Os eleitores europeus manifestam o seu descontentamento e até repúdio com o atuar dos seus governantes, como se tem verificado também na Alemanha e agora na Áustria, castigando os tradicionais partidos do arco do poder.
O partido FPÖ (Partido da Liberdade) acaba de vencer as eleições legislativas (29.09.2024) na Áustria com 29,2% dos votos; os conservadores (ÖVP) conseguiram o segundo lugar com 26,5%; por sua vez, o partido dos sociais-democratas do centro-esquerda ficaram em terceiro lugar, com 21% dos votos.
O FPÖ, tal como o AFD na Alemanha, o CHEGA em Portugal, o Rassemblement National na França, o Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán e outros, é conservador e critica a política de imigração da EU, o centralismo das “elites” em Bruxelas, o bloqueio económico e a intromissão da NATO e da UE na guerra da Ucrânia.
O Establishment, hipocritamente, fala do contínuo avanço da ultradireita na Europa reprimindo a realidade ao não falar que o avanço dela se deve à má governação (pelos vistos incorrigível) na União Europeia que também tem seguido partes perigosas da agenda 2030 no sentido de desumanizar as relações dos cidadãos e das empresas para mais facilmente se estabelecer um dirigismo político global e a subordinação do dia-a-dia a empresas globais.
Partidos do arco do poder, em vez de mudarem de rumo, limitam-se a propagandas de desacredito da extrema-direita evitando a discussão objectiva dos assuntos críticos que esta apresenta; deste modo, os rivais do poder estabelecido se vão transformando no centro-direita da Europa; vão conseguindo a maioria porque as populações se sentem obrigadas a tornarem-se mais críticas em relação ao um sistema político de elites que se sentem mais comprometidas com agendas globais do que com a defesa dos interesses do cidadão e do país; povos e estados encontram-se cada vez mais entregues a grupos e organizações globais sob o manto da ONU.
Surgem assim grupos contestatários que atemorizam os poderes instalados que arrogantemente seguem um curso devastador contra a pessoa humana e contra as comunidades.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo