UM AGRADECIMENTO AOS ALEMÃES E UMA PROPOSTA

 

Depois das missões de ajuda em Itália, França e República Checa, a Bundeswehr iniciou missão de solidariedade com Portugal a 03.02.2021. A equipa de socorro veio para ficar três semanas em Lisboa.

Uma equipa de 26 soldados médicos e paramédicos da Bundeswehr foram recebidos em Lisboa pelo Ministro da Defesa, pela Ministra da Saúde e pelo embaixador alemão em Portugal e irão trabalhar no prestigioso hospital privado da Luz. Nele serão recebidas pessoas da urgência do SNS.

Como referem fontes alemãs, além do pessoal médico chegaram a bordo do avião da Força Aérea alemã numerosos dispositivos médicos e produtos médicos, incluindo 40 respiradores móveis e dez fixos, e os consumíveis necessários, além de  150 dispositivos de infusão e 150 camas hospitalares (https://www.dw.com/de/bundeswehr-startet-corona-hilfe-f%C3%BCr-portugal/a-56441208).

De facto, em Portugal “os hospitais estão a transbordar e as capacidades dos cuidados intensivos estão no limite das suas possibilidades e para além delas”. Daí a necessidade de ajuda.

Os alemães são eficientes na ajuda que, de momento, prestam a Portugal!

Li num cartaz: ” “CAROS ALEMÃES; QUERO AGRADECER O ENVIO DOS MÉDICOS POIS ESTAMOS MESMO A PRECISAR. DEPOIS DISSO, ACHAM QUE DÁ PARA MANDAR A MERKEL?

Quanto à recomendação expressa no cartaz, talvez ela merecesse ser mais que uma ideia peregrina!

Em tempos de imigração, porque não contratar estrangeiros também para altos postos nacionais?

Pressinto um borborinho de admiração de Norte a Sul e de insatisfação em Lisboa!

Imagine-se que, no caso ideal, muitos dos portugueses deixariam de emigrar para a Suiça e para a Alemanha!!!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

EDUCAÇÃO: UM DIREITO FAMILIAR

 

A União Europeia é a favor do direito das famílias a escolherem a educação dos seus filhos de acordo com as suas convicções religiosas, filosóficas e educativas, como referiu a portavoz de Educação da Comissão Europeia, Sonya Gospodinova, a  5 de fevereiro. Costata também que a educação é da competência exclusiva de cada Estado.

Segundo a Comissão, o artigo 14(3) da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais certifica aos pais o direito que lhes assegura a educação das crianças.

Enfim, um direito natural e que culturalmente deveria ser considerado como adquirido!

António da Cunha duarte Justo

Pegadas do Tempo

TRIAGEM

Triagem é uma palavra difícil que esconde desumanidades que actualmente acontecem em Hospitais. Há pessoas obrigadas a morrer por não serem consideradas casos prioritários.
Estamos a chegar a uma medicina de catástrofes. Pacientes que pretendem ser atendidos num hospital têm que passar por uma triagem, isto é, por alguém que faz a seleção e, em última instância delibera sobre o caso classificando-o como passível de atendimento mais ou menos prioritário.
Que fazer para não chegarmos a casos discriminatórios?!
Do exército alemão já se encontra pessoal da medicina (No Hospital da Luz) para tentar descongestionar as urgências portuguesas.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

JÁ VAI SENDO TEMPO DE MUDAR-SE PARA MUDAR PORTUGAL

Politicamente a Corrupção não existe porque não se fala dela

O problema mais grave é o facto de todos estarmos comprometidos com os parlamentares que elegemos e com os Governos que temos tido. Falta um compromisso de Povo e de Estado. Na controvérsia política o sistema consegue desviar a atenção dos portugueses para canto e grande parte do cidadão é levado a olhar só para os males do vizinho: uma boa maneira de fugir com o rabo à seringa!

Os responsáveis do atual sistema, em que a corrupção se tornou aceite, movem as forças da nação para o ceguinho que tem apenas um deputado no parlamento como se esse fosse o problema de Portugal!

