .
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo