A História não se repete, o Homem é que continua a ser igual a si mesmo! O Homem é simultaneamente lobo e cordeiro e, conforme os interesses e as circunstâncias, assume um ou outro papel, provocando fases e comportamentos mais ou menos pacíficos.
Enquanto a pessoa não reconhecer a coexistência das duas energias (o bem e o mal) em si própria, será tentada a assumir apenas o papel de cordeiro para se justificar como lobo do outro (considerado adversário). Como, muitas vezes, não reconhece a realidade, em nome da bondade e da inocência, torna-se em lobo lutador contra o que define ser mau.
O que não reconhecemos e não aceitamos dentro de nós mesmos combatemo-lo fora, nos outros. Assim, o cordeiro em nós propaga a guerra contra o lobo que não reconhece em si!
Este jogo fatídico será projectado na tela da História enquanto a espécie humana se afirmar pela exclusão, extinção ou desrespeito do outro.
A guerra fará parte dominante da vida e da História enquanto não reconhecermos a lei da complementaridade (da realidade, dos actos e das coisas). Uma tal consciência levar-nos-ia a aproximar uns dos outros e não a comportarmo-nos como inimigos. A guerra e a paz têm a sua casa em nós e na natureza.
Uma medida prática e eficiente no convívio e nas relações é a ética filosófica do meio-termo de Aristóteles: “a virtude está no meio”. A coragem é o meio-termo entre covardia e temeridade.
Como seres chamados à felicidade, a virtude pressupõe naturalmente a educação da vontade pela razão e pela intuição, dado não sermos bichos isolados. O amor ao próximo é um ideal a tornar-se universal que não se deixa circundar à família, ao país, à cultura nem à religião.
António da Cunha Duarte Justo
“Pegadas do Tempo”
Uma verdade incontornável! É difícil contrariar a natureza, e as características, que aponta, são, definitivamente, intrínsecas ao ser humano. Por isso haverá muitas “repetições da História”, por isso pouco se aprende com o erro, e por isso certos comportamentos se repetirão ad-eternum, apesar de existir, no léxico, a palavra: “ética”, à qual andam sempre a atropelar o significado!
Elizabeth Seixo
Excelente analise da natureza humana. Muitas pessoas que se dizem psicologos/as nas redes sociais (coisa que não podemos verificar), deviam ler este texto. Alias , se me permite, Antonio Cunha Duarte Justo ou partilhar.
Marie Ferreira
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Muito obrigado Marie Ferreira! Sabe a beleza de um texto também depende da grandeza de quem o lê!
Brilhante!
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Excelente reflexão amigo António, dei conta deste artigo no face da minha amiga Marie Ferreira e partilhei! Bom fim de semana para vocês, tudo de bom! Beijinhos
Susana Augusta De Almeida Barbosa
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Muito obrigado a todos!
Muito obrigado amiga Susana! O texto surgiu-me da observação que se nota como se tratam os partidários de paridos em relação aos adversários ou a expressão de opiniões que excluem as outras. Grande abraço e tudo de bom para todo o pessoal que se movimenta em torno do Kasario e da arte