A quem beneficiou o acto de sabotagem terrorista?
O presidente dos Estados Unidos Biden, já muito antes da guerra, queria impedir a construccao do gasoducto Nord Stream 2 para que a Alemanha não ampliasse os negócios com a Rússia porque deste modo a Alemanha iria concorrer com os EUA no domínio da economia europeia e indirectamente favorecer a posição da rival chinesa. Por trás das guerras encontram-se sobretudo razões económicas e de domínio de mercados.
Segundo investigações do Ministério Público alemão, há indícios claros de um grupo pró-ucraniano ter efectuado o a explusão dos gasoductos. Na verdade, o iate usado para fazer expldir Nord Sream 1 e 2 foi alugado por uma empresa na Polónia e essa empresa alegadamente “pertence a dois ucranianos”.
A questão importante no ataque contra os gasoductos 1 e 2 é saber quem se beneficiou com o ato. Estes são os EUA com suas vendas de gás liquefeito e consequente enfraquecimento da Europa e os interesses em torno do governo ucraniano no fortalecimento do gasoduto que atravessa a Ucrânia.
A preparação da sabotagem do gasoducto Nord Stream 1 e 2 deu-se pela calada da noite e, na sequência, também a informação sobre o processo e resultados da investigação sobre o delito terá de ser nebulosa até que a guerra na Ucrânia passe pois no caso de se apresentar já a verdade esta iria enegrecer o rosto do Ocidente nesta meada de sabotagem e intrigas prepertadas a alto nível e pelos serviços secretos.
O repórter investigativo norte-americano Seymour Hesch já tinha indicado pistas claras de que o bombardeamento fora prepertado na conivência ocidental. O Presidente Biden ao referir-se ao gasoduto Nord Stream 2 já tinha previamente avisado: se a Rússia invadir a Ucrânia, “Vamos acabar com isso (1).”
Os resultados da investigação alemã têm de apontar para a incerteza porque se fosse dita a verdade a atitude do chanceler alemão cairia no ridículo ou provocaria uma viragem na política que beneficiaria a Europa mas contariaria os interesses americanos que querem e têm poder para evitar que a Europa lhes faça economicamente concorrência. A Alemanha é a terceira/quarta potência económica mundial e dela depende toda a EU, e a situação de uma Alemanha amarrada aos EUA não só pelo Contrato 1+2 em consequência da permissão da união alemã, mas também ao facto de só poder produzir armas defensivas (Outras compram-nas aos EUA) quer-se agora mais enfraquecida por não poder comprar produtos base baratos à Rússia. Com a guerra na Ucrânia os EUA conseguem com uma só cajadada enfraquecer por algum tempo a Europa e a Rússia mas indirectamente fortalecer a China. A EU caiu na armadilha e agora tem de continuar a acção de autodestruição (os cidadãos europeus já estão a pagar de boa vontade a factura do bloqueio económico da EU à Rússia) e assumirão um dia a atitude que tiveram de assumir depois da guerra no Afeganistão.
A mediocridade política europeia constata-se na destruição progressiva da cidadania civil mediante uma polítia de informação afirmadora da guerra até ao fim e de causar um efeito expressivo no destinatário. Com um monótono tipo de narração fixa a atenção popular de modo a a levar à convicção emotiva.
Para que a narrativa apresentada seja confundida com a realidade é devidamente confeccionada com imagens que fiquem na memória emocional. Não se trata de tornar os factos explícitos, mas de envolvê-los numa narrativa pré-determinada e sugestiva com a intenção de provocar evidência em gente totalmente dependente dos meios de comunicação afectos aos governos. Por outro lado, actua de maneira a poder deixar nos observadores atentos uma visão confusa e assim evitar-se neles um distanciamento crítico.
Para a informação tipo campanha a que somos submetidos usam-se informações parciais coordenadas de maneira a criar credibilidade não tendo pejo, para isso, em recorrer-se a uma linguagem paralela em que os factos são submetidos à premissa de que os fins justificam os meios; o que passa a valer é a selecção maligna dos factos e a sua interpretação; não é por acaso que cada estado protege os meios de comunicação social. Tal representação verbal exigiria uma análise crítica ou meta texto de diferentes narrativas. A maioria vai na onda devido à propaganda política e mediática e segue o facilitismo e o impulso gratificante de seguir na onda (paradoxalmente a política tem imenso medo da imprensa). O ocidente tem andado com Zelensky num andor a ponto de terem transformando os parlamentos em lugares de veneração! No meu entender, só mais tarde se revelará que o “santo” desprezava a Europa e destruía a Ucrânia ao serviço de interesses estranhos! Zelensky sabendo-se protegido e defensor dos interesses dos Estados Unidos (e de oligarcas internacionais) comporta-se como se fosse o xerife dos governantes europeus! Muitos políticos que ainda andam na procissão, mais tarde, ao terem de reconhecer a evidência dos factos, arranjarão desculpas cínicas pelo facto de terem sido reduzidos a meninos de coro das peregrinações a Kiew prestando homenagem à causa dos governantes dos EUA e de empresas multinacionais contra a Europa.
O desafio entre a Rússia e a OTAN começou certamente a ser preparado no terreno ucraniano pelos EUA e Rússia especialmente a partir da conferência de Munique de 2007. Em 2001 e 2007 Putin ainda queria que a Russia se unisse política e economicamente à Europa.
Num mundo agora dividido mais que nunca a Europa perdeu a credibilidade perante o sul global dado não ter resposta a dar aos próprios problemas e não ter capacidade para encarar os problemas do sul Global sem ser a partir da perspectiva dos EUA.
Também o noticiário de interesse tem o cuidado de deixar tudo isso no escuro porque assim os jornalistas só precisam de acompanhar e alimentar a opinião pública interpretando os fatos sem investigar os fatos
António CD Justo
Pegadas do Tempo
(1) https://dasculturas.com/2023/03/08/president-biden-on-nord-stream-2-pipeline-if-russia-invades-ukraine-we-will-bring-an-end-to-it-2/
(2)
“Povo de Portugal” : https://jornalpovodeportugal.eu/2022/07/28/o-sul-global-esta-a-chegar-vai-ser-grande-o-preco-a-pagar/ O povo andapor aí todo a gritar “Soltem o Barrabás!”