CONCEPÇÃO MATERIALISTA DA HISTÓRIA NO GOSTO DO TEMPO (ZEITGEIST)

Amarrados à Corda do Tempo passado e futuro (Divididos pelo Tempo cronológico)

António Justo

A Ideologia do Progresso é uma concepção materialista da história, que tem consequências enganosas para a prática social e individual; na sua concepção política, segue a estratégia, de criar uma consciência revolucionária de classe socialista materialista, incidindo para isso, sobretudo, no âmbito dos pelouros da Justiça, da Educação e dos Media. Para se tornar mais acessível às pessoas, a consciência revolucionária de classe é embrulhada num idealismo internacional militarista de fervor quase religioso, tendente a substituir qualquer metafísica por um panteísmo imanente (de oceano em que a pessoa passa a ser apenas gota)! Também o capitalismo segue a ideologia do progresso tecnológico e de um consumismo fomentador de sempre novas necessidades num ser humano que se quer sobretudo cliente e consumidor!

Quer-se que o medo substitua a esperança, dado este ser mais adequado ao projecto de construção de uma sociedade funcional de progresso técnico-materialista que reduz a pessoa humana a uma peça ou ao nível dos instintos.

Pouco a pouco e sem se notar, a sociedade passa a ser transformada numa mera classe de consciência marxista-leninista de embrulho socialista, a ser movida num contínuo clima de insegurança e de medo. Fomenta-se a consciência de um presente querido ausente e, como tal, indesejado e não vivido, para que seja apenas sentido como grandeza de transição (uma espécie de purgatório da sua utopia da História: um estado de mudança pela mudança que dê a impressão de que o futuro, se torne em utopia condutora suficiente (meio e fim em si) numa atmosfera niilista criada pela própria ideologia mas de que esta paradoxalmente promete libertar-se. Neste estádio intermédio, as novas necessidades consequentes da insegurança e do medo promovido passam a querer ser saciadas por uma esperança de tipo internacionalista que justifica a intervenção de poderes anónimos cimentados também eles pela crença devota de um capitalismo globalista unido a uma supraestrutura de culto socialista.

Neste sentido, uma esquerda radical, inteligentemente organizada, com uma eficiente estratégica com ONGs, redes e agendas internacionais, apodera-se dos factores (ideais) político-sociais de “desenvolvimento” colocando-se à frente de campanhas portadoras de uma dinâmica de mudança e exigências de transição, que se torna óbvia pelo direcionamento e controlo dos temas que ocupam e dirigem a opinião pública.

O direito à diferença natural, cultural e existencial é substituído por um igualitarismo de tipo legal (direito positivo) que chega a não respeitar a lei natural e orgânica da diferença que pressuporia uma tolerância existencial e não apenas uma tolerância cultural de meros efeitos funcionais, utilitários e imediatos de conveniência humana e social.

Ao contrário de movimentos político-sociais moderados e de direita, que indolentemente se contentam com o movimento de inércia do desenvolvimento histórico, uma esquerda coerente e esperta aposta num eco-socialismo de autopoder participativo, lutando consequentemente pelas pretensas reformas eco-sociais (a mobilização do autopoder participativo é usada como meio oportuno para atingir o seu indeclarado fim, a saber,  uma sociedade comunista); no igualitarismo tudo se quer funcional, passando para segundo plano o aspecto relacional humano: o que conta é o aspecto funcional no que respeita à satisfação da necessidade social e pessoal, seja a satisfação adquirida através de uma pessoa ou de um gato…

Se a sociedade tradicional chegava ao Homem através de Deus numa tentativa de transformar a natureza e o Homem, a sociedade progressista quer chegar ao Homem através da natureza amarrando-o à ideia materialista dela (por outro lado prescindem dela para explicarem o ser humano apenas como produto da cultura). A cultura torna-se numa pastilha elástica que legitima, por si mesma, a ideologia também ela não mais que fruto da cultura (ver ideologia do género): assim a pessoa passa a ser mero produto de informação, e que se resume na estratégia formação = informação (uma sociedade concebida com o Homem em termos abstratos, legitima a hegemonia já não dos iniciais latifúndios agrários nem dos posteriores latifúndios citadinos – latifúndios bancários – mas sobretudo a “evolução” para os latifúndios de ideias (ideologias) e suas pastagens onde os rebanhos irmanados pela necessidade pastarão.

Uma necessidade legítima de mudança pessoal e social notória parece, nos termos do Zeitgeist criado, favorecer a luta de agendas e ONGs contra a matriz cultural ocidental (cujo maior equívoco tem sido ser demasiado dualista como queria o poder e a filosofia e não trinitária (dualismo é o contrário do que a teologia e a fé anunciavam no princípio).

Os conservadores mais ligados ao processo económico e às leis da natureza perdem-se, por vezes, na resposta ao presente e descuidam o princípio (axioma) bíblico “no princípio era a palavra, a informação”! No desenvolvimento está a Palavra, a in-formação de que a esquerda se tem apoderado com maior sucesso vendo o ideário da Europa ser cada vez mais transformado no sentido de uma esquerda zelosa de futuro; dos zelotes do templo passou-se aos zelotes do tempo! Estes negam a afirmação do futuro espiritual para a substituírem pela afirmação do futuro no sentido marxista da história (como utopia): os marxistas-leninistas caem no mesmo defeito que criticam, embora defiram nas perspectivas (confiar na vida do além à custa da vida presente ou confiar na utopia de uma sociedade futura mediante a renúncia ao presente, nas duas sacrifica-se o presente); de facto a ideologia do progresso socialista repete de maneira invertida a matriz de esperança religiosa, substituindo a esperança transcendente pela esperança imanente; esta ideologia nega assim o presente, reduzindo-o a mero momento do processo revolucionário, tornando-o instrumento alienatório. Se uns esperam num futuro depois da morte os outros esperam num futuro depois do presente. Há que evitar tanto preconceitos ideológicos como religiosos. Para tal seria oportuno apostarem uns e outros num tempo qualitativo Cairos. Para isso a civilização ocidental teria de entender melhor a fórmula trinitária como processo dinâmico (não a relegando para a vida conventual) e não como algo estático que só pode desaguar no dualismo de um tempo Cronos, um tempo só quantitativo porque fruto e expressão da experiência materializante. Compreender a fórmula trinitária da realidade (humano-divina) pressupõe a consciência do tempo e da realidade como processo, num tempo Cairos de sentido qualitativo, um tempo eterno (transcendendo o tempo), que é o tempo presente sem dimensão. Se fossemos introduzidos na vivência do tempo Cairos, adimensional superaríamos a mentalidade dualista do verdadeiro e do falso, do certo e do errado, da direita e da esquerda, do materialista e do espiritualista; então deixaríamos de viver dependurados na corda do passado e do futuro própria do tempo Cronos.  Cairos é o tempo dinâmico-criativo, o tempo espiritual (processo) e Cronos é o tempo estático medível e como tal materializado. (Somos seres espirituais feitos de céu e terra, num processo inicial dinâmico de estado sólido-líquido-gasoso e como tal com asas que nos possibilitam deixarmos de confinar a nossa existência à qualidade de um viver de mexilhão fixado na rocha.)

No estado da consciência social atual, aqueles, que melhor se apossam do princípio bíblico – Palavra=in-formação=energia=Espírito – não hesitando em abusar dele para os seus fins materialistas (de uma nova sociedade a implantar), serão os que mais sucesso epocal terão, como já se vai constatando na revolução da geração 68. De facto, a realidade divina, a realidade inicial é Palavra, informação, isto é, processo = “in-formação”! Infelizmente quem se apodera da energia in-formada e em formação formatando-a à medida de formatos sociais ganha a dianteira superficial a nível do ter mas não no processo de ser – diferença entre Cronos e Cairos)! (No governo do Covid-19, se observamos as medidas dos governos com a atitude dos cidadãos, dá para entender a dinâmica que se encontra por trás do poder de quem se assenhoreia da palavra/informação como dado estático e isto independentemente da formação do cidadão: a reacção ao medo e a consciência gerada manifestam-se transversais a nível social embora muito longe do meio termo de ouro).

A estratégia socialista, na sua primeira fase (época da industrialização), foi dedicar-se à apropriação dos movimentos dos trabalhadores (proletariado da industrialização) e agora (época da tecnologia e dos serviços) apodera-se dos meios de informação e do movimento ambientalista de modo a legitimar-se através de uma consciência que se quer ver adaptada e concretizada num eco-socialismo. Esta tem sido também uma jogada inteligente da esquerda abrilista portuguesa, internacionalmente bem planeada e depois executada no seu sentido com os saneamentos de início efectuados a nível de docentes de universidades, escolas, administração e dos jornalistas nos meios de comunicação social (o nosso Prémio Nobel também se empenhou activamente neste sentido!). Na sociedade portuguesa predomina uma visão esquerdista na maneira de observar e equacionar o dia-a-dia social-político e económico (não haveria nada a dizer contra se ao mesmo tempo houvesse uma verdadeira discussão intelectual controversa sobre a situação vivida). No regime de Salazar não havia espírito crítico e no regime de Abril também não o há. A esporádica crítica que há não se encontra integrada no sistema, faz parte apenas de comentários indesejáveis, mas sistemicamente úteis porque dão a impressão de nos encontrarmos em verdadeira democracia. Ontem como hoje, à margem de alguns suspiros de protestos, os governos atuam como se não houvesse povo e o que se nota em marcha são hordas bem alinhadas do regime.

