Alemanha mais pluripartidária e com ela a Europa
O Cenário político está a mudar-se e a mudar a Europa também na paisagem partidária. Dissidentes do partido “A Esquerda” formaram um novo partido em torno de Sahra Wagenknecht e também dissidentes da CDU (União Democrática Cristã) preparam a formação de um novo partido: o partido de Hans-Georg Maaßen como alternativa à AfD (Alternativa para a Alemanha, partido político populista de direita na Alemanha).
A ex-política de esquerda Sahra Wagenknecht fundou o novo partido BSW (Aliança Sahra Wagenknecht) em 8 de janeiro de 2024. Isso aconteceu depois de um grupo de deputados (10) ter deixado o Partido de Esquerda com ela e assim o Partido de Esquerda perdeu repentinamente os direitos de fração de esquerda no parlamento e os apoios financeiros a que tinha direito como Grupo parlamentar (De 38 deputados passou a ter só 27). O partido de Wagenknecht integra nele princípios da esquerda e da direita.
Parece incrível que um partido seja criado em torno de uma pessoa, o que também mostra uma espécie de sinal dos tempos em que se pode observar a fragmentação do cenário político europeu.
Sahra Wagenknecht lidera o novo partido numa dupla liderança com Amira Mohamed Ali. Os principais candidatos do BSW às eleições europeias de 9 de junho são Fabio De Masi (ex-político de esquerda) e Thomas Geisel (ex-político do SPD).
Wagenknecht, de 54 anos, vê no partido “o potencial para mudar fundamentalmente o espectro dos partidos alemães e, acima de tudo, para mudar fundamentalmente a política no nosso país”.
O objetivo é “empregos bem remunerados e segurança social, investimentos em um “sistema de preços justos”, na educação e infraestruturas.
O partido é contra o fornecimento de armas à Ucrânia e apela a negociações de paz imediatas, é contra movimentos extremistas do género, contra o excesso de migração (migrantes como concorrentes por benefícios sociais, empregos e habitação) e contra os carros a combustão.
Como partido com a bandeira da razão e com uma voz crítica anti-establishment, posicionar-se-á certamente melhor no panorama partidário do que o FDP e o Partido de Esquerda; como partido empático e que percebe o estado de espírito do povo terá boas chances em eleições futuras.
Medidas do governo não aferidas com a realidade criaram um aziúme e insatisfação no povo contra o governo. O novo partido BSW conseguirá para si um pedaço do bolo da AfD. Por outro lado, cria um pouco de paz nos partidos do arco do poder que se viam ameaçados pela ascensão acentuada da AfD que era na Alemanha a única oposição ao governo e nas sondagens atuais contava com 34%.
Neste contexto também a estratégia de difamação orquestrada pelos partidos do arco do poder contra o novo concorrente, beneficiará o novo partido BSW.
O cenário político está a mudar na Europa! O tempo dos grandes partidos não se manterá na era da informação. Só uma boa governação poderia evitar críticos chamem-se eles AfD ou Chega!
António CD Justo
Pegadas do Tempo
Cuidado nao vá ser nazi de novo. Com outro nome.
Luís Costa , seria mais interessante se apresentasse as razões que poderiam indicar que a Alemanha se poderia tornar nazi de novo. Ideias podem criar mais luz e até ajudar quem lê a tomar providências que levem a evitar acontecimentos nefastos e com elas aprendemos todos.