A Economia Nacionalista e a Europa dos Patriotas

A Economia Nacionalista e a Europa dos Patriotas
2007-01-27

Com a vitória da democracia na Europa em 1989, a ideia duma Europa com um rosto social e democrático ganha uma dinâmica nova. Todo o Leste Europeu se sente liberto do jugo comunista com novas esperanças de liberdade e de justiça social.

O ocidente europeu esquece os anseios do povo para pensar apenas em termos de estratégia militar e económica. Esquece os sonhos dos povos passando logo à ordem do dia, ditada esta apenas pela economia. Sem ideais aposta no liberalismo económico e nas leis do mercado como reguladores de todas as necessidades sociais e na capacidade do eixo da Europa (Alemanha, França, Inglaterra e em parte Itália) para puxar o resto da caravana. Consequentemente reduz-se o nível de vida da pequena burguesia e os direitos sociais e tarifários do operariado.

O povo dos países da periferia, que tinha colocado grandes esperanças no processo da unificação europeia, verifica que se melhoram as infra-estruturas do país mas que o melhoramento do nível de vida só beneficiou propriamente os funcionários públicos.

A Polónia dá-se conta do que se passa e protesta. Logo é vista como factor perturbador dum processo económico de carácter anglo-saxónico: fortalecimento da nação à custa do seu povo e da sua cultura transferindo riqueza do povo para as grandes empresas. Estas são a ponta de lança da nova economia na conquista do mundo. Assim nas economias fortes processa-se um empobrecimento do povo; dá-se, a nível popular, um nivelamento de dependência em direcção à plataforma dos pobres das nações da periferia. Pretende-se uma socialização da pobreza a nível internacional, um substrato comum.

À queda das conquistas socialistas no Leste segue-se no Ocidente o processo da derrocada das conquistas laborais e sociais do operariado.

Se o comunismo nunca partiu duma base democrática tendo sido sempre imposto de cima torna-se agora constrangedor passar-se ao ditado do determinismo mercantil.

A periferia é que possibilita o centro
A periferia, uma vez na União Europeia, constata que continuará periferia; não haverá processo dinâmico… As nações mais fortes continuam com o seu nacionalismo económico a vergar a Europa aos seus interesses.

Nos países de leste observa-se uma crescente resistência popular, um cepticismo perante a prática europeia em curso. Aí o povo reage surgindo movimentos nacionalistas, que escandalizam a vizinhança ordeira.

Ao nacionalismo estatal económico das nações ricas contrapõem-se as tendências nacionalistas que fervilham já no subconsciente das nações da perefiria. Nas grandes potências o povo cala porque o governo actua de modo nacionalista. Os cidadãos da Europa rica podem dar-se ao luxo de renunciarem ao patriotismo, conscientes de que os seus governantes defendem com unhas e dentes os interesses nacionais, uma economia nacionalista. Assim é fácil ser-se liberal! Nos países marginais as elites parecem mais na disposição de sacrificarem os interesses nacionais e culturais vivendo do dia a dia o que provoca descontentamentos populares.

Nacionalismo inteligentemente empacotado
Um Facto: Na Alemanha é proibido vender-se aparelhos com consumo excessivo de energia. Em Portugal comprei 3 fogões eléctricos de cozinha para a minha casa, confiando na qualidade alemã. Depois de os ter instalado verifiquei com admiração e consternação, ao ler as instruções em português que havia também um aviso só em alemão. Este indicava que aqueles fugões não podiam ser vendidos na Alemanha devido a consumirem demasiada energia. Inteligência saloia arrogante! Isto é exemplar para o modo de agir duma economia nacionalista e do comportamento dos países da periferia. E isto dá-se em plena União Europa! Para os países ainda menos desenvolvidos irá então o ferro-velho! Na Alemanha teria dado menos dinheiro por um fogão de menor consumo de energia do que dei em Portugal por aquele e com a agravante de que a energia em Portugal é mais cara do que na Alemanha. Seria de esperar dos nossos diplomatas mais atenção à tecnologia e às leis na defesa dos interesses nacionais. (Será este um serviço de Portugal à EDP?!…)

Os cidadãos europeus sentem na prática uma política europeia contra as pessoas. Uma União Europeia só interessada na economia dos mais fortes é bífida e fomentará a demagogia. No fundo temos demagogos de gravata contra os demagogos do pé descalço! Meio mundo a enganar o outro meio.

Não se constrói futuro duradouro baseado apenas numa estratégia da força das instituições europeias e de nações fortes com as outras a elas atreladas. Precisa-se de uma cooperação económica, política e cultural menos hipócrita e nacionalista. Uma Europa forte e justa não pode ser construída apenas com nações ricas e instituições fortes à custa dum povo enfraquecido. O povo paciente e mole tem-se contentado com parolen de liberdade e de mercado. Por quanto tempo? A classe média tem sido sistematicamente expropriada em favor da grande indústria e em benefício dum Estado irresponsavelmente paternalista (comunismo pela porta traseira!) e à custa duma população cada vez mais “proletária”! Não há justiça social nem interesse em dar-lhe resposta. Quer-se uma população assalariada disponível a nível nacional e disciplinada pela concorrência da imigração carenciada importada. Ao nível de Estado exportam-se os produtos industriais de alta qualidade e a nível de nação importa-se a pobreza global. Uma forma de escravidão refinada! Esta imigração barata possibilita, através das suas remessas, às elites das suas nações de origem a compra de produtos tecnológicos caros. A pobreza do patamar baixo anima o mercado! Tudo comércio legítimo, mas muito longe duma justiça humana aceitável. Tudo em nome da democracia, da liberdade, da solidariedade e do liberalismo do mercado. Para iludir o espírito crítico sobre o presente basta, para quem se julga alguém, recorrer a uma crítica apelativa e repetitiva de certos lugares comuns das vergonhas da nossa história e instituições, na omissão benigna do presente!

Na União Europeia, uma tal prática democrática começa a dar já sinais de não convencer e a dar argumentos ao populismo de esquerda e de direita, já pronto para atacar a democracia. Se compararmos o tempo e a circunscrição da democracia com a História e com o mundo bem como a realidade do que acontece fora da civilização ocidental, a democracia correrá perigo de se tornar num episódio esporádico. Além dos problemas de casa criam-se outros promovendo mundivisões alérgicas à democracia em nome da tolerância e dum internacionalismo progressista irresponsável. A ingenuidade política e social é hoje tal que não vê a trave nos olhos dos outros para se preocuparem com o cisco nos próprios olhos. As pessoas do século XXI querem felicidade, não chega o pão e a ideologia.

Não basta que à monarquia hereditária se tenha seguido a alternância partidária no governo. Se se quer uma consciência democrática no povo para lá de preconceitos e de estereótipos é preciso fomentar-se uma democracia plebiscitária em que o povo tenha de reflectir sobre aquilo que decide porque lhe toca directamente e não de abdicar do saber para seguir o patuá dum partido ou ideologia. O plebiscito obrigaria os políticos a descerem ao povoado e a viverem em discussão séria permanente com o cidadão com a consequente humanização da política e dos políticos e a responsabilização do povo. Não é suficiente ópio partidário nem tão-pouco apenas transmitir saber sobre democracia como querem muitos políticos mas de fomentar uma atitude participativa nobilitante. A representação política cederia em favor duma acção, duma consciência política de povo adulto. Porque não seguir o exemplo da Suiça?

António da Cunha Duarte Justo
Publicado em Comunidades:

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Comentários:

“GRITO DE LIBERDADE” – – – 2007-04-24
“GRITO DE LIBERDADE”

Vejam os Homens que gritaram pela a liberdade no período da Ditadura Militar, onde alguns foram presos, outros saíram do País mais depois voltaram. O restante que ficaram foram perseguidos politicamente como: Luís Inácio Lula, Genoíno, José Dirceu, Vivaldo Barbosa, Marcio Thomaz Bastos, e outros, onde todos estão anistiados com seus direitos assegurados pela Lei de Anistia 6.683/1979, Os Cabos da FAB que passaram pela a mesma situação, porém dentro dos quartéis, estão sendo massacrados por estas autoridades, onde algumas ainda estão pertencendo este Governo, muito em particular o Presidente Lula.

É de se admirar o atual governante que não aceitava as imposições dos Generais de Linha Dura da Ditadura Militar, após ser um Presidente da República, muda sua personalidade e maneira de ser, passando agora um grande amigo e parceiros dos Comandantes Militares, para não cumprir a Constituição de 1988, que assegura os direitos dos cidadãos simples e humildes que também sofreram perseguição política no período da Ditadura Militar. Como pode uma “Autoridade Governamental” achar que vai ser eterno, pois de um simples líder metalúrgico perseguido pelo Regime Militar, chegou a Presidência da Republica e hoje, não reconhece os direitos de pessoas simples e idosas, e juntos com seus auxiliares, viola a Lei 10559/2002 para não assumir responsabilidade de pagar pensão àqueles que foram prejudicados no período da Ditadura Militar, onde passou quatro anos do seu governo perseguindo os Idosos e veteranos Ex Cabo da FAB. Será Presidente Lula que vai passar mais quatro anos atropelando os indefesos Ex Cabos da Força Aérea Brasileira? E se continuar assim, com certeza pela as idades avançadas todos irão sucumbir, mais temos plena certeza o que perdemos aqui na terra, ganharemos no Reino do Altíssimo Santo Deus. Será que daqui a uns 10 anos quando partires da terra vai levar esta fortuna, que estais ganhando para os Céus?

Geraldo Barbosa Almeida – Ex Cabo da FAB.
“ANISTIA INTERNACIONAL TEM QUE TOMAR CONHECIMENTO” – – – 2007-04-12
Seguramente, não podemos administrar um País e tentar fazer o melhor, tirando o proveito de pessoas frágeis e indefesas. Exatamente pelas as nossas autoridades tentar fazer o jogo da esperteza com pessoas de idades avançadas, estar indo de contra os princípios éticos, morais, familiares e religiosos. As reclamações feitas nestes Sites, o mundo todo estar tomando conhecimento e ficando envergonhados com a má conduta de nossas autoridades brasileiras, a tecnologia informatizada atualmente é mais eficiente e mais rápida do que uma publicação em jornais, e 40% da População brasileira estar caminhando para as informações informatizadas, é uma vergonha para as nossas autoridades responsáveis das anistias no Brasil, serem criticadas, desmoralizadas, xingadas com ataques pesados por um espaço democraticamente informatizado, e ficarem desacreditados pelos Paises do 1º Mundo, onde 80% já estar informatizados, e tomando conhecimento através deste Site a imundice e a podridão causada pelos os Governantes e seus auxiliares. O que estar sendo relatado pelos os idosos Ex Cabos da FAB, se tivesse publicado em jornais populares, entristeceria todo o leitor brasileiro e a opinião pública internacional, pelo o comportamento deste Governante junto com seus auxiliares em pisotear, massacrar e pressionar pessoas de idades avançadas, simples, humildes e sobre tudo, indefesas e doentes. Tudo isto porque o Ex Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o Ex Comando da Aeronáutica Luiz Carlos da Silva Bueno, apoiados pelo Presidente da República foram desobedientes a Lei 10.559 de 2002. E não cumpriram de forma alguma a referida Lei para aumentar ainda mais os milhares de reais dos que já recebem, com os direitos de pessoas idosas consideradas verdadeiramente abandonadas neste País. Como as nossas autoridades internacionais estão analisando esta questão? “É UMA VERGONHA!”

José Bezerra da Silva
“EX CABOS DA FAB DESABAFAM”. – – – 2007-04-09
“EX CABOS DA FAB DESABAFAM”.

Os Ex Cabos da FAB vem sendo massacrados por este
Governante que de perseguido político durante a Ditadura Militar, passou a ser perseguidor dos idosos Ex militares descumprindo a Lei de Anistia Política 10.559/2002, que ampara todos os cidadãos prejudicados no período de 1946 á 1988, onde anistiou a metade e desanistiou o restante, caracterizando um julgamento injusto e imperfeito com dois pesos e duas medidas, gerando jurisprudência numa classe de Cabos punidos na mesma situação. Quanto tempo ainda vamos agüentar esperar pelo cumprimento desta Lei, desrespeitada há quatro anos por este Governo?

Elizeth Borges Nascimento
“GOVERNO IMPIEDOSO”. – – – 2007-04-05
“GOVERNO IMPIEDOSO”.

Não é possível a Lei da Anistia Política 10.559/2002, que renasce neste País com um Governo plenamente democrático, para perdoar uma parte considerável da população que foram penalizadas no período da Ditadura Militar, agora o próprio “Presidente Lula”, no início do 2º mandato e sabendo que: Os Comandantes Militares por crueldade se apoiaram no Ato Institucional nº. 5, atropelaram a Lei do Serviço Militar com a perversa Portaria de natureza política, e desumanamente, nos expulsaram como Subversivos, onde fomos banidos com uma mão na frente e outra atrás sem direito a nada, e como um Governante de um País democrático, passa por cima da Lei 10.559/2002, rasga a nossa Constituição de 1988, e sem ter nenhuma sensibilidade e impiedosamente, acaba castigando novamente uma classe de idosos Ex Cabos, dividindo em duas partes: os protegidos, e os não protegidos, anistiando uns e desanistiando outros. Os quais dos 6.000 ainda vivos nos dias de hoje punidos pela Portaria 1.104/Gm3/1964, 2880 foram anistiados, e o restante ficaram com os seus direitos cerceados, dando continuidade uma 2ª fase de uma Ditadura agora não militar, mais uma prorrogada Ditadura Civil, os quais a conduta dos militares foi bastante questionada naquele período por este Governante, que continua massacrando os idosos Ex Cabos da FAB, como se fossem os verdadeiros autores da Ditadura, onde descumpriu a “Lei da Anistia Política 10.559/2002” em todo o transcurso do seu primeiro mandato.

