LUSOFONIA ENTRE DESRESPEITO E IDEOLOGIA – O PORTUGUÊS NÃO É DE PORTUGAL NEM DO BRASIL ELE É A ALMA DA LUSOFONIA – Dos Caminhos errados no Trato do Português

MEC brasileiro pretende acabar com a obrigatoriedade da Literatura portuguesa: de Cavalo para Burro?

Por António Justo
Quem tocar na língua deve fazê-lo com respeito e de forma moderada porque ela é a alma da cultura, a água límpida que dá forma mais ou menos física à cultura de um povo. O Português não é só forma e meio de expressão de um povo, de uma região, de um país ou de um continente, ele é a alma e a expressão sublime de muitos e nobres povos que formam uma civilização intercultural interoceânica e intercontinental – é um idioma onde os diferentes génios de povos se miscigenam no sentido da evolução cultural e civilizacional. Seria ofensor do Português querer vê-lo reduzido a um lago ou país, ou mesmo a um mar ou continente, quando integra nele a experiência de vida dos diferentes continentes, sendo ele um mar aberto de águas interoceânicas.

Constituiria um acto de infidelidade e falta de brio, uma falta de autoconsciência querer apoucar-se o Português a uma terra maninha ou baldio incultivo, querê-lo uma árvore sem raízes ou reduzi-lo a simples coutada de alguém. O Português, como a água tanto rega os baixios da favela como os lugares altos do país e da civilização. No seu todo é que a língua é grandiosa, na rica expressão multiforme e na sua capacidade de diferenciação. O português não é de Portugal nem do Brasil; ele é teu e meu, é de todos, como o céu é das aves onde todas voam e se encantam. O português quando ouvido lembra diferentes melodias de variadas intonações. Ele é como a terra mais virgem ou mais elaborada, uma intercultura a proteger-se tal como uma terra indígena a defender-se.

A notícia de que “A Literatura portuguesa deixa de ser obrigatória no Brasil” (1) deixou-me perplexo e desiludido tal como a mutilação da língua, no que toca ao acordo ortográfico.

Defraudadores da Língua roubam as penas aos pequeninos e ao pensamento

Na minha qualidade de docente, divertia-me quando ensinava o Português aos distraídos que o queriam simples e imediato mas entristecia-me de sobremaneira quando, ao ensiná-lo no secundário e na universidade (de Kassel), onde estudantes já com capacidade de diferenciação se viam confrontados com os nossos gramáticos simplicistas que o empobreciam, ao roubar-lhe a segunda pessoa do singular e do plural (o tu e o vós) como se fossemos crianças que só compreendessem o “eu” e o “você”. Esta falta originava uma certa confusão a estudantes habituados a línguas de alta diferenciação em que se usam normalmente todos os pronomes pessoais (Eu, Tu, Ele/Ela, você, a gente, Nós, Vós, Eles/Elas, vocês). Contra a corrente simplicista em voga, implementada por ideologias proletárias, optei por elaborar a minha sebenta onde colocava todos os pronomes de expressão diferenciada e distinta. Via-o também como uma ferramenta de trabalho – uma possibilitação de oportunidades – tanto para futuros pedreiros como para futuros advogados. Tratava-se de dar as mesmas armas a beneficiados e desfavorecidos da vida para, uns e outros poderem combater pela vida fora com as mesmas armas e não apenas com as que a sorte ou a oportunidade lhes deixou.

A vida é luta e é desigual e quem apregoa uma igualdade sem esforço e gratuita ou é mentiroso ou é oportunista. Quem pretende libertar as massas do destino terá de lhes proporcionar o instrumentário e a vontade de o fazer! Ou queremos manter uma sociedade em que ao ouvir as pessoas falar se fique logo com a ideia da sua proveniência como acontecia antigamente ao olhar-se-lhes para os dentes? Quem, politicamente, tem só facilidades ou facilitações para oferecer, sem apontar o preço que se tem que pagar por elas, não é sério porque aposta na lei da inércia e no oportunismo que ela proporciona às aves de rapina!