Como bem conseguiram incutir no pensar politicamente correcto (mainstream)  querem ver, de futuro, o ser humano reduzido a produto da natureza bruta e de uma cultura desenraizada negando-lhe a qualidade cristã para possibilitar a elaboração de um ser humano em função de.  No sentido maçónico e muçulmano combatem a crença num Deus pessoal que legitimaria a responsabilidade social e pessoal, preferindo apostar apenas em energias (espécie de imanentismo) que justificam o poder da energia (força) mais forte a aplicar-se na sociedade. Já outrora o escritor Dotojewski alertava para o perigo modernista que queria acabar com Deus e ameaçava a Rússia. Segundo ele a consciência humana sem Deus deixaria de ter porteiro e consequentemente a chave dela passaria para a política! Deus é o princípio criador e ordenador, num processo inclusivo de conservar e inovar ao mesmo tempo; hoje dá-se ainda mais importância ao princípio diabólico = princípio divisor interessado em destruir (desordenar, desconstruir) a ordem natural e humana inicial.

Uma educação para a humanidade pressupõe o acento da formação na dignidade humana individual e inalienável com caracter de verticalidade e transversalidade e implica por isso, alteridade, tolerância e respeito; respeito também pelo adversário; respeito por tudo o que é humano e pela natureza! Não é lícito, em nome do indivíduo abstracto, ou de uma sociedade abstrata, meramente funcional com funcionários e cidadãos funcionais, subjugar tudo ao serviço da máquina estatal; nesse sentido, porém, as estruturas de formação identitária são consideradas disfuncionais. A soberania da consciência individual, a família, a religião, os partidos, os órgãos constitucionais e o biótopo cultural são co-determinantes que em conjunto delimitariam o bom funcionamento orgânico de um Estado. O reconhecimento da diversidade também assume mais relevância no contexto da globalização e da internacionalização da economia e consequentes efeitos migratórios.

 

O respeito que se deve ao Estado e suas instituições pressupõe a reciprocidade de comportamento do Estado para com as outras instituições (O ser humano, já no nascimento, não subiste sem a família, sem comunidade; comunidade e indivíduo são realidades complementares não podendo subsistir uma sem a outra e menos ainda uma contra a outra.)  As instituições (na qualidade de órgãos) estão primeiramente chamadas a servir o indivíduo para que este subsista na comunidade natural e social no seguimento de um sentido teleológico (a necessidade cria o órgão!). O cidadão não pode tolerar que o Estado se possa tornar cativo de qualquer elite económica ou ideológica.  Na árvore da instituição quer-se cada um em seu galho seja ele político, ideológico ou económico. 

Não é suficiente colocar-se o problema da educação só num contexto político ou administrativo. O necessário debate político levantaria muitas questões numa sociedade que embora arrebanhada tem muitas mansões.

Numa sociedade em que a população cada vez tem mais a impressão de não ser senhora da sua cultura e do seu país torna-se óbvio um olhar crítico a todas as questões sensíveis relativas ao poder, às hegemonias e aos novos dinossáurios globais. Não é legítimo combater o poder nem dogmatismos passados e abafar os que atualmente se querem afirmar descaradamente enquanto se fala dos seus antepassados. Um construto social de categorias interdependentes pressupõe uma perspectiva interdependente de cooperação institucional.

O primeiro problema está na velocidade que se quer imprimir à imposição da mudança, uma mudança não estrutural nem orgânica que se pretende ideológica e mecanicista! Quer-se reduzir o Estado a uma máquina de produzir indivíduos clientes, consumidores funcionais, numa sociedade a funcionar desnaturadamente: por isso abaixo com a religião, com a nação, com a família com a pessoa soberana! Uma sociedade sem pai parece ansiar agora por um Estado autoritário que lhe ofereça segurança…

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

  • (1) O vaticínio de  Nikita Khrushchev , Secretário-geral do PC, a 29 de setembro de 1959 na sede das Nações Unidas:  “… Os filhos de seus filhos viverão sob o comunismo. Vocês, ocidentais, são tão crédulos que não aceitarão o comunismo de uma vez, mas continuaremos a alimentá-los com pequenas doses de socialismo até que você finalmente acorde e descubra que já tem o comunismo para sempre. Não teremos que lutar com você. Ambos enfraqueceremos sua economia até que caiam como frutos maduros em nossas mãos. A democracia deixará de existir quando eles tirarem aqueles que estão dispostos a trabalhar e entregarem aos que não estão. ”  Concluindo: O SOCIALISMO LEVA AO COMUNISMO

 

A VOZ DOS OUTROS FALA NA NOSSA OPINIÃO MAS AFASTA A NOSSA VOZ INTERIOR

O moinho tritura o grão que deixa de ser semente para se tornar mero alimento

No nosso cérebro ressoam as vozes dos nossos familiares e antepassados, informações e imagens dos nossos meios de comunicação, etc.

São vozes, nada mais; vozes que moldam as nossas mentes e se expressam nas opiniões que, inconscientemente,  adoptamos pensando que são mesmo nossas!

O processo de informação e formatação faz lembrar os grãos (ideias) que entram na mó do moinho! Lembro-me de quando era menino ir levar o milho ao moinho da Pedra Má no rio Arda em determinado dia que nos pertencia. Então, sozinho, no casebre do moinho, sentia-me arrebatado pelo barulho repetitivo da mó que girava girava sem parar, movida pela água do rio Arda.

O cheiro do milho ralado e o cair da farinha transferia-me para esferas da imaginação que hoje, vistas de longe, me fazem lembrar a situação da sociedade e da opinião pública que nos move e mói.   Como os grãos,também  os nossos neurónios  cerebrais são  continuamente triturados de maneira a termos todos a mesma ordem de  pensamento e a fluir, quais rebanhos, a pastar na praça pública ideias bem penteadas e à moda do tempo.

E assim nos deparamos,  cada vez, com mais pessoas que são  da mesma farinha ou “farinha do mesmo saco”! O pensamento à esquerda ou à direita deixa de ser semente para se  tornar em farinha de engorda que difere apenas nos moleiros que alimenta!

A cultura da polis é como a da agricultura! Temos os agricultores e os fabricantes de ideias bem moídas de maneira a formatarem os grãos das ideias em opinião.

Assim, a voz dos outros se vai sedimentando sobre a nossa voz interior que, muitas vezes, morre atordoada pelo barulho do moinho ao redor. Deste modo, entramos em transe,   sem ouvirmos a nossa própria voz porque nos tornamos em meros altifalantes do gosto do tempo (da voz do moinho) que vai moldando as mentalidades de geração em geração. Estas repetem-se na ilusão de serem diferentes das outras…

O reinado do Covid-19 poderia ser uma ocasião para uma pausa, uma pausa para pensar e transpormos até as paredes do próprio pensamento; esta poderia ser a oportunidade  de nos possibilitarmos a ouvir a nossa voz genuína, a voz interior, que querer brotar no interior da nossa ipseidade.

O moinho tritura o grão que deixa de ser semente para se tornar mero alimento.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

MATRIZ SOCIALISTA MARXISTA NA BASE DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

Não à Concepção materialista da História e à Colonização da Sociedade pela Ideologia do Progresso e do Eco-socialismo

 

Por António Justo

Diga-se sim, a uma sociedade plural, aberta às diferenças, à diferenciação, à complementaridade das ideias e das coisas sem excluir uma transversalidade de valores materiais e espirituais no âmbito individual e social.

Pela documentação oficial que pude ler em torno da disciplina Cidadania verifiquei muita competência e dedicação na elaboração dos documentos que, apesar de muita coisa louvável, não escapam a uma matriz de sociedade socialista marxista que se vai impondo sem que a sociedade note! Nas sombras dos corredores ministeriais, privilegia-se a forma técnica e o funcionalismo em prejuízo do caracter social participativo/inclusivo, seguindo-se o pressuposto de que “os fins justificam os meios”.

O objectivo que documenta (1), entre outros, é “Desconstruir os diferentes papéis socioculturais em função do sexo”, quando o que prioritariamente precisaria de ser abordado neste assunto era a matriz sociocultural vigente de maneira a poder tratar de forma inclusiva, a nível de matriz, o princípio (energia) da masculinidade e o princípio da feminilidade, em termos de complementaridade.

Tal como genericamente a identificação visual do sexo à nascença não será a única forma de determinar o sexo biológico também as funções sociais vigentes, inerentes ao modelo de sociedade em crise que seguimos, não são suficientes para ajuizar da determinação dos papéis e atitudes a assumir nela. Seria sinal de uma atitude retrógrada pretender-se construir novas atitudes e papéis sociais em função da ideologia materialista que se expressa também no programa Gender (Género); isto revela uma acção de reacção política (a nível de papéis) quando o óbvio seria uma acção coordenada no sentido de ingerência activa dos difrentes grupos sociais.

Ao mesmo tempo é de constatar que alguns princípios doutrinais assentam em pressupostos e em agendas internacionais interessados em formatar e controlar a liberdade do cidadão e da família, considerando para isso a família e a religião já não como fontes de educação, mas como factores de risco e, deste modo, objetos da educação estatal. O conflito identitário entre autoridade familiar e autoridade política encontra-se já programado e a ser implementado sem ter em conta a saúde mental e emocional do educando. É também antinatural e contra a essência do ser das instituições colocar-se a autoridade do Estado e a autoridade familiar em termos de conflito aberto… O que hoje não é feito no sentido da pessoa humana mais cedo ou mais tarde a revolta revela-o como erro.

A regulamentação pretende uma educação formal, imposta de cima; o objectivo declarado é que, já na pré-escola, as crianças saibam “distinguir diferentes expressões afetivas” (bissexuais, homossexuais, lésbicas, etc.); isto, nesta idade, pretende criar -se na criança uma consciência individual de caracter só mental, contra o desenvolvimento natural das faculdades imaginativas, afectivas e lúdicas (caraterísticas desta idade). O sistema já não se limita a controlar o que as pessoas leem e ouvem para passar a estruturar o cérebro das crianças de modo a ter um formato ideário socialista-marxista que facilite o trabalho das elites a atuar na nomenclatura de um governo universal futuro, como Nikita Khrushchev já profetizava (2).  Na China já podemos ter uma amostra desse sistema: oitenta milhões de filiados comunistas são suficientes para governar e administrar mais de 1400 milhões de habitantes.

Quer-se intervir já na idade mais tenra do desenvolvimento (cerebral) da criança de modo a fazer dela um produto cultural ad hoc com percepção meramente cerebral (contra o desenvolvimento natural integral).

Também as crianças têm direitos em relação a pais, estado e sociedade. O direito da criança a uma educação correspondente à idade é profanado em favor de interesses ideológicos políticos (aqui não se está interessado em salvaguardar os interesses e o bem da colectividade mas sim em privilegiar os interesses de grupos conotados da ideologia maoista e marxista (quer-se a construção de uma outra sociedade em nome de valores e direitos de caracter genérico). Pretende-se privilegiar a formação cerebral versus uma formação integral biológica, emocional e psicológica (inerente ao processo etário). Ao acentuarem a in-formação intelectual (meramente mental) afetam os processos mentais, como por exemplo, os processos da cognição e da emoção.

Ao mesmo tempo, a educação provinda do exemplo familiar é considerada de espírito tradicional (retrógrada) e por isso de submeter à formatação ideológica mental, no sentido do Zeitgeist efectivado pela geração 68 e agora concretizado em programa do Estado.

A nova matriz europeia, antropológica e sociológica, a implementar pretende criar um novo tipo de pessoa e de estrutura de valores político-sociais funcionalistas (filosofia utilitarista, mecanicista e materialista), mais conforme ao caracter asiático e árabe). Como na Europa o conceito de indivíduo e a consciência de pessoa se encontram já em conflito com instituições/jerarquias e interesses político-sociais, é do interesse do globalismo marxista e turbo-capitalista continuar o processo desvinculando-os da natureza (da biologia) e dos biótopos culturais (família/Estado/religião cristã) para mais facilmente ser possível a criação de um construto humano artificial baseado apenas nas potencialidades mentais abstractas  (mais aptos também para a manipulação ideológica).  Deste modo, o novo cidadão (produto artificial citadino) quer-se preparado para racionalmente poder legitimar “democraticamente” o surgir de uma nova cultura desenraizada da pessoa e do meio natural, de seus sentidos e da natureza (em vez de pessoa complexa, quer-se o “cidadão” abstrato,  a prole da polis (científica) deve substituir a prole familiar ou natural (uma ética racional simples deve substituir o lugar da religião); isto numa de cidade contra a aldeia, globalismo contra regionalismo e cultura contra natura ao gosto do que a ideologia gender já tenta aplicar. O controlo mental ou formatação sobretudo cerebral, possibilita posteriormente um produto cultural (cidadão) objecto de informação, tornando-o mais manobrável (um variável!) e capacitado para efectivar e legitimar, a longo prazo, uma sociedade que legalize um governo distante,  latifundiário universalista, e tudo isto sob a salvaguarda e o pretexto de educar para os direitos humanos universais (o princípio da universalidade passa a justificar a discriminação do princípio da diversidade dos biótopos familiares, culturais e regionais em prol da funcionalidade da polis e de forças anónimas globalistas). A luta contra a família e contra a religião é a consequência lógica de uma matriz cultural masculina (paternalista) que não tolera o aspecto da religião e da família que albergam ainda o princípio da feminilidade embora as estruturas em que se encontra alojado obedeçam a estruturas de caracter sociológico mais masculinas).

 

Os promotores de uma sociedade marxista/maoista veem no tipo antropológico e sociológico judaico-cristão ocidental um obstáculo ao seu intento, por isso consideram-no o principal objecto da sua luta.  O seu projecto de formatação de um indivíduo (tipo produto cultural) pautado pela filosofia marxista encontra, principalmente na religião cristã (um dos garantes da civilização ocidental) barreiras naturais intransponíveis  que mais motivam a luta agressiva e desesperada de activistas interessados, não no melhoramento da civilização, mas no caos e confusão a criar nela, minando para isso muitos dos seus valores e diabolizando, especialmente, tudo o que cheire a catolicismo (o catolicismo, por muito estranho que pareça atendendo ao seu aspecto institucional de expressão exterior masculina, é a instituição religiosa dentro das religiões monoteístas que melhor alberga e integra o princípio e a mística da feminidade na comunidade e na pessoa).

De notar que as ideologias e movimentos ideológicos (em especial as de conotação marxista), mesmo a pretexto da defesa da mulher, são, em geral, de caracter machista (ordem patriarcal, postas ao serviço da prepotência da energia/princípio da masculinidade). A ordem económico-social-política estabelecida produz activistas que nas  suas campanhas, a nível profundo, abusam da mulher (fixando o foco da sua actividade apenas no papel/aspecto funcional da mulher) para esta,  em vez de esta se empenhar e lutar por uma maior integração do princípio da feminilidade na matriz cultural, em que o princípio da masculinidade é o factor relevante, adoptar o princípio da masculinidade na sua estratégia tornando a luta ainda mais disfuncionalizada porque a própria mulher é instrumentalizada para, indirecta e inconscientemente incrementar a matriz masculina. Deste modo a luta dá-se mais no sentido de equidade de papéis no trato de homem e mulher e em desfavor da complementaridade dos dois princípios a nível do ser e como tal a luta da mulher, a longo prazo, fortalece paradoxalmente a matriz masculina!

Tal como na China a ideologia marxista quer paulatinamente submeter a religião à ideologia da crença monolítica de Estado (masculinidade pura!), não aceitando o princípio original cristão da soberania da pessoa humana (este princípio fundamental relativiza o poder absoluto de qualquer regime, Estado, ideologias e religiões enquanto instituições); na luta contra o cristianismo (a religião mais perseguida no mundo atual) une-se a ideologia capitalista liberal (Soros, etc.) à ideologia socialista materialista porque interessadas na criação de um tipo de sociedade formatada, autoritariamente de cima para baixo, de apenas consumidores de bens materiais e de ideias feitas; programam-se assim meros clientes e proletários para uma nova sociedade de mero consumo de mercadorias e de ideias.

Como fontes de valores e da moral bastará então recorrer-se (à sociologia) a estatísticas que tudo legitimarão, no sentido de uma “democracia” materialista regida apenas por uma pequena oligarquia com um grande aparelho administrativo controlador de uma clientela tipo proletariado. Suportam, no máximo, um cristianismo reduzível apenas a uma ética que então seja substituível pelo marxismo/maoísmo que, nesse caso, assumirá, com facilidade, tornar-se uma espécie de supraestrutura de caracter religioso.

A essência da sociedade e do cidadão deixará de ser orgânica para se tornar meramente formal e funcional (sociedade tecnológica).

É verdade que a sociedade que temos construído se tem afirmado de maneira controversa e manipuladora (instituições e elites à margem da filosofia e da pessoa como ser espiritual); menosprezam a alma e o espírito, a nível de pessoa e de comunidade e assim viabilizam ser infiéis à humanidade; mas as agendas ao gosto do tempo marxista em via prescindem até dessas potencialidades humanas vivas no povo para as reduzirem a princípios abstratos; a era socialista que agora se quer artificialmente impor nega a essência do Homem como ser espiritual, não querendo saber da sua ipseidade e do seu sentido metafísico. Negada a espiritualidade do ser humano é consequentemente negada a sua criatividade e liberdade de ser aberto; passa a legitimar-se então a sua instrumentalização à qualidade de ser mero objecto em função da ideologia e da sociedade (o cidadão gerado apenas pelos direitos que seu pai Estado lhe concede torna-se num pateta alegre inconsciente da  da pobreza da sua dependência: então, o porteiro da consciência deixa de ser Deus – perde a ipseidade – para se tornar o Estado no porteiro da sua consciência). Então o Homem deixa de encontrar a sua definição em si mesmo para ser definido a partir do exterior por uma forma de sociedade e em função desta (razão última do seu sentido individual!).

Torna-se indispensável uma discussão alargada na sociedade portuguesa, sobre o que está a acontecer sem que a consciência nacional o note, dado os governantes se terem desobrigado da discussão de tais temas, a pretexto de seguirem agendas e compromissos internacionais (basta-lhes para isso uma prática do levantar o dedo no parlamento, sem discussão pública, e depois deixar ao autoritarismo ministerial a função de implementar tais programas ideológicos sob o pretexto de se seguir a ciência e a maioria parlamentar: esta tática é mais observável em Portugal e em países de governo socialista como é o caso da Espanha e em Estados onde o povo está ausente, como acontece em África e na américa latina). Se observarem também neste proceder se torna constatável e notório o princípio masculino dominador: a masculinidade que transforma o povo em seu campo a ser sulcado pelo princípio da masculinidade!).

Atendendo ao biótopo cultural em que Portugal se encontra, torna-se legítima a exigência de uma pedagogia ancorada na filosofia e mística judaico-cristã com a correspondente imagem humana e social da liberdade cultural, da igualdade política, da fraternidade económica e do horizonte espiritual aberto, onde o Homem é princípio e fim, como se vê no seu protótipo Jesus Cristo.

Não chega para isso a nomeação, por superiores, de comissões de técnicos que elaborem princípios e estratégias baseados apenas em cientistas seguidores de doutrinas socialistas ou de um humanismo abstrato (a flutuar em águas ao gosto do tempo) sem incluir a necessária colaboração de todas as “forças vivas” da nação, na elaboração dos documentos e sua aplicação prática (seria aqui necessária uma estratégia feminina, criadora, de baixo para cima e não de cima para baixo!).

O problema não estará na escola nem na família, mas sim nos referenciais impostos a seguir. Em vez de se seguir os ditames da Constituição portuguesa (como referi no artigo https://antonio-justo.eu/?p=6087 ), uma parte restrita da sociedade portuguesa sente-se legitimada, a partir do miradouro do Parlamento,  a implementar  apenas o preâmbulo da Constituição que ainda considera a sociedade socialista como meta a atingir.  (Esta minoria até a nossa Constituição desrespeita, para endoutrinar a sociedade portuguesa na traição a si mesma; essa minoria, com voz altifalantada através de constelações de poder à la Geringonça, secundada por políticos conservadores fixados no seu momento e tudo apoiado pelos Media subservientes, aplanam os caminhos do modernismo materialista).

O facto de a disciplina “Educação para a Cidadania” ser motivada ou fundamentada nos Direitos Humanos não a iliba de análises crítica e muito mais quando se pressentem autoritarismos monopolistas do Estado (ou de outras procedências aninhadas nele). De boas intenções está o inferno cheio! A dúvida é o melhor crivo em relação ao certo e ao errado e uma boa companheira para se construir futuro; isto também em questões fundamentais como esta da educação de um povo!

 Aceitar a diferença, outras culturas, homossexuais ou bissexuais não implica a necessidade de uma formação única para tal: implica sobretudo o respeito da dignidade da pessoa e o direito de cada um elaborar a sua vida no sentido da sua felicidade e na aceitação da diversidade de grupos e de modos de viver diferentes. Para isso meio adequado encontra-se no âmbito cristão de quem o filho pródigo será o socialismo marxista.

Este artigo continua na próxima publicação com o título “Concepção materialista da História”

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

 

NÃO À EDUCAÇÃO PARA UMA CIDADANIA DE PERFIL MARXISTA E MAOISTA

A Disciplina de Cidadania reduzida a Aula de Religião do Estado?

António Justo

O secretário de Estado queria não deixar passar de ano alunos que faltem às aulas de Cidadania por razoes de objetores de consciência, mesmo quando ensinadas em termos marxistas de ideologia do género (1).

A tutela da Educação quer substituir os pais no direito de educar. Com as suas medidas vai contra a Constituição portuguesa que garante “a liberdade de aprender e de ensinar” e o direito insubstituível dos pais, ao determinar que “os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos” e mais, que o Estado deve “cooperar com os pais na educação dos filhos”. A lei fundamental também proíbe o Estado de “programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”; o artigo 41º da Constituição garante a liberdade de consciência, de religião e de culto, classificando-as como invioláveis e no número 6   do mesmo artigo consagra o direito à objeção de consciência.

Não é legítimo que um governo, seja de esquerda ou de direita queira formatar a sociedade segundo a sua ideologia. Seria um acto retrógrado querer criar infraestruturas ideológicas que deem sustentabilidade à crença da esquerda radical mesmo que para tal façam uso do subterfúgio de quererem cumprir normativas da ONU.

Respeite-se o direito escolar à informação sem usurpar o direito de formar o cidadão no sentido de uma só ideologia, como se dá na Turquia com o islão ou em países socialistas. Defenda-se o valor da diversidade em sociedade. Não é aceitável que uma instituição estatal se transforme num Olimpo de Deuses e se arrogue o direito da posse da verdade e da formação (formatação) da opinião. Não é qualquer cidadão que tem a posse de escolher o Estado onde viver nem o Estado tem o direito de impor qualquer ideologia ao povo. 

A função do Estado é apoiar não substituir (como bem dizem os bispos). Não está em causa a disciplina, mas a ideologia do género, a manipulação da sexualidade e a preparação das mentalidades no sentido de um estado socialista. Ao contrário de um Estado socialista como a China, em democracia ocidental, o Estado não usurpa para si a tarefa de uma doutrinação específica.

O direito à informação e ao conhecimento em todas as áreas do saber deveria ser um bem adquirido. É, porém, de rejeitar a opressão coletiva assumida por representantes do Estado que, para assumirem o poder total sobre o cidadão, façam uso do direito obscurantista de manter o monopólio da educação.

No intuito da selecção da informação os regentes querem também a selecção da formação em nome de valores mais altos, tal como faziam as elites de regimes passados. Seria cegueira intelectual e política criticar a união de religião e política do passado e querer-se hoje substituir a religião pela ideologia (por sua vez implementada na universidade em cursos servidores e não senhores) em compadrio com o Estado (o senhorio do regime político).

Em nome da democracia, da igualdade e da justiça social procura fomentar-se um modelo de educação que crie um perfil de cidadão ajustado à ideologia política de características da falhada União Soviética.

A disciplina de Cidadania e Desenvolvimento não pretende instruir, mas sim modelar caracteres. Para se evitar tal risco é obvio que tal disciplina deva ser opcional.  Também o filósofo Immanuel Kant argumentava: „O ser humano é aquilo que a educação faz dele.”

Apesar de alguns contributos positivos que o socialismo trouxe para a sociedade, isto não legitima a esquerda radical a ter o direito de, através do Ministério da Educação, implementar uma consciência social de perfil proletário. Isto seria fatal para um país que deixado o autoritarismo de direita passou, com o 25 de Abril, a ser dominado pelo autoritarismo de esquerda. (O povo não tem culpa: ontem como hoje não nota nada devido à informação e educação respetivamente transmitidas!) A matriz de pensamento monolítico cuidada pelos nossos regimes políticos tem prejudicado Portugal.

É grave e cínico, em nome da liberdade democrática, quer-se um modelo único de educação em que o debate público se expresse nos moldes do monólogo da crença marxista como se não houvesse alternativa nem modelos que respeitem e valorizem a dignidade humana e a diversidade cultural.

O facto de o Estado querer assumir o monopólio de formar o cidadão é já uma coerção do cidadão abusiva e cínica. Por isso há uma petição Manifesto “Em defesa das liberdades de educação” para a salvaguarda dos direitos humanos fundamentais, constitucionais e legais (2) e que quem desejar pode assinar (link em nota).

O argumento do compromisso assumido por Portugal em acordos internacionais (3) na área dos direitos humanos torna-se num pretexto ratoeira para impor um modelo único no seguimento de um regimento centralista de inspiração chinesa e soviética. O respeito de formas e valores assumidas em convenções internacionais não implica necessariamente a educação do cidadão no sentido da filosofia marxista nem sequer no espírito da revolução cultural maoista.

Pretender tirar-se o direito de educação de “cada contexto familiar” com o argumento de que só o Estado garante igual direito à formação por parte de todas as crianças e jovens corresponde a ideologia comunista declarada contra a Constituição portuguesa e que os estados resultantes da queda da União Soviética já superaram.

Deixe-se a liberdade de crença e de educação a cada pessoa e a cada agregado social. As diferentes disciplinas do currículo escolar são imensamente diferenciadas e suficientemente informativas para que o Estado as deva manipular no sentido de uma disciplina da sua crença política mesmo que esta se queira justificar com o indulto de inclusão; as aulas de biologia (sexologia) não precisam de ser complementadas por aulas de ideologia social que se querem (nas intenções da ideologia do género: cultura contra natura)  contra a biologia.

A Defesa da Educação para a Cidadania, nos termos em que se expressa e querida pelo Ministério da Educação, é um serviço à censura e como tal ao obscurantismo ideológico.

O cidadão adulto, respeitador dos direitos humanos, da igualdade social e de oportunidades, não precisa de uma “religião” estatal.  Toda a instituição deve estar ao serviço do cidadão, da pessoa humana e respeitar a sua soberania. É abuso democrático e prepotência adaptar a matriz política à matriz monopolista, seja ela marxista ou islâmica.

Cidadãos atentos e críticos não se deixam reduzir a cães de guarda de qualquer sistema monolítico nem se empenham na defesa de nenhum cargo ou ideologia, mas para alertar no sentido de as instituições servirem, todas elas, o humano. Defenda-se uma sociedade natural, tipo floresta, com diferentes biótopos e em que todas as árvores cresçam livremente; não seria inteligente fomentar-se uma monocultura tipo eucaliptal que por muita utilidade que o eucalipto possa ter se passe a transformar a floresta natural numa floresta só de eucaliptos. Deixemos as árvores viverem em paz nos seus biótopos naturais!

A educação é como o Sol que estimula as energias de quem acaricia; o seu melhor fruto é a tolerância no sentido da ordem e se assim for feito teremos uma sociedade rica, múltipa e variada à semelhança do reino vegetal do planeta. O melhor estímulo para a boa educação é o exemplo, dos pais, dos superiores, dos governantes, da sociedade.

Não podemos permitir que o ensino seja pervertido numa educação, à margem do ser humano e dos sentidos cívico e pedagógico.

Não à globalização da mediocridade apagadora da diversidade e da diferença que pretende transformar a pessoa (aluno e estudante) num produto formatado e apto a pensar e agir de forma já não individual-pessoal, mas meramente mecânica e funcional que em vez de pessoas só precise de técnicos para funcionar.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

(1) https://rr.sapo.pt/2020/09/07/pais/d-manuel-clemente-passos-coelho-e-sousa-pinto-juntos-em-manifesto-pela-liberdade-de-educacao/noticia/205371/

(2) Petição Manifesto “EM DEFESA DAS LIBERDADES DE EDUCAÇÃO”: https://peticaopublica.com/mobile/pview.aspx?pi=LiberdadeEducacao

(3) “Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica (Convenção de Istambul), Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o Pacto Europeu para a Igualdade entre Homens e Mulheres 2011 -2020, Compromisso Estratégico para a Igualdade de Género 2016-2019, Plano de Ação para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (CPLP 2017-2020), Recomendação CM/Rec(2010)5 do Comité de Ministros aos Estados-Membros do Conselho da Europa sobre medidas para o combate à discriminação em razão da orientação sexual ou da identidade de género”.

 

EDUCAÇÃO PARA A PAZ

SÓ HÁ UM POUCO DE PAZ

Não há nem nunca houve educação para a paz porque ela se encontra distribuída pelas diferentes ideologias, partidos e grupos de interesses!
Cada um considera-se em posse da verdade e em vez de a ver repartida também pelos outros julga-se no direito de impor a sua!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Temo