NÃO HAVERÁ PASSAPORTE PARA ANTISSEMITISMO

A Alemanha vai mudar a lei da naturalização

A coligação SPD – CDU/CSU em Berlim acordou fazer uma mudança na lei da cidadania. No futuro, infracções antissemitas, e crimes racistas tornar-se-ão motivos de exclusão da naturalização (1). Para muitos, na população, tais crimes deveriam conduzir à expulsão do país.

Esta atitude do Governo é a consequência “dos intoleráveis tumultos antissemitas” (2) que houve em Maio na Alemanha.

O especialista da CDU M Milddelberg em questões interiores explicou a necessidade do endurecimento da lei da cidadania dizendo: “Se a existência do Estado de Israel é uma razão de Estado alemã, esta deve ser reconhecida, em todo o caso, na lei de naturalização” (“Qualquer pessoa que incite publicamente contra os judeus, questione a existência do Estado de Israel ou queime a bandeira israelita não deve tornar-se cidadão alemão”).

Já chega de contabilização do extremismo entre a esquerda e a direita; isto apenas o trivializa.  O antissemitismo importado do mundo árabe; este não deve ser desculpado pelo facto de vir de estrangeiros! O antissemitismo acentuou-se bastante a partir de 2015 (ano em que a Alemanha recebeu um milhão de refugiados de países onde não existe o mapa com Israel). O sentimento antijudaico e anti-israelita tem aumentado desde 2016 e ameaça a paz interna, argumentam vários políticos.

A nova regulamentação da lei de naturalização referir-se-á apenas a criminosos condenados e não incluirá outros actos antissemitas.

A coligação governamental em Berlim pretende também, antes das férias de Verão do Bundestag, conseguir no Parlamento, a proibição do uso das bandeiras do Hamas. Deverá assim ser possível criminalizar a disseminação de material de propaganda e o uso de símbolos de organizações terroristas.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.juedische-allgemeine.de/politik/keine-einbuergerung-von-antisemitischen-straftaetern/

(2) https://www.tagesschau.de/inland/antisemitismus-strafen-101.html

A LUTA INTERCULTURAL NUMA TERRA AINDA PATRIARCAL

Israelitas e Ismaelitas lutam por Canaã a terra prometida a Abraão

Por António Justo

A guerra faz-se em nome do bem; a luta é sempre feita em nome do “deus” de alguém!…

O conflito israelo-árabe é, em parte, a continuação das lutas e rivalidades entre as tribos das terras da palestina/arábia; agora tem-se a agravante de nos encontrarmos em período de globalização, o que permite transformar os conflitos regionais (tribais, nacionais) em conflitos culturais de caracter internacional ou mesmo mundial. Hoje como ontem trata-se de uma luta pela posse de identidade, de território e de poder hegemónico cultural-político-militar (ontem operava-se, para isso, em nome de uma imagem de Deus, hoje em nome de uma ideologia e de interesses económicos; ontem lutava-se em nome de Deus, hoje luta-se em nome da democracia/povo (valores ocidentais) e no mundo árabe em nome de Alah). O jogo de ontem, como o de hoje é o mesmo, só algumas regras mudam. Cada qual usa o seu trunfo na tentativa de ganhar o jogo, seja a pretexto de tribo, de povo, de nação ou de globalismo, as elites encontram sempre um caminho e um “deus” que o justifique). De observar também que enquanto na África se luta pela identificação no sentido de formar “nações”, na Europa  domina a tendência para voltarmos a um tribalismo que justifique um poder universal hegemónico:  enquanto na África se luta pela identificação cultural na Europa luta-se pela desformatação (desidentificação) cultural e contra os valores que enformaram a cultura europeia e ocidental.

A História testemunha a evolução de sistemas patriarcais (tribais), para sistemas de povo (povo judeu que conseguiu, à luz do Antigo Testamento, a sua identidade em torno do monoteísmo: deus da identificação de Israel (1) que se tornaria depois com Jesus Cristo no Deus pai de todo o ser humano e de todas as nações). O busílis da questão é que um Deus único não discriminaria pessoas nem nações, ao contrário do que a “evolução” quer demonstrar! O que se passa é uma guerra cultural,  uma guerra de raiz de identificações culturais transformada subtilmente numa guerra política intercultural semítica que se poderia tornar no preâmbulo de uma futura guerra mundial entre culturas (A África continua a ser uma zona politicamente vulcânea e a China ainda terá muito a dizer nesta história de competições!). A palestina simboliza a terra das tribos e patriarcas com raízes hegemónicas de Pan-Semitismo, Pan-arabismo, Pan-Asiático, Pan-turquismo (2).

A guerra e guerrilhas entre os povos das terras da “Palestina” é milenária como se pode ver da Bíblia (capítulos 16 e 17 do Génesis): as tribos provenientes do Isaac filho de Abraão e Sara (Isaac foi, por sua vez, pai de Jacob/Israel) e as tribos provenientes de Ismael filho de Abraão e da sua escrava Agar. Ismael será o patriarca das tribos árabes (3).  Neste ambiente conflituoso viveram os diversos povos semitas (4) e ele prolonga-se de maneira anónima entre capitalismo e socialismo, ou em nome de um ou do outro!

O conflito tribal afirma-se e parece desenvolver-se em favor dos interesses árabes que, graças a Maomé, sob a bandeira de Alá reuniu as diferentes tribos descendentes de Agar dando-lhes assim autoconsciência e possibilitando-lhes a identidade cultural árabe em torno da religião e da língua. Quanto a Jerusalém sempre foi cobiçada por diferentes potências e culturas: “Jerusalém” é símbolo e meta que une todos os povos nas suas lutas pela sua posse!

Nesta eterna guerrilha (já que com guerras se criam períodos históricos mais estáveis) tudo se move em torno de interesses de lutas cultuais a pretexto de territórios (datas, mapas e identidades) e de direitos humanos de um lado e culturais do outro.

Enquanto não houver um pacto de paz entre culturas, religiões e os representantes das mesmas, o povo (e seus alegados valores e interesses) continuará a servir de alibi para benefícios das instituições culturais e dos seus líderes.

Nesta luta localizada e concreta a responsabilidade é global, não só bilateral. A nível imediato a autodefesa de Israel e do seu povo é prevalente e não comparável com uma palestina em que o Hamas quer impor um estado policial.

A polarização num conflito tão opaco não pode ser reduzida aos polos de quem está certo-errado ou do bem e do mal como querem os que pretendem que o conflito continue; para isso querem uma realidade pincelada a preto e branco. As opiniões tornam-se monocolores, embora a questão tenha muitos matizes.

Enquanto na palestina se continua a lutar com métodos da guerra antiga na europa encontramo-nos envolvidos numa guerra moderna de conquista de cérebros e de mentalidades; serve para isso as armas da propaganda e da informação a ser feita com elementos altamente comoventes. O discurso altamente emocionante e polarizado corresponde, na nossa sociedade, aos estilhaços das bombas dos velhos campos de batalha. Um povo alarmado perde a cabeça sendo dominado pelo medo e quem ganha são os poucos generais de um globalismo anónimo!…

No campo de batalha israelo-palestinense estão em jogo duas coisas: os interesses de Israel (5) e os interesses do Islão; quanto ao povo esse encontra-se irmanado no “lameiro” dos valores. Deste modo a situação quer-se confusa e dificilmente se pode mediar e ter um efeito moderador, atendendo a tantos interesses conflituosos, no âmbito regional e internacional. Da traição dos acordos, fica a solidão da vida.

Se Israel não estivesse tão armado uma coisa seria certa: o mundo deixaria as coisas seguirem o seu ritmo. Independentemente da geografia e dos regimes, o que o povo espera é pão e paz!

Para muitos dos portugueses é doloroso o que tem acontecido na região, até porque todos nós portugueses temos uma costela judia e outra árabe. Já Jesus, que vivia naquela região, dizia para não se resistir aos maus, mas para os evitar.

O povo é o chão das guerras por onde passam e bem se passeiam os que fazem uso delas!

© António CD Justo

Pegadas do Tempo

  • (1)  Golda Meir, Primeira Ministra Israelense: -“Nunca aceitei a ideia de que o povo judeu é o povo eleito por Deus. Parece-me mais razoável acreditar que os judeus foram os primeiros na história a eleger Deus – e isso foi uma ideia realmente revolucionária”.
  • (2)  A Wikipédia diz: Pan-Semitismo é o nome dado a dois conceitos políticos diferentes, cada um dos quais pode ser atribuído a judeus e árabes, ambos chamados povos semíticos.          A visão de Mosheh Ya’akov Ben-Gavriêl, que defendia a unificação de todos os povos semitas como precursora de uma confederação fraternal de povos asiáticos (Pan-Asiático), foi adoptado pelos judeus que em 1948 tinham sugerido o estabelecimento de um Estado binacional da Palestina em vez de um Estado judeu de Israel, e que continuaram a defendê-lo durante as guerras subsequentes. Isto vem de uma ideologia ou visão pan-árabe da história, que (semelhante à teoria pan-turca) se apropria das civilizações avançadas semíticas do Antigo Oriente Próximo – Akkad, Assur, Babilónia, Fenícia, mas também os Arameanos – como pré-árabes ou árabes do Norte, especialmente porque (de acordo com a visão tradicional) todas as tribos semíticas tinham surgido do interior da Arábia em tempo passados.
  • (3)  Árabes e Judeus são povos da mesma família chamada semita (os chamados descendentes de Sem, filho de Noé, e da linha da descendência de Abraão. Interessante que os principais apoiantes das organizações terroristas islâmicas radicais não são árabes mas sim a Turquia e o Irão: os Mullas estão prontos a lutar até ao último judeu.
  • (4)  Repetem-se os tempos bíblico em que os filisteus (povo de Canaã, politeístas vizinhos dos israelitas) eram inimigos dos israelitas. Segundo a Bíblia os filisteus ter-se-iam originado de Casluim, o qual teria sido um dos filhos de Mizraim, patriarca dos egípcios, e neto de Cam. Ainda, segundo Gênesis 19.30-38, deu-se origem o povo Moabita através de um incesto, promovido pela filha mais velha de Ló, sobrinho de Abraão, logo após a destruição de Sodoma e Gomorra. … Elas embebedaram o pai e conceberam cada uma, um filho do próprio pai.https://www.google.de/search?q=filisteus+sao+descendentes+de+quem&source=hp&ei=J5qjYOitDtGKlwT3lI-ACw&iflsig=AINFCbYAAAAAYKOoNw-30Axq4iwF02_JU3W1wksfOJl0&oq=filisteus&gs_lcp=Cgdnd3Mtd2l6EAEYAzIECAAQEzIECAAQEzIECAAQEzIECAAQEzoICAAQsQMQgwE6AggAOggIABDHARCvAToLCAAQsQMQxwEQowI6BQgAELEDOggILhCxAxCDAToFCC4QsQM6CwguELEDEIMBEJMCOgUILhCTAjoHCAAQsQMQCjoMCAAQsQMQChBGEPkBOgQIABAKOgQIABAeUNoQWO4sYMp1aAJwAHgAgAFwiAHpBpIBAzUuNJgBAKABAaoBB2d3cy13aXqwAQA&sclient=gws-wiz
  • (5)  O Estado de Israel foi fundado por uma decisão da ONU e foi invadido no dia da sua fundação por exércitos de Estados islâmicos vizinhos. Também, em 1967 Israel foi atacado e como reacção recuperou vários territórios, dentre eles, Jerusalém Oriental (Guerra dos 6 dias). O objectivo das guerrilhas do Hamas e do seu braço político, rival da Fatah do Presidente Mahmoud Abbas na Cisjordânia, é o extermínio de Israel, negando-lhe o direito à autodefesa. Outros artigos: Um Beco sem saída: https://antonio-justo.eu/?p=5400; ANTISSEMITISMO – UM CARCINOMA: https://antonio-justo.eu/?p=4499 ; União antissemita alarmante entre extrema esquerda e extrema direita: http://antonio-justo.blogspot.com/2019/10/documentacao-sobre-o-odio-aos-judeus.html?m=1

O que a Terra não dá, promete a Ideologia: https://bomdia.eu/o-que-a-terra-nao-da-promete-a-ideologia/ Das conquistas geográficas para as conquistas ideológicas: https://www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/das-conquistas-geograficas-para-as-conquistas-ideologicas

 

 

 

PERSEGUIÇÃO AOS CATÓLICOS NO PAÍS DA LIBERTÉ-ÉGALITÉ-FRATERNITÉ

Nos media não se falou disto: dois pesos e duas medidas

Um caso típico! A 29 de Maio, uma procissão organizada por paróquias parisienses e associações diocesanas para comemorar os mártires da Comuna de Paris (1) foi selvaticamente atacada por Antifas e outros militantes de extrema-esquerda.

“Dos terraços dos cafés, estes indivíduos ameaçaram os paroquianos com a morte. Depois, foram atiradas garrafas, caixotes do lixo e vedações de arame aos fiéis, alguns dos quais foram espancados. Se os fiéis não se tivessem refugiado na igreja de Nossa Senhora da Cruz enquanto esperavam pela chegada da polícia – dramaticamente ausente – poderia ter acabado muito mal… A procissão era composta por famílias, que vinham com carrinhos de bebé, idosos, jovens batedores e acólitos, como observou Le Figaro. “O objectivo era puramente religioso, não havia exigências políticas na nossa abordagem”, disse D. Jachiet, bispo auxiliar de Paris. É, portanto, o ódio à religião cristã e nada mais que está na origem deste ataque extremamente violento”. Ver vídeo documental em nota (2).

A comunicação social, como se tratava de perseguição aos Católicos, não se importa e cala. Certamente se fosse feito o mesmo a outras religiões, franceses seriam apelidados de racistas e os meios de comunicação social teriam falado disso durantes dias. Torna-se desastroso assistir a uma política muda e a uns media comprometidos que não parecem interessados em fazer algo  para resolver a situação mundial contra os cristãos, que são o grupo atual mais perseguido no mundo! Porquê esta diferença de tratamento? O que pretende fomentar o “pensar politicamente correcto”, com isso?

Muitos já se estão a dar conta da união entre a extrema-esquerda e o islão atendendo a ser uma religião política que integra meios semelhantes aos seus.

O cristianismo não deve, porém, cair nessa armadilha de misturar religião com política activa. Por outro lado é fatal assistir-se, de meros braços erguidos ao céu, à decadência ocidental . Não chega implorar a misericórdia e a piedade de Deus para todos… Mal seria se as religiões se unissem umas às outras não para a paz mas para se defenderem contra certo extremismo secular. Este parece só interessado em destruir, sem notar que se encontra a cerrar a haste da árvore em que se encontra!

Torna-se urgente uma reconciliação entre o poder religioso e o poder secular, entre direita e esquerda, dado uma sociedade precisar das duas pernas para andar e para avançar na história; temos dois hemisférios cerebrais, há que atender aos dois para podermos andar como pessoas e como sociedade.

Seria perverso pensar que destruindo as raízes cristãs da Europa, mais fácil seria estabelecer uma oligarquia económico-política num sistema de globalismo centralmente governado; parece bailar em muitas cabeças a imagem de um sistema chinês que soube unir socialismo e capitalismo nas mãos de 80 milhões de comunistas que orientam o resto da China.

Gente sem fé nem lei, movida de interesses ideológicos, apodera-se da praça pública e aproveitando-se dela para semear a discórdia e a delinquência.

Quando estará o Estado disposto a fazer alguma coisa para deixar de ser cúmplice?

António CD Justo

Notas em “Pegadas do tempo”,

 

DIA DE PORTUGAL – Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas

Reaprender a ser português

De celebração em celebração vamos empacotando os símbolos vivos da nação, na banalidade da rotina factual comemorativa, como se tratasse de sardinhas embrulhadas em folhas de jornal. Festa de desobriga com golfadas de incenso para o corpo de uma nação quase sempre moribunda.

A 10 de Junho de 1580 morre Luís de Camões, o Homem que cantou o alvorecer e expandir de Portugal. Camões conseguiu, na sua incomparável epopeia “Os Lusíadas”, imortalizar o espírito português. “Os Lusíadas” tornaram-se o livro da identidade portuguesa. Identidade esta, com o tempo desbotada pelo sol desgastante da ideologia e pelas ondas enleantes das revoluções. Camões é o símbolo de um Portugal caminhante que tem de descobrir mundo para se ir realizando através da história.

Os descendentes dos Homens-bons afirmam que, à morte de Camões, Portugal também morreu. Seguramente, uma afirmação certa no que respeita à classe política dos governantes de Portugal. Esta já não entende Camões nem entende a alma portuguesa, hoje residindo no borralho das cinzas do povo. Um governo “fraco torna fraca a forte gente…” escrevia aquele visionário que ao morrer terá dito Morro com a Pátria”! Este vaticínio

Não, Portugal não morreu. Só morrerá quando deixar de possuir aquilo que o criou, ergueu e tornou específico: a fé e a coragem. A grandeza de Portugal foi construída à sombra do cristianismo. O povo assumiu a missão cristã tornando-a sua. Pátria e fé eram uma coisa só, era então Portugal. O povo sabia conjugar o “heroico” com o “imortal”. Assim, os portugueses descobrem o mundo como missionários da pátria. Com o andar dos tempos perdeu-se o povo e com ele a pátria também. Agora, dela pouco mais resta do que massas à deriva e um Estado de abutres que voam sobre elas.

A obra à nossa frente não será menos arrojada e grandiosa do que a dos descobrimentos. Já não chega uma restauração, é necessária uma nova descoberta. Hoje, os Homens Bons” terão de se lançar à missão de, primeiro, descobrir o povo e a pátria, na redescoberta do cristianismo e da energia lusitana que nos deram rosto! Isto se não pretendermos continuar a ser um país a viver, geralmente, de mão estendida e na dependência das maresias de fora!

Para ressurgir terá de descobrir “mares nunca antes navegados”. Terá de ultrapassar a “Taprobana” do materialismo institucional estatal e religioso. Terá de, como os nossos “egrégios avós”, possuir a coragem de se lançar no fluxo da vida, arriscar e ousar “pecar corajosamente” para abandonar as certezas dos “Velhos do Restelo” que, agarrados às velhas ideologias materialistas, fizeram o 25 de Abril, embrulhando, com elas, um povo inteiro. Filhos da escrava, da russa Agar, da gálica Libertas, continuam a enxovalhar, inconscientes, a grei.

Portugal, desembrulhado, voltará a descobrir-se povo e então redescobrirá a missão que o levará à vitória sobre o nevoeiro estranho que embacia o cérebro das nossas elites e tolhe a vida moura do país.

Então, alijará as formas mecanicistas do seu pensar para poder proporcionar o salto quântico da nova física, a nova consciência. Uma nova mundivisão, surgida já não de revoluções de interesses oportunos e subjugadores, mas dum impulso genuíno de verdade, dum desejo de liberdade criadora e universal.

Não teremos a ajuda dum infante D. Henrique que concatenou então saber e engenho e energia universal. Seremos ajudados por um processo paulatino desformatizador das formas do medo, do ganho, da avidez e do poder. O sofrimento e o desespero duma natureza cada vez mais atrofiada despertar-nos-á para uma nova criatividade, um novo pensar. Então sonho e realidade serão as formas do mesmo pensar. Então seremos tão livres que não saberemos onde a liberdade começa nem acaba. Então navegaremos à tona do mar como se esta fosse o seu fundo! Descobriremos no céu do horizonte novos mundos com caminhos diferentes. Nesse mundo da nova consciência a dignidade já não é apenas humana, passa a ser natural!

No novo mar português, o Povo já não descobre; ele pode criar porque a nova cultura já não é poder nem ter, mas sim relação.

Até lá vamos rasgando a cobertura das ideologias do céu português. Das aberturas surgirão novas auroras e do céu baixarão as cores do arco-íris. Então todas as relações e ligações serão libertadoras e benditas porque, entre uns e outros, deixará de haver muros, para nos delimitar chegarão apenas as cores do arco-íris.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

Publicado a 10.06.2009, in Moçambique para todos: https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/

SUGESTÃO QUEIXA RELATIVA A OMISSÕES NO CARTÃO DE CIDADÃO

 

 O cidadão e seus interesses só constam quando ele levanta a sua voz junto das autoridades que o representam ou que se encontram a seu serviço!

Já enviei às abaixo mencionadas autoridades a sugestão queixa. Para que as autoridades sintam que não se trata de uma questão individual seria importante lhes dirijam o texto que em baixo coloco ou um por vós composto!

Entidades e E-mails:  Provedor da Justiça:  provedor@provedor-jus.pt Os diferentes partidos parlamentares  podem ser contactados por e-mail em https://www.parlamento.pt/Paginas/contactos.aspx ; Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos E-mail: geral@cada.pt ;   Comissão Nacional de Proteção de Dados : geral@cnpd.pt

Dado tratar-se de uma falha do Estado português também poderia ser feita exposição ao provedor da Justiça europeu:

 https://www.ombudsman.europa.eu/pt/contacts 

Exemplo de texto (para simplificação bastaria colocar no e-mail o vosso nome em vez do meu).

Assunto: Sugestão Queixa

Ex.mos/as Senhores/as

Solicito a sua atenção para tomar iniciativa no sentido de reparar as insuficiências (omissões dos poderes públicos) no Cartão de Cidadão conforme abaixo exposto.

Com os melhores cumprimentos

António da Cunha Duarte Justo

Cartão de Cidadão n°. 0196708

 

CARTÃO DE CIDADÃO PORTUGUÊS COM INSUFICIÊNCIA NOS DADOS

 

Evitar os Meandros da Burocracia e um Estado farejador

 

O Cartão de Cidadão (Identidade) português não é suficiente para identificação da pessoa em muitas instituições.

Há instituições como, Bancos, Correios, fornecedores de serviços, que, na União Europeia e fora dela, não reconhecem a identificação registada no nosso cartão do cidadão. Não chega ser reconhecido como cidadão do país ou da União europeia.

Ao contrário do que é comum em cartões do cidadão (bilhetes de identidade de outros países da União Europeia), as entidades portuguesas não mencionam, no documento, a residência nem o lugar de nascimento da pessoa a identificar! Essa falha provoca a exigência de outros documentos para se identificar, o que requer maior esforço burocrático e custos adicionais. Em vez disso regista o nome dos pais.

Por outro lado, o Cartão do Cidadão não respeita as diretrizes da Constituição portuguesa nem os direitos humanos de privacidade de dados pessoais dos tempos modernos! O número de identificação fiscal, o n° da segurança social e o número de utente de saúde não deveriam figurar no Cartão de Identidade (os registos destes três dados, no mesmo cartão, são inadmissíveis noutros países da EU em que o cidadão exige das autoridades maior atenção à protrecção e ao tráfego de dados).

Isto dá-se devido ao abuso da política e ao facto de, na opinião pública, a apresentação dos dados NIF e SS juntamente com o número de identidade no cartão não incomodar o cidadão; noutros países os políticos não se atrevem a fazê-lo porque teriam o cidadão à pega.

Também, no tempo de Salazar, o nosso bilhete de identidade mostrava as nossas impressões digitais, o que noutros países europeus só era exigido para prisioneiros! Em Portugal as organizações civis independentes não estatais, defensoras dos direitos do cidadão, ainda têm pouquíssima expressão.

Numa época em que o globalismo ameaça acabar com a privacidade, o Estado deveria respeitar e proteger os seus cidadãos especialmente no que se trata de referência a dados de acesso sobre saúde (1) e identificação fiscal!

A referência da localidade, de residência e do local de nascimento no Cartão do Cidadão evitaria que portadores do Cartão de Cidadão tivessem de tirar também o passaporte (até para países da União Europeia) sempre que se exija identificação mais exata e concreta (2).

De notar que a falha referida obriga muitíssimos portugueses a terem de tirar o passaporte e a suportarem o exagerado custo de 50 euros.

António CD Justo

Notas em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6514