INÍCIO DA DEMOCRACIA EM PORUGAL: 25 DE NOVEMBRO DE 1975

 

Faz hoje 45 anos que foi posto fim à ditadura comunista em Portugal que se encontrava ao serviço da União Soviética e iniciada a 25 de Abril de 1974. Assim se inicia a democracia parlamentar pluripartidária em Portugal. As forças democráticas em torno do Coronel Jaime Neves puseram fim ao período instável que se vivia então.

António da Cunha Duarte Justo

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

10 comentários em “INÍCIO DA DEMOCRACIA EM PORUGAL: 25 DE NOVEMBRO DE 1975”

  1. Ele e outros tiveram o mérito de evitar a passagem de um totalitarismo para outro! Assim foi possível travar o passo ao totalitarismo vermelho. Que os novos governantes tenham também eles abusado do poder não justifica saudosismos nem de conservadores nem de progressistas! Isto não evita porém o gosto e direito de cada qual se colocar no seu galho!

  2. O que me parece errado é referir precisamente o coronel Jaime Neves. De resto e, como de costume, concordando ou não, respeito a sua opinião, mas discordo dela.
    FB

  3. Em Democracia a tolerância mútua e o respeito pela opinião dos outros são virtudes óbvias para todas as partes. Também quanto a factos há inteira liberdade de interpretação, incluindo esta também a sua negação. A opinião é um trunfo!
    Também não foi sem razão que a União soviética nomeou Álvaro Cunhal seu herói! Foi agraciado com a Ordem de Lenine e condecorado com a Ordem da Revolução de Outubro pelo PCUS. Foi um homem fiel ao comunismo e à sua opinião! Também por isso merece respeito.
    De resto, em democracia, também na História, são possíveis buracos negros! Importante é todos contribuirmos para a paz social, independentemente das ideologias.Todas elas não fogem à lei da complementaridade e à percepção a elas inerentes! Lamentável para todos nós é que em nome de absolutismos e de democracias se prolonguem as injustiças e opressões de pessoas e povos que reprovamos nos diferentes sistemas.

  4. Jaime Neves certamente impediu uma guerra civil em Portugal (também com o General Eanes, Melo Antunes e outros ao tomar conhecimento que um alegado golpe militar estava iminente pela polícia militar de esquerda da Ajuda e provocou a prisão dos alegados cabecilhas.
    Muitos ainda continuam renitentes na tentativa de se assenhorearem do 25 de Abril e dos militares do golpe de Estado, projetando neles a vontade de Portugal como se esta fosse a da revolução socialista como serviço à União Soviética, mas não como a revolução em serviço de Portugal!
    Ficou famosa a frase de Neves às críticas da esquerda radical que o criticava quando ele disse: “Os cães ladram, a caravana passa”.

  5. Data frequentemente esquecida e ainda mais este ano, não precisasse o costa do pcp para se manter agarrado à cadeira pelo menos mais um ano

  6. Para nos pronunciarmos com uma certa objectividade sobre o 25 de abril e haver uma avaliação fora de interesses imediatos será preciso deixar passar pelo menos 80 anos até que morram todos os que fizeram parte do processo e haja um mínimo de distanciamento na interpretação dos factos. Actualmente ainda há muita gente que colocou as suas acções e investimentos numa ideologia ou na outra. Eimportante é que todos se sintam abençoados por uma ou outra ideologia. Resta a procura séria e desinteressada sem impor nada a ninguém!

  7. Coloco um documento importante copiado de Alexandre Branco:
    “Hoje, 25Nov18, faz 43 anos, que ocorreu o último episódio do processo revolucionário iniciado com o 25Abr74, a que se seguiram o 28Set74, o 11 Mar75 e finalmente o 25Nov75.
    Fui interveniente activo neste evento e integrei a Comissão Nacional de Investigação ao 25Nov75.
    O 25Nov75, o que foi, porque e como foram os paraquedistas manipulados (Esta é a realidade que eu vivi e como a entendi)
    Objectivos do 25Nov75: –
    1º Recuo estratégico do PCP/ URSS no controle que detinha sobre o Poder e passagem para os bastidores da revolução, para acalmar o Povo Português e a comunidade internacional, alarmados estes com os excessos comunistas em Portugal.
    2º Eliminação das extremas esquerdas anarco comunistas, inúteis e já incontroláveis politicamente pelo PCP.
    Descrição
    25Nov75; Portugal alvorece em pé guerra; o País sofre mais uma convulsão de epilepsia revolucionária.
    Capitão para-quedista, recém-chegado de Angola, sou acordado em Mangualde, com um telefonema que me diz: -” Vermelho 9”; tal código determina-me a apresentação imediata na Base Aérea da OTAN na Cortegaça, e assim fiz.
    Estava em curso a terceira e última golpada do processo revolucionário iniciado com o 25Abr74, acelerado com o 11Mar75 e desacelerado intencionalmente com o 25Nov75, por razões que adiante se compreenderão.
    Na noite de 24 para 25Nov75, sargentos e soldados para-quedistas ocuparam as bases aéreas, prenderam os respectivos Comandantes, e exigiram a demissão do Chefe de Estado-Maior da FAP, o General Morais e Silva.
    Os fuzileiros, a PM do Exército, o Ralis e a Escola de Administração Militar etc. solidarizaram-se com os paraquedistas; obedeciam todos às ordens do acéfalo herói de Abril, Major Otelo Saraiva de Carvalho, Comandante do COPCON, Comando Operacional do Continente.
    Aparentemente, o PCP e a extrema-esquerda faziam o assalto final ao Poder.
    Seguiram-se diversos desenvolvimentos militares e políticos para contenção dos revoltosos em pé de guerra; as forças de contenção eram lideradas militarmente, no terreno, pelo Tenente Coronel Ramalho Eanes e, politicamente, pelo Major Melo Antunes.
    Aquelas acções e, outras que se seguiram, saldaram-se por três militares mortos entre os Comandos e a Polícia Militar do Exército na Ajuda, e terminaram com o sucesso da facção oposta ao Major Otelo S. de Carvalho.
    O Major Otelo é derrubado, mais tarde é detido e bem, depois foi solto e mal; a revolução devorava mais um dos seus filhos, o mais dilecto, e paria novos heróis, como todas as outras.
    O TenCor Ramalho Eanes ascendeu à condição de “herói” circunstancial, é promovido a general e mais tarde eleito Presidente da República; foi o triunfo do seu carisma militar, honestidade pessoal, profissional e confiança política.
    No terreno, os mais activos heróis desta “guerra” do 25Nov75 foram, no entanto, o Coronel Jaime Neves e os seus Comandos, não desconsiderando as acções relevantíssimas dos 122 oficiais paraquedistas e mais dos aviões e Oficiais pilotos aviadores da FAP, concentrados na Base da OTAN na Cortegaça (onde estive activo na circunstância) e de terceiras figuras várias, como foi o General Pires Veloso, Comandante da Região Militar do Porto, dito Vice-Rei do Norte, etc…
    O folclórico esquerdista Major Otelo S. Carvalho e seus seguidores, a irracionalidade surrealista da extrema-esquerda, a falta de informação e manipulação política total dos sargentos e soldados paraquedistas, tudo isso foi usado neste golpe magistral do PCP, para este os mobilizar para a execução de acções militares irresponsáveis e que foram usadas, depois de contidas, como razão para eliminar da vida política aquelas forças e entidades de extrema esquerda.