As questões da língua não podem ser deixadas nas mãos de políticos feitos mais para as coisas grossas do que para as finas. A ideologia de alguns, no zelo do seu preconceito, chega a tal disfarce de dizer que o emprego do „vós“ é próprio da igreja, (de quem aprendeu latim e grego) como se, só padres, advogados ou médicos tivessem uma tal capacidade de discernimento e distinção! Aqui faria um apelo aos irmãos seguidores do soberbo Marquês de Pombal e ao proletariado intelectual de esquerda: não se virem também contra a igreja católica que no seu processo de aculturação e inculturação aprendeu a honrar e a respeitar a cultura seja ela a dos cedros do Líbano ou a dos pinheiritos raquíticos fustigados pelo vento salgado. Faz-me tanta dor ver que tanta esquerda irmã a combater Cristo pelo facto de ele se colocar ao lado dos pequeninos mas não com os mesmos meios, os meios activistas de Judas. Demo-nos as mãos; juntos certamente conseguiríamos tirar os irmãos das favelas; separados continuaremos a servir a dois senhores!

Que o povo simples se expresse como sabe e como pode, não é mal, o que é de lamentar é que já na escola se lhe cortem as asas dando-lhe apenas asas de pardal quando precisariam das de águia para subir mais alto. Este é o grande engano e a mentira declarada de uma esquerda radical que só alimenta o proletariado com ideologia não lhe facultando boas asas para que o proletariado não só possa voar mas para que tenha também a possibilidade de voar alto e assim notar que só das alturas se consegue ter a perspectiva de reconhecer quem explora económica e ideologicamente. É natural que uma sociedade de modelo soviético só precisaria do proletariado almeida e de uma pequeno grupo de águias – troica- que os governe e que um capitalismo liberal precise só de braços ou de mentes bem podadas para melhor produzir porque a capacidade de pensar só estorva.

Defraudadores da Língua portuguesa, porque roubais as penas aos passarinhos e ao pensamento? Não notais que, as asas com que voais, as não dais à passarada que em baixo esvoaça em volta dos trigais para que não possa voar nem subir mais? (Se escreverem um texto como este último parágrafo – que de propósito escrevi na segunda pessoa do plural – num computador com programa corrector de ortografia, logo notarão que as segundas pessoas verbais aparecerão assinalados como erro e com a indicação de se corrigir para a terceira pessoa! A pobreza de espírito e a entropia já chegaram a tal ponto de fazer uso da tecnologia para nos passar a ferro e embrutecer).

Uma Ideia de emancipação masculinizada, ao seguir o fluxo de um populismo barato, exige que, em questões de língua e de educação, se ande de cavalo para burro. O maior passo nesse sentido deu-se já no processo da regressão com o “Acordo Ortográfico” de 1990 (2). Quer-se uma reforma para favorecer ideologias e uma economia ligada ao comércio da cultura e a monopolistas e a um MEC a querer ter melhores satisfatórios nos meios analfabetos… Cultura não se pode adquirir com tarifa zero nem com ideologias de trazer por casa que passam como as nuvens em tempos fortes de altas e baixas pressões.

Ai dos Vencidos!

Como pode um país jovem e promissor, como o Brasil, seguir servilmente ideologias niilistas e marcadamente de extrema-esquerda que são o produto importado de um estado ocidental decadente e senil? Não notam que em cada fase do desenvolvimento seja de uma pessoa ou da história de uma sociedade, a cada fase corresponde uma diferente acção, pedagogia e ética? Esta Europa que já foi jovem e adulta e agora vai passando a vidinha já não tanto com base no trabalho mas nos serviços e na ideologia não pode ser norma para países jovens que passam a ser mais prejudicados pelo jugo novo do que pelo antigo. Como não nota a classe média de um país jovem que muitos dos seus impulsionadores só seguem atrás de um progresso que os não serve, apenas os adia e leva a empatar o melhor do seu tempo em copiar sem adaptar, no seguimento dos arrotes de ideias e de ideologias que são característica do espreguiçar-se de civilizações na sua fase velha e não do seu início? Não notam que consomem não só os produtos ocidentais mas, o que é mais grave ainda, também consomem as suas ideias de plástico, sem serem vivificadas nem sequer aferidas? Não notam que colonizam em nome da contra-colonização? Não notam que onde chega uma mentalidade decadente, fruto do Ocidente, ao ser importada pelos países emergentes, estes se destroem a si mesmos com novas doenças não só físicas como também intelectuais, tornando-se cada vez mais dependentes? Não notam que as instituições que exigem saber, disciplina e rigor para os seus empregados apregoam o simplicismo e o à-vontade para um vulgo que querem inerte e disponível? Uma nação faz-se pelo trabalho, pela qualidade da formação e por uma vontade determinada de ser, como mostraram e demonstram os judeus, como mostraram os portugueses, como mostrou a civilização ocidental quando se orientava por ideais universais e não apenas por objectivos económicos, quando a classe média se sentia responsabilizada e não se deixava levar em conversa fiada como querem as novas burguesias intelectuais citadinas e os novos ricos.

Ensino de literatura lusófona para todos os Países de língua lusófona

Entre os países lusófonos deveria haver um contracto interestadual em que cada Estado lusófono se comprometesse a incluir e implementar, nos seus programas e currículos escolares, literatura de todos os estados lusófonos. Urge fortalecer intelectualmente uma camada média consciente e capaz, com um ensino exigente, porque desta é que vem a massa crítica que corrige, desenvolve e equilibra os exageros dos extremos. Urge que, todas as organizações empenhadas na lusofonia façam valer as suas influências perante os países lusófonos no sentido de ser implementado o intercâmbio cultural e o ensino da literatura lusófona já a nível de escolas secundárias.

Como pode haver um estudo sério do português na escolarização sem o estudo de linguística e da história da literatura do português desde as suas origens? É mais que óbvio o estudo do seu desenvolvimento desde o latim vulgar e latim erudito ao português arcaico, galaico-português, Gil Vicente, ao português moderno de Luís Vaz de Camões, António Vieira, Fernando Pessoa e o seu desembocar nos diferentes sistemas literários de cada país lusófono, como, em relação ao Brasil, com um Machado de Assis, Drummond, Cecília Meireles, Jorge Amado, etc.

A política de língua seja ela no Brasil, Angola, Moçambique, etc. terá naturalmente que implementar o estudo das línguas indígenas, mantendo, no interesse da identidade nacional, uma incidência especial no português falado como o idioma nacional oficial.

Conclusão – Fernando Pessoa é o Protótipo do homo lusófono

Uma mentalidade bárbara procura, em nome de um capitalismo avassalador, de um socialismo aplanador e de uma emancipação masculinizante, acabar com as próprias raízes e origens no desprezo pela mãe latina, como se uma sociedade se pudesse manter viva contentando-se com o ir à prostituta, ou negar nela as virtudes e os defeitos que tornaram povos pequenos grandes. Quem faz das origens um borrão e acaba com as referências históricas, retrocede em vez de evoluir. Não é justo querer funcionalizar o povo indefeso e distraído no sentido de ser apenas braços, estômago e abdómen. Nesta fase social da História quem não defende uma classe média forte e consciente atraiçoa o povo. As nomenclaturas das ideologias e da economia trabalham a grande pedalada para que toda a sociedade se torne dependente de uma pequeníssima elite com o monopólio da influência cultural e económica. Por isso atacam tudo o que lhes oferece resistência seja o cristianismo, seja uma camada média resistente ou seja o sindicalismo. Querem transformar a democracia numa democratura. Na Alemanha os sindicatos e a Igreja já colaboram em acções comuns numa tentativa de impedirem a arrogância política e económica que se encontram cada vez mais de braço dado.

Verifica-se que, em todos os governos, onde a esquerda assume o governo logo procura, à maneira jacobina, influenciar determinantemente o sistema de educação e, quando em governos de coligação, segue a estratégia de assumir as pastas da cultura e do ensino, seus meios privilegiados para garantir a sustentabilidade da influência. A influência e o domínio social que o capitalismo adquire com a economia são adquiridos pelo socialismo através da cultura: Formam um par unido na exploração humana. Naturalmente esta estratégia não é de condenar. O que é de condenar é a atitude descomprometida de conservadores que por preguiça ou favorecimento da natureza se vejam apoiados sem necessidade de se empenharem.

Uma política redutora e nacionalista não pode ter a pretensão de querer inventar a roda de novo, nem tão-pouco, com a desculpa do colonialismo e da opressão externa, justificar uma colonialização ideológica interna que possa vir a alimentar o alarde de novas ideias de gene colonizadora. As grandes nações criam-se em torno do trabalho, do estudo e de uma vontade guiada por um sentido comum. Fernando Pessoa é o Protótipo do homo lusófono. Fernando Pessoa reúne e resume nele a grandeza de alma da pessoa lusófona.

A língua lusa é a pátria de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, de São Tomé e Príncipe e de tantas comunidades falantes do português, espalhadas por todo o mundo. A língua lusa é aquela alma que nos torna a todos irmãos. Fernando pessoa, aquele génio de personalidade lusa migrante, que reuniu numa só pessoa o contraditório e os opostos, é o melhor protótipo do lusófono; na diversidade e integração dos seus heterónomos viveu e reviveu a grandeza e multiplicidade dos povos da lusofonia que o fez exclamar, também da perspectiva geográfica horoscópica, com amor e devoção: “A minha pátria é a língua Portuguesa”!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo www.antonio-justo.eu

(1) Notícia em http://economico.sapo.pt/noticias/literatura-portuguesa-deixa-de-ser-obrigatoria-no-brasil_243170.html
Entre outros textos que escrevi: ACORDO ORTOGRÁFICO SEGUE A VIA POPULAR https://antonio-justo.eu/?p=2190 BARBARIDADES CONTRA A LÍNGUA PORTUGUESA https://antonio-justo.eu/?p=2843“Preparar uma ínclita geração”
(2) Entre outros textos que escrevi: ACORDO ORTOGRÁFICO SEGUE A VIA POPULAR https://antonio-justo.eu/?p=2190 BARBARIDADES CONTRA A LÍNGUA PORTUGUESA https://antonio-justo.eu/?p=2843“

PRESIDENTE DA REPÚBLICA PARTICIPA NUMA CELEBRAÇÃO INTER-RELIGIOSA NA MESQUITA NO DIA DA SUA TOMADA DE POSSE

Decisão digna também digna de alguma Indignação

Por António Justo
Segundo informou “ O Público”, Marcelo Rebelo de Sousa iniciará o seu 1° dia presidencial participando, a 9 de Março, numa celebração inter-religiosa na Mesquita de Lisboa.

A decisão de Rebelo de Sousa é corajosa e muito oportuna. É uma iniciativa inédita num estado republicano habitualmente mais virado para a burguesia estatal e para a burguesia citadina do que para toda a nação. Com este gesto inovador o Presidente parece encontrar-se no espírito do Papa Francisco ao desprender-se da “influência curial”, abandonando o tradicional alojamento papal para se albergar na casa vaticana de hóspedes. Aqui, o presidente parece distanciar-se um pouco de uma jacobina influência institucional republicana, para se tornar num republicano sem dolo mais perto do povo. Naturalmente que o presidente, tal como todos nós, não estará imune de um  espírito  concorrente de madrasta da  “Branca de Neve“ !

Com este gesto inovador o Presidente aponta para a importância de a República integrar e reconhecer o valor da religião dentro de um Estado e no convívio com as nações. De facto uma República com um Estado que tem sido de confissão agnosticista timbrada por actores que em vez de a melhorarem a pioraram, precisa da participação e integração de todos num Estado que não se quer só partidário mas também religioso e de várias mundivisões.

Atendendo ao insólito da decisão do Presidente, na qualidade de tal – num país de maioria católica – ir rezar à mesquita, haverá razão para nos perguntarmos sobre o que estará por trás de tal iniciativa. De facto, a iniciativa desconcerta gregos e troianos só podendo dar consolo aos muçulmanos. (Terá talvez a vantagem de levar o cidadão a reflectir sobre as coisas sérias de que geralmente não fala por ter de andar a correr atrás das decisões económicas e do jogo de sombras da política).

Será que o senhor presidente quer, com este gesto, dizer que a paz no mundo terá de partir das mesquitas?

Quanto à ideia que a imprensa sugere de o Presidente querer lembrar na mesquita a imigração dos muçulmanos para a Europa e o terrorismo muçulmano, será que isso quererá ser um apelo aos estados árabes para também eles acolherem os seus irmãos de religião? A Arábia Saudita tem em Meca tendas, para albergar mais de um milhão de peregrinos, que se encontram vazias durante 11 meses do ano! De não esquecer o conceito de democracia e de diálogo inter-religioso do presidente turco Erdogan: “A democracia é apenas o comboio, em que subimos até que tenhamos chegado. As mesquitas são as nossas casernas, os minaretes nossas baionetas, as cúpulas nossos capacetes e os fiéis os nossos soldados “ (1).

A ideia de, no acto litúrgico, se lembrar a tragédia humana dos refugiados fugidos para a Europa não pode ser fundamento para tal decisão quando, ao mesmo tempo, se querer mostrar a sua atitude contra o terrorismo. Donde lhe vem a lógica? O islão é a raiz do terrorismo islâmico; na sua actuação tem mostrado que quer a submissão não a paz. Segundo a auto-compreensão islâmica, em geral, o gesto de Marcelo Rebelo não passará de um reclame por eles, um sinal de auto-humilhação voluntária do presidente para com o Islão, que de si consideram superior; naturalmente, a maior parte dos Imames dirá que o Islão é uma religião pacífica, como costumam dizer em palestras, por estarem obrigados a dizê-lo pela lei islâmica da Taqiyya ou “Disfarce Religioso” (2). Aqui é que se encontra o busílis da questão!

No meu pensar, a iniciativa simbólica seria muito de louvar, se o lugar do encontro inter-religioso fosse na Igreja da Estrela, num estádio de futebol ou num monumento do Estado de carácter neutro. No caso a iniciativa só dá que pensar: Os mistérios dos deuses são insondáveis e o povo português para despertar precisa de uma terapia de choque! Antes tarde que nunca, esta é a hora!

Por muito controversa que a decisão seja, também terá o mérito de ser um grande apelo às instituições e aos órgãos de um Estado laico para arredarem caminho da sua política de interesses sectoriais e divisionista e que se expressa no desmantelamento de símbolos cristãos no espaço público e ocupação da escola com ideologias em desfavor da religião e moral como se o Estado laico dependesse da luta contra o catolicismo; ao mesmo tempo torna-se num aviso de que as instituições religiosas nacionais devem afirmar a integração e o diálogo nacional no sentido do bem-comum.

Uma questão que se repete: se ao tomar medida tão ousada, porque não ser numa sinagoga ou num templo budista? Torna-se difícil elevar os corações para Deus numa casa islâmica de culto  quando a religião islâmica é aquela que hoje mais provoca o mundo e se afirma como portadora do fascismo e uma vez que a Liga dos países árabes continua a ter como objectivo declarado a sua infiltração na Europa e quer ver no mar os israelitas. O islão não conhece a separação entre Estado e Religião.

Seria de desejar que não seja uma cedência à fé no relativismo, da opinião politicamente correcta – uma atitude em que se tropeça por toda a União Europeia. A doutrina reinante nos capitólios do politicamente correcto parece continuar a querer apostar no genuflexório de Maomé, porque julga que das mesquitas é que corre o leite do petróleo. Que a política árabe esteja mais conforme com os que se encontram nas sendas do poder, lá isso é certo, mas também que não se falsifique a realidade tornado como exemplo uma religião que espalha o terror por toda a parte. Uma explicação mais simples e corrente da opinião politicamente correcta baseia a adulação em torno de Meca na cobardia do medo e na vénia aos petrodólares.

Para muitos Rebelo de Sousa presta assim uma vénia ao poder em voga e abusa das religiões no sentido das suas intenções. O Presidente tem, porém, uma desculpa, ao escolher uma mesquita como palco de referência e reverência, porque, certamente, como a grande maioria de quem fala e opina, não conhece o Corão nem a vida de Maomé que é seguida hoje à letra pelo “Estado Islâmico” no intuito de instituir a sharia. Não tenho nada contra os muçulmanos: são muitíssimo melhores que o seu profeta Maomé, a grande maioria é correcta e não deve ser enxovalhada por ter a mãe que tem. O problema vem apenas da simbologia e dos símbolos que se escolhem quando estes implicam subestima para uns e demasiada consideração para outros num Portugal que se quer português, para poder ser europeu e universal.

O Presidente Rebelo de Sousa será o presidente da reconciliação, enfim, um estadista com carácter e que contrariará o hábito de uma condição de Estado republicano sem ideia própria nem coluna vertebral. O dia de que falamos é o seu primeiro dia. O presidente é um homem que quer paz e não vassalagem!

Esperemos que consiga uma mudança de atitude do Estado, na sua maneira de estar, como conseguiu o SPD alemão, ao reconciliar-se com a grande maioria do povo alemão, através da renovação do seu programa em Gudensberg, deixando então o SPD de ser um partido marxista.

A simbologia do acto de colocar uma grinalda de flores no túmulo de Camões e a inovação de colocar também uma no túmulo de Vasco da Gama é muito respeitável e de alto significado! É uma homenagem à arte, à cultura, ao espirito português universalista e um apelo ao fomento da união de todos os países da lusofonia. Com o acto religioso lembra que Portugal foi grande enquanto tinha um objectivo e uma missão comum que o motivava em nome de uma ideia religiosa espalhadora do humanismo universalista sem ser nacionalista. Que o português, apesar de cristão, também tenha cometido muitos erros só prova que ele continua a ser Homem e continua a precisar de dominar em si o animal feroz que realmente é. Encontramo-nos todos no séc. XXI, o que exige de todos uma evolução.

Não há ninguém sem culpas nem erros; do erro dos que fazem e dos que criticam surge a grande possibilidade para o avanço, desde que sejamos Homens de boa vontade e não agarrados ao próprio osso. Podemos perdoar esta ao nosso Presidente, e pedir perdão por nossos maus pensamentos e palavras, embora não me passe da ideia que o estimado presidente não tenha marcado um golo em fora de jogo; importante é que não se torne em mais um penalty que o Estado jogue contra a própria cultura e contra a nação. Neste caso o tiro poderia sair-lhe pela culatra e quem ganharia o jogo seria o islão e a consequente velha lógica dos machos fortes que se identificam com a sua estratégia do continuar assim como dantes.

De resto, resta dizer “calma na Madeira que Portugal é nosso”! Recomenda-se a quem for ao acto religioso que, ao despedir-se, o faça com um oxalá (“‘in sha’ allh”) ou com um simples “queira Deus” que o Homem queira! …
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

(1) A Arábia Saudita tem enviado milhares de milhões de euros para a construção de mesquitas radicais (Wahabitas) no estrangeiro que colaboram com os centros diplomáticos sauditas no sentido de alastrar o islão. Os Wahabitas e os Salafistas representam o islão radical. Dos centros salafistas saem muitos combatentes europeus pelo “EI”. A Arábia Saudita apoia com dinheiro o presidente turco Erdogan que desde cedo tem feito tudo pela islamização da Turquia e não arredou da sua estratégia de islamizar a Turquia, outrora mais liberal, e o estrangeiro com a presença turca, segundo o modelo da citação acima que fez de um livro religioso. https://www.youtube.com/watch?v=4nmi2w3ZqXA http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/2270642.stm As mesquitas não se têm revelado como lugares de fomento da compreensão e da paz, como se verifica também na Alemanha. Das mesquitas, às sextas-feiras têm surgido violências organizadas pelo mundo fora e a recruta de terroristas para a causa do EI. O que vale à Alemanha é o seu sistema de controlo.
(2) “Disfarce religioso” é uma estratégia muçulmana em que a mentira é justificada desde que seja usada no interesse do islao, no sentido de fazer valer os seus interesses na “Casa da guerra” /Dar al-Harb), compreenda-se a terá não islâmica. http://derprophet.info/inhalt/taqiyya-htm/

LUSOFONIA ECONOMIA E MERCADO

Um Desafio aos Grupos económicos do Espaço lusófono

Por António Justo
Num tempo em que a Europa se encontra em grande crise e as suas potências procuram beneficiar da sua posição económico-geográfica para proteger e fomentar os seus vizinhos mais próximos em detrimento dos países da periferia e benfeitorizando também as suas relações económicas com as suas antigas colónias, seria de grande oportunidade uma união de esforços em todo o território lusófono, não só no sentido do fomento de projectos culturais comuns mas especialmente na elaboração e fomento de um espaço económico comum que privilegie o parceiro lusófono tal como as potências privilegiam os seus parceiros imediatos.

Só em conjunto se conseguirá reagir contra o neocolonialismo das multinacionais das grandes potências interessadas em criar estruturas de dependência tecnológica e económica que amarram os países indefesos aos seus mercados e às suas condições. Disto deveriam estar conscientes os países do espaço lusófono. Um pensamento criativo conjunto, em termos de concepção e projeto futuro, podê-los-ia possibilitar passos alargados no sentido de superar o colonialismo económico das grandes potências, bem como o encalhe em nacionalismos fechados que uma História lúcida já não permite.

Sem tabus, seria óbvio fazerem-se reviver ideais formulados nos tempos do regime de Salazar – necessariamente adaptados às realidades dos países lusófonos actuais – e ver o que ele tinha realmente de visionário a nível de afirmação das antigas “províncias ultramarinas” como parte de um espaço económico comum, numa consciência de complementaridade.

Já no regime de Salazar se concebia a ideia de uma confederação do espaço de multiculturalidade e interculturalidade afro-luso-brasileira correspondente a um mercado comum a beneficiar do mercado europeu: „A formação de um grande e de um só mercado, assegurando a um tempo a comunhão de todos os territórios nacionais sem qualquer diminuição, bem ao contrário, da autonomia de cada um, rasgará horizontes tão vastos que neles caberá a igualdade efectiva de condições, seja qual for o chão português onde labutem, a quantos vivam para criação da riqueza nacional. „In http://eurohspot.fcsh.unl.pt/site/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=391 Não se perca tempo nem se continue a adiar a História com aconteceu no regime de Salazar e aconteceu especialmente no regime do 25 de Abril.

Numa altura em que a economia Portuguesa ainda se encontrava ligada às províncias ultramarinas portuguesas e à EFTA, entre 1960 e 1973 o rendimento nacional por habitante crescia a uma média superior a 6,5% ao ano! “Nos anos 60 e até 1973 teve lugar, provavelmente, o mais rápido período de crescimento económico da nossa História, traduzido na industrialização, na expansão do turismo, no comércio com a EFTA, no desenvolvimento dos sectores financeiros, investimento estrangeiro e grandes projectos de infra-estruturas. Em consequência, os indicadores de rendimentos e consumo acompanham essa evolução, reforçados ainda pelas remessas de emigrantes”, constata a SEDES.

A EU (Zona Euro) beneficiou as infraestruturas portuguesas (autoestradas) mas destruiu a agricultura e as pescas e promoveu a desindustrialização do país. As mesmas consequências sofrerão países emergentes (como os do espaço lusófono) que verão as suas economias confrontadas e dominadas pelas multinacionais e amarrados a tratados comerciais e de investimentos internacionais do tipo TTIP que favorecem as grandes potências interessadas em mercados para exportação ou para fortalecimento das suas empresas.

O espaço da Lusofonia é extraordinariamente rico em recursos naturais, humanos e culturais e um excelente exemplo de interculturalidade. Urge portanto, na luta selectiva dos mais fortes, a união de forças no sentido da solidariedade construtiva entre os países mais fracos para não deixarem definir o seu futuro da economia pelos outros, que a exemplo dos bancos vivem bem dos “juros” que os clientes têm de pagar ad infinitum. Facto é que o tempo das economias nacionais já faz parte do passado; não se pode deixar a determinação do futuro ser só determinada pelo consumo e o lucro.

Portugal deveria estar muito interessado, como membro do grande mercado da zona euro, em favorecer o fortalecimento da economia e do intercâmbio da imigração lusófona no espaço europeu. A grandeza de um tal espaço e da população ofereceria a base necessária à formação de grandes grupos económicos com capacidade de concorrerem com os tradicionais grupos das multinacionais que hoje dominam. O espaço intercultural lusófono poderia tornar-se num exemplo de economia social do mercado.

Um tal projecto implicaria a formação de grupos de trabalho ad hoc (redes de técnicos e especialistas) a nível dos ministérios da economia e dos grandes empresários e Bancos  dos diferentes estados da lusofonia. Neste sentido deveriam trabalhar também as universidades de todo o espaço lusófono preparando o caminho com pesquizas, trabalhos de doutoramento e o intercâmbio na aplicação, no lugar, de um saber conectado e de orientação lusófona.

António da Cunha Duarte Justo

Alemanha quer para si o Investimento nos Refugiados e para os Países à Margem da EU os Problemas

O GRANDE ROUBO DAS POTÊNCIAS DA EU AOS PAÍSES MAIS DISTRAÍDOS E ECONOMICAMENTE DESORGANIZADOS

António Justo
Quase todos os partidos alemães apoiaram a política de “boas-vindas” aos refugiados, iniciada por Merkel, tendo ela, para isso desrespeitado os acordos europeus. Como medida do governo alemão para a Alemanha não há nada a obstar. Os partidos da esquerda chegaram até a apoiar a sua política quando o CSU (partido da coligação) colocava perguntas sobre a maneira de modelar a imigração de forma organizada. O que é de abrir os olhos é a Alemanha, em nome da solidariedade querer impor a distribuição de refugiados pelos países à beira da bancarrota.

Este ano haverá eleições em vários estados alemães. Agora que se aproximam as eleições, os partidos sabendo que a maioria do povo critica a política de Merkel e dos partidos da Coligação e da Oposição, para não serem tao castigados nas eleições, criticam agora a política de Merkel empurrando a solução dos problemas que a Alemanha criou para os países da União Europeia.

Agora falam sobre “o não sucesso” da política alemã de refugiados e por toda a nação se levanta o descontentamento e a voz que a EU “não nos deixe sós”. “Quem não recebe refugiados tem que pagar” diz claramente Dzdemir dos VERDES.
Para as potências europeias a única coisa que conta é o dinheiro e a economia que controlam. Ao acabarem com as fronteiras do mercado interno europeu destruíram, com um prato de lentilhas, as bases da economia portuguesa; agora que provocaram uma imigração descontrolada, porque precisam de forças novas para o mercado de trabalho (e para a disciplinação do operariado carente na Alemanha e na Europa) e para compensar a falta de natalidade alemã, querem que os mais carenciados dos refugiados sejam distribuídos pela EU.

Destruíram a economia das pequenas e médias empresas portuguesas, puseram os nossos mares à disposição de grandes empresas marítimas, controlaram as direcções nacionais através das Agências europeias, receberam os emigrantes portugueses bem formados e agora querem mandar para Portugal e para os países da margem os emigrantes sem formação.

O Governo português não terá emenda e em troca de uns lugares bem pagos em organizações internacionais para os partidos e numa de “Maria-vai-com-as-outras” continuará a vender Portugal.

Hipocrisia da hipocrisia, tudo é hipocrisia e economia!

António da Cunha Duarte Justo

Ancara faz Chantagem instrumentalizando o Fluxo dos Refugiados para a Europa

O GOVERNO DA TURQUIA “NÃO OFERECE CONFIANÇA”

António Justo
A Turquia, como se vê no ataque terrorista em Istambul a turistas e na guerrilha curda está a colher os frutos de uma política de confrontação e oportunismo que tem seguido especialmente desde que o partido de Erdogan orienta os destinos do país. A Turquia causou, em parte, o afluxo incontrolado de refugiados, tornando a Europa vulnerável e sujeita a chantagem. Também por isso conseguiu receber 3 mil milhões de euros da EU para ter mão nos refugiados.

O especialista alemão em Médio Oriente e em terrorismo, Doutor Guido Steinberg, afirma em entrevista ao HNA 14.01.2016: “O afluxo de refugiados, do ano passado (2015), devemo-lo, pelo menos em parte, a uma decisão consciente do governo turco, de abrir as fronteiras para Grécia para criar problemas aos europeus”…

A Turquia tolera o ISIS prestando-lhe “apoio passivo” desde 2013 permitindo que use o seu território como região de retiro: “não só todos os combatentes estrangeiros do mundo árabe, mas também os da Europa e do resto do Ocidente, usaram a Turquia como área de preparação… A Turquia não é de confiança, como mostra o seu comportamento em relação ao ISIS e a outros jiahdistas… A Frente Nusra e Ahrar al-Scham (uma espécie de Talibans) recebem apoio da Turquia”, afirma o especialista. Além disso os seus ataques às zonas curdas da Síria e do Iraque, sob o subterfúgio de atacar o ISIS, são situações que apontam para o uso impróprio dos bombardeamentos.

Deste modo a Turquia age contra os interesses da Nato, de que é membro e mina também os interesses da UE. Naturalmente o quase milhão e meio de refugiados que entraram na Alemanha em 2015 provocam tantos problemas à Alemanha que esta terá de implementar estratégias efectivas, a nível internacional, que fomentem a riqueza nos países produtores de emigração e não se reduza à acumulação de problemas, estabelecimento quotas de refugiados para os diferentes países da UE.

A UE precisa da Turquia devido à sua posição geográfico-estratégica, à quantidade de turcos na Alemanha, e também para o combate ao terrorismo e para a regulação do fluxo de refugiados. A Turquia tem um grande potencial de chantagem em relação à Europa (sua presença migratória e refugiados) e à Nato (instrumentalizando-a indirecta e militarmente também contra os Curdos). Também é facto que os Curdos refugiados especialmente na Alemanha, França e Holanda apoiam economicamente os seus irmãos de luta na defesa da liberdade e da independência. Enquanto não for organizado um Estado curdo resultante dos curdos a viver nas regiões fronteiriças de alguns países não haverá paz na região. As potências têm sacrificado o povo curdo a interesses nacionais e estratégicos.

Agora com o atentado de Istambul, por razões económicas, o governo turco ver-se-á obrigado a agir mais decisivamente contra o ISIS: o turismo turco recebe da Alemanha dez milhões de turistas por ano.

O presidente Recep Erdogan tem feito tudo pela islamização da Turquia (continuando também a discriminar os cristãos) e contra o projecto de secularização do estado iniciado por Atatürk fundador do Estado turco. Erdogan tirou o poder aos militares, impediu o movimento democrático no país, rescindiu o contrato de tréguas com os curdos, fomentando assim a guerra civil e prosseguindo uma política externa pró-árabe e anti-israelita.
A Turquia quer fazer história com o “Estado Islâmico” (ISIS)
António da Cunha Duarte Justo