Presidente alemão fala Texto claro no Parlamento Turco

Presidente da Alemna fala Texto claro no Parlamento Turco

Integração e Liberdade Religiosa um Problema árabe


António Justo


O presidente alemão, em visita de cinco dias à Turquia, expressa dois temas que preocupam a Europa: o problema da integração de turcos e árabes e o problema da liberdade religiosa.


Christian Wulff, ainda no primeiro dia de visita ao país amigo, fala texto claro. Perante o Parlamento turco em Ankara começou por louvar a produtividade dos primeiros trabalhadores imigrantes, passando depois a referir os problemas da integração dos descendentes turcos na sociedade alemã: “É importante que nomeemos os nossos problemas com clareza. A eles pertencem persistir na ajuda estatal, nas quotas de criminalidade, atitude macho, recusa de formação e de produtividade (trabalho e rendimento) ”.


Com este discurso, o presidente mostra aquilo em que os turcos sobressaem na Alemanha. Enquanto a juventude turca na Turquia se revela activa e interessada na formação e produtividade, na Alemanha manifesta-se como recusadora da mesma dinâmica. De notar que na Turquia a juventude não se pode encostar à providência do Estado.


Além disso instruiu os parlamentares dizendo que “sem dúvida, o cristianismo faz parte da Turquia”. Apelou indirectamente para a importância da reciprocidade bilateral ao dizer que os muçulmanos na Alemanha podiam “praticar a sua fé em ambientes dignos”, referindo-se às muitas mesquitas na Alemanha. Defende os mesmos Direitos para Cristãos. A Alemanha “espera que cristãos tenham em países islâmicos o mesmo direito de viver a sua fé em público, de formar nova geração de teólogos e de construir igrejas”. De facto na Turquia, e pior ainda noutros países islâmicos, as administrações locais e o povo impedem a construção de igrejas e a restauração de igrejas antigas; o estado não permite a formação de padres na Turquia; e os cristãos são discriminados na sociedade e na administração. São identificados através dum número característico para cristãos no bilhete de identidade, de modo a não poderem assumir postos representativos ou de confiança no aparelho do estado. A política de repressão dos cristãos conseguiu reduzir na região, nos últimos 100 anos, a população cristã de 25% para uma quota ridícula que não atinge já números inteiros na escala percentual ficando-se numa representação de pró mil!


Reveladora da dificuldade do diálogo com uma grande maioria da comunidade turca na Alemanha é o facto de o Presidente alemão ter de optar por falar na Turquia para poder ser ouvido pelos turcos na Alemanha. De momento a única maneira que os políticos têm de fazer chegar a sua mensagem à comunidade turca na Alemanha é falar a partir da Turquia.


O facto de a Alemanha poder falar abertamente na Turquia revela não só um sinal da mentalidade franca e rectilínea alemã mas também um indício de que a Turquia se torna mais madura socialmente.


António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

2 comentários em “Presidente alemão fala Texto claro no Parlamento Turco”

  1. Caro Justo

    Gostei imenso deste teu artigo e da sua conclusão sobre os alemães “mentalidade franca e rectilinea.
    São mesmo assim.
    Curioso o teu comentário de que o Presidente Alemão tenha que ir à Turquia para ser ouvido pelos turcos na Alemanha!
    Saudações da

    M M

  2. Obrigado Colega!
    A grande maioria dos imigrantes turcos está habituada a ler só os seus jornais da turquia.
    Assim, o Presidente consegue que os políticos da Turquia reconheçam a realidade e o apoiem, a alto nível!
    O que se começa a verificar!
    Os jornais turcos publicam a notícia no sentido de fazer política turca.
    De facto, o comportamento de grande parte da migração turca na Europa constitui a melhor propaganda contra a entrada da Turquia na União Europeia.
    Pelos vistos, governantes turcos, deram-se conta da situação e agora são eles mesmos a solicitar aos compatrícios que se integrem na sociedade.
    Um abraço cordial
    António Justo

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