Kosovo: uma região rebelde – um passo em direcção do fascismo?

O Parlamento sérvio não está de acordo com as propostas das Nações Unidas no que respeita à carta que deve reger o Kosovo. O seu reconhecimento viria a ter como consequência a independência daquela província que não tem o mínimo de condições para se poder tornar independente.

O Kosovo é uma província da Sérvia com dois milhões de habitantes dos quais 100.000 são sérvios e o resto albanos.

O governo de Belgrado e os partidos com assento no parlamento são contra o processo de autonomia porque, embora esta região seja a zona mais pobre da Europa, ela foi o berço da nação e da cultura sérvia com muitíssimos conventos e igrejas. Em 1389 na batalha em Amselfeld contra os turcos começa a influência islâmica na região.

As nações unidas (UNO) estão envolvidas no processo desde a intervenção da Nato no resto da Jugoslávia em favor da população muçulmana contra o presidente de Estado Milosevic. Desde então (1999) esta província ficou sob a administração da UNO. O presidente da Finlândia Martti Ahtisaari foi encarregado de organizar um plano para o status do Kosovo. Este propôs uma “soberania controlada” para o Kosovo.

Formalmente permanecia uma província de Belgrado, praticamente porém seria independente. Uma missão internacional deveria permanecer no Kosovo. À semelhança da Bósnia-Herzegovina deveria ter um representante com largos poderes que lhe possibilite a intervenção nos acontecimentos da política do Kosovo. Estariam previstos direitos protectores da minoria dos cossovares sérvios, sendo reservados lugares para eles no parlamento.

Para protecção dos sérvios deverão ser fundadas novas comunidades em que estes possam ter voz determinante na polícia, na escola e nos tribunais. A república mãe Sérvia pode apoiar financeiramente a minoria sérvia desde que o dinheiro seja distribuído através das repartições públicas nas mãos dos albanos.

Apesar disto os albanos do Kosovo protestam porque o que querem é tornar-se pura e simplesmente um estado independente. Em consequência última seria um estado a viver à custa da comunidade internacional.

Uma solução deveria ser a entrada de Sérvia na União Europeia. O processo de integração foi interrompido pelo facto da população sérvia e o governo de Belgrado estarem reticentes quanto ao tribunal para crimes de Guerra da UN não entregaando os ex-generais Karadzic e Mladicor de quem se não sabe o paradeiro. Belgrad tem dificuldades em colaborar com uma Europa que como invasor contribuiu para a sua divisão. Por outro lado esta Europa só parece estar interessada em evitar conflitos adiando-os para mais tarde. Umas maneira de assegurar e justificar o empenho militar no mundo?

Prevê-se que em Março o Conselho da Segurança da UNO pretenda a independência de facto do Kosovo ao que o presidente russo Putin se oporá.

No Kosovo encontram-se estacionados 17.000 soldados de 35 nações. No caso da independência do Cossovo a presença internacional terá de continuar para proteger os direitos da população não albana.

Comentário
A concessão da independência aos albanos (muçulmanos) implicaria naturalmente a sua hegemonia e a aniquilação da minoria cristã sérvia e tudo isto a ter de ser subsidiado ainda continuamente pela comunidade internacional que teria de estar presente. Uma situação paradoxa! A história faz um jogo maluco.

Antigamente através da colonização interna dos grupos rivais criava-se ordem dominando a lei do mais fortes sobre os mais fracos. Hoje através da intervenção externa da Europa numa acção militar arbitrária sobre o antigo resto da Jugoslávia impede-se de facto a colonização interna mas favorece-se a colonização religiosa através da política de multiplicação, de procriação atendendo à potência procriadora do sistema islâmico. Este só aceita viver sob o jugo dos infiéis enquanto for minoria. No momento em que alcance a maioria declara o território como território do Islão passando este a dominar.

Neste sentido os sistemas democráticos ajudam-nos nas suas pretensões hegemónicas. Tenha-se em consideração o desenvolvimento do Islão na região depois de 1389; o exemplo da Turquia que no princípio do século XX tinha uma população em que 25% da população era cristã, sendo esta hoje quase inexistente e continuando a ser perseguida. O processo hegemónico na África e noutras regiões do mundo em prol da hegemonia muçulmano é mais que notório apesar de se encobrir muito nos meios de comunicação social. É o problema entre judeus e palestinianos em que estes através da política de multiplicação conseguirão mais cedo ou mais tarde infiltrar-se em Israel de modo a tornarem-se a maioria com a consequente implantação do sistema islâmico.

O problema de hoje é que sociedades abertas, como as nações de cariz ocidental, são muito vulneráveis perante sistemas fechados como é o caso árabe e islâmico. Como para eles a nação é a religião, esta é que determina a sua territorialidade e o seu ser.

Através duma revolução afável mediante a formação de guetos e da redução da mulher a máquinas de produção de filhos conseguem de maneira dócil o que os bárbaros conseguiram de maneira bruta com o império romano! Os extremistas muçulmanos já falam da Europa muçulmana. Nesta Europa vivem 30 milhões de imigrantes muçulmanos em cresimento rapido. A sua vitalidade e convicção parecem dar-lhes razão. A paz europeia não poderá ser comprada à custa de forças militardes distribuídas pelo mundo. Tem de se preocupar com a integração dos muçulmanos e ajudar todos os de boa vontade a progredir e a sair dos guetos. Eles constituem um grande enriquecimento numa Europa cada vez mais impotente a nível vital. O Kosovo poderia ser um exemplo da boa relação entre cristãos e muçulmanos.

António Justo

António da Cunha Duarte Justo

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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