DOS BOYS AMERICANOS E DA VACA EUROPEIA

Entre comédia e tragédia, os cowboys da América estão a colocar a mitológica Vaca Europa sob grande estresse. Habituada a ruminar tranquilamente as doutrinas progressistas de Marx e Mao servidas pelos seus pastores de Bruxelas, a pobre réstia de sonho comunitário agora encontra-se atolada no lamaçal das suas próprias contradições.

A tempestade que varre os ares políticos americanos não só ameaça as colheitas democratas nos EUA, mas também os campos utópicos dos seus fervorosos aliados europeus. A esquerda-Woke, sempre à frente na caça aos hereges, encontra-se agora encurralada pela realidade: o novo presidente americano não se interessa pela Europa. Quem diria? Depois de quatro anos de crucificação mediática de Trump, eis que chega um sucessor ainda menos atencioso com os caprichos do Velho Continente.

E o que faz a Europa? Agarra-se desesperadamente a Zelenskyj, o cómico transformado em tragédia, agora convertido em presidente sem mandato, sustentado pela hipocrisia de uma União Europeia que apostou tudo na sua guerra de princípios contra a Rússia. O guião político alcança novos patamares: o antigo actor, feito presidente, até há pouco louvado como herói da resistência, passa a símbolo do fracasso da política externa europeia. A NATO já teve o seu Vietnam no Afeganistão, agora a UE prepara-se para o seu próprio Waterloo ucraniano.

Os media europeus, sempre com um olho na propaganda e outro na sobrevivência, continuam a dançar a valsa da ilusão. Os mesmos que trataram os americanos comuns como broncos incultos agora precisam que esses mesmos americanos os salvem da enrascada geopolítica em que se meteram. Entre discursos inflamados e promessas vazias, assiste-se a uma corrida contra o tempo para conseguir um lugar à mesa das decisões, mesmo que o banquete seja apenas uma serventia da realidade.

A Europa e Zelenskyj, encostados um ao outro como dois jogadores que perderam todas as cartas, mantêm-se de pé apenas pela força da retórica. Se o comediante político acabar como mártir, será por sacrificar-se no altar de uma elite europeia que sempre preferiu sonhar com vitórias impossíveis a encarar a dura realidade.

No fim, a vaca europeia continuará a ser ordenhada pelos boys americanos, e os cidadãos europeus, esses, ficarão com o que sempre lhes coube: a conta para pagar e a ilusão de que ainda têm voz na história que outros escrevem por eles.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

Social:
Pin Share

TROPAS DA UE PARA A UCRÂNIA APÓS NEGOCIAÇÕES COM PUTIN?

O Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou recentemente em Bruxelas que “nunca foi prometido à Ucrânia que um dia seria membro da NATO”. Esta declaração reforça a ideia de que a Ucrânia não aderirá à aliança militar nos próximos 20 a 30 anos. Paralelamente, seria de esperar que a Rússia se tornasse um parceiro da Europa no contexto de uma nova ordem mundial, inicialmente tripolar.

Hegseth destacou ainda o papel estratégico da Polónia, que já investe 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) no setor militar, elogiando o país como um aliado fundamental. No entanto, deixou claro que “os Estados Unidos não vão continuar a tolerar uma relação desequilibrada” com os europeus. Segundo ele, caberá à Europa assumir a maior parte dos custos da reconstrução militar e civil da Ucrânia, um esforço que poderá exigir um montante gigantesco, estimado entre 500 mil milhões e o dobro desse valor.

O Secretário da Defesa norte-americano afirmou que, em princípio, os EUA não enviarão tropas para a Ucrânia, e a NATO também não o fará. A estratégia dos Estados Unidos está focada em regiões ricas em recursos naturais ou em pontos estratégicos para o comércio marítimo, refletindo uma lógica geopolítica que prioriza interesses próprios em detrimento de nações menores. Para garantir a segurança europeia, os EUA limitam-se a atuar como um “guarda-chuva nuclear”, o que, em termos práticos, exigiria o destacamento rotativo de 40.000 soldados, apoiados por um contingente total de 120.000 militares (como refere Welt am Sontag). Isso implicaria que a Europa assumisse a responsabilidade pela sua própria defesa, com a Polónia a desempenhar um papel secundário.

No que diz respeito à Ucrânia, Hegseth defende que “temos de começar por reconhecer que um regresso às fronteiras anteriores a 2014 é um objetivo irrealista”. Esta posição sugere o reconhecimento da anexação da Crimeia e parte do Donbass pela Rússia. O Secretário da Defesa enfatiza que esta não é uma concessão a Putin, mas sim o reconhecimento da política de hard power e das realidades geopolíticas no terreno.