    Forças de extrema esquerda aquelas, civis e militares, que tinham sido criadas e alimentadas, intencionalmente, para servirem propósitos revolucionários que se esgotaram com a independência de Angola a 11Nov75.
    Depois tiveram de ser neutralizadas, porque o PCP as considerava já inúteis, incontroláveis, contraproducentes e também para acalmar a Europa e os EUA, alarmados que estavam com a bandalheira anarco comunista em que Portugal se transformara.
    Antes do 25Nov75, Henry Kissinger, então Secretário de Estado dos EUA, afirmava que Portugal era já, e seria ainda mais, a vacina anticomunista da Europa.
    Em Espanha estava em perspectiva a legalização do Partido Comunista Espanhol; a França e a Itália, em vésperas de eleições, esperavam votações significativas nos seus Partidos Comunistas.
    Atingido o objectivo prioritário da URSS/PCP pós 25Abr74l, ou seja, a descolonização total pró URSS, o PCP tinha de sair da ribalta política em Portugal, para que os avanços europeus atrás previstos se concretizassem, e para que o comunismo português não se transformasse na tal vacina de que Kissinger falava, o que não interessava à URSS.
    E foi isso que a dupla PCP/URSS fez com o 25 Nov75, deu uns passos atrás em Portugal para acalmar e avançar na Europa, e sossegar os sentimentos anticomunistas em Portugal.
    Como é que o PCP organizou o 25Nov75?
    O 25Nov75 foi concebido, planeado e dirigido encobertamente pela URSS/PCP e alguns elementos do MFA, Movimento das Forças Armadas.
    Raimundo Narciso do PCP, que em 75 tratava dos “assuntos militares”, afirmou que de facto o PCP foi a cabeça da organização e da contenção do 25Nov75, e também quem orientou a esquerda militar, liderada por Otelo S. de Carvalho, na organização e lançamento do mesmo, seja, criou o incidente e controlou, sempre à rectaguarda, as duas facções em oposição.
    Desde o 25Abr75, que a URSS controlou o poder político e militar em Portugal através do PCP e seus sucedâneos, até nos conseguir “expropriar” todas as colónias, com o nosso acéfalo contentamento, empenhamento e crença convicta nos vigários contos das verdades deles, que fizemos nossas.
    A última colónia a ser entregue á URSS foi Angola, em 11Nov75; não foi por acaso que o 25Nov75 ocorreu logo 14 dias depois.
    O 25Nov75 estava a ser preparado desde agosto 75, pelo maquiavélico Major Melo Antunes, através do seu “Documento dos Nove” inspirado, encobertamente, pelos interesses do PCP.
    Andei, pessoalmente, a fazer sessões de esclarecimento sobre este documento em Angola, na qualidade de eleito na Comissão MFA do Batalhão de Paraquedistas, BCP21, convencido que era para conter o PCP e afins em Portugal; foi e não foi, tempos de enganos e desenganos!
    Este então célebre documento, pelo seu propositado conteúdo anti excessos políticos em curso no Verão de 75, serviu para captar todas as forças à direita do PCP e para as preparar mental e operacionalmente para uma acção normalizadora desses excessos, e que vieram a constituir as forças de contenção do 25Nov75.
    Para ultimação do 25Nov75, o Coronel Mankeiev da KGB/ URSS chegou a Portugal em 18Nov75 e partiu em 23Nov75, tendo estado no quartel general do COPCON, Forte do Alto Duque, com o Major Otelo e com uma célebre figura do PCP, Jaime Serra, responsável das acções clandestinas do partido.
    De 18Nov a 23Nov75 e no COPCON, estas entidades finalizarem os detalhes da componente operacional e ofensiva do 25Nov75, ou seja, o plano cumprido pelas forças militares que seguiram Otelo, em particular os Paraquedistas, a Polícia Militar, Fuzileiros e outros… ligados à extrema esquerda.
    Eu confirmei, pessoalmente, a vinda e estadia do Coronel Mankeiev no COPCON, exactamente no processo do Otelo/COPCON, quando mais tarde integrei oficialmente, a Comissão Nacional de Averiguações aos Acontecimentos do 25Nov75.Sobre o 25 de Novembro, copiado do Alexandre Branco.

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