A NOVA IDADE
Num palco moderno, tudo respira,
A dança dos media que o mundo admira.
Cada mente, uma pedra voadora,
Vê sem olhar, sempre de fora.
Nos picos da cultura agora agonizante
Lobos uivam, alcateia assaltante!
Texto? Quem liga? Só interessa o sabor,
Dos factos transformados em vapor.
Num curto-circuito, sem origem nem fim,
A verdade é um jogo, um pobre arlequim. (postfactual!)
Círculos giram, interesses se enlaçam,
E o ego pequeno, a servir quem manda.
Humanos reduzidos à mera situação
Submissos à mente, longe do coração.
A cultura tornada fruto de uma mente vazia,
Onde o ego se dobra, em hipocrisia.
Neste reino de crime e injustiça velada,
Rebeldia é a luz, a esperança encenada.
Ironia dançante, oculta insubmissão
Na sombra da ordem, espera a salvação
António CD Justo
Pegadas do Tempo
http://poesiajusto.blogspot.com/