Apesar de surpreendidos com esta abordagem, os europeus parecem resignados, conscientes de que colheram os frutos das suas próprias decisões. A estratégia astuta do governo norte-americano, embora não retratada como hostil, coloca a Europa numa posição de dependência, quase como num “cativeiro autoinfligido”.

Para o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “garantias de segurança sem a América não são garantias de segurança”. Esta afirmação reflete a desconfiança de Kiev em relação à capacidade europeia de assegurar a sua defesa de forma independente.

Uma coisa parece certa: com Trump o discurso político e público na Europa tenderá a tornar-se mais objetivo, menos ideológico e mais focado na economia e no fortalecimento da indústria militar. Este realinhamento estratégico poderá definir o futuro da segurança continental e das relações transatlânticas.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

Social:
Pin Share

LIBERDADE AMERICANA VERSUS LIBERDADE EUROPEIA

Discurso histórico: Recuo da Europa em valores fundamentais e liberdade de expressão

Na Conferência de Segurança de Munique, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, expressou preocupação com o que chamou de “recuo da Europa” em relação a valores fundamentais partilhados com os Estados Unidos, como a liberdade de expressão e a democracia. Vance destacou que a maior ameaça à Europa não vem de atores externos, como Rússia ou China, mas de dentro, citando exemplos como a intervenção da UE para anular eleições na Roménia, condenações por crimes de ódio na Suécia e no Reino Unido, e propostas de leis que permitiriam o encerramento de redes sociais em tempos de agitação social.

“Em toda a Europa, a liberdade de expressão está a recuar”, afirmou Vance, admoestando os políticos europeus de temerem as opiniões divergentes dos seus próprios cidadãos.

Os meios de comunicação europeus também se mostram cúmplices com a estratégia bélica até ao ponto de agirem como “altifalantes” dos governos, silenciando perspectivas alternativas. É um facto observável que a UE (Bruxelas) está a afastar-se da sua tradição cultural cristã, adotando uma postura mais alinhada com ideologias marxistas e maoístas.

Para Vance, a verdadeira ameaça à democracia europeia não vem dos eleitores, mas das elites no poder, que agem de forma ideológica e censuram vozes dissidentes.

JD Vance (1), está a desiludir a elite política da União Europeia e esta encontra-se em desassossego (principalmente as forças militaristas e publicitários de ideologias) porque tem de rever completamente a sua narrativa política. Naturalmente não será de esquecer que embora da parte europeia esteja em causa a ideologia esquerda-Woke, da parte dos EUA está em causa a segurança do dinheiro a longo prazo.

A crítica de Vance reflete tensões crescentes entre os EUA e a UE, especialmente no que diz respeito à defesa de valores democráticos, à estratégia militar e à liberdade de expressão, num momento em que a Europa enfrenta desafios internos e externos.

Perante uma sociedade europeia cética, a forma empenhada de Vence recorda um pregador a fazer a exegese da parábola do filho pródigo.

A União Europeia, em vez de respeitar e valorizar a experiência positiva adquirida com o Mercado Comum e, posteriormente, com a CEE, transformou-se numa entidade sem coesão democrática institucional. Atualmente, atua a partir de Bruxelas de forma autocrática, desrespeitando os ideais fundamentais da Europa. Tornou-se uma instituição de caráter oligárquico, onde ONGs ideológicas, lóbis e interesses globalistas operam contra a essência europeia, servindo poderes anónimos.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

1) https://www.nius.de/politik/news/us-vizepraesident-jd-vance-bei-der-muenchner-sicherheitskonferenz-komplette-rede/02a539bb-2c6c-4faa-b483-412fbb92d639?mkt_tok=OTA3LU9EWS0wNTEAAAGYvSqgWsnj7MVb1zJa6ZlF5wtTdXPW1YBwBZLxCVRVHNj4NM2Qj8b4XOLGa552N3_HdOXLA8zSS2XwojhjZT0uCUtTCV4nrza0wvBmXgvdCb5pXV9oXgY

Social:
Pin Share

JOÃO PAULO II DEFENSOR DA DEMOCRACIA – DECLARAÇÕES NA CONFERÊNCIA DE MUNIQUE

 Populistas também são parte da Democracia

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, criticou ontem os partidos tradicionais por excluírem forças populistas do cenário político, ignorando assim a vontade de milhões de eleitores. Segundo ele, nenhuma democracia pode sobreviver quando grandes segmentos da população são marginalizados e suas preocupações desconsideradas.

