APROVEITAMENTO DA HORA DOS GUERREIROS

O governo português quer, em nome da segurança e à imitação da Alemanha, elevar no próximo Orçamento os gastos com a defesa militar, como defende o ministro da defesa.  

Na entrevista ao Público, o ministro Gomes Cravinho diz: “O nosso objectivo de 1,68% do PIB até 2024 terá que ser repensado, senão para 2024, para os anos subsequentes” (1).

Na realidade, pelo facto de estarmos na NATO estamos consequentemente envolvidos no conflito, mas já a distância geográfica de Portugal e o facto de as guerras em geral se darem no centro norte da Europa torna questionável que Portugal se empenhe tanto a nível militar, em vez de optar por um papel de mais reserva belicosa e empenhar-se mais em medidas fortalecedoras da paz.

O objectivo dos USA é que os membros da NATO gastem 2% do PIB nacional nos assuntos militares; isto só vem fortalecer uma política no sentido da guerra e com ela a afirmação das maiores potências.  

O dinheiro que se aumenta nas forças militares será cortado noutros sectores de maior necessidade para Portugal!

É triste ver como vultos de clubes políticos (entre eles o nosso ministro da defesa) se querem fazer grandes uns perante os outros, nas grandes instituições, à custa da factura que o povo paga com os seus impostos e consequente renúncia a um aumento da qualidade de vida!

Não estaremos já a pagar um preço demasiado elevado para a geoestratégia quando precisaríamos de investir no aproveitamento das nossas zonas marítimas?

Os guerreiros aproveitam-se desta triste hora de sofrimento e incertezas para assegurarem um futuro construído na confrontação e não no empenho pela boa vizinhança.

Poderio militar e económico serve-se dos mais carentes!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.publico.pt/2022/03/10/politica/entrevista/gomes-cravinho-aumento-despesa-defesa-ja-proximo-programa-governo-cimeira-nato-1998188?utm_content=Manhas&utm_term=Na+Ucrania%2C+ser+uma+Omae+coragemO+e+o+minimo&utm_campaign=55&utm_source=e-goi&utm_medium=email

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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