Época de Eleições é tempo de Promessas e também de rever Posições
A experiência passada afirma que sejamos nós ricos, pobres ou pobres ricos, o que tem sido sustentável é a defesa da inércia da própria situação, no saber que a mudança provocada pelos nossos votos não vai mudar nada de jeito! Uma esperança, à partida, mas desesperançada!
Então, o acto de votar satisfaz pelo menos o sentimento de liberdade e a ilusão de se poder alguma coisa; não fosse a experiência repetida de esperanças mergulhadas depois no engano e na realidade de ficarmos cada vez mais na mesma; sim, até porque “não podemos arriscar o que temos”! E o hábito de aceitarmos a derrocada económica e cultural serve de analgésico impedidor de riscos!
Se continuarmos desatentos, o signo do futuro aponta para maior pobreza de mente, maior pobreza económica no sentido de um igualitarismo pela mó de baixo. Numa sociedade de mó de baixo passará a ser louvada a baixeza, a baixeza elevada a virtude de povo sereno!
Prognóstico certo: os votos dos pobres irão melhorar a situação de quem já é rico. Pobres partidos protegerão a pobreza do povo pobre com promessas e os ricos com discursos de pobres ricos!
Abundam discursos ricos em dizer nada e na diabolização de partidos adversários; a diabolização produziria riqueza se o seu discurso revertesse em recomendação para, pelo menos numa de experimentação, se votar em partidos diabolizados. O diabo poderia então dar oportunidade a uma verdadeira reflexão política que possibilitasse o surgir de uma diferença qualitativa! Mas também vale a observação que numa de discursos do bota-abaixo tudo poderia levar ao inferno!
A psicologia ensina que o inferno continuará a ser os outros enquanto projectarmos o próprio mal e a própria infelicidade neles. Uma cultura da culpabilização conduz a relações infernais justificadoras de uma cultura de guerra e não de paz! Quando se juntar o próprio bem ao bem dos outros como razões de aquisição do bem comum então o mal diminuirá nos campos opostos!
Portugal anda em campanha partidária de fuga uns dos outros e continuando perdido por essa Europa fora e pelo mundo a reconhecer-se nos emigrantes e nas ideias dos outros!
A vida é como um moinho e para fazer a sua farinha precisa da mó de cima e da mó de baixo! O problema só vem dos moleiros e de quem compra a farinha!
António CD Justo
Pegadas do Tempo