Referindo-se à estratégia dos partidos estabelecidos para preservar o poder, Vance afirmou: “Não há espaço para muros de fogo.” Ele também alertou para o retrocesso da liberdade de expressão na Europa.

Para Vance, acreditar na democracia significa reconhecer a sabedoria e a voz de cada cidadão. Ele citou (1) João Paulo II como um dos grandes defensores da democracia, destacando a frase: “Não devemos ter medo dos nossos cidadãos, mesmo que expressem opiniões divergentes das de seus líderes.”

No entanto, este tema dificilmente será amplamente debatido nos meios de comunicação da União Europeia, que, segundo Vance, estão excessivamente alinhados com os governos e evitam assumir responsabilidades por possíveis desinformações passadas.

É ainda mais alarmante que figuras eclesiásticas tenham defendido a exclusão de partidos que contestam as políticas dos governantes. A democracia se enfraquece quando os partidos no poder, temendo perder influência, se unem para criar barreiras contra uma parte da população, em vez de promover um debate aberto e legítimo.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) Citações

Vence, nenhuma democracia sobreviverá ao “dizer a milhões de eleitores que os seus pensamentos e preocupações, as suas esperanças, os seus pedidos de ajuda são inválidos” … “Não há lugar para corta-fogos”… “A liberdade de expressão está a recuar na Europa”…

Acreditar na democracia significa “compreender que cada um dos nossos cidadãos tem sabedoria e uma voz”.

Papa :“Não devemos ter medo dos nossos cidadãos, mesmo que exprimam opiniões que não estão de acordo com as dos seus líderes”.

JD Vance, vice-presidente dos EUA, criticou ontem os partidos do arco do poder por ignorarem a vontade de muitos eleitores ao excluírem os partidos populistas. Nenhuma democracia sobreviverá ao “dizer a milhões de eleitores que os seus pensamentos e preocupações, as suas esperanças, os seus pedidos de ajuda são inválidos” ou não são democráticos.

Referindo-se à tática dos partidos do arco do poder para defenderem o seu poder contra concorrente disse: “Não há lugar para corta-fogos” (muros de fogo). Verifica também que “A liberdade de expressão está a recuar na Europa”.

Acreditar na democracia significa “compreender que cada um dos nossos cidadãos tem sabedoria e uma voz”. Vence citou o Papa João Paulo II, que, na sua opinião, foi um dos mais extraordinários representantes da democracia, com as seguintes palavras: “Não devemos ter medo dos nossos cidadãos, mesmo que exprimam opiniões que não estão de acordo com as dos seus líderes”.

Este assunto não será muito expandido nos meios de comunicação da União Europeia porque os media se encontram escandalosamente comprometidos com os governos e não querem ser responsabilizados, por em muitos casos terem induzido o povo em erro. Escandaloso é também o facto de ter havido purpurados eclesiásticos a defender “muros de fogo” contra partidos que contestam o agir de seus governantes.

Pobre da democracia quando chega a ponto de os seus partidos governantes, com medo de perderem o poder, se unem contra a democracia estabelecendo “muros de fogo” contra uma parte dos cidadãos.

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
Social:
Pin Share

DIA DE SÃO VALENTIM – O DIA DOS NAMORADOS

 

O dia dos namorados é relacionado com o Bispo São Valentim, um romano que via no amor humano mais que a sombra do amor divino. Por isso, no século III, apesar da proibição do imperador Cláudio II, que não queria que os mancebos se casassem para os ter disponíveis para a guerra, o Bispo continuou a casar pares secretamente numa cerimónia cristã. A pena não se fez esperar e a 14 de fevereiro, o Bispo foi decapitado por não ter permitido que o amor fosse reduzido aos limites da lei. O Dia dos Namorados é o dia do amor e dos amantes e convida todas as pessoas a celebrarem o amor.

AMOR ETERNO

Tu, meu amor, és arco-íris que brilha,

nos dias de sombra, na chuva a dançar,

és chama que arde e cintila,

verbo eterno a ecoar.

 

Valentim, na sombra amena,

desafiou lei e poder,

uniu corações na pena,

e fez o amor florescer.

 

Amar é arte e ferida,

é espelho de luz e dor,

é busca jamais vencida,

é eterno e sonhador.

 

O flirt é dança que dura,

brasa que insiste em arder,

rio que à vida murmura,

e nunca deixa de ser.

 

Que o amor não seja esquecido,

nem se apaguem suas brasas,

seja abrigo no infinito,

sempre festa em nossas casas.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

 

Social:
Pin Share