Um Estado para Cidadãos de Luxo
António Justo
Há por aí gente distraída que não sendo embora comunista assume a sua terminologia dizendo que a maioria socialista é “um governo de direita.
Uma armadilha para incautos! Com a confusão de conceitos e expressões como “governo de direita”, os estrategas da retórica social conseguem, incutir a ideia, pela porta traseira, que o socialismo é bom e o mal que faz é da direita. Esta é uma táctica fomentada por abrilistas habituados a actuar sem pensar e a responsabilizar a direita pelas próprias tontarias. Como se o mal de cada facção não fosse suficiente.
A justiça e a injustiça não são apanágio de direita ou de esquerda. São a sua prática e oportunidade. Quem conseguiu chegar às rédeas do poder já tem muitos mortos na cave não se preocupando com distinções entre esquerda ou direita. Eles são os eleitos. Essas distinções ficam bem para o Zé-povinho que ainda acredita na integridade pessoal e nas mensagens de salvação das ideologias.
Parasitas do sistema em vez de se aproveitarem da crise para remodelar os males do sistema turbocapitalista, remendam-no limitando-se a tapa-lhe os buracos onde mete água, até à próxima rotura no dique. O turbocapitalismo tem já tanta força que chega a colocar ao seu serviço o Estado e as práticas marxistas de nacionalizações, enquanto lhe interessar.
A “crise financeira” foi tomada a sério como crise a solucionar. Ninguém se lembrou, até hoje, de acautelar a crise da Saúde e do Ensino. Para estes não há dinheiro. A crise da saúde e do ensino não é tomada a sério porque os “eleitos” não estão dependentes delas. Os detentores de poder sabem que a maior parte do sabor do bom estar vem do mel que se tira às abelhas. O povo não é o objecto directo de interesse do socialismo nem doutros governos, doutro modo teria havido para esses fins talvez o dinheiro que de repente o Estado tem para fazer de bombeiro e fiador dos bancos. O Estado sabe que salvando os bancos e mantendo ilesos os seus responsáveis irá indirectamente meter a mão no bolso do cidadão. Os bancos recebem dinheiro barato que depois emprestam caro; as seguradoras aumentam as taxas de segurança; o estado vai lá buscar o seu através dos impostos pagos pelo cliente.
O governo tem, por natureza, dois pesos e duas medidas. Trata mal o contribuinte pobre devedor do fisco e nacionaliza as dívidas dos banqueiros e bolseiros. Assim se hipoteca o futuro e fomenta o desemprego. O governador do Banco de Portugal implicado nos desfalques bancários (BPN e BCP) ainda tem o desplante de se queixar do apoio estatal aos dependentes do fundo de desempregado. A arrogância do poder já perdeu a visão do mundo em que vive.
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com
Murrells Inlet S.C. 29576-8375 U.S.A. RENATO NUNES
Caro Sr. Justo:
O que falta acima de tudo, tanto na Esquerda, como na Direita e principalmente no centro sao HOMENS HONESTOS que aceitem trabalhar em prol do bem geral e nao do seu enriquecimento individual.
Parecem ser hoje raros, mas eu recuso-me a acreditar que tenham desaparecido do mapa !
Infelizmente os sistemas modernos Ocidentais ( e nao so !) de governacao estao todos falseados e falidos e pouco trouxeram de dignificacao do Homem. O unico objectivo foi incentivar o consumismo.
Repare o caso da Globalizacao de que tanto se fala.
Ha um enorme entusiasmo e apoio aquela a nhivel de Governantes, como se a globalizacao fosse capaz de resolver os problemas da humanidade.
Seria sim se nao fosse limitada a ser apenas Globalizacao Comercial.
Onde esta o esforco de Globalizacao no sentido de uma melhor Educacao, Saude e Seguranca dos Povos?
O que se faz para travar Globalmente a escravatura branca, a prostituicao , a fome, a doenca, a expansao da droga e o acabar com o abuso e mau tratamento de infelizes criancas?
O que o Mundo precisa nao e Democracia.
Precisa sim de JUSTICA e acima de tudo a aplicacao a serio de principios de Cristianismo aos quais todo o Mundo Ocidental parece ter virado as costas em facor de um secularismo amoral.
Enquanto o rumo das sociedades ocidentais — temos que comecar em algum lado — nao for alterado pouco se resolvera dos males que atormentam as nossas sociedades e elas continuarao a resvalar para o caos e para a miseria humana, moral e social.
Resolver problemas economicos e financeiros simplesmente nao chega!
E infeleizmente parece ser essa a unica vertente a que se esta dando atencao. Claro, e a que faz encher as algibeiras dos lideres atraves da criacao de lucros fabulosos, a qualquer preco !
Cumprimentos
Renato Nunes
VCarolina do Sul, EUA
in Portugalnoticias