Não se quer reconhecer que o rei vai nu!

O sistema corporativista português de grupos de interesse e de grandes famílias de amiguinhos chegou a um ponto em que não é possível servir-se Portugal nem os portugueses; trata-se sobretudo de administrar a miséria e servir clientelas ideológicas e grupos económicos que criem chances para as mesmas clientelas. Os interesses do povo não contam.

Ao contrário do que se deu na Alemanha onde depois da guerra as classes sociais se tornaram razoavelmente permeáveis, em Portugal continuou-se na velha tradição da sociedade medieval: os grupos de interesse, as famílias fortes permanecem cerrados em si mesmos, não abrindo entrada para uma nova geração de pessoas competentes.

Mais que apelarmos a votos seria óbvio que se apelasse a uma mudança de consciência e de atitude política. Se isso acontecesse, os sedentos do poder logo se orientariam por essa nova consciência.

Os que seriam capazes de mudar o sistema estatal não estão interessados nisso porque desta forma se aproveitam mais dele. A classe política em Portugal geriu mal e o país deveria chamá-la à responsabilidade e levá-la a cumprir a sua pena para que o país não continue a ser penalizado! Mas tudo é adiado numa Justiça cega para os grandes.

A classe política perdeu grande parte do crédito porque abusou do poder que o povo lhe deu para se servir a si própria.

O Problema não é Ventura, um partido com um deputado, mas o medo dele que não deixa ouvir aquilo em que ele terá razão. Este medo é parte do problema porque impede autorreflexão e dá, indirectamente, razão aos que administraram mal o país, numa de “continue-se assim”!

Porque haver tanto medo de uma extrema direita irrelevante e elevada a notícia pelos que se deveriam penitenciar?! O povo português é moderado! O povo pode, ocasionalmente, votar não por convicção, mas por estratégia para que deste modo se erga no Parlamento não só as vozes dos que nos conduziram à situação em que nos encontramos.

Em política não haverá um bom caminho; há muitos caminhos possíveis e estes são sempre determinados por quem tem mais poder!

Penso que a pandemia, por mais complexa que ela seja, é mais um bom pretexto para que o medo nos continue a disciplinar e a dominar e deste modo a ajudar a manter o status quo!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

O VÍRUS TOCA A TODOS

Sim, o Coronavírus toca a todos, toca com todos e toca em todos.
Ainda hoje é o dia em que reflito nas palavras de um político alemão que em 2019 disse referindo-se à pandemia de maneira incisiva: “provavelmente teremos todos de nos perdoar muito uns aos outros”.
Fala-se muito sobre o significado de regulamentos, sobre responsabilidade, justiça e injustiça, renúncia e solidariedade.
Formam-se frontes em famílias, amizades separaram-se; as opiniões endurecem de modo a haver violência, mental e física.
Facto é que na incapacidade de se possuir toda a informação não sabemos o que é certo ou errado, porque muito só pode ser julgado em retrospectiva.
Cada um tem de decidir com o melhor dos seus conhecimentos e consciência. Isso não é porém suficiente, atendendo aos próprios limites e fraquezas. Muitas vezes, quem mais se afirma e impõe são os mais frouxos de caracter.
Um caminho que nos serviria a todos, são as palavras de Jesus: “Sê misericordioso como o teu pai é misericordioso”( Lucas 6:36). O perdão é um momento nobre da misericórdia.
Ao referir-me aqui à misericórdia entendo-a como uma qualidade de carácter pela qual se entra em sintonia com a própria precaridade e com a precaridade dos outros (movido pelo sentimento de compaixão). Ao sentir a dor dos outros compreendo melhor a minha e sou levado a solidarizar-me com os pobres, os oprimidos, aqueles que são marginalizados.
É um entrar em ressonância com o todo sem se perder nele! A atitude de compaixão e misericórdia pode conduzir-me a perceber melhor os meus semelhantes e a ter um coração quente para eles.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo