O MALTRATO DOS TOUROS E DOS CÃES

As Touradas são Espelhos e Modelos de Vida individual-política-social

António Justo

Num mundo em que a crueldade entre os humanos faz parte da ordem do dia, até parece cinismo erguer-se a voz contra a barbaridade com que se tratam animais em touradas ou contra a bestialidade com que se tratam outros animais.

É triste e de mau gosto a tradição de se terem cães acorrentados junto a casas de pessoas sem vergonha pelo trato indigno que lhes dão.

Também muitas pessoas passam ao lado sem atenderem ao pedido de um carinho ou ao grito de uma oração canina que apenas incomoda quem a ouve ou se torna desapercebida a quem já se habituou ao seu queixar:  http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/oracao-de-cao-1333096

Seria de registar, como indicativo do desenvolvimento de uma sociedade, o grau de sofrimento e na sua maneira como trata os animais.

De facto a maneira de tratar um animal pode dizer muito sobre o caracter de uma pessoa ou sobre a realidade da sua consciência. Seria cinismo condenar-se certas atitudes de violência contra a vida em casa e na escola e ritualizá-las como divertimento e como exemplo em festas sociais.

As Touradas legitimam a guerra contra a inocência da vida

O Vaticano embora respeite as tradições dos povos e as festas populares em torno das suas igrejas e capelas, sempre condenou as corridas de touros apesar de elas oferecerem possibilidades de lucros a nível local.

O primeiro espetáculo de touros registado terá sido no séc. IX na Espanha.

Em Portugal, o padre Manuel Bernardes (1644-1710) condenava as corridas de touros, dizendo: “O jogo de feras foi introdução do demónio, como todas as mais do gentilismo, para que o coração humano perdesse o horror à morte e ao derramamento de sangue humano, e aprendesse a ferocidade de costumes e indómito das paixões”.

O Papa Pio V, em 1567 publicou a Bula “Salute Gregis Dominici” proibindo as corridas de touros e decretando pena de excomunhão imediata a qualquer católico que as permitisse ou participasse nelas. Ordenou igualmente que não fosse dada sepultura eclesiástica aos católicos que pudessem morrer vítimas de qualquer espetáculo taurino. Pio V, considerava estes espectáculos alheios de caridade cristã Cf. http://basta.pt/igreja-catolica-e-touradas/

A igreja na sua perspectiva de inculturação cedeu muitas vezes às necessidades do povo, tendo havido também párocos interessados nestas e noutras festas populares.

Não deveria ser legítimo, em nome da arte, permitir a agressão física e moral contra animais, pessoas ou grupos sociais, nem tão-pouco qualquer interesse político ou económico deveria legitimar ou negligenciar tais atitudes. O facto de um “socialismo” institucional estar interessado em apagar usos e costumes de culturas no sentido do estabelecimento de um igualitarismo universal, não pode constituir argumento para não se obstar à brutalidade expressa nas touradas.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no tempo

O MILAGRE DA CONSCIÊNCIA E A PROVA DO CÉU

Porque gosto de pessoas sem antolhos, (viseiras) de pensamento (quer científicas quer religiosas), recomendo a leitura do livro “Uma Prova do Céu: A Jornada de um Neurocirurgião à Vida após a Morte”, do DR. Eben Alexander.

O seu segundo livro “Mapa do Céu” é igualmente emocionante. Seria de recomendar ler em primeiro lugar o seu primeiro livro. Do segundo livro em alemão traduzi a seguinte citação:

“Se recalcarmos a verdade (sobre nós), temos que pagar (expiar) por isso. Quando sabemos no nosso interior que algo é verdadeiro mas nos perdemos em rodeios a fingir que isso não é verdade, surge um conflito. E este conflito impede, por sua vez, que as diferentes partes em nós comuniquem eficazmente umas com as outras. Partes de nós são cortadas e negligenciadas. E quanto mais negligenciadas são, mais raivosas se tornam – e mais frustradas.”

Num tempo em que as pessoas cada vez mais pensam o que todos pensam – o pensar das massas e o saber correcto publicado – mais importante se torna cada pessoa desenvolver-se de maneira a poder fazer a própria leitura das coisas. A cada qual o seu caminho, pressuposto para isso é o corte do cordão umbilical e assim abrir a porta dos vários saberes que dormem em nós! É perigoso seguir o caminho público cada vez mais minado. Precisamos de pensar desenrascado e desanuviado em pessoas de integralidade intelectual em busca da verdade.

Em seu livro “Uma Prova do Céu”, o Dr. med. Eben Alexander descreveu as suas experiências durante 7 dias em que se encontrou em estado de coma, uma altura em que o seu cérebro se tornou incapaz de funcionar devido a uma meningite bacteriana porque antibióticos não actuavam. Apesar de tudo depois de 7 dias de coma acordou de repente.

Este é um caso único, o ter sobrevivido a esta forma de meningite sem sofrer danos cerebrais.

O que ele aprendeu neste 7 dias numa esfera diferente, foi para ele uma ultra-realidade, perante a qual a nossa realidade não é mais que uma sombra.

Ele apresenta,  no seu livro, numerosas provas científicas  de que as experiências que teve não foram causados pelo seu cérebro, uma vez que o cérebro já não funcionava.

A consciência é, portanto, independente do cérebro. Há muitos relatos de experiências de quase-morte, mas provavelmente ninguém penetrou até agora, pode-se dizer, no céu.

Eben Alexander também encontrou Deus, um Deus pessoal que é tão pessoal que a nossa personalidade humana, em contrapartida, é apenas uma sombra. O pioneiro da pesquisa em experiências da quase-morte, Dr. med. Raymond Moody, considera o livro do Dr. Alexander como o melhor de seu tipo. O céu está provado pelo Dr. Alexander. O céu não é, para ele, algo abstrato, mas algo muito concreto, o que também outras pessoas confirmam que estiveram nessa esfera espiritual (especialmente em situações de perigo de morte ou de paragem cardíaca). Alexander também descreveu a companhia de um anjo da guarda no outro mundo. Após a sua recuperação, ele percebeu, com espanto, de quem se tratava.

Eu acho que Eben Alexander é um exemplo do homem ocidental integral e que pode ser resumido da seguinte forma: Um homem da ciência, da fé, da racionalidade e da abertura. Ele combina a o pensamento platónico com o pensamento aristotélico.

António da Cunha Duarte Justo

REPUBLICANISMO JACOBINO: O CARUNCHO DO ESTADO PORTUGUÊS

Governo Geringonça quer EMI de espaços culturais e de casas de pobres

Por António Justo

O Governo de Costa, com os seus cotas do parlamento a ele encostados, tem produzido sobretudo medidas de satisfação de clientela; entre elas: a oferta das 35 horas semanais para os empregados do Estado, o ataque aos contratos do Estado com as escolas privadas com o argumento de poupança, a hipoteca do Sol dos portugueses com o argumento de que brilha mais para ricos e agora segue-se a penhora de cultura social e religiosa para satisfazer a sua clientela anticatólica.

Depois da clientela satisfeita abandonará a arena da governação, seguindo o mote, “atrás de mim que venha o dilúvio”! Segundo informa o Jornal de Notícias “em Paço de Sousa, Penafiel, até as casas mandadas construir pelo padre Américo, fundador da Casa do Gaiato,” são solicitadas pelas Finanças a pagarem o imposto IMI.

Nas pegadas do movimento socialista radical aliado da maçonaria, que na instituição da república se apoderou de grande parte dos bens da Igreja e dos pontos nevrálgicos do Estado, os jacobinos camuflados pretendem desta vez o levantamento do IMI em prédios sem fins lucrativos (adros de Igrejas, casas e salas paroquiais, lares, creches e conventos), não respeitando acordos de direito internacional assumidos (Concordata) nem tendo em conta que as propriedades em mira são de utilidade pública.

Será que irão levantar IMI por instalações de partidos, museus, fundações, edifícios do estado e outras instituições de utilidade pública? Das ajudas custo, um subsídio para a segunda residência de políticos não falam!

A Igreja assume um papel subsidiário do Estado no serviço que presta à sociedade. Entidades que ajudam gratuitamente a população não devem ser taxadas.

Em inúmeras instituições e iniciativas, a Igreja, de maneira económica,  presta serviços de qualidade que, de outro modo, teriam de ser mantidas pelos impostos que o Estado iria buscar ao povo contribuinte. Estudos da Universidade de Navarra provaram que se a igreja deixasse toda a ação social e educacional, o Estado ficava a perder imenso! 

Parece cada vez tornar-se regra geral aceite de que quem serve directamente o povo e os pobres é desfavorecido. Uma ideologia que não reconhece o património nem o valor do trabalho cultural e social do Catolicismo e os considera como luxos e privilégios dispensáveis, sofre de pobreza de espírito.

A Elite política portuguesa aproveita-se do Descontentamento social

O polvo da ideologia jacobina republicana serve-se do Governo Geringonça para, pela porta traseira, institucionalizar, no Ministério das Finanças, práticas da ideologia marxista já conseguida em parte no Ministério da Educação. O Governo sente-se à vontade, consciente de que ninguém lhes vai pedir contas, nem argumentação! Sabe quem tem: um povo num Estado burilado à sua imagem e e semelhança e uma oposição conservadora demasiadamente comprometida no sistema para poder pensar em termos de filosofia conservadora e afirmar-se como alternativa (mitigada) para a construção de um Estado tolerante e dignificador de todos os seus cidadãos, independentemente de serem de esquerda ou de direita, religiosos ou ateus. A fraqueza conceptual da direita é a força da esquerda. Esta abusa de um Catolicismo, que, ao contrário do Islão, se limita à formação espiritual dos fiéis não os motivando a interferir na política.

A Esquerda nos países do Sul anda de braço dado com o radicalismo, pelo que se aproveitará sempre do Estado e do amealhado pelos cidadãos; é contra a inclusão das energias do país e considera o Estado como sua propriedade e o privado como rival. Tornou-se nos novos-ricos (nomenclatura) que vivem da inveja propagada contra os patrões e contra a propriedade privada já açamada por demasiados impostos que em vez de reverterem em investimentos produtivos para a população se destinam a manter um Estado pobre mas que brilha na gordura dos seus barões que se fazem passear por corredores de ministérios e parlamentos de Lisboa e da EU.

O capital da esquerda radical são os pobres, por isso fomenta a pobreza económica e de pensamento: uma maneira esperta de assegurar a sua sustentabilidade no sistema corporativista. Vive bem protegida e afirmada pelo ditado popular: “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”; como sabem que se vive bem da censura, cortar-se-iam na própria carne se implementassem soluções que impedissem as causas do ralhar. A má economia é o húmus das cigarras do sistema!

Na sociedade portuguesa parece ser suficiente preocupar-se com amplificadores da ralha. Por isso a nossa feira não se preocupa em elaborar programas e estratégias para transformar a realidade, chega-lhe o teatro de alguns fantoches, chega-lhe produzir altifalantes e fomentar alguns camaradas que peguem neles; o nosso parlamento é especialista na produção de espectáculos fantoche (para um povo também ele faz-de-conta) e dos tais altifalantes da ideologia gritada, que se alimenta da pobreza popular e se justifica com a crítica ao adversário.

O nosso republicanismo também ele azedo não produz pão com crusta. Está interessado na produção de povo-massa mal levedada (realizada na ralha) e num Estado que produza fungos egomânicos, bolores e cogumelos, uma massa informe por lhe faltarem fungos (levedura) sociais que a levedem bem*.

Temos assim uma sociedade a jogar aos clubes e aos partidos e um governo a agir de ânimo leve, sem contemplar a verdadeira razão de povo nem de Estado. Um Estado assim encontra-se em estado demissionário do seu povo e é ilibado de eleição em eleição pela massa que não é consciencializada acerca do princípio da entropia inerente à nossa república e ao jogo de ideologias e oportunismos das clientelas partidárias. Querem um povo nem morto nem vivo, uma sociedade morna que vá dando para alguns se aquecerem sem se escaldarem.

O Governo de Costa aposta, também desta vez, numa discussão pública para alimentar os beneficiados das bancadas e para entreter cidadãos distraídos; conta com a ignorância cega e os meios de comunicação para provocar e assim manipular e desviar a raiva popular, daquilo que está verdadeiramente em jogo; desvia a conversa para lugares de espectáculo secundário, onde o arrazoar é substituído pelo insulto ao adversário ou pela sua premissa equacionandora da sua realidade: o teu erro é a minha certeza e a minha mentira é a tua verdade numa sociedade concebida de trabalho para aquecer. Assim temos um Estado difícil de manter mas fácil de governar, um país com elite mas sem povo.

Neste caso agem como se a religião não fizesse parte da sociedade e esquecem que a democracia é como a árvore em que cada macaco se coloca no seu galho não sendo legítimo  que um ou outro gorila se apodere da árvore toda.

Na Alemanha, uma sociedade menos rica em comunismo mas mais rica em cultura cívica e económica, a Igreja é o maior empregador de pessoas nos serviços sociais. Uma sociedade que pensa limpar-se à toalha de um socialismo de fazer vénias à Galp, de andar à caça do pobre vendedor das bolas de Berlim nas praias como se este fosse Pokémon, é cínica e não tem ética. Por isso se tornou tão fácil apoderar-se dela por todos aqueles esquerdos e direitos com assento no parlamento que no conluio da corrupção se unem para financiar o grande capital e manter os seus gordos privilégios à custa do parlamento financiado pelo magro povo.

Vamos todos construir um povo não massa mas pão

Volto à imagem do povo que ralha sem pão, porque penso que o povo português poderia tornar-se pão para todos onde não se ralhasse mas se discutisse no sentido de se dar energia positiva aos fungos positivos da nação. As nossas elites têm amassado a massa popular de modo a tirar-lhe as proteínas, impedindo deste modo a transformação adequada da massa (ligações químicas) e assim impossibilitam a formação da rede do glúten, aquilo que permitiria maior elasticidade e coesão à massa povo. Porque não se tem uma elite “sal da massa” tem-se uma massa sem côdea. Temos um país com um povo cozido mas sem crosta que lhe dê sabor!

O leitor paciente e amigo terá razão para dizer que também eu sou a voz do povo ralhador. A causa do meu ralhar não é a fome da elite mas a fome do povo, aquela fome que ela não tem, a fome de justiça, de solidariedade e de humanidade, porque se consideram levedura que prescinde da massa e por isso temos um povo massa estragada pela sua elite levedura que vivendo demasiado em função dela estraga a massa não a deixando ganhar formato.

A esquerda radical não gosta das paróquias por estas estarem mais próximas das populações; até inveja tem de o padre reunir mais fiéis do que ela nos seus comícios. O republicanismo iluminista jacobino tornou-se no caruncho do Estado. Os revolucionários ideológicos arrebanham quase tudo para eles e mesmo assim vivem da inveja do que é nosso, numa intentona contra a Igreja e contra Deus, esquecendo que, no sentido cristão, Deus é povo (comunidade) e quem é contra Deus é contra o povo (independentemente da crença ou descrença nEle). Precisamos de construir uma sociedade com lugar para todos mas capaz de controlar os necessários vírus (fungos!) e que tenha lugar para todos. Não aos monopolistas latifundiários da economia e não aos monopolistas latifundiários da ideologia.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

SOB A BURKA NO ESTRANHO DA DIFERENÇA

 

É proibido proibir

das costeletas grelhadas o odor

das burcas engradeadas o suor

 

É proibido proibir

as carnes ostentadas

nas carnes tapadas

 

É proibido proibir

a presença da ausência

na ausência presente

no convívio do viver

 

É proibido proibir

a experiência do estranho

no estranho do existir

 

É proibido proibir

a diferença manifesta

no sentido do viver

 

 

É proibido proibir

a proibição de proibir

 

É proibido proibir

a permissão de permitir

 

Tolerância é viver

no estranho da diferença.

António da Cunha Duarte Justo

NO RESCALDO DOS FOGOS REGIONALIZAR E DEMOCRATIZAR A ECONOMIA

Exigências sem Orçamento económico que as acompanhe são Fogo-preso

António Justo

Arouca ardeu, o povo sofre e protesta mas Lisboa não ouve, nem pode ouvir, porque se encontra demasiado longe da província e o governo está demasiado empenhado na plantação dos seus eucaliptais de ideologia. O povo, tal como a floresta, é passivo e portanto propício a ser sempre surpreendido pelas chamas dos interesses corporativos.*

O Fogo consome a Caça e o Povo é posto à Caça de Gambozinos

O OBSERVADOR refere que já em 2005 Arouca perdera 90 quilómetros quadrados devorados pelas chamas do fogo sem que, em consequência disso, algo importante acontecesse. Agora que arderam “170 quilómetros quadrados” de Arouca – uma catástrofe para a fauna-flora e turismo – surgiram iniciativas exigindo limites à plantação de eucaliptos.

Sem um conceito económico base, feito pela Câmara a acompanhar as reivindicações e sem uma política governamental de aproveitamento económica das florestas nem um programa do governo de investimento florestal que sustente as reivindicações, tudo não passará de mais umas folhas de eucalipto a estalar nos ares da informação.

As medidas de reflorestação exigiriam, para se tornarem eficientes, um programa concreto geral do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento para investimento na floresta em parceria com os fundos europeus.

Propostas políticas que não tenham inerentes a elas um conceito económico que proporcione rentabilidade para lhes dar chances de aplicação serão destruídas pela briga política habitual que distrai do essencial para viver de regulamentações feitas em cima dos joelhos.

Concretamente, Arouca e o Governo, além dos industriais da zona deveriam elaborar um programa económico tendente a solucionar o problema dos incêndios na região. Esse programa poderia receber muitos milhões de euros dos fundos estruturais (e outros) da União Europeia. Para isso precisam-se, nas Câmaras, técnicos especializados em projectos de investimento que prestem apoio a iniciativas locais feitos em parceria com empresas ou proprietários locais e apoiados pela EU.

Aprender da Idade Média para democratizar a economia

Falo disto porque estou habituado a verificar que, na Alemanha, iniciativas culturais, ecológicas, de protecção de animais, de produção de energia renovável, etc. fazem acompanhar as suas exigências com propostas ou estratégias de aproveitamento económico ou são justificadas pela defesa do património histórico e cultural. Num tempo em que a economia é credo tornam-se inocentes medidas teóricas sem que mostre a possibilidade de servir a ecologia e a região sem proporcionar lucros económicos. Em cada Camara municipal terá de haver órgão conglomerador de iniciativas que reúna sob o seu tecto parcerias entre Camara, associações sem fins lucrativos e grupos económicos interessados em investimento. Projectos concebidos sob tal constructo têm imensas chances de conseguir meios económicos para as iniciativas que tomem em mão e implementem.

A ausência de uma política económica e ecológica para as florestas torna a discussão num lugar para o escape de sentimentos frustrados e um motivo de sorriso cínico para os Ministérios, se continuar na mesma óptica do passado. O corporativismo muito arraigado em Portugal e que se tem revelado muito útil para a maçonaria e para outros grupos, reverter-se-ia em benefício público se fosse organizado a nível camarário na tradição dos homens bons e de “Os 24 mestres do povo” que defendiam os interesses das profissões e das regiões. Talvez seja preciso voltar à Idade Média para democratizar a economia! Para isso há que tirá-la dos monopólios de corporações ideológicas para as disponibilizarmos em proveito do povo. Na Idade Média vimos na Casa dos 24 o surgir da ideia da democratização da economia (política regionalista) através dos interesses de uma burguesia surgente que se debatia contra os interesses monopolistas do clero e da nobreza.

Vamos nacionalizar e regionalizar os partidos!

Os políticos apoderaram-se do lugar do clero na sociedade e o grande capital ocupou o lugar da nobreza. Hoje para sermos modernos e para democratizarmos a economia será necessário reencontrar a ideia medieval da regionalização e da indústria regional, sendo, para isso, necessário acabar com os monopólios ideológicos que deixam a província arder enquanto se aquecem nas suas chamas no parlamento e nas centrais do poder. Os deputados das regiões terão de redescobrir o campo e a floresta e a não os trocarem pelos areais das ideologias partidárias com bom assento no parlamento.

Concluindo: No rescaldo dos fogos torna-se urgente democratizar e regionalizar a economia. Imagine-se que os representantes do povo passavam mais tempo em torno da terra e do seu povo e não se exilavam vivendo todo o tempo na capital em torno do partido e do parlamento.  A política que urge não é tanto nacionalizar bens e terras mas nacionalizar e regionalizar os partidos; então as ideologias abandonarão as suas honras e coutadas de interesses ideológicos para descerem ao povoado e se democratizarem e assim se possibilizar uma verdadeira democratização do povo e consequentemente uma democratização dos partidos.

Exigências sem um Orçamento económico que as sustente correm grande risco de se tornarem em espectáculos de Fogo-preso para agradar à vista muito longe de uma orto-praxia.

*O dinheiro que o Estado ganha ou pede emprestado é canalizado para os vales da administração, aquela que oferece sustentabilidade para os adeptos do partido. O dinheiro já não chega para pagar tantos empregados do Estado com horário de 35 horas nem para o pagamento das aposentações porque os funcionários do estado aposentados passaram a ser um número maior que os funcionários no ativo e a política do Estado não investe na produção real! Quem pode vai vivendo de quem pode menos, à imagem das labaredas dos fogos.

António da Cunha Duarte Justo