Miguel Alves da Costa Ex Cabo da FAB.
“O GOVERNO DEMOCRÁTICO É DO POVO PARA O POVO”. – – – 2007-04-03
A Constituição Federal também chamada de: Carta Magna, Carta Constitucional, Carta Política, é a maior Lei da nação. Nela estão escritas as normas que devem ser seguidas por todas as pessoas que vivem em um País, onde regula a forma de governo até o funcionamento de empresas particulares, diz as responsabilidades e objetivos de cada um, os direitos e deveres do cidadão, enfim, os Paises só podem ser considerados democráticos se a Constituição for religiosamente cumprida por todos, e muito especialmente pelos os Governantes. A Constituição de 1946 garantiu o direito do voto e o povo teve a opção de escolher o sistema de governo: o presidencialismo, Porém após 1964 tudo foi por água abaixo, o Regime de Exceção instalado nas raízes da Ditadura Militar, tirou os direitos mais importantes da população brasileira, o de votar.
Depois veio a Constituição de 1967 que sofreu várias alterações de acordo com a vontade expressa dos governantes militares, que com a decretação de vários Atos Institucionais, o povo já não podia reclamar nada. Mas a democracia acabou vencendo e esse tipo de governo, quando finalmente, chegamos à Constituição de 1988 que é a atual. Ela foi reformadíssima e garante que ninguém seja um fora-da-lei, inclusive os governantes, onde diz que todo o poder emana do povo, que exerce por meio de representantes eleitos diretamente nos termos da “Constituição”. Portanto, o poder do povo é a democracia, e tem o dever de garantir que todos sejam iguais perante a Lei, e que exista a liberdade de opinião, de imprensa, de expressão de pensamentos, de reunião e de crença religiosa.
A nação que consegue dar conta do recado em todos esses sentidos, faz com que as pessoas que nela vivem tenham uma vida decente, mais infelizmente não estar acontecendo com o atual Governo do PT, que estar totalmente fugindo destas regras, e governando o nosso País semelhante a Ditadura Militar, os quais questionou tanto pela perseguição política sofrida naquele Regime, e atualmente como um governante democrático vem violando a Constituição de 1988. a quatro anos do seu 1º mandato, e consequentemente descumprindo a Lei 10559/2002, os quais assegura os direitos líquidos dos idosos Ex militares da FAB, prejudicados pelo o Ato de Exceção através da Portaria 1.104/Gm3/1964, que fortalecida pelo o Ato Institucional nº 5, os Comandantes expulsaram todos como subversivos da Aeronáutica no período de 1964 á 1982.
Estar concretizado a 2ª injustiça aos ex militares da Aeronáutica, uma vez que os correligionários do PT mais sua Excelência o Presidente Lula, de perseguidos políticos pelos Generais de linha dura do Regime Militar, passaram a serem perseguidores de uma Parcela dos Ex Cabos da Força Aérea Brasileira, onde três mil foram anistiados, e o restante que foram punidos na mesma situação ficaram seus direitos espezinhados, concluindo uma tamanha jurisprudência e um julgamento feito revelia com dois pesos de duas medidas, os quais fugiram da esfera jurídica e contrariaram a nossa Carta Magna, onde garante que todos cidadãos são iguais perante a Lei, com a Lei de Anistia política 10559/2002 desrespeitada, Não adiantou nada o “Partido de Esquerda de Cunho Socialista” criticar os Presidentes militares, uma vez que a nossa Constituição estar sendo burlada com flagrante desrespeito e desobediência as Leis que regem este País.

José Maria da Silva Ex Militar da FAB
apatia – – – 2007-02-24
apatia. a doença de que o povo sofre ?
nao seremos nos (todos}apaticos ? infelizmente sinto-me um apatico porque estou consciente e permaneço como um inconsciente que nada ve, porque o que faço para que as coisas mudem é á minha volta, no dia a dia,a cada oportunidade,nos relacionamentos ocasionais,de homem do povo que se sente ultrajado,abusado pelos poderes instituidos,pela forma como sinto que somos manipulados e manietados…pela falta de democracia,pelas descaradas mentiras…torna-se um desespero,um sentimento de impotençia dificil de combater em mim e chego,por vezes, a compreender os ditos extremistas, que o sao, mas nao estará a impotençia,a revolta, o desespero, a raiva,pelas injustiças, etc,etc, por detrás dessas desesperadas reacçoes?…sou um homem do povo inculto que reclama por justiça !!!

aljusto
Economia e Ideologia – – – 2007-02-04
Prezados comentadores
Paulo M.A.Martins
Luis Costa

Muitissimo obrigado pelas vossas ricas abordagens.

Sabem, o governo é a sombra do nosso povo e o povo anda a correr atrás da sombra!…
Todos querem um Estado num estado de graça! Tudo é desculpável. Tal éa nossa apatia!
O turbo-capitalismo por um lado e o pensar correcto pelo outro encontram-se ao serviço da decadencia da pessoa e da nação (aldeia). Logo que possa voltarei ao tema!
Junto uma poesia de Miguel Torga que completa o nosso assunto
Atenciosamente
Antonio Justo

“DIES IRAE”

Apetece cantar, mas ninguém canta.
Apetece chorar, mas ninguém chora.
Um fantasma levanta
A mão do medo sobre a nossa hora.

Apetece gritar, mas ninguém grita.
Apetece fugir, mas ninguém foge.
Um fantasma limita
Todo o futuro a este dia de hoje.

Apetece morrer, mas ninguém morre.
Apetece matar, mas ninguém mata.
Um fantasma percorre
Os motins onde a alma se arrebata

Oh! maldição do tempo em que vivemos,
Sepultura de grades cinzeladas
Que deixam ver a vida que não temos
E as angústias paradas!

Miguel Torga

“Cântico do Homem”

Antonio da Cunha Duarte Justo
A Economia Nacionalista e a Europa dos Patriotas – – – 2007-01-30
Caríssimo Dr. António Justo,

Mais uma vez, teve a generosidade de nos brindar com um lúcido e brilhante apontamento, oportuno e actual, que nos convida a uma meditação e reflexão profundas. Não só o li atentamente, como, também, os dois comentários que se lhe seguem, que eu aplaudo sem reservas.

Pessoalmente, estou à vontade para falar da “dita” Democracia em que vivemos, não só na Europa como na América do Sul.

Como, também, já fui político de primeira linha em Portugal, e arrepiei caminho, a tempo e horas, por discordar e me recusar frontalmente a viver e a alimentar todo um mundo (leia-se: político, económico e social) caracterizado pela mentira, pelo ódio, pela inveja, pela hipocrisia e pelo cinismo…

Infelizmente, as pessoas ( os seguidistas partidários ) na cegueira de alcondorarem um lugar ao sol, nem se importa de servirem de escadotes para outros continuarem a subir e a consolidar as suas posições. A isto, que é, infelizmente, o mais frequente, eu chamo de oportunismo político, porque chegada a oportunidade nem têm o menor pejo de dar uma facada pelas costas e trair: Tudo em nome do bem comum, da Liberdade e da Democracia.

Seria bem interessante, fazer-se uma incursão aos bastidores das actividades (política e partidária) desenvolvida por alguns políticos, seja qual for o quadrante dito ideológico em que se situem,para melhor comparar o que eram antes, o que fizeram e, sobretudo, no que se tornaram depois.

Quais os interesses iniciais e quais os interesses depois… Muito haveria por dizer… o que em nome do Bem Comum, da Democracia e da Liberdade (deles)foi feito e está a ser feito (e vilipendiado)!…

Uma coisa é certa, disso ninguém duvida.

Os ricos continuam, mais ou menos ricos, os pobres, esses continuam cada vez mais pobres, e os novos ricos, que parasitam à custa dos ricos iniciais e dos pobres, cada vez estão mais e sôfregamente ricos!

Em nome de que valores morais e materiais?

Em nome de que interesses inconfessáveis?

Só a título de exemplo, veja-se o cinismo, a hipocrisia e a mentira que reinam em Portugal, com o actual governo… Mas, se olharmos, também, para a América do Sul, onde todos parecem andar deslumbrados, mas desatentos à evolução dos objectivos e realidades inconfessáveis, está a caminhar a passos largos para a criação de uma nova União de cariz totalitária, tendo como motores Hugo Chavez, da Venezuela, um fantoche a anunciar a sua perpetuação no poder, a intensificar a perseguição aos que não concordam e não seguem e não só, e Evo Morales, da Bolívia, com as suas nacionalizações estapafúrdias, oportunistas e incensatas a empurrar o país não se sabe bem para onde, não contando ainda com outros países alinhados uns e indecisos e expectantes outros.

É bom que não esqueçamos que já estamos a caminhar, decisivamente, para o final da era CUBA, sempre muito revolucionária mas que gostaria também de ser capitalista, e, como tal, há que revitalizar e alargar a área de influência e de interacção, face aos Estados Unidos conduzidos por um louco à solta, a concluir o que o pai não teve tempo e oportunidade de fazer…

Enfim, tudo isto em nome do Bem Comum, da Liberdade e da Democracia, mas com filosofias e conceitos antagónicos…

Onde está o centro da VERDADE?

Para uns o que é vermelho, com o mesmo nome, para outros é rosa, é laranja, é azul, é amarelo ou um mesclado de várias cores, enquanto outros, ainda, proclamam que, “de o preto não me comprometo”!…

Assim vai o Mundo em que vivemos!…

Quanto às economias mundiais, à globalização e à mundialização dos mercados, vamos de mal a pior.

Todas, com maior ou menor intensidade, já entraram na GLOBALIZAÇÃO. Os mercados já estão mundializados ou em vias de mundialização. Portanto, enquanto não surgir outra moda, esta é a que temos, e não há nada a fazer!

É a escravatura do século XXI!

É o tempo, em que já só nos satisfazemos com as migalhas que vão caindo das mesas dos novos ricos, depois de, após mais uma refeição, sacudidas as toalhas!…

Todavia, há uma personalidade, para uns controversa para outros aclamada, que dá pelo nome de Luís Inácio Lula da Silva, o actual e reeleito Presidente da República Federativa do Brasil, que não se cansa de apregoar pelos grandes areópagos internacionais a GLOBALIZAÇÃO SOCIAL, mas que parece ninguém dar ouvidos, embora abanando a cabeça que sim…

Todavia, em meu entender, salvo melhor opinião, o Mundo deveria evoluir, isso sim, para uma Nova Ordem Mundial (política, económica, social e cultural),inclusive com a mudança radical de protagonistas e de actores, porque esses que ainda estão e persistem em manter-se na crista da onda, já provaram que, de uma maneira ou de outra, não passaram, não passam de meros fantoches, a parasitarem à custa da Humanidade…

Inclusive, quando nos seus próprios países não conseguiram, não conseguem, operar as mudanças políticas, económicas, sociais e culturais, como poderão ter capacidade e visão para promoverem a mudança no Mundo?

E, hoje, chegámos ao estado de coisas em que nos encontramos, sem novas lideranças fortes, carismáticas, credíveis, coerentes e honestas, porque, efectivamente, ao longo de tantos e tantos anos, foi subraída, com muita habilidade, paciência e perseverança, às grandes massas de povos a nível mundial, uma EDUCAÇÃO com isenção, com transparência e, sobretudo, com honestidade intelectual, e não, como se verifica, e tem verificado, orientada para o desenvolvimento e consolidação de interesses político-económicos onde o social não passa, não tem passado de um mero paliativo, um ópio para não deixar morrer a esperança e a fé dos mais pobres e necessitados.

Quando tive a oportunidade de estudar Ciência Política, entre outras coisas, aprendi que O PODER POLíTICO TEM A SUPREMACIA SOBRE O PODER ECONÓMICO, ou seja, O PODER ECONÓMICO TEM QUE SE SUBORDINAR AO PODER POLÍTICO!

Até parece ser uma verdade insofismável, mas que, na realidade, nos tempos que correm, é uma MENTIRA MONSTRUOSA!

Hoje,qualquer que seja a Nação ou a Economia, é o PODER ECONÓMICO QUE EXERCE A SUPREMACIA SOBRE O PODER POLÍTCO.

Por outras palavras:O poder político é comandado à distância pelo poder económico, enquanto o poder político vai “parasitando” à custa do próprio poder económico e do povo que o elegeu, colhendo benefício de ambos e não só!…

Quando se chega a este ponto, qualquer que seja a Nação ou a Economia, inexoravelmente, mais cedo ou mais tarde, terá que entrar em rota de colisão. E, chegados a essa situação, não há NACIONALISMOS NEM PATRITISMOS que possam resistir – É a RUPTURA, pura e simples, dos sistemas político e económico que prevalecem!

E assim nascem as revoluções! Umas, com as armas apontadas para os trabalhadores. Outras, com as armas apontadas para o capital. E, outras ainda, com um ingénuo cravo na boca de chama de uma qualquer metralhadora ou G3!(O que, em linguagem revolucionária, significa dizer: nem é carne nem é peixe, e até poderá ser oportunismo…).

E, quando nos deparamos com o mundo dividido em matéria de Fé, no meio de toda esta encruzilhada, qual é o papel a assumir pela Igreja Católica ?..

Como diria o outro, E AGORA JOSÉ?…

Embora, tenha a percepção de que já nada poderei fazer para mudar o mundo, muito menos alguma vez tivesse tido essa veleidade, pelo menos, como ESCREVER É LUTAR!, vou continuando com as minhas prosas, porque enquanto LUTAR estou VIVENDO e RESPIRANDO.

Bem Haja, Professor António Cunha, pela oportunidade que nos dá de pararmos uns momentos para reflectirmos sobre tudo quanto nos rodeia, que nos passa ao lado, mas que é de importância vital para os nos destinos, sejam eles individuais e/ou colectivos.

Paulo M. A. Martins
Jornalista
Fortaleza (CE) – Brasil

Paulo M. A. Martins
DEMOCRACIA – – – 2007-01-28
Senhor Justo,

Perante o estado da nossa Democracia actual, europeia, colocam-se, desde já, duas questões:
Será que a democracia como está a ser praticada na União Europeia tem futuro?
E será que vivemos de facto numa verdadeira Democracia?
No que diz respeito à segunda questão, poder-se-á, à primeira vista, dizer que sim. Pois uma das características da Democracia é a liberdade de expressão.
Mas será que a liberdade de expressão é tudo?
Apreciando bem o nosso sistema cada vez mais capitalista, poderemos dizer que a Democracia em si, propriamente, já não existe.
A verdade é que os governos democráticos são, cada vez mais, títeres impotentes nas mãos de um capitalismo a-moralista e desregrado, que só tem como fim o lucro desmedido, nem que para isso se tenha que cilindrar vivos e mortos: “ Geld regiert die Welt “
Por detrás da política, estão os grandes empresários, os grandes consórcios, os grandes magnatas, os chamados homens-sombra, que dizem aos políticos ou queres assim ou fechamos as nossas fábricas e vamos abri-las num dos países do terceiro mundo. Aí não há restrições de ordem alguma: seja no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores, seja no que diz respeito ao meio ambiente.
Na europa dos dias de hoje, vive-se um ambiente de medo. O povo trabalhador sente-se totalmente inseguro. Se é que hoje ainda tem um emprego, quanto ao dia de amanhã já pouco se pode dizer. Amanhã, poderá acontecer que “ um grande manager “, um “génio” que estudou economia durante 5 ou 6 anos, que recebe milhões e milhões de euros ao ano, tomará as rédeas da firma, tirará do seu cilindro não o coelho, mas sim a palavra “ racionalizar” e racionalizará aquela firma. Ou seja, porá no olho da rua, quem sabe, metade dos empregados. Homens e nulheres, pais e mães de família que só têm o seu trabalho para oferecer e que precisam tanto daquele emprego para se alimentarem e alimentarem a sua família.
Perante estes factos o que faz o governo? Pouco ou nada. ( aumentará, se calhar, os impostos ) Pois ele encontra-se de mãos atadas perante um bando de abutres que só têm uma coisa em mente: lucro e mais lucro e mais lucro. Encontramo-nos na era do negócio especulativo: o novo Deus é a bolsa de valores. A palavra mágica é a “ racionalização “.
Não quero ser niilista, mas a verdade é que se a Europa não mudar o seu rumo, se os políticos de hoje não quiserem ter coragem para abrir os olhos, se o desequilíbrio entre o povo trabalhador e o patronato ( o capitalismo ) continuar a crescer como está a crescer, quando as pessoas começarem a não ter que comer, então, isso poderá ser o fim da Democracia, a qual ainda é bastante jovem.
– Pois como sabemos, basta darmos uma vista de olhos pela História, nos momentos de grandes crises sociais o radicalismo ideológico floresce por si mesmo.

Luís Costa